(336) Sentindo como devemos entender as necessidades de mudanças em nossas vidas. (Parte Final da 332)

A PRIMEIRA CONDIÇÃO PARA MODIFICAR A REALIDADE CONSISTE EM CONHECÊ-LA.

Com estas palavras do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015), chegamos ao final desta série de mensagens. Destaco e merece ser rememorado o seguinte: Do primeiro encontro (mensagem 332), o reconhecimento da nossa capacidade de “criar” e “definir” significados para as nossas desejadas necessidades de mudanças. É o que acontece quando estamos conscientes dos nossos anseios de novas conquistas e vivenciando “sensações de “incompletudes”. Do segundo (mensagem 333), que de modo inconsciente podemos ser influenciados por tudo que sentimos. Do terceiro (mensagem 334), a decisão pessoal da neurocientista brasileira Suzana Herculano-Houzel, que ao invés de usar a palavra “inconsciente” prefere “não consciente” para se referir aos processos que acontecem no cérebro além daqueles que recebendo a nossa atenção, se tornam para nós “conscientes”. Do quarto (mensagem 335), a explicação do neurocientista António Damásio sobre as subjetivas percepções significativas de estados emocionais. Por último, o entendimento do psicoterapeuta e psiquiatra alemão Fritz Perls (1893-1970), sobre o poder de modificar as realidades modeladas pelas percepções das nossas experiências de vida. A regra é simples e de fácil compreensão – Mudando o nosso “mundo interior”, percebemos as mudanças espelhadas no nosso “mundo exterior”.

O ser humano não muda as suas realidades exteriores. Temos sim, a capacidade de “significar”, para nós mesmos, como “sentimos” as nossas interações de realidades [inclusive as imaginárias]. Resumindo: Fora de nós nada mudamos, mas podemos idealizar o que desejamos e também, assim, transformar muitos dos nossos sonhos em realidades.

A essência subjetiva dos significados simbólicos das nossas necessidades de mudanças é “desperta”, em nós, pelo “inconsciente” que, segundo Sigmund Freud (1856-1930), é a nossa verdadeira “realidade psíquica”. Para ele, nem sempre o “consciente” está no comando das nossas ações e emoções. Por essa razão, nós precisamos procurar entender a motivação [principalmente inconsciente] das necessidades de mudanças em nossas vidas.

Nesta jornada para o “autoconhecimento”, peço a sua atenção para estes exemplos de “sentir” realidades subjetivas: – Sobre a percepção interior das nossas realidades, como fonte de “autoconhecimento” (mensagem 231); sobre as percepções subjetivas das nossas realidades “existenciais” e “imaginárias” (mensagem 246); sobre como podemos criar as nossas realidades durante a pandemia do coronavírus (mensagem 290); sobre o “sentir” do filósofo francês Edgar Morin, na criação de realidade subjetiva no pós-pandemia (295); sobre a modulação da percepção dos nossos sentimentos, no pós-pandemia (mensagem 296); sobre o poder de construir” os mundos das percepções do nosso existir (mensagem 308); sobre a subjetividade das nossas percepções sensoriais de “solidão” (mensagem 309); sobre como entender a percepção da nossa linguagem sensorial (mensagem 315); sobre as modelagens subjetivas de significados das nossas realidades (mensagem 322); sobre o “escutar sensorial” do nosso sentir emocional (mensagem 324); sobre a necessidade de conhecer as nossas subjetivas interações emocionais (mensagem 326) e sobre o poder de criar as nossas realidades emocionais (mensagem 328).

Pergunto:

COMO ENTENDER AS NOSSAS NECESSIDADES DE MUDANÇAS?

Entendo ser difícil existir uma única resposta para essa pergunta porque, cada um de nós, temos bem definidas as nossas subjetivas singularidades “existenciais” e “emocionais”. Apesar de não ser da minha área de estudos, tenho anotado que em 2017 foi publicada na revista Neuron, a notícia de que pesquisadores de quatro universidades americanas identificaram uma região do nosso cérebro, chamada córtex cingulado posterior, que é responsável pela quebra de nossas rotinas. Mais recente, no seu livro “A estranha ordem das coisas – As origens biológicas dos sentimentos e da cultura”, lançado no Brasil pela Editora Companhia Das Letras, com tradução de Laura Teixeira Motta), explica António Damásio:

– Em circunstâncias comuns, os sentimentos comunicam à mente, sem o uso de palavras, se a direção do processo da vida é boa ou má, em qualquer momento, no respectivo corpo. Ao fazerem isso, eles naturalmente qualificam o processo da vida como conducente ou não ao bem-estar e à prosperidade. (…) Sentimentos são experiências subjetivas do estado da vida. (…) Os sentimentos nos dizem o que precisamos saber. (…) A experiência sentida é um processo de avaliar a vida relativamente às suas perspectivas.

Termino esta série de mensagens repetindo o meu convencimento de que a mente humana controla as vivências subjetivas de todas as nossas experiências emocionais. Nesse sentido, de acordo com a doutora Michele Müller [que é pesquisadora, com especialidade em Neurociências e Neuropsicologia Educacional], “o cérebro humano é projetado para aprender e mudar com aprendizagem, mudar e aprender com a mudança”.

Espero você no nosso próximo encontro.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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26 respostas para (336) Sentindo como devemos entender as necessidades de mudanças em nossas vidas. (Parte Final da 332)

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