(560) Sentindo a singularidade das nossas realidades.

A realidade é meramente uma ilusão apesar de ser uma ilusão muito persistente.”

São palavras do físico alemão Albert Einstein (1879-1955), em Reality is merely an illusion, although a very persistent one. Nesta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior, gosto de criar as minhas definições. Para mim “realidade” é tudo como se mostra para nós e, portando, como para nós definimos.

Resumindo: Somos nós que criamos muitas das nossas “realidades”, definindo seus significados por meio das nossas percepções interiores. Alias tem sido assim que, com o meu “sentir”, faço incursões subjetivas voltadas para as minhas necessidades de “autoconhecimento”. Na Psicologia, ensina o psiquiatra e picoterapeuta Fritz Perls (1893-1970), um dos criadores da Gestalt-terapia:

– “A nossa sensação pessoal de realidade é criada pela nossa percepção; pela maneira como enxergamos as nossas experiências, e não pelos eventos em si.

Certo é que todos nós temos noção do que devemos entender por “realidade”. Vejam, dentre outros, o que já disseram sobre as “realidades”:

O psicólogo estadunidense Carl Rogers (1902-1987), no seu livro “Tornar-se Pessoa”: “Quanto mais aberto estou às realidades em mim e nos outros, menos me vejo procurando, a todo o custo, remediar as coisas.” , Gaston Bachelard: “Imaginar é subir um tom na realidade.” , Paulo Coelho: “Nossos verdadeiros desejos sempre se transformam em realidade.” , Fernando Pessoa: “Sou um homem para quem o mundo exterior é uma realidade interior.” e “É preciso ser um realista para descobrir a realidade. É preciso ser um romântico para criá-la.” , Eduardo Galeano: “A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhece-la.” , Raul Seixas: “Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade.” , Rousseau: “O mundo da realidade tem seus limites. O mundo da imaginação não tem fronteiras” , Walt Disney: “Os sonhos existem para tornar-se realidade.” , Clarice Lispector: “A realidade é inacreditável.” e Aristóteles: “A única verdade é a realidade.”

O que motivou este nosso encontro foram estas considerações de Ana Suy Sesarino Kuss, que possui doutorado em Pesquisa e Clínica em Psicanálise, é mestra em Psicologia com especialidade em Psicologia Clínica -Abordagem Psicanalítica (numerei):

1. Nossa realidade compartilhada, por vezes, é dividida apenas no campo da palavra, uma vez que nunca compartilhamos com alguém exatamente da mesma experiência. O inconsciente de cada um se atravessa fundando cada realidade, e talvez possamos dizer que cada um vive em uma realidade diferente da realidade do outro, ainda que possamos encontrar certas coisas em comum.

2. A realidade de cada um de nós é confeccionada da nossa história, dos nossos genes, da nossa forma de habitar nosso corpo, da história dos nossos antepassados… e isso não se replica. Por mais que tenhamos irmãos nascidos em uma mesma família, ainda que sejam gêmeos, cada um terá experiências diferentes na relação com a sua existência e com o modo como o mundo recebeu cada um.

3. Paradoxalmente, ao considerarmos que o outro é radicalmente diferente de nós em certo modo vive em outra realidade, acabamos por nos aproximar dele. Isso porque esse abismo entre um e outro insere algo que considero muito caro, excessivamente dito e pouco exercitado: o respeito pela diferença.”

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. As considerações da doutora Ana Suy Sesarino Kuss, foram reproduzidas da sua abordagem “Os outros que vivem em nós”, publicada na edição 163 da Revista Humanitas, da Editora Escala.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(559) Sentindo o Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis.

Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.”

São palavras de São Francisco de Assis. Conhecer a sua história de vida sempre me emociona, envolvendo-me em um profundo estado de “êxtase espiritual”. Há registros de que ele se considerava “mensageiro de um mandato divino”.

