“O futuro não é distante, sua mente o aproxima constantemente através de projeções imaginárias, e seu corpo precisa responder da melhor maneira possível a esse apelo, porque se ficar sem resposta, a decepção se avoluma.”
São palavras do astrólogo Qscar Quiroga, no seu horóscopo publicado na edição do dia 22 de janeiro do jornal Correio Braziliense. Nesta sua quadragésima primeira participação, Quioga volta a enriquecer a nossa caminhada para o “autoconhecimento” referindo-se à ilusória passagem do tempo em nossas vidas. Como entendo, a sensação desse condicionante “fluir de temporalidade” deve ser por nós vivenciada como sendo uma natural “necessidade existencial” que, inclusive, influencia as crenças e os comportamentos dos seres humanos. Nesse sentido, esclarece Daniel Medeiros, doutor em Educação Histórica, pela UFPR, no seu interessante artigo “Um ano para a História”, publicado na edição nº 158 da Revista “humanitas, da editora Escala:
– O TEMPO PASSA E PERCEBEMOS POR QUE DEIXAMOS NOSSAS MARCAS PELO CAMINHO, COMO O NÁUFRAGO NA ILHA DESERTA QUE VAI RISCANDO A PEDRA PARA EVITAR ESQUECER QUE FOI ESQUECIDO PELO MUNDO.
Em seguida, sobre os nossos “desejos futuros”, complementa de modo conclusivo:
– Freud já lembrava, em seu Luto e Melancolia, a importância de deixarmos o tempo atuar sobre nossas energias psíquicas até que elas resolvam aceitar a perda do objeto de desejo e voltar-se para o outro, pois sempre há um objeto de desejo largado por aí, nesse mundão.
Qualquer abordagem sobre o “tempo” será incompleta sem o pensamento dos estoicos, que defendiam a ideia de que somente o “tempo presente” possui existência. Explica o filósofo Angelo P. Campos, da Universidade Federal de Minas Gerais:
– [Para eles] noções como “passado” ou “futuro” representam quimeras inalcançáveis que nos afastam da razoabilidade. Nada há a se agarrar ao passado, nada há a esperar do futuro, cabendo ao estoico a suportação e a resistência aos dissabores (assim como aos sabores) dos acontecimentos.
Gosto deste “sentir” de <Epicuro (341-270 a.C.), associando ao “tempo” o nosso “estado de felicidade”:
– As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.”
O filósofo Immanuel Kant (1724-1804), sobre a nossa consciência de tempo defendia:
– Para que algo exista, deve ser determinável no tempo, isto é, devemos ser capazes de dizer quando ele existe e por quanto tempo. Mas como isso funciona no caso da consciência? Embora a consciência pareça estar mudando constantemente com um fluxo contínuo de sensações e pensamentos, podemos usar a palavra “agora” para nos referirmos ao que está acontecendo neste momento em nossas consciências. Mas “agora” não é um tempo ou data determinada: toda vez que digo “agora“, a consciência é diferente.
Ensina o historiador alemão Reinhart Koselleck (1923-2006), no seu livro “Passado Futuro”, 2006, p. 305, Contraponto, Ed. PUC-Rio:
– [Precisamos] pensar sobre o tempo na contínua articulação entre passado, presente e futuro. O passado carrega sentidos e saberes que podem contribuir com a experiência presente; o presente provoca inquietudes que levam à releitura do passado; já a projeção do futuro norteia a construção de projetos, potencializando ações do presente.
Chegamos ao final deste nosso encontro. O meu “tempo futuro” é uma abstração de imprevisibilidades, modelada pelos meus sentimentos de “esperança”, de “acreditar”, mas sempre com determinação e essência de “Espiritualidade Superior“.
Termino esta mensagem com estas palavras de “Albert Einstein (1879-1955):
–A DISTINÇÃO ENTRE PASSADO, PRESENTE E FUTURO É SÓ UMA ILUSÃO, AINDA QUE PERSISTENTE.
Notas:
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2. A citação do filósofo Angelo P. Campos foi reproduzida da Edição n. 139 da Revista Humanitas, da Editora Escala. A do filósofo Immanuel Kant, do “O livro da Filosofia”, da Editora Globo.
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.
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