(360) Sentindo a subjetividade de como nos sentimos ser.

Não entendo, apenas sinto. Tenho medo de um dia entender e deixar de sentir.”

São palavras de Clarice Lispector (1920-1977), nesta sua décima primeira participação em nossa jornada para o “autoconhecimento”. Clarice recomendava: “Não se preocupe em entender, porque viver é o melhor entendimento”. Referindo-se “a si mesma”, assim brincava com as palavras: “Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato… Ou toca, ou não toca.” Maravilha!
A subjetiva percepção do “sentir como somos” e, em nossos relacionamentos, a de como os outros “sentem como parecemos ser“, merece a nossa atenção porque, até mesmo de modo inconsciente, muitos de nós criamos um permanente modo de ser e de pensar em que nos identifica como somos para nós mesmos e para todos. Gosto desta síntese do filósofo empirista George Berkeley (1685-1753): “Ser é ser percebido” (Acrescento: por mim mesmo e pelos outros).

No mês passado completamos oito anos de existência desta nossa jornada para o “autoconhecimento”. Emocionado, dedico ao neurocientista, Miguel Nicolelis, em forma de agradecimento e pelo seu incentivo declarado em 2016, na Festa Literária Internacional de Paraty, em entrevista à jornalista Natasha Madov, durante o lançamento do seu livro “Muito além do nosso eu“. Respondendo sobre a história da sua vida, contada no livro, esclareceu:

– Tudo é dependente da história de vida de cada um. Então, para entender a minha teoria, as pessoas precisam conhecer quem eu sou.
Retirei essas considerações de um blog que costumo ler e recomendo ao amigo leitor: sensibilidadedaalma.blog.br. Foi lá também que li: “A intuição é a capacidade de fazer um julgamento sem ter consciência das informações em que se baseia. (…) Em geral, nem sabemos dizer o que nos levou a um juízo específico.”
A essência da Sensibilidade da Alma, de Rubem Alves, está manifesta quando ele se refere à necessidade de humanizar o cientista e, também, ao envolvimento de matizes de subjetividade das nossas vidas em tudo o que fazemos. Transmitindo o “conhecimento interior” de quem somos, conseguimos revestir de significado especial toda a nossa participação voltada para a melhoria do ser humano, em todos os sentidos. Independentemente da nossa dedicação profissional, ninguém deve se distanciar da nossa dedicação profissional, ninguém deve se distanciar do seu “sentir interior” e da subjetividade da sua “natureza existencial”. Certo é que as revelações da ciência são transmitidas de acordo com o “sentir interior” de cada operador do conhecimento humano. Essa regra da essência da nossa comunicação, naturalmente se aplica a todo ramo do saber.
Portanto, vou deixar minha intuição agir de forma que possibilite o encontro entre os meus leitores e os leitores do Edson, autor do blog, aconteça.
E que nossas subjetividades possam se unir possibilitando a criação de um inconsciente coletivo mais sensível.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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