“A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhece-la.”
São palavras do escritor uruguaio Eduardo Galeano.
Um dos nossos mais difíceis desafios é conhecer e definir para nós mesmos, os significados subjetivos das nossas “realidades”. Mas há muito estou convencido que somos nós que criamos, para nós mesmos, muitas das nossas “realidades”. Dentre muitos outros pensadores, vejam o que já disseram sobre os seus entendimentos de “realidade”:
Jean-Jacques Rousseau: “O mundo da realidade tem seus limites. O mundo da imaginação não.” ; John Lennon: “A realidade deixa muito espaço à imaginação.” ; Aristóteles: “A única verdade é a realidade.” ; Heráclito: “É necessário a necessidade da realidade.” ; Fernando Pessoa: “Sou um homem para quem o mundo exterior é uma realidade interior.” ; Clarice Lispector: “Eu não sou uma sonhadora. Só devaneio para alcançar a realidade.” e Albert Einstein (Em Reality is merely an illusion, although a very persistent one.): “A realidade é meramente uma ilusão apesar de ser uma ilusão muito persistente.”.
O neurocientista António Damásio, no seu livro “Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos”, no capítulo 5 fez várias considerações sobre “realidade”. Delas destaco:
– A Contrução da Realidade.
A perspectiva que aqui apresento tem implicações importantes para o modo como concebemos o mundo que nos rodeia. Os padrões neurais e as imagens mentais dos objetos e acontecimentos exteriores ao cérebro são criações do cérebro estreitamente relacionadas com a realidade que leva a essa criação. Essas imagens não são, no meu entender, as imagens de um espelho onde reflete a realidade. Por exemplo, quando o leitor e eu olhamos para um objeto exterior ao nosso corpo, formamos imagens comparáveis no nosso cérebro e somos capazes de descrever um objeto de forma semelhante. Isso não significa, no entanto, que a imagem que o nosso cérebro nos dá seja uma réplica exata do objeto. A imagem que vemos tem como base alterações que ocorreram no nosso organismo, no corpo e no cérebro, consequentemente à interação da estrutura física desse objeto particular com a estrutura física do nosso corpo.
No início deste nosso encontro, manifestei o meu convencimento no sentido de que nós também criamos as nossas “realidades”. Explico: Nós temos a capacidade de, sensorialmente, identificar o nos agrada ou não, o que achamos certo ou errado, de acordo com as nossas subjetivas preferências e satisfações. Portanto, essa percepção de “realidade” nos identifica como seres únicos, diferenciados, em todos os nossos tipos de interações. Nós reagimos de acordo com os nossos subjetivos “estados de ser” e de “sentir” as nossas subjetivas avaliações, merecendo atenção especial as de origens emocionas. O que não podemos esquecer é deste ensinamento de Freud:
– “A realidade que é determinante na vida humana é a realidade psíquica. Assim, na vida humana importa menos o que aconteceu e mais como nós interpretamos aquilo que aconteceu.”
Pensem nisso.
Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
Muita paz e harmonia espiritual para todos.