O título desta mensagem me veio à mente sem qualquer motivação sugestiva. Surgiu naturalmente. Com nitidez plena, como a das águas serenas e cristalinas dos lagos que refletem as suas profundezas e as nossas imagens. Com a mesma nitidez das imagens refletidas no espelho de Tôzan Ryokai, na China do século X, em que não somos o espelho, mas ele, refletindo as nossas imagens, é tudo de nós.
Querendo encontrar explicação para esse insight, incitei, na memória, o meu antigo entendimento de que, pelo fluir do “ciclo da vida”, todos nós temos uma “missão” de responsabilidades existenciais.
Pergunto:
– Em que consiste a nossa “responsabilidade existencial”?
Antes de responder, esclareço que essa responsabilidade tem essência de natureza ontológica. Refere-se à responsabilidade que emerge do nosso próprio “existir”, e não do nosso modo de “viver”. Se eu existo nesta dimensão de vida, pelo simples fato de “existir” devo ter responsabilidades decorrentes desse meu “existir”. Nós não estamos aqui para “viver por viver”. Também não somos como as marionetes, movimentadas por cordéis. Temos objetivos, fazemos escolhas e podemos idealizar e construir o sentido das nossas vidas. Assim compomos o processo existencial do fluir do “ciclo da vida”, que consolida as nossas “histórias de vida”.
Nessa jornada devemos valorar o nosso “existir”, a exemplo do escritor Wayne Dyer que, voltando-se para as trajetórias da sua vida, registrou no seu livro “A verdadeira magia: Criando milagres na vida diária”, o seguinte:
– Quando olho novamente para toda a tapeçaria da minha vida, consigo ver a partir da perspectiva do momento presente que todos os aspectos da minha vida foram necessários e perfeitos. Cada etapa levou eventualmente a um lugar mais alto, mesmo que essas etapas, muitas vezes, pareciam mais como obstáculos ou experiências dolorosas.
Volto à pergunta:
– Em que consiste a nossa “responsabilidade existencial”?
Estou convencido de que não se responde através da palavra escrita. Pessoalmente, considero que qualquer tentativa de definição das nossas “responsabilidades existenciais”, necessariamente dependerá da capacidade sensória de “compreensão transcendente” do significado própria existência do ser humano “enquanto ser”.
Termino esta mensagem, com este reconhecimento de “responsabilidade existencial” do romancista russo Dostoiéviski:
– O segredo da existência humana reside não só em viver mas também em saber para que se vive.
Notas:
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3.Vídeo do youtube: – “Aprende com o Silêncio – Jean-Yves Leloup”.
Muita paz e harmonia espiritual para todos.