(508) Sentindo a velhice, com a passagem do tempo em nossas vidas.

Nem a juventude sabe o que pode, nem a velhice pode o que sabe

São palavras do escritor português, José Saramago (1922-2010) que foi laureado com o Nobel de Literatura de 1998 e em 1995 com o Prêmio Camões, da língua portuguesa. Depois de sucessivas leituras fiquei pensativo e maravilhado com a subjetividade temporal desses dois extremos da existência humana. Realmente na juventude os nossos horizontes de desejos, de conquistas, de possibilidades de realizações, são aparentemente de uma amplitude imensurável. Ao contrário, na velhice temos mais consciência das nossas limitações. Mas Saramago, em termos de saber o que podemos compara, em sentidos opostos, esses dois extremos das nossas vivências. No meu caso nunca me senti com a minha idade, o que é diferente de reconhecer o que posso ou deixei de poder realizar.

O que motivou este nosso encontro foi esta explicação da doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Monica Aiub, sobre “A velhice e o tempo”, publicado na edição 177 da Revista Humanitas, da Editora Escala:

– “Nós nos sentimos envelhecidos ao notarmos que o mundo em que nascemos e crescemos não existe mais como era; as relações não se dão da maneira como aprendemos; o trabalho que sabíamos fazer não tem mais utilidade; não temos o mesmo corpo e a mesma memória.”

Vejam que Monica não mensurou a velhice pelos nossos anos já vividos, mas pelas mudanças das nossas realidades de interações existenciais, com seus consequentes efeitos produzidos em nós. Gostei desta sua conclusão:

– “Definir ‘velhice’ é algo complexo. Além das variações históricas e culturais do termo no decorrer dos séculos, há múltiplas dimensões a partir das quais ele pode ser pensado. Um fenômeno natural? Sim, mas poderíamos dizer também biológico, psicológico, emocional, social, cultural, econômico…”

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(507) Sentindo o escutar da nossa “voz interior”.

Que tudo se apresente diferente do que você desejaria não quer dizer que tudo deva ser desagradável à sua alma, porque, olhando bem, não tem nada de muito errado acontecendo, muito pelo contrário até. Aproveite.

O momento expressivo continua, mas com menos força do que nos dias anteriores, o que significa na prática, que sua alma vai precisar tomar um pouco de distância das pessoas e ficar à sós para fazer as devidas reflexões.

São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, em duas previsões do seu horóscopo divulgado hoje, dia 05/04/2025, que foi iniciado com esta introdução:

– “A voz interior.
Todos os ingredientes da natureza cumprem uma função e são interdependentes entre si, compondo esse conjunto maravilho que é o planeta Terra, e ainda que em nosso egoísmo mesquinho pretendamos nadar contra essa corrente, estabelecendo hierarquias artificiais, nada que contrarie o funcionamento do Universo permanece nesse estado para sempre, as contrariedades artificiais que inventamos têm data de vencimento.
Que seja difícil reconhecermos nosso papel relativo no funcionamento do Universo e do planeta Terra não nos exime de fazer essa busca e de nos consagrarmos a existir para algo mais do que satisfazer caprichos. A própria busca nos redime, responder, dentro de nosso alcance, ao chamado sutil, porém vigoroso, que vem de dentro, uma voz conhecida e familiar que nos estimula a sermos melhores.”

Nesta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior, ao terminar os nossos encontros anteriores sempre recomendei – “Pensem nisso”. Pela primeira vez será diferente, vou apenas pedir a sua atenção para esta minha conclusão:

1. As duas previsões de Quiroga, que de certa forma se complementam, devem ser por nós entendidas como sendo uma espécie de “fontes de estímulos” para nossas sensoriais percepções de “autoconhecimento”. Isto porque só nos cabe reconhecer, ou não, se aplicam às nossas subjetivas realidades interiores.

2. Quanto à introdução do horóscopo de Quiroga também não vou comentar, mas apenas pedir a sua atenção para essa “voz interior” que, como acredito, nos guia e nos protege.

