“A realidade é meramente uma ilusão apesar de ser uma ilusão muito persistente.”
São palavras do físico alemão Albert Einstein (1879-1955), em Reality is merely an illusion, although a very persistent one. Nesta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior, gosto de criar as minhas definições. Para mim “realidade” é tudo como se mostra para nós e, portando, como para nós definimos.
Resumindo: Somos nós que criamos muitas das nossas “realidades”, definindo seus significados por meio das nossas percepções interiores. Alias tem sido assim que, com o meu “sentir”, faço incursões subjetivas voltadas para as minhas necessidades de “autoconhecimento”. Na Psicologia, ensina o psiquiatra e picoterapeuta Fritz Perls (1893-1970), um dos criadores da Gestalt-terapia:
– “A nossa sensação pessoal de realidade é criada pela nossa percepção; pela maneira como enxergamos as nossas experiências, e não pelos eventos em si.
Certo é que todos nós temos noção do que devemos entender por “realidade”. Vejam, dentre outros, o que já disseram sobre as “realidades”:
O psicólogo estadunidense Carl Rogers (1902-1987), no seu livro “Tornar-se Pessoa”: “Quanto mais aberto estou às realidades em mim e nos outros, menos me vejo procurando, a todo o custo, remediar as coisas.” , Gaston Bachelard: “Imaginar é subir um tom na realidade.” , Paulo Coelho: “Nossos verdadeiros desejos sempre se transformam em realidade.” , Fernando Pessoa: “Sou um homem para quem o mundo exterior é uma realidade interior.” e “É preciso ser um realista para descobrir a realidade. É preciso ser um romântico para criá-la.” , Eduardo Galeano: “A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhece-la.” , Raul Seixas: “Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade.” , Rousseau: “O mundo da realidade tem seus limites. O mundo da imaginação não tem fronteiras” , Walt Disney: “Os sonhos existem para tornar-se realidade.” , Clarice Lispector: “A realidade é inacreditável.” e Aristóteles: “A única verdade é a realidade.”
O que motivou este nosso encontro foram estas considerações de
1. Nossa realidade compartilhada, por vezes, é dividida apenas no campo da palavra, uma vez que nunca compartilhamos com alguém exatamente da mesma experiência. O inconsciente de cada um se atravessa fundando cada realidade, e talvez possamos dizer que cada um vive em uma realidade diferente da realidade do outro, ainda que possamos encontrar certas coisas em comum.
2. A realidade de cada um de nós é confeccionada da nossa história, dos nossos genes, da nossa forma de habitar nosso corpo, da história dos nossos antepassados… e isso não se replica. Por mais que tenhamos irmãos nascidos em uma mesma família, ainda que sejam gêmeos, cada um terá experiências diferentes na relação com a sua existência e com o modo como o mundo recebeu cada um.
3. Paradoxalmente, ao considerarmos que o outro é radicalmente diferente de nós em certo modo vive em outra realidade, acabamos por nos aproximar dele. Isso porque esse abismo entre um e outro insere algo que considero muito caro, excessivamente dito e pouco exercitado: o respeito pela diferença.”
Pensem nisso.
Notas:
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3. As considerações da doutora Ana Suy Sesarino Kuss, foram reproduzidas da sua abordagem “Os outros que vivem em nós”, publicada na edição 163 da Revista Humanitas, da Editora Escala.
Muita paz e harmonia espiritual para todos.