(488) Sentindo o nosso “sentir angústia”.

Nada será como antes, nunca mais, porém, se isso provoca angústia em sua alma, só é assim porque ainda você não conseguiu perceber que há males que vêm por bem. A vida nos protege, às vezes, de um jeito que parece castigo.

São palavras do astrólogo Ocar Quiroga em uma das previsões do seu horóscopo divulgado hoje, dia 27/02/2025. A “angústia” também é subjetivamente sentida com nossos estados de alma manifestados por “ansiedade”, “inquietude” e de “sofrimento”. Seus nexos de causalidades, variando de indivíduo para individuo, revelam muitas da nossas reações emocionais. Iniciando este nosso encontro, Quiroga exemplifica com uma das consequências da passagem ilusória do “tempo” em nossas vidas. Assim, sob uma perspectiva de mutabilidade, realmente tudo que já passou “não será mais como antes” mas, como acredito, muitas vezes são necessárias condições subjetivas para as nossas avaliações de aprendizados. Portanto, a “angústia” faz parte do espaço subjetivo humano, da constituição da nossa individualidade, da nossa identidade. Talvez seja por isso que nós sempre precisamos ressignificar nossas interações de vida, inclusive porque convivemos com realidades existenciais diferentes da nossa, o que pode subjetivamente nos influenciar com situações angustiantes.

Vejam o que já disseram sobre “angustia”:

Fernando Pessoa: “Considerar a nossa maior angústia como um incidente sem importância, não só na vida do universo, mas da nossa mesma alma, é o princípio da sabedoria.” ; José Saramago: “Quando a aflição aperta, quando o corpo se nos desmanda de dor e angústia, então é que se vê o animalzinho que somos.” ; Martin Heidegger: “A angústia é a disposição fundamental que nos coloca perante o nada.” ; Cecília Meireles: “Eu quero a memória acesa depois da angústia apagada.” ; Sigmund Freud: “Longe de ser o juiz implacável de que falam os moralistas, a nossa consciência é, pelas suas origens, «angústia social» e nada mais.” ; Anaïs Nin: “Eu não soube suportar a passagem das coisas. Tudo o que flui, tudo o que passa, tudo o que mexe sufoca e enche-me de angústia.” ; Paulo Coelho: “Você foi a esperança nos meus dias de solidão, a angústia dos meus instantes de dúvida, a certeza nos momentos de fé.”

Termino este nosso encontro, com esta crônica de Clarice Lispector:

“O que é angústia.
Um rapaz fez-me essa pergunta difícil de ser respondida. Pois depende do angustiado. Para alguns incautos, inclusive, é palavra que se orgulham de pronunciar como se com ela subissem de categoria – o que também é uma forma de angústia.

Angústia pode ser não ter esperança na esperança. Ou conformar-se sem se resignar. Ou não se confessar nem a si próprio. Ou não ser o que realmente se é, e nunca se é. Angústia pode ser o desamparo de estar vivo. Pode ser também não ter coragem de ter angústia – e a fuga é outra angústia. Mas angústia faz parte: o que é vivo, por ser vivo, se contrai.

Esse mesmo rapaz perguntou-me: você não acha que há um vazio sinistro em tudo? Há sim. Enquanto se espera que o coração entenda.

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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