Termino este nosso encontro, com este “sentir” de Clarice Lispector:

“Minha voz é o modo como vou buscar a realidade; a realidade, antes de minha linguagem, existe como um pensamento que não se pensa, mas por fatalidade fui e sou impelida a precisar saber o que o pensamento pensa. A realidade antecede a voz que a procura, mas como a terra antecede a árvore, mas como o mundo antecede o homem, mas como o mar antecede a visão do mar, a vida antecede o amor, a matéria do corpo antecede o corpo, e por sua vez a linguagem um dia terá antecedido a posse do silêncio.”

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(506) Sentindo o exemplo de Pedro Bloch sentir a vida.

“Em nossas convivências, sejam de que natureza forem, também revelam para nós significados subjetivos das nossas interações existenciais, permitindo-nos reciprocamente conhecer e avaliar todos nós.

São minhas palavras que vieram à mente logo após a leitura da entrevista com o médico, poeta e dramaturgo, Pedro Bloch (1914-2004), feita por Clarice Lispector em maio do ano 1969. Nela ele declarou este seu “sentir” – “Gosto até de quem não gosta de mim”. Um exemplo de ser humano que me proporcionou uma inesquecível admiração pessoal. Para este nosso encontro, selecionei apenas estas partes:

Clarice: Você é um grande médico, teatrólogo famoso: falta-lhe alguma coisa para sentir o homem completo que na verdade você é?
Pedro Bloch: “Não sei se sou grande médico. Sou teatrólogo famoso porque a estatística o afirma. Mas não sendo grande em nada, ajo como se fosse. Quando atendo a um paciente, procuro ser o melhor que posso. Quando escrevo uma peça, acredito que estou fazendo a coisa mais importante do mundo. Completo, não. Completo lembra realizado. Realizado é acabado. Acabado é o que não se renova a cada instante da vida e do mundo. Eu vivo me completando nos outros, mas falta um bocado.”

Clarice: Pedro, você me parece expansivo, espontâneo. E, no entanto, é um homem também reservado, voltado para dentro de si, no sentido em que você dá aos outros e pouco pede para si. Como é de verdade?
Pedro Bloch: Fiz, uma vez, uma receita de viver que acho que me revela. Viver é expandir, é iluminar. Viver é derrubar barreiras entre os homens e o mundo. Compreender. Saber que, muitas vezes, nossa jaula somos nós mesmos, que vivemos polindo as grades em vez de libertar-nos. Procuro descobrir nos outros sua dimensão universal e única. Não podemos viver permanentemente grandes momentos, mas podemos cultivar sua expectativa. A gente só é o que faz aos outros. Somos consequência dessa ação. Talvez a coisa mais importante da vida seja não vencer na vida. Não se realizar. O homem deve viver se realizando. O realizado botou ponto final. Tenho um profundo respeito humano. Um enorme respeito à vida. Acredito nos homens. Até nos vigaristas. Procuro desenvolver um sentido de identificação com o resto da humanidade. Não nado em piscina se tenho mar. Gosto de gostar. Todo mundo é perfeito até prova em contrário. Gosto de fazer. Não fazer me deixa extenuado. Acredito mais na verdade que na bondade. Acho que a verdade é a quintessência da bondade, a bondade a longo prazo. Tenho defeitos, mas procuro esquecê-los a meu modo. “Saber olvidar lo malo também también es tener memoria” [Frase do poema épico argentino Martin Fierro, de José Hernández, do século XIX].

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. As partes da entrevista com Pedro Bloch foram reproduzidas do livro “Clarice Lispector – entrevista grandes personalidades”, com organização e notas de Claire Williams e tradução da introdução feita por Clóvis Marques, publicação da Editora Rocco, que recomendo para todos como leitura leitura obrigatória.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(505) Sentindo a sensação de Plenitude Divina, em nossos “estados de graça”.

O senhor já se sentiu alguma vez em estado de graça? Eu, humildemente, já senti mais de uma vez. Morro de saudade de sentir de novo, mas tanto já me foi dado que não exijo mais.”