O que motivou este nosso encontro foi uma das folhinhas que, diariamente, destacamos do calendário “Coração de Jesus – Abençoai este lar”, que me foi presenteado no início deste ano. Na do dia 22 deste mês de junho, gostei das palavras do Frei Vitorio Mazzuco, de Itatiba, no Estado de São Paulo, sobre os “800 anos desse Cântico. Em italiano ficou conhecido por “Cantico delle creature”, em latim por “Laudes Creaturarum”, e também por “Cântico do Irmão Sol”. Vejam que maravilha de explicação do Frei Vitorio:

– “O Cântico das Criaturas é espelho das condições de vida. Nascer, morrer, reviver, estar em harmonia; semear paz e perdão em meio a tensões que nos cercam. Um espelho de sentidos que se comunica através do simbólico, do visível, do belo e do bom. Ele nos devolve o paraíso que perdemos ou que vamos aos poucos destruindo. O corpo da existência é visto com os olhos do espírito para se ter uma reverente imagem do mundo. Uma das características do Cântico é o feminino e o masculino como sinais de unidade e totalidade psíquica do humano e sua forte identidade. São Francisco de Assis canta o Irmão Sol, a Irmã Lua, o Irmão fogo e a Irmã água, a senhora Mãe e Irmã terra. Faz a comunhão como céu e a comunhão fraterna com os seres da terra e tudo integra.”

Se você também gostou dessa interpretação, faça da sua vida um espelho das imagens de como você se sente ser para si mesmo, e para todos.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. Oração de São Francisco de Assis, vídeo reproduzido do YouTube.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(558) Sentindo ao seu alcance, condições para uma mudança existencial e espiritual.

Maravilha, sinto-me realizado. Depois da repercussão do nosso encontro de ontem, a pedido trago mais esses ensinamentos da percepção espiritual do filósofo Mark Nepo, iniciando com este seu “sentir”:

– “Todo ato de amor está dentro de nós como uma semente, mas cada um deles precisa da chuva e do calor da experiência para alcançar a sua expressão plena no mundo.”

Por analogia, são esses exemplos de composições de dualidades que também se aplicam a todos nós através das nossas subjetivas percepções sensoriais de inteirações interiores e exteriores. Como entendo, nós fazemos partes de uma unidade Universal e Espiritual que se manifesta em nós, mesclada nos nossos “jeitos de ser” e, principalmente, de “acreditar”. Gosto desta preciosa conclusão de Mark Nepo:

– “Não há como fugir do fato fundamental de que precisamos interagir com tudo para que possamos manifestar a completude com a qual nascemos.”

Em seguida, ele comenta:

– Às vezes, batemos; em outras, apanhamos. O atrito da vida é doloroso, até mesmo devastador, mas a fricção pode ser libertadora. Em geral, por medo, evitamos o toque da vida, como se tal vontade nos protegesse, de alguma coisa, do desgaste da existência. Mas não tocar em nada evita que o nosso fósforo se acenda. A diferença entre um palito de fósforo e o espírito dormente que carregamos é que a nossa luz pode ser acesa mais de uma vez. Na verdade, quanto mais nos apoiamos na vida, mais conseguimos interagir autenticamente com o mundo, e, assim, mais acesa se mantém a nossa chama. Ninguém sabe como isso funciona, mas sabe que funciona – todas as tradições espirituais o afirmam. Nosso encontro honesto com a experiência é a chave para descobrirmos a nossa luz.” (…) “Culturas inteiras se apoiam em uma maneira ou em outra. Por exemplo: as estátuas orientais de Buda são representadas com os olhos fechados, implicando uma harmonia com o mundo interior, já as estátuas ocidentais da Grécia e da Roma antigas o representam com os olhos abertos, implicando uma harmonia com o mundo exterior. Mas, para viver uma vida desperta e misericordiosa, precisamos de ambos. A nossa rotina constitui um terreno para a prática da integração da nossa atenção interior e exterior.”

Termino este nosso encontro, complementando com este meu “sentir”:

– Faça, silenciosamente, suas buscas de “autoconhecimento”, também com a finalidade de um seu alcance “existencial” e “espiritual” de manifesta integração humanista com as realidades dos seus semelhantes, mas sempre respeitando as suas opções de escolhas. Ensina Mark Nepo:

– “O despertar não é um objetivo, mas uma canção que o coração segue entoando, assim como os pássaros cantam ao primeiro raiar do dia.”

Pensem nisso.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3. Este nosso encontro foi enriquecido com a leitura do livro de Mark Nepo, “A Prática Infinita – uma trajetória através da Alma”, publicação da Editora LeYa, com tradução de Natalie Gerhardt. Recomendo.

Muita paz e harmonia espiritual para todos vocês.

