“Quando não se tem aquilo que se gosta é necessário gostar-se daquilo que se tem.”
São palavras do escritor Eça de Queiroz (1881-1973). Quando recentemente conheci esse seu “sentir”, fiquei maravilhado com essa “sabedoria de viver”. Comecei a pensar e resolvi trazer para esta nossa caminhada de “autoconhecimento”. Já encontrei pessoas que me disseram “não gostar de si mesma”. Ao serem por mim perguntadas o motivo, não falaram e ainda me pediram segredo. Agora vejam que interessante dualidade: Toda manifestação de “gostar” anula a nossa capacidade de “não gostar”. Gosto desta frase judaica que diz: “Quando as coisas não são como nós gostaríamos que fossem, devemos aceitar gostar delas tais quais elas são.” [mas acrescento, “dependendo das circunstâncias”].
Existem pessoas que muito cedo, em uma escala subjetiva de contemplação, aprenderam priorizar o seu “gostar”. Foi assim com Manoel de Barros, que para todos dizia: “Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisas do chão, antes que das coisas celestiais.” Certo é que tudo dependerá da nossa íntima avaliação subjetiva de nós mesmos e, também das nossas realidades.
Ensina John Powell: “Mas, se eu lhe disser quem sou, você pode não gostar de quem sou, e isso é tudo o que tenho.” Sobre o nosso “gostar”, acrescento mais estes exemplos: Mario Quintana: Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz, você precisa aprender a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.” , Clarice Lispector: A virtude da vida não está em fazer aquilo que se gosta, e sim gostar daquilo que se faz. Por isso seja forte, não como as ondas que tudo destrói, mas como as pedras que tudo suporta!” , Rubem Alves: “Aprenda a gostar, mas gostar mesmo, das coisas que deve fazer e das pessoas que o cercam. Em pouco tempo descobrirá que a vida é muito boa e que você é uma pessoa querida por todos.” , Paulo Coelho, em O Aleph: “Quem deseja ver o arco-iris, precisa aprender a gostar da chuva.” e Artur da Távola: “Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.”
O nosso “gostar” e o nosso “não gostar”, estão intimamente dependentes do nosso sentimento de “admiração”, de saber avaliar para nós mesmos de acordo com as nossas subjetivas preferências de aceitação.
Termino este nosso encontro com esta conclusão da doutora Ana Maria Haddad Baptista, em suas considerações sobre “Estética da Admiração”, publicadas na edição 144 da Revista humanitas, publicação da Editora Escala:
– “A admiração é um exercício estético que enobrece a nossa percepção porque dignifica, mais ainda, o belo e o estende para a humanidade.”
Pensem nisso, admire você, sua subjetiva potencialidade, e sempre “goste de você”.
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.