(129) Sentindo a “Sensibilidade da Alma” do escritor, poeta e cantor Leonard Cohen.

O que leva o ser humano receber esta inspiração?

– Existe uma fenda em tudo. É assim que a luz entra.

Qual o significado dessa bela inspiração, certamente de origem transcendente?

O que levou o amigo Bob Dylan afirmar que “as suas canções são como orações”?

Essas e muitas outras perguntas só poderiam ser respondidas por Leonard Cohen que, recentemente, cumpriu a sua trajetória de “evolução espiritual” nesta dimensão de vida.

Em entrevista concedida ao jornal Expresso, de Portugal (Edição de 29 de setembro de 2001), ele afirmou:

1. Sobre ser poeta:
Leornad. É muito difícil reclamar o título de poeta. Ser poeta é um veredicto, uma decisão que é lançada sobre nós por outros e, especialmente, por outras gerações. Por isso, nunca me atreveria a considerar-me poeta. Essa é a mais sublime e exaltante descrição da vida e do trabalho de um homem.

2. Sobre a distinção entre canções e poemas:
Leonard. Têm as suas diferenças técnicas. Uma canção tem de caminhar agilmente de um coração para o outro. Um poema concebido para uma página convida-nos a regressar a ele, a compreendê-lo de forma diferente de cada vez que a ele voltamos.

3. Sobre a frase “I don’t trust my inner feelings, inner feelings come and go!”, em um dos seus discos:
Leonard. Por acaso, é a minha frase preferida do álbum… E é atirada à cara do entendimento psicológico corrente, todo ele concebido como um manual de instruções para nos orientarmos na descoberta dos nossos sentimentos interiores. A experiência diz-me que os sentimentos interiores vão e vêm. Acreditar em sentimentos interiores implica acreditar num eu fixo e permanente, uma pessoa real dentro de nós que temos de descobrir. Não estou muito certo que isso seja verdade. A sensação de descontracção que emana deste disco resulta de ter abandonado a busca desse eu interior fixo.

Considerado o “poeta das canções”, em entrevista concedida à BBC, declarou:

Leonard. As pessoas perguntam-me se eu adapto os meus poemas à música, mas acho que sei qual é a diferença entre uma letra de uma canção e um poema.

Com o título “O homem maduro”, escreveu o jornalista Paulo Pestana para o jornal Correio Braziliense (Edição de 12 de novembro de 2016):

– As últimas palavras de Leonard Cohen em You want it darker, disco lançado há três semanas, não deixam dúvida de que ele sabia que era uma despedida. Era uma conversa íntima com o Criador. Treaty, outra canção do mesmo disco, continuava as reflexões:

– Eu vi você transformar água em vinho
Vi transformá-lo de volta em água, também
Sentei em sua mesa todas as noites (…)
Eu gostaria que houvesse um pacto
Entre o seu amor e o meu.

Por sua vez, na mesma matéria do jornal Correio Braziliense, escreveu a jornalista Rebeca Oliveira, comentando o primeiro romance de Leonard Cohen, “A brincadeira favorita”, lançado no Brasil com tradução feita pela extinta Cosac Naify:

– A vida em constante movimento e a procura por uma retidão espiritual o inspiravam tanto nas composições quanto na escrita.

Termino esta mensagem com estas palavras de OSHO, no seu livro “A jornada de ser humano” (e não, do ser humano), lançado no Brasil pela Editora Academia, com todos os direitos de edição reservados à Editora Planeta do Brasil:

– O homem nasce com uma potencialidade desconhecida, misteriosa. Sua face original não está disponível quando ele vem ao mundo. Ele tem de encontra-la. Ela vai ser uma descoberta, e aí está sua beleza.

Quem disse que “Existe uma fenda em tudo. É assim que a luz entra.”, encontrou “harmonização espiritual” na essência da sua “Sensibilidade da Alam”. Aprendeu conversar com DEUS.

Notas:

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3.Vídeo youtube: (“Leonard Cohen – Hallelujah (live at the Montreal Jazz Festival 2008)”).

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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