(557) Sentindo a sabedoria de pedir, e receber o que não pedimos.

Aprender a pedir aquilo de que precisamos, apenas para praticar a aceitação do que recebemos.
Essa é a nossa jornada na Terra
.”

São palavras que encontrei na estrofe de um dos poemas do filósofo Mark Nepo, lendo e relendo várias vezes o seu belo e proveitoso livro, “A Prática Infinita – uma jornada através da alma”, publicação da Editora LeYa, com tradução de Natalie Gerhardt.
Mark é um ser humano excepcional que vem, a todo instante, construindo a sua trajetória espiritual, o que certamente muito lhe ajudou na cura de dois tipos de câncer. A minha escolha para este nosso encontro foi proposital e motivada pela subjetividade desse seu aconselhamento. Procurem descobrir os significados das suas avaliações, porque elas serão individualizadas e, portanto, só lhes pertencem. Para lhes ajudar em suas buscas de “autoconhecimento” – uma trajetória de transformações interiores, vejam estas suas explicações (numerei):

1. São duas práticas perenes que nos deixam alinhados com a Unidade da Vida. Em um primeiro momento, elas parecem ser contraditórias, mas são dois lados de um mesmo paradoxo. Juntas, nos levam pelo caminho de sermos chamados a dizer sim, pelo qual voltamos a nos encontrar com a vida, em vez de nos escondermos dela, a receber a verdade em vez de inventá-la, e a nos juntar a outra vida, em vez de afastar tudo aquilo que nós é diferente.

2. Embora nem sempre consigamos aquilo de que precisamos, a recompensa por pedir nos permite ser quem somos. E a recompensa por aceitar aquilo que recebemos é que podemos participar do Universo vivo.

3. Pedir aquilo de que precisamos é praticar estar presente e visível e permitir que nos tornemos íntimos com a nossa própria natureza.

4. Aceitar o que recebemos é uma prática de estar presente em tudo além de nós, o que permite que nos tornemos íntimos da natureza da vida. Como uma maneira de ser, dizer sim é uma dança constante de intimidade entre a sua própria natureza e a natureza da vida.

5. Quando pedimos aquilo de que precisamos e aceitamos o que recebemos, alimentamos o fogo da nossa alma, que reluz no instante em que a nossa vida é acesa.

Há muito estou convencido de que tudo que recebemos é muito, resultado do nosso merecimento nesta dimensão de vida.
Esta não é a sua primeira participação de Mark nesta nossa caminhada de necessidades de melhorias e de evolução em todos os sentidos da nossa permanência neste nosso Planeta TERRA. Para você conhecer as anteriores, escreva no campo destinado para pesquisas, a palavra ‘Mensagem” seguida de um destes números: 534, 378, 333, 299, 261, 234, 194, 166, 127 e 119. Vocês, meus seguidores, já fazem parte da minha vida. Divulguem para seus familiares, para seus amigos. Faço-lhes este pedido, porque o maior número de seguidores residem no exterior. Cito como exemplo, a mensagem 126 sobre “a essência interior dos nossos sentimentos de “religiosidade” e de “espiritualidade”. Espero você no nosso próximo encontro.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(556) Sentindo que aprendemos com as convivências interpessoais.

Ao expandirmos o campo do conhecimento apenas aumentamos o horizonte da ignorância.”

São palavras do escritor norte-americano Henry Miller (1891-1980), que anteriormente já participou seis vezes desta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior. Agora prestem atenção nesta síntese do entendimento do Psicólogo Marco Callegaro, que é mestre em Neurociências e Comportamento, e se dedica ao que ele chama de o “Cérebro Solitário”:

– “Solidão não é apenas a ausência de companhia; é uma percepção de isolamento que tem enormes implicações para a saúde, levando a depressão, dependência química ou transtornos alimentares. O cérebro emocional e social não faz distinção finas e incorpora a percepção de isolamento, sem considerar que estamos vendo uma montagem de melhores momentos. Paradoxalmente, uma rede social pode contribuir para a solidão, ao induzir uma percepção exagerada da socialização dos outros e um sentimento de estar à parte da festa da vida.”

