(202) Sentindo como encontrar a essência dos nossos sentimentos de espiritualidade.

Recentemente fui perguntado sobre o motivo de em muitas mensagens desta nossa caminhada de “autoconhecimento”, predominar os ensinamentos da psicologia analítica de Jung. Explico: Apesar de não pertencer à área de saúde, muito cedo (talvez por insights intuitivos) passei a acreditar que todos nós temos a capacidade de acessar a nossa interior “essência espiritual” e, por meio de estímulos de “expansão de consciência”, favorecer o “despertar” dos nossos “sentimentos espirituais”. Em síntese, trata-se de uma prática de “autoconhecimento” que exercito, voltada para o alcance do nosso “desenvolvimento espiritual”, que foi assim explicada pela doutora Daniela Benzecry (médica clínica, homeopata, e analista junguiana) no prefácio – “O resgate da espiritualidade pelos sentimentos” – do seu belo livro “Sentimentos, valores e espiritualidade – Um caminho junguiano para o desenvolvimento espiritual”, lançado no Brasil pela Editora VOZES, que recomendo como leitura obrigatória:

– Entende-se como desenvolvimento espiritual a progressiva ampliação da consciência, encontrando nela o sentido da vida, ou, dizendo de outro modo, é tornar a vida significativa na medida em que a consciência individual expande-se. É investir no Ser.

Estou convencido de que temos uma “consciência espiritual”; uma “missão” de necessidades de “evolução” por dimensões infinitas do nosso “existir” (mensagens: 108, 115, 137, 166, 183, 198 e 199).

Os estudos de Jung sobre a criação da teoria dos “arquétipos” reforçam esse meu “sentir”. Destaco da esclarecedora abordagem do psicanalista Conrado Matos, pós-graduado em Teoria Psicanalítica, publicada em setembro de 2010 na Edição 57, Ano V, da Revista PSIQUE, o seguinte:

– Percebe-se que Jung desejou em sua teoria psicológica, como meta suprema de realização humana, o autoconhecimento. Segundo Jung, as personalidades históricas que chegaram perto do conhecimento do seu próprio Eu foram, Jesus e Buda. (…) Jung dizia que muitos querem se autorrealizar sem o conhecimento de si mesmo, e completou justificando que os religiosos orientais através de práticas ritualistas, acompanhadas de meditações, no caso da ioga, por exemplo, capacitam o homem oriental a perceber o Eu de maneira mais rápida que o ocidental. Sendo assim, repito, Jung concretizou que é no autoconhecimento onde encontra o caminho para a autorrealização.

Esclarece, em seguida:

– (…) para Jung desenvolver seu trabalho clínico na prática, necessitou utilizar da espiritualidade, se envolvendo com consultas de mandalas, cartas de tarôs, mapas astrológicos, análise de sonhos premonitórios, com a parapsicologia e associação de palavras. Foi no mundo espiritual que Jung teve especial apreço, o que desempenhou um importante papel em sua própria vida, e, posteriormente, em sua própria carreira profissional.

Não tenho mais dúvida de que através da “transformação” e da “expansão” da nossa consciência, o ser humano melhora o “conhecimento de si mesmo” e, com mais facilidade, elabora o seu “sentido da vida”.

A busca interior da espiritualidade vem despertando o interesse da ciência, merecendo registro as pesquisas do neurocientista Beauregard, professor da Universidade de Montreal, sobre a procura das bases neurais dos sentimentos de religiosidade.

Por sua vez, para o físico quântico da Universidade de Oregon, Amit Goswami – “a consciência humana é transcendente”. Em entrevista publicada na Edição 71, Ano 16, da Revista SOPHIA, lançada no Brasil pela Editora Teosófica, ao ser perguntado sobre a existência de um paralelismo entre as descobertas atuais da ciência e a essência dos ensinamentos espirituais perenes, ele respondeu:

– Não se trata apenas de paralelismo. A ideia de que a consciência é a base de todo o ser é a essência de todas as tradições espirituais.

Termino esta mensagem com este sublime e belo “sentimento espiritual” do escritor e poeta Leonard Cohen:

– Eu vi você transformar água em vinho
Vi transformá-lo de volta em água, também
Sentei em sua mesa todas as noites (…)
Eu gostaria que houvesse um pacto
Entre o seu amor e o meu.

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual.

Muita paz e harmonia espiritual

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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