(447) Sentindo a importância do nosso pensar.

Investigar as origens do pensamento com base na realidade, deparar-se com o próprio erro e aprender com ele, modificar a conduta podem ser consequências do pensar junto com outras pessoas. Mas nosso cotidiano nos envolve, cada vez mais, em tarefas mecânicas.”

São palavras de Monica Aiub, doutora em Filosofia pela PUC de São Paulo, na sua coluna PENSEI, na Edição 178 da Revista humanitas, da Editora Escala. Há muito sou seu seguidor, mas só agora estou realizando um antigo desejo – o de enriquecer com seus ensinamentos a nossa caminhada de buscas interiores de “autoconhecimento”, motivado pela sua interessante e bem fundamentada abordagem sobre a nossa “Tarefa do Pensar“. Isto porque como entendo, quando pensamos revelamos o que sentimos. Para este nosso encontro selecionei estas partes (numerei):

1. “O modo como pensamos – ou nos isentamos de pensar, quando externalizamos a tarefa – nos propicia uma leitura da realidade que guia nossas ações, nossas possíveis intervenções no real e, consequentemente, em nossa vida.

2. Raras são as vezes em que nos questionamos sobre os pensamentos que nos guiam, comumente os tomamos como verdades. Examinar nosso modo de pensar, suas origens, seu desenvolvimento e suas implicações é papel da filosofia. Também é papel da filosofia examinar, diante dos fatos, o que é ou não verdade – ainda que a discussão em torno do conceito de verdade possa ser bem mais complexa.

3. Assumir a tarefa de pensar não significa que não tenhamos referências, influências, interesses; significa termos consciência do lugar a partir do qual lemos o mundo, interpretamos os fatos, mas também ter consciência de outros lugares possíveis, das contraposições e, principalmente, dos motivos pelos quais nos mantemos neste lugar. Por isso, não estamos sós na tarefa. Dialogamos com nossas referências, a partir de um repertório cultural construído e aprendido socialmente; dialogamos com as pessoas com nossas questões. É a partir do diálogo que estabelecemos nossas reflexões, nossos questionamentos sobre a vida cotidiana e, até, sobre nossos próprios pensamentos. Não qualquer diálogo, mas aquele que nos provoca a examinar nossos princípios, valores, argumentos, pensamentos e ações.

4. Investigar as origens do pensamento com base na realidade, deparar-se com o próprio erro e aprender com ele, modificar a conduta podem ser consequências do pensar junto com outras pessoas. Mas nosso cotidiano nos envolve, cada vez mais, em tarefas mecânicas.

5. Como o filosofar se dá em diálogo – e o diálogo exige escuta atenta, investigação e penar junto -, a tarefa do pensar se expande sempre que nos dispomos a ela. A disposição em: examinar e reavaliar nossas crenças, opiniões, hábitos, condutas quando somos questionados; investigar, descobrir e examinar novos fatos; debruçar-se sobre antigos e novos problemas; perceber, perceber-se; reinventar-se e criar mundos…

Termino este nosso encontro, com este “sentir” deo filósofo alemão Schopenhauer (1788-186):

Importante não é ver o que ninguém nunca viu, mas sim, pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê.

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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