Alguns de vocês podem ter estranhado ter começado este nosso encontro com o entendimento de Henry Miller, e logo em seguida ter reproduzido o entendimento do Psicólogo Marco Callegaro sobre os nossos estados de solidão. Pergunto: Como entender essa subjetiva relação? Explico:

– Em certas circunstâncias de algumas das nossas realidades de convivências, existem seres humanos que não podem, ou não conseguem se isolar completamente de algumas de suas indesejadas inteirações de realidades. Assim, como entendo, não podemos chamar de “ignorância” a manutenção desses “convívios forçados” de interações existenciais. Aliás, a própria etimologia linguista [que estuda a origem e a evolução das palavras], nos leva a cogitar na ocorrência de afastamentos, temporários ou não. Por exemplo: Como acontece em muitos casos de separações conjugais. Agora vejam que interessante síntese sobre “aceitação incondicional”, do Psicólogo Humanista Carl Rogers, que encontrei no seu livro “Tornar-se Pessoa”, publicado no Brasil pela Editora Martins Fontes:

– “É SEMPRE ENRIQUECEDOR PODER ACEITAR OUTRA PESSOA.”

Termino este nosso encontro com esta resposta de Pedro Bloch (1924-2004), em entrevista concedida a Clarice Lispector:

– Pedro, você me parece expansivo, espontâneo. E, no entanto, é um homem também reservado, voltado para dentro de si, no sentido em que você dá aos outros e pouco pede para si. Como é você de verdade?

– Fiz uma vez uma receita de viver que acho que me revela. Viver é expandir, é iluminar. Viver é derrubar barreiras entre os homens e o mundo. Compreender. Saber que, muitas vezes, nossa jaula somos nós mesmos, que vivemos polindo as grades em vez de libertar-nos. Procuro descobrir nos outros sua dimensão universal e única. Não podemos viver permanentemente grandes momentos, mas podemos cultivar sua expectativa. A gente só é o que faz aos outros. Somos consequência dessa ação. Talvez a coisa mais importante da vida seja não vencer na vida. Não se realizar. O homem deve viver se realizando. O realizado botou ponto final. Tenho um profundo respeito humano. Um enorme respeito à vida. Acredito nos homens. Até nos vigaristas. Procuro desenvolver um sentido de identificação com o resto da humanidade. Não nado em piscina se tenho mar. Gosto de gostar. Todo mundo é perfeito até prova em contrário. Gosto de fazer. Não fazer… me deixa extenuado. Acredito mais na verdade que na bondade. Acho que a verdade é a quintessência da bondade, a bondade a longo prazo. Tenho defeitos, mas procuro esquecê-los a meu modo. “Saber olvidar lo malo también es tener memoria.” [Frase do poema épico argentino Martin Fierro, de José Hernández, do século XIX.]

Que consistente e bela demonstração de “autoconhecimento”.

Pensem com esta mensagem, em seus relacionamentos interpessoais.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. A parte da entrevista de Pedro Bloch, foi reproduzida do livro “Clarice Lispector entrevista”, da Editora Rocco.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(555) Sentindo o nosso acreditar, em um exemplo universal de renascer.

Hoje, muito cedo, fui acordado com o sinal de recebimento pelo meu celular, de uma dessas figurinha contendo esta mensagem:

Corpus Christi
Ele se fez pão, se fez presença,
se fez amor que permanece.
Hoje celebramos o Cristo vivo
que habita entre nós. Que nossa fé
se renove neste dia santo, e que
cada partilha nos lembre:
Ele está aqui. Sempre esteve.
Sempre estará.”

“Este é o meu corpo,
que é dado por vocês.” (Lucas 22:19).
Cristo está entre nós.

Durante todos esses anos, na minha trajetória existencial nesta dimensão de vida, neste dia religioso foi a primeira vez que isso aconteceu comigo, deixando-me com esse gesto de um amigo em um sublime “Estado de Graça“. Os pesquisadores que se dedicam à descoberta das bases neurais dos sentimentos religiosos, são chamados de neuroteólogos. Dentre eles, o indiano Vilayanur Ramachandran, do Centro de Pesquisas Cerebrais e Cognitivas da Universidade da Califórnia, em San Diego, que é considerado um dos mais dedicados e respeitados nessas pesquisas.

