(262) Sentindo, com o esplendor espiritual da vida, o fluir do nosso “existir”.

“AFINAL, SABER O SENTIDO DA SUA EXISTÊNCIA É, MAIS DO QUE UM CAMINHO PARA A FELICIDADE, UMA GARANTIA DE QUE SUA VIDA NÃO TERÁ SIDO EM VÃO”
São palavras de Lilian Graziano, doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Psicoterapia Cognitiva Construtivista.

Nesta jornada para o “autoconhecimento, não é a primeira vez que a busca de um sentido para a nossa existência está sendo o tema escolhido para favorecer, em nós, o despertar interior da descoberta sensória das nossas subjetivas “necessidades de realizações”, inclusive de natureza espiritual, com a finalidade de nos ajudar encontrar um propósito para o nosso “viver”. Mas para mim, esta mensagem reveste-se de um significado muito especial. Explico: porque, desde fevereiro de 2006, com a publicação da sua primeira abordagem sobre “FELICIDADE”, na segunda edição da Revista PSIQUE, da Editora Escala, me tornei um seguidor da Doutora Lilian Gaziano, beneficiado com os seus profundos conhecimentos da Psicologia Positiva. Em 03 de setembro de 2015, manifestei este meu “sentir” sobre a necessidade de ser, por nós mesmos, elaborado o nosso “propósito existencial” (mensagem 121). Sustentei:

– Todos nós temos um “propósito existencial” de vida, a ser descoberto. Temos, portanto, um significado para o nosso “existir” e para o nosso “viver”. A descoberta desse “propósito existencial” envolve dimensões de origem transcendente. O que prevalece é que sabemos que existimos, mas não “para que existimos”. Acredito que se soubéssemos, o mundo seria melhor em todos os sentidos do nosso “viver”. (…) Entendo que o “propósito existencial” definidor do significado do nosso “existir” e “viver”, deverá ser buscado pelo ser humano “em si mesmo”. Isto porque, somos nós que elaboramos a subjetividade do sentido das nossas vidas. Nós somos os modeladores do nosso destino, porque somos responsáveis pelas nossas escolhas. Viver sem objetivos não é viver, porque a nossa essência “existencial” e “espiritual”, por si só, é sugestiva de necessidades de buscas de evolução e de aprimoramentos.

Esta mensagem me foi intuída pela leitura das considerações feitas pela doutora Lilian Graziano, publicadas em janeiro de 2013 na edição 85 da acima citada Revista PSIQUE. Estas duas perguntas mereceram a minha atenção:

– QUAL O SENTIDO DA SUA REALIDADE? / COMO UM JOVEM PODERIA, AOS 15 ANOS, SABER QUAL O SENTIDO DA SUA EXISTÊNCIA?

Responde a doutora Lilian, iniciando com este registro da história da humanidade:

– Na Grécia Antiga garotos eram educados para que, até seus 15 anos, fossem capazes não apenas de responder a essa pergunta [a segunda acima], mas também de apresentar uma sustentação oral que defendesse sua resposta diante de uma banca de notáveis do calibre, por exemplo, de Sócrates, Platão ou Aristóteles. Nada mal para um bando de garotos analfabetos! Sim, pois de acordo com esse sistema educacional, chamado Paideia, habilidades tais como leitura, escrita e até mesmo a nobre matemática eram consideradas secundárias; mera teknè, diriam os antigos. O objetivo da Paideia era moldar o caráter. “As letras virão com o tempo”, dizia Sócrates. Ser capaz de responder qual o sentido da sua existência nunca foi uma tarefa simples. Nem mesmo na Grécia Antiga! E é por isso que os gregos se dedicavam tanto à capacitação de seus jovens no sentido de torná-los homens-excelência, ou seja, homens de caráter. Contudo, o próprio conceito de caráter ia além da simples prática das virtudes. Tinha a ver com a realização das potencialidades individuais ou, para ser mais precisa, com o cumprimento do sentido da existência de cada indivíduo. Esse era o caminho que o jovem era ensinado a seguir. Esse era o conceito arcaico de sucesso, que em muito difere da visão distorcida que hoje perseguimos. Em outras palavras, podemos dizer que todo o sistema educacional da Grécia Antiga buscava o ser, ao passo que, hoje, nossa Educação valoriza o ter.

Em seguida, sugere a doutora Lilian:

– Para compreender a amplitude do que estou dizendo, faça a si mesmo a seguinte pergunta: Como eu seria hoje se tivesse me dedicado ao autoconhecimento metade do que me dediquei ao trabalho e às minhas conquistas profissionais?

Ela responde:

– Isso me faz lembrar de uma frase de Nietzsche que dizia que “quem tem por que viver pode suportar qualquer como”. Nesse sentido, se engana quem acredita que a pressão da vida moderna nos está adoecendo. A doença da modernidade é a anomia, ou seja, a falta de sentido. Talvez fôssemos mais resilientes se soubéssemos pelo que estamos lutando, se conhecêssemos qual é a nossa “causa”. Infelizmente, passamos a acreditar que somente os heróis lutam por uma causa. Com isso, nos acostumamos a uma vida sem sentido e nos esquecemos de que podemos ser heróis, ainda que isso nos custe a felicidade e até mesmo a saúde.

Termino, com este “sentir” de Jung:

– O INDIVÍDUO NÃO REALIZA O SENTIDO DA SUA VIDA SE NÃO CONSEGUIR COLOCAR O SEU “EU” A SERVIÇO DE UMA ORDEM ESPIRITUAL E SOBRE-HUMANA.

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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