São palavras de Clarice Lispector (1920-1977) em uma das suas perguntas feitas ao pensador Alceu Amoroso Lima (1893-1983) que, em vida, foi membro da Academia Brasileira de Letras e usou o pseudônimo Tristão de Ataíde quando se tornou crítico em “O Jornal”. Um exemplo de ser humano religioso, que na sua época sempre foi muito antenado com as realidades do nosso país. Talvez tenha sido por isso que foi merecedor dos seus cem anos de vida. Ele respondeu:

– “Cada momento de despreocupação total em relação às coisas humanas é, para mim, um estado de graça. Sinto-o como a presença de Deus, que é sempre inefável e intraduzível, como o Silêncio. Por isso mesmo há dias cheios de graça. E semanas vazias dela. Nunca de tudo, sem dúvida, o essencial é ter sempre as janelas abertas à chegada da Graça, que é sempre imprevista e representa a Inspiração sobrenatural para todos, como esta, no plano da vida natural, é a graça para os poetas ou para os nossos momentos de poesia.”

A escolha de Alceu para enriquecer esta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior, foi motivada pelo seu profundo sentimento de “”. Vejam mais esta sua resposta, ao ser perguntado por Clarice “se acha que só a prática da religião bastaria para resolver os problemas de reivindicações dos jovens”. Alceu, respondeu:

– “Não. Não se pode dissociar, na vida individual como na vida social, a vida religiosa, propriamente dita, da vida doméstica, cultural, econômica e política. Nem mesmo pode haver uma vida religiosa sadia em que as vidas política e econômica, cultural e doméstica não estejam organizadas racionalmente”.

Sobre o nosso “livre-arbítrio”, Clarice perguntou: – “Se somos produtos da criação divina, e por ele controlados, em que consistiria o livre-arbítrio do homem?” Alceu respondeu:

– “A grandeza do homem está precisamente em ser o único animal que tem o dom de negar a Deus. E, portanto, o mérito de o reconhecer livremente. E o adorar”.

Não vou comentar as manifestações desses sentimentos de Alceu Amoroso Lima, que são de uma objetividade cristalina; mas vou dividir com vocês estas imagens de um outro exemplo de “estado de graça”, com esta interpretação da cantora “Fafá de Belém”:

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. As partes da entrevista com Alceu Amoroso Lima, foram reproduzidas do livro “Clarice Lispector – entrevista grandes personalidades, com organização e notas de Claire Williams e tradução da introdução feita por Clóvis Marques, publicação da Editora Rocco, que recomendo para todos como leitura leitura obrigatória.
4. Fafá de Belém cantando Nossa Senhora, vídeo reproduzido do YouTube.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(504) Sentindo um belo exemplo de como transmitir as nossas realidades interiores.

Como é que você define Maysa? Uma pessoa essencialmente boa de coração, bastante insegura, mas já a caminho do encontro. Nunca fiz meu autorretrato. Você já foi analisada? Comecei por três vezes, mas descobri que estava em mim mesma a resposta.

Essas perguntas foram feitas para a cantora Maysa Matarazzo (1936-1977), em entrevista concedida a Clarice Lispector em 27/09/1969, publicada na edição 910 da Revista Manchete. Na década de 1950 ela recebeu vários prêmios e foi a primeira cantora brasileira a se apresentar no Japão. Pergunto para meus seguidores:

– Alguns de vocês teriam dificuldade para responder a primeira pergunta feita para Maysa?

Como acredito que muitas das suas respostas seriam de natureza muito subjetiva, por serem essencialmente pessoal.

Agora vejam que interessante:

Em um dos nossos encontros anteriores (mensagem 501), pela primeira vez fiz referência a Thomas Goschke, cientista cognitivo e doutor em psicologia da Universidade Técnica de Desdren, na Alemanha, para conhecer o seu entendimento sobre as nossas “percepções intuitivas”. Em entrevista concedida ao psicólogo e jornalista Steve Ayan, ele respondeu esta pergunta: Quando se deve confiar na “intuição”, quando é melhor que se dê preferência à análise lógica dos fatos?: – “Isso, é claro, não é possível para responder assim, de forma generalizada. A intuição se baseia no saber advindo da experiência, tanto faz se adquirido no âmbito de um experimento ou em anos de treinamento. Pense num enxadrista profissional, que numa fração de segundo faz a jogada correta, ou no bombeiro que pressente intuitivamente onde está o foco do incêndio. Em geral, sem o saber específico correspondente, também a intuição falha.”