O líder do budismo tibetano, Dalai Lama [que em 1989 recebeu o Prêmio Nobel da Paz], criou o Mind and Life Institute, um centro de pesquisas para estudar o comportamento do nosso cérebro durante a meditação e as experiências místicas. Faço esses registros apenas com a finalidade de mostrar para meus seguidores, que apesar dos avanços da ciência em diversas áreas do conhecimento humano, com destaque para as neurociências, existem várias buscas voltadas para o entendimento dos nossos sentimentos de religiosidade e, principalmente, de Fé.

Por sua vez, a jornalista científica Daniela Ovadia, pesquisadora do Laboratório de Neuropsicologia do Hospital de Niguarda, em Milão, na Itália, esclarece no seu interessante e bem fundamentado artigo sobre o poder da oração:

– “Carl Gustav Jung faz distinções entre religiosidade, religião e crença. Para ele, a primeira é uma função natural e inerente ao psiquismo, um instinto, um fenômeno genuíno; a segunda, uma atitude da mente. Já o credo é uma forma codificada de vivenciar a experiência religiosa original. E todas as fés são válidas, visto que recolhem e conservam imagens simbólicas advindas do inconsciente, elaborando-as em seus dogmas e assim realizando conexões com as estruturas básicas da vida psíquica. Ele entendia o termo em seu sentido radical, como “religio” e “religare”, ou seja, com a função de unir o consciente a aspectos inconscientes significativos; uma observação conscienciosa e acurada do numinoso (o efeito dinâmico ou existência que domina o ser humano, independentemente de sua vontade).”

Não tenho dúvidas que neste nosso encontro, muitos de nós não temos condições de entender essa explicação de Jung. Mas com a subjetiva percepção sensorial da nossa “Sensibilidade da Alma”, será mais fácil de entender apenas com estas palavras: “Ter Fé é acreditar.

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. Partes desta mensagem foram possíveis de serem feitas, consultando a Edição nº 1 da Revista Grandes Temas Mente Cérebro, dedicada ao tema “Fé – lugar da divindade no cérebro”, publicação da Editora Duetto.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(554) Sentindo a necessidade de entender nossas vidas.

Que é a vida? Um frenesi.
Que é a vida? Uma ilusão,
uma sombra, uma ficção;
o maior bem é tristonho,
porque toda a vida é sonho
e os sonhos, sonhos são
.”

São palavras do dramaturgo espanhol Pedro Calderón de la Barca (1600-1681), que trago para esta nossa caminhada de “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior, motivado pela antiga preocupação de muitos em querer entender e explicar o que é a vida. Esse antigo linguajar poético da sua época, não nos permite fazer nenhum grau de comparação com os da atualidade. Mas como acredito, muitos de nós temos dificuldade para entender e definir o que seja a vida. O mesmo acontece para explicar o “sentido da vida”. Gosto deste “sentir” da doutora em Filosofia pela PUC-SP, Monica Aiub, de quem sou seguidor:

– “A busca por um significado para a nossa existência deve começar pelo elo que une todos os seres humanos. É a partir dessa intersecção que se abre espaço para valorizar, respeitar e preservar a vida em todas as suas manifestações.”

Logo no início dessa sua interessante e profunda análise, Monica instiga os leitores do seu artigo, “O Sentido da vida”, publicado na Edição 140 da Revista Humanitas, da Editora Escala:

– “Pense e tente responder, neste momento, qual o sentido da vida para você? Será acordar, trabalhar todos os dias, pagar contas, esperando uma aposentadoria que talvez não venha? Será produzir, ganhar dinheiro, consumir, enriquecer? Será construir uma família, educar filhos, para perpetuar a espécie? Ou talvez seja perpetuar esse tipo de sociedade na qual vivemos? Será viver um grande amor? Será descobrir que não existe um grande amor capaz de dar sentido ao viver? Será desenvolver pesquisas para trazer benefícios à humanidade ou ao planeta? Será descobrir que suas pesquisas não trazem benefícios suficientes para fazer a vida ter um sentido? Será exercer algum poder? Será exercer um poder maior do que qualquer poder? Será tentar tornar o mundo melhor? Será tentar criar vida? Será… será?”

Ela complementa:

– “Muitas são as perguntas e não há respostas únicas para elas. Em busca de algo que nos sirva como resposta, podemos nos deparar com a desconcertante situação de não encontrarmos sentido para o tipo de vida que temos. Por que vivemos como vivemos? Por que agimos como agimos? Quais são as consequências de nossas ações e de nossos modos de viver?”

