Todo processo de autoconhecimento é caminho de harmonização interior com a essência transcendente da nossa “singularidade existencial”. É simples ser iniciado: – basta exercitar o “voltar-se para si mesmo”.
Há muito a máxima “conhece a ti mesmo” foi inscrita no Templo de Apolo, em Delfos. Tudo acontece “em nós” e “para nós”, quando conseguimos alcançar o estado sensório de “quietude interior”. É uma quase ausência de pensamento que nos envolve e favorece o escutar de um silêncio que vem de “dentro de nós”. O “silêncio interior” que nos coloca em comunhão plena de integração com tudo que existe no Universo, porque dele fazemos parte. O ser humano precisa ser mais guiado pelo seu “sentir interior” e não, apenas, pela prevalência da racionalidade do seu “pensar”.
Gosto desta parte da carta de Jung, escrita em janeiro de 1956 para o Prof. Eugen Bohler (Fonte: “Cartas de C. G. Jung”, Aniela Jaffé, Ano 2003, vol. III: 1956/1961, Petrópolis: Vozes):
– Mas a pessoa humana e sua alma, o indivíduo, é o único e verdadeiro portador da vida, que não apenas trabalha, como, dorme, se reproduz e morre, mas que tem um destino cheio de sentido e que o ultrapassa…
Embora não pertença à área de saúde que estuda a “psique humana”, entendo que essa conclusiva afirmação de Jung esteja relacionada à conceituação de “individuação”, por ele explicada pela possibilidade interior de descoberta do “tornar-se si mesmo”, do “tornar-se um ser único” (mensagem 057).
Pergunto:
– Como entender a subjetividade do significado existencial de ser “único e verdadeiro portador da vida”?
No seu livro “A História de Fernão Capelo Gaivota”, lançado no Brasil pela Editora Nórdica, Richard Bach mostra a importância de se encontrar um “propósito” para as nossas vidas. Dele destaco esta bela e significativa passagem:
– Sempre há uma razão para se viver. Podemos nos elevar sobre nossa ignorância, podemos nos descobrir como criaturas de perfeição, inteligência e habilidade. Podemos ser livres! Podemos aprender a voar!
Certo é que na natureza os nossos voos são diferentes dos voos das gaivotas e de todos os pássaros. Diferentes, porque somos dotados da capacidade de ter “consciência de si mesmo”. Pelo fluir da jornada humana (assim como nos voos das gaivotas), também temos liberdade de escolhas. Mas para essas escolhas “podemos” e “devemos” elaborar um sentido para o nosso “existir”, um sentido para o nosso “viver”.
Na carta, Jung também se refere à existência de um “destino cheio de sentido” que ultrapassa o indivíduo.
Termino esta mensagem, acreditando que esse nosso “destino cheio de sentido” será conquistado por todos que, nesta dimensão de vida, façam os seus voos como “missão” de necessidades de crescimento e de aprimoramentos em todos os sentidos, inclusive de elevação espiritual.
Notas:
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3. Vídeo Youtube – (“Fernão Capelo Gaivota”).
Muita paz e harmonia espiritual.