Na entrevista do início deste nosso encontro, Clarice Lispector também perguntou para Maysa: – “De onde vem essa insegurança que você diz ter? Maysa respondeu:

– “Talvez da brusca mudança no tempo desde que eu nasci até hoje. Houve tantos tabus que hoje não existem mais, e isso criou essa insegurança. Quanto a tudo. Como, por exemplo, conviver com as demais pessoas fora do meu círculo de família. Mas não tenho nenhuma insegurança artística. Inclusive acredito que eu esteja numa fase muito boa de busca.”

Termino este nosso encontro, com este ensinamento de Fritz Perls (1893-1970), um dos fundadores da Gestalt-terapia:

– “A nossa sensação pessoal de realidade é criada pela nossa percepção; pela maneira como enxergamos as nossas experiências, e não pelos eventos em si.”

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. A parte da entrevista com a cantora Maysa, foi reproduzida do livro “Clarice Lispector – entrevista grandes personalidades, com organização e notas de Claire Williams e tradução da introdução por Clóvis Marques, publicação da Editora Rocco.
4. A entrevista de Goschke concedida ao psicólogo e jornalista Steve Ayan foi publicada na Edição Especial 54, Ano XI, da Revista mente cérebro, da Scientific American.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(503) Sentindo a subjetividade dos “anseios” em nossas vidas.

1. “Se fôssemos eternos, poderíamos satisfazer todos os anseios, porém, ainda que tenhamos limites específicos de tempo durante a existência, a alma parece não se importar com isso, e funciona como se fosse eterna.

2. “Quanta coisa você já superou e quanta mais ainda superará durante a breve existência. Dá a sensação de ter vivido muitas vidas numa vida só, e ainda se desenham perspectivas de muitas outras a ser vividas.

São duas previsões do astrólogo Oscar Quiroga no seu horóscopo divulgado hoje, dia 29/03/2025. Pelo fluir existencial da minha vida, foram poucas pessoas que encontrei declarando em termos de realizações, não se preocuparem com o “futuro”, e mais com o “presente”. Já pensei muito a respeito dessa subjetividade temporal, mas ainda não sei explicar essa prevalência comportamental. É claro que tudo que desejamos está principalmente relacionado com uma nossa plenitude de satisfação de realizações.
Dentre outros sentires, vejam o que já falaram sobre os “anseios humanos”: Mahatma Gandhi: “Oração não é pedir. É um anseio da alma. É uma admissão diária das próprias fraquezas. É melhor na oração ter um coração sem palavras do que palavras sem um coração.” , Clarice Lispector: “Sou o abismo perdido entre o não-ser e a escuridão. Sou o desejo e alma, correndo nua na meia-noite esquecida, procurando aquilo que não é, mas pode vir a ser; o verdadeiro anseio, a paixão.” e “Ela era muito satisfatona: tinha tudo o que seu pouco anseio lhe dava. E havia nela um desafio que se resumia em: ‘ninguém manda em mim.'” ; Mario Quintana: “Repara como o poeta humaniza as coisas: dá hesitação às folhas, anseios ao vento. Talvez seja assim que Deus dá alma aos homens.”.

Sobre a segunda manifestação de Clarice, na minha avaliação o mais importante foi ela ter externado para todos, o seu interior “sentimento de liberdade”.
Voltamos para a primeira previsão astrológica de Quiroga:

– “Se fôssemos eternos, poderíamos satisfazer todos os anseios, porém, ainda que tenhamos limites específicos de tempo durante a existência, a alma parece não se importar com isso, e funciona como se fosse eterna.

Fiquei maravilhado com essa sua interessante condicionante de satisfação dos nossos “anseios” à nossa imaginária percepção de “eternidade”, mais ainda com o seu entendimento no sentido de que “a nossa alma funciona como se fosse eterna”. Concordo plenamente. Agora vejam o alcance subjetivo da sua segunda previsão astrológica:

Quanta coisa você já superou e quanta mais ainda superará durante a breve existência. Dá a sensação de ter vivido muitas vidas numa vida só, e ainda se desenham perspectivas de muitas outras a ser vividas.