Lembrada por Monica na ilustração da sua abordagem, a melhor resposta para todas essas perguntas continua sendo a de Gonzaguinha, em “O que é, o que é“:

“…Fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, É Bonita e É bonita…”

Termino este nosso encontro, com estas suas perguntas:

“Se cada ato pode ser o último, por que não ter a vida como um valor? Por que desperdiçar vida? O que você tem feito em sua vida?”

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(553) Sentindo a importância das nossas interpretações subjetivas.

O que diferencia uma pessoa de outra é o seu imaginário, a interpretação que dá aos fatos da vida

São palavras da conhecida cineasta brasileira, Tizuka Yamasaki, diretora, produtora, roteirista e designer de produções nipo-brasileiras. Um exemplo de dedicação à arte cinematográfica. Foram escolhidas para enriquecer esta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior, principalmente pela parte conclusiva do seu sentir – “diferenciando-nos pelo nosso imaginário e pela capacidade de interpretar as nossas realidades”.

Todas as nossas interpretações são singulares. Só nos pertencem, posicionamo-nos subjetivamente em muitas das manifestações do nosso “sentir” e “pensar”. Resumindo: São, portanto, personalíssimas. Essa perspectiva de entendimento sempre despertou a minha atenção, porque também nos individualiza em todos os sentidos, inclusive subjetivamente, definindo-nos nós para nós mesmos, muitos dos significados em nossas buscas de interiorizações.

Agora vejam que interessante:

– A doutora Ana Maria Haddad Batista, que sempre considero ser uma das pessoas mais inteligentes da atualidade, recomenda-nos no seu interessante artigo “Das Armadilhas da Interpretação”:

– “Não confundamos interpretação com associações subjetivas que no momento de uma leitura poderemos inferir. Ao voltarmos a ela, depois, tudo pode ter outro sentido. Mas isso não altera os seus referenciais textuais.”

De modo conclusivo ela acrescenta:

– “Afinal, o que é interpretar? Interpretar é compreender um objeto, seja ele de qual natureza for, em sua essência, sem perder a referencialidade. Em outras palavras: sem perder o foco na objetividade.”

Pensem nisso.

Notas:
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2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. O primoroso artigo da doutora Ana Maria Haddad Baptista, foi divulgado na Edição 169 da Revista humanitas, publicação da Editora Escala.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(552) Sentindo os manuscritos intimistas de Clarice Lispector.

Intimismo é o movimento literário que expressa os nossos sentimentos íntimos.”

É, portanto, como podemos revelar espontaneamente e com naturalidade, significados de alguns dos nossos reservados sentimentos, que só nos pertencem. Como entendo, tem muita relação de dependência com os resultados subjetivos das nossas buscas interiores de “autoconhecimento”. Clarice Lispector (1920-1977), uma das minhas escritoras preferidas, fazia uso de manuscritos, que também mostravam os seus estados de humor. No Caderno 2 da edição de 08/05/2021 do jornal O Estado de São Paulo, encontrei estas informações do jornalista Ubiratan Brasil, dedicado especialista em divulgações culturais:

– “Clarice Lispector escrevia de forma muito peculiar, e se em alguns momentos, as anotações nasciam em fluxos contínuos, sobre folhas de cadernos, em outros, realizava a chamada “escrita imediata”, ou seja, bilhetes dispersos e anotações em papeis de todos os tipos (envelopes usados, cartões de visitas, folhas rasgadas, lembretes de compromissos). Em alguns momentos, quando não podia pegar em uma caneta ou lápis, pedia a alguém que estivesse por perto para rascunhar o que passava em seus pensamentos – assim, não era surpresa encontrar, em alguns fragmentos, caligrafias diversas.”

Explica Clarice, a respeito de “A Hora da Estrela, seu último romance escrito em vida, publicação da Editora Saints Pères, considerado um dos mais importantes de sua carreira:

– “Escrevo de um modo cada vez mais pobre. É claro que há a tentação de fazer palavras bonitas: conheço adjetivos esplendorosos, substantivos carnudos e verbos esguios que agem agudos no ar. Mas se eu transformasse o pão dessa moça em ouro – ela não poderia mordê-lo e ficaria com ainda mais fome.”

Por sua vez observou Jessica Nelson, fundadora e editora-geral da editora Saints Pères:

– “Trata-se de um mergulho íntimo no laboratório de escrita dos autores, e de uma experiência de leitura muito diferente e comovente. Por que um autor escolheu uma palavra em vez de outra? Como ele retrabalhou uma passagem que mais tarde se tornou famosa? O que havia nas versões anteriores que não existe mais na versão editada? O que podemos aprender por meio das hesitações e correções? Hoje, essas etapas do trabalho, esses documentos testemunhos, tendem a desaparecer porque os artistas usam mais o computador do que papel e caneta.”

Certo é que cada um de nós temos o nosso modo de escrita. No meu caso, principalmente nesta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior, nada escrevo fazendo uso de antecedentes anotações. Tudo em mim, tem se manifestado por “intuição”, certamente favorecida pelo meu gostar de ler sobre temas diversos. Como acredito, esta é uma das minhas missões de ajudar ao próximo.

Pensem nisso.

Notas:
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2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(551)Sentindo a importância do nosso inconsciente.

1. “Na arte, a inspiração tem um toque de magia, porque é uma coisa absoluta, inexplicável. Não creio que venha de fora pra dentro, de forças sobrenaturais. Suponho que emerge do mais profundo eu da pessoa, do inconsciente individual, coletivo e cósmico.”
2. “Minha consciência é inconsciente de si mesma, por isso eu me obedeço cegamente.”
3. “Nosso inconsciente é infinito.”

São palavras de Clarice Lispector (1920-19770), enriquecendo esta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior. Sempre me interessei pelos estudos do nosso “inconsciente”, porque reconheço a sua importância em nossas vidas. Talvez também tenha sido por isso que Freud (1856-1939), na minha avaliação, tenha sido muito feliz quando reconheceu que “o inconsciente é a nossa verdadeira realidade psíquica”. Ele acreditava que conversando com seus pacientes, poderiam serem mostradas suas memórias doloridas e ocultas na consciência e, assim, com o conhecimento delas os pacientes tinham condições de aliviar seus sintomas.

Gosto desta explicação do filósofo Luiz Felipe Ponde, manifestado no seu livro “Diálogos sobre a natureza humana – Perfectibilidade e Imperfectibilidade”, publicação da Editora nVersos, por mim relido várias vezes:

– “Não somos plenamente autônomos porque existe um inconsciente, e esse inconsciente, que está fora da autonomia consciente do EU, impacta diretamente o modo como você pensa. Quando se rastreia essa questão até o passado, já no Romantismo – pois quem inventou a ideia de inconsciente foram os românticos -, aparece ali o limite: as emoções limitam a ação da consciência, o irracional.”

Agora vejam que interessante, esta outra explicação do neurocientista António Damásio, no seu recente livro “A estranha ordem das coisas – as origens biológicas dos sentimentos e da cultura”, lançado no Brasil pela Editora Companhia Das Letras, com tradução de Laura Teixeira Motta [de todos os seus, para mim foi o que mais me impressionou e recomendo a leitura].

– “O desencadeamento de respostas emotivas ocorre de modo automático e não consciente, sem a intervenção da nossa vontade. Frequentemente, percebemos que uma emoção está acontecendo não por causa da situação que a desencadeia, mais porque o processamento da situação causa sentimentos, isto é, experiências mentais conscientes do evento emocional. Depois do sentimento, podemos entender (ou não) por que estamos nos sentido de certo modo.”

Termino este nosso encontro com esta introdução do astrólogo Oscar Quiroga, no seu horóscopo divulgado na última terça-feira, dia 10/06/2025:

“CONSCIÊNCIA E INCONSCIENTE
Apesar de que, como seres psíquicos, estamos determinados pelos implacáveis mecanismos do Inconsciente, somos também consciência capaz de nos reinventarmos, mas o interessante de nossa constituição é que, enquanto o Inconsciente atua por inércia, a consciência depende de nos erguermos e tomarmos decisões que criem novos rumos.

Se não houvesse consciência, o Inconsciente não existiria e nem muito menos haveria qualquer perspectiva de desenvolvimento de uma terapia para aliviar nosso sofrimento psíquico, porque essa depende inteiramente da atuação da Consciência, única capaz de produzir reinvenção.

Fica sabendo então, que se não te ergues e tomas decisões por tua própria e livre vontade, continuarás permitindo que o inconsciente seja o motorista de tua existência.”

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

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