Também considero fantástica essa associação da nossa “breve existência”, com a subjetividade, e para nós, infinita “sensação temporal” relacionada a outra subjetiva perpetuação de alcance dos nossas necessidades de “anseios”.
Infelizmente em muitas situações de anseios, sejam de que natureza forem, sinto-me mais pessimista do que otimista. Mas não me preocupo muito com esse meu subjetivo “estado de alma”, porque muito cedo aprendi respeitar os ‘mosaicos subjetivos’ das imprevisibilidades’ que, diante das incertezas, subjetivamente se apresentam para todos nós. No meu caso, valorizo muito as possibilidades de conquistas dos meus “anseios”.

Pensem nisso.

Dedico esta mensagem para as minhas filhas e netos, que me ensinam acreditar mais nos meus anseios.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(502) Sentindo a origem subjetiva de muitas das nossas inspirações.

Inspiração é apenas o momento da síntese

São palavras do Escultor Bruno Giorgi (1905-1993). Selecione de uma coletânea de 83 (oitenta e três) personalidades entrevistadas por Clarice Lispector, publicação da Editora Rocco, organizada por Claire Williams e introdução traduzida por Clóvis Marques. Recomendo a leitura.
Clarice inicia com esta sua declaração: – “Gosto de pedir entrevista: sou curiosa. Detesto dar entrevistas: me deformam.”

As palavras de Bruno Giorgi aparecem em sua resposta a esta pergunta de Clarice Lispector:

– “Em você, como se processa a inspiração? Bruno Giorgi responde: – “Não acredito em inspiração. Inspiração, como dizia Matisse, se não me engano, são dez anos de análise e dez minutos de síntese. A esses dez minutos de síntese os outros chamam de inspiração.”

Antes das minhas considerações sobre a subjetividade desse tema, vejam algumas declarações sobre inspiração:

Picasso: “A inspiração existe, mas ela deve encontrá-lo trabalhando.” , Cícero: “Homem algum jamais foi grande sem um toque de inspiração divina.” Fernando Pessoa: “A inspiração poética é um delírio equilibrado (mas sempre «um delírio»).” , Robert Louis Stevenson<: “Guarde seus medos para você mesmo, mas partilhe sua inspiração com todos.” , Jon Stewart: “As insônias são a minha maior inspiração.” , Federico Fellini: “Um filme toma forma fora da sua vontade como um construtor; todas as informações vêm através de uma verdadeira inspiração.” , Felix Timmermans: “Arte é inspiração bem expressa.” e Mario Quintana: “Viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a nossa inspiração maior. É buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz!”.

Todos nós sabemos que uma inspiração pode nos surpreender por uma motivação de origem externa. Defino a maioria das minhas, como sendo um subjetivo e intuitivo escutar do meu “EU” interior. Uma espécie de “chamado silencioso” que em mim se manifesta naturalmente, mas nem sempre vem antecedido por uma aparente espécie de preocupação, seja de que natureza for. Aliás, tem sido assim na elaboração das mensagens desta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior. Aliás, muitas vezes esse meu “escutar interior” tem sido por mim sensorialmente recebido como sendo uma “intuição”. Na minha avaliação, ao que me parece Bruno Giorgi respondeu a pergunta de Clarice Lispector querendo nos transmitir que as inspirações nunca surgem totalmente definidas, prontas, elaboradas, mas sim como sendo para nós uma espécie de caminho a ser por nós trabalhado de um lampejo que nos ajude transmitir o que desejamos entender para nós mesmos. Pergunto para você: Como são as suas inspirações? Pensem nisso.

Termino este nosso encontro, com este sentir de Clarice Lispector:

– “Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso. Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor.”

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(501) Sentindo as nossas intuições, com essência de espiritualidade.

A ciência não é só compatível com a espiritualidade; é uma profunda fonte de espiritualidade.

São palavras do cientista, astrônomo, e astrofísico, Carl Sagan (1934-1996), que escolhi para enriquecer a nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior. A nossa “percepção intuitiva” muitas vezes nos surpreende, esclarecendo-nos em momentos difíceis de fragilidades e de indecisões. Para o cientista cognitivo e doutor em psicologia da Universidade Técnica de Dresden, na Alemanha, Thomas Goschke, “intuição também é a capacidade fascinante que nos permite reunir informações aparentemente desconexas e usá-las para compreender determinada situação ou obter uma resposta complexa”.

No nosso histórico encontro anterior manifestei o meu entendimento pessoal de que todos nós somos assistidos por uma “Dimensão Superior de Transcendência Espiritual” que, subjetivamente, em determinadas situações de imprevisibilidades nos protege, e nos guia em todos os sentidos, mas sempre dando-nos liberdades de escolhas, de escutar, funcionando em nós como sendo uma espécie de “chamado interior”. No Brasil, ensina o médico e psicoterapeuta junguiano Carlos São Paulo, fundador do Instituto Junguiano da Bahia:

– “Jung chamou de funções psíquicas irracionais aquelas que nos fazem perceber o mundo além da lógica e da razão. Há dois grandes grupos nessa categoria: sensação e intuição. O primeiro atende bem a “organização vertical” e percebe o mundo por meio dos cinco sentidos. É uma sensação determinada sobretudo pelo objeto. Para os que estão nesse grupo, “nada existe além do concreto e do real; considerações sobre ou além disso são aceitas apenas enquanto fortalecem a sensação”. Os intuitivos absorvem os fenômenos que presenciam de forma subliminar à consciência e só vai perceber que está se orientando de modo acertado, sem ter consciência das etapas, quando finalmente tem seu momento de intuição. Por ter a função sensação subliminar à consciência eles sentem a tarefa desagradável por estarem focando no resultado final e sofrem com isso. (…) O intuitivo é um tipo de sujeito que se mantém na expectativa do que virá. A possibilidade é o que o alimenta e o seu combustível é imaginar o que se lhe oculta. Por isso tal tipo não suporta a rotina. O simbolismo é o que prevalece, e não a observação.”

PERGUNTO:

– Existe em nós uma essência de sentimentos transcendentes de espiritualidade superior que, em determinadas situações do nosso viver, por uma “percepção intuitiva” pode se manifestar em nós?

Essa pergunta veio-me à mente depois de ler estas considerações do neurocientista António Damásio, no seu livro “Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos”, publicação da Editora Companhia das Letras:

– É hora de tocar na questão delicada que diz respeito a “localizar” o espiritual dentro do organismo humano. Não creio que haja um centro cerebral para a espiritualidade, no sentido frenológico do termo. Mas creio que podemos compreender como um estado espiritual ocorre, em termos neurobiológicos. Visto que o espiritual é uma espécie de sentimento, imagino que depende das estruturas e operações descritas no capítulo 3, em especial da rede de regiões somatossensitivas do cérebro. O espiritual é um estado particular do organismo, uma combinação delicada de certas configurações corporais e de certas configurações mentais. Manter tais estados depende apenas da riqueza do nosso pensamento, com relação à condição do self e à condição do nosso pensamento, com relação à condição do self e à condição do self dos outros, no que respeita ao passado e ao futuro, no que respeita às ideias concretas e abstratas da nossa própria natureza.

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(500) Sentindo a importância histórica deste encontro.

Hoje é um marco temporal histórico, nesta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior. Chegamos a quinhentos encontros, o que nunca imaginei alcançar.

O meu maior aprendizado foi ter, definitivamente, consolidado o reconhecimento de que todos nós somos assistidos por uma Dimensão Superior de Transcendência Espiritual, que podemos ser despertos para um reconhecimento interior não apenas de necessidades de descobertas de interiorização mas, principalmente, para uma missão de humanista ajuda ao próximo.

Ao transmitir para meus seguidores estas palavras, com muita humildade sinto-me no dever de externar que estou sendo muito beneficiado com esta missão. Se fosse transmitir através de um livro a história deste portal, para mim o momento mais marcante, mais emocionante, foi este comentário recebido de uma pessoa que não conheço:

– “Edson, só quem se deixa tocar profundamente é que se auto-sensibiliza. Ou seja, consegue um interagir emocional com o mundo e, consequentemente exercita uma alma abrangente. Você alcançou esse estágio de existência.

Estava definitivamente selada a minha missão de poder ajudar. Ao chegar ao número de quinhentas mensagens postadas, agradeço todos os nossos encontros.

Notas:
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(499)Sentindo a possibilidade de evitarmos “emoções negativas”.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.

São palavras de Clarice Lispector (1920-1977), eternamente presente em nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior. Propositalmente estou realizando este nosso encontro sobre “emoções”, próximo destes dois anteriores (mensagens 498 e 495), para nos ajudar vivenciar os nossos “estados emocionais”. Todos nós sabemos como é o nosso de “sentir uma emoção”, mas pouco sobre como evitá-los quando podem nos causar consequências indesejadas. Ehan Kross, diretor do Laboratório de Emoções e Autocontrole da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, há mais de duas décadas estuda as manifestações emocionais. Em suas pesquisas, já examinou a vida emocional de mais de onze mil pessoas. Pela limitação de espaço, vou resumir as suas informações que, na minha avaliação, merecem nossa atenção:

1. As emoções podem ser “avassaladoras”, “complicadas” ou “silenciosas”. Nós vivenciamos pelo menos uma emoção em 90% (noventa por cento) do nosso tempo.

2. As emoções [inclusive as negativas] podem ser trabalhadas ao nosso favor, mas nem sempre esse nosso controle é possível. No seu livro Shift: Managing Your Emotions – So They Don’t Manage You (Em tradução livre: “Mudança: Gerencie suas emoções, para que elas não gerencie você”), Kross apresenta um modelo para enfrentarmos os desafios emocionais.

3. As vezes é melhor não escolher entre abordar ou evitar, mas oscilar entre as duas coisas intensionalmente, para tentar evitar algumas “emoções negativas” Isto porque a “evitação” pode permitir que a intensidade de uma experiência negativa diminua, abrindo uma distância que nos ajuda a ver a experiência de uma perspectiva mais ampla.

Em síntese, esta é a conclusão do psicólogo e pesquisador Ethan Kross (adaptada com minhas palavras):

– Esquivar-se de emoções negativas pode ser bom. Em suas pesquisas ele concluiu que algumas das ferramentas “mais fáceis” é “falar com sigo mesmo. Explica: Quando usamos a palavra “você”, é quase exclusivamente para nos referirmos a outras pessoas. Quando usamos a expressão “com sigo mesmo”, também pode ser uma maneira poderosa de regular as emoções negativas. Exemplo: Em vez de dizer “estou estressado”, o que pode fazer seu coração disparar, diga a só mesmo “Você está estressado”, referindo-se ao seu sentir. Isso coloca você no papel de “outra pessoa” e pode ajudar a sentir mais compaixão e empatia com você mesmo e seu momento. Esse deslocamento linguístico meio estranho e aparentemente mínimo, faz muita diferença,

COMPLEMENTO:

Gosto desta síntese da psicóloga Fabiana Thiele Escudero, coordenadora adjunta no curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sobre a importância da regulação emocional, na área de gestão de empresa: – “James Gross, psicólogo que dedica a carreira a estudar o tema, afirma que a regulação emocional é o ato de tentar controlar, automática ou intencionalmente, qual emoção sentimos e como expressamos o que estamos sentindo.”

Com relação às pesquisas do psicólogo Ethan Kross, na condição de leigo entendo que todos nós podemos nos beneficiar quando em determinadas situações, diante de um possível envolvimento em experiência de “ambientação emocional”, antecipadamente devemos dizer para nós mesmos que “não vou me emocionar”. Chamo esse comportamento de -“autocontrole emocional antecipado”.

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. A reportagem sobre as pesquisas do psicólogo Ethan Kross foi publicada no The New York Times, e divulgada na edição de domingo, 9 de março de 2025, do jornal O Estado de São Paulo, com tradução de Renatu Prelorentzou. A citação da psicóloga Fabiana Thiele Escudero, foi publicada na Edição 143 da Revista Humanitas, da Editora Escala.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

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