“Dentro de cada um de nós há um outro que não conhecemos. Ele fala conosco por meio dos sonhos.”
São palavras do psiquiatra e psicoterapeuta suíço, Carl Gustav Jung (1875-1961), criador da psicologia analítica. Todos nós conhecemos dois tipos de “sonhos”, porque assim também nos referimos aos nossos desejos de futuras conquistas e realizações. Nossos “sonhos sonhados” são personalíssimos, só nos pertencem. Com sua linguagem simbólica precisam ser por nós interpretados inclusive, preferindo, com a ajuda de um de um acompanhamento psicoterápico porque, nem sempre, temos condições de entender e significar para nós mesmos muitas das suas subjetivas revelações. O próprio Jung explicava:
– Qualquer interpretação é uma hipótese, apenas uma tentativa de ler um texto desconhecido (Collected Works, 16, par. 322). Far-se-ia bem em tratar cada sonho como se fosse um objeto totalmente desconhecido. Olhe-o de todos os lados, tome-o em sua mão, leve-o com você, deixe que sua imaginação brinque com ele (Collected Works, 10, par.320). A arte de interpretar sonhos não se aprende em livros. Métodos e regras são bons quando podemos prescindir deles para trabalhar (Collected Works, 10, par.325).
Neste nosso encontro não poderia deixar de registar que os “sonhos” também podem transmitir imagens das relações do sonhador com uma dimensão espiritual. Assim entendem o psicoterapeuta e médico homeopata Edward C. Whitmont no seu livro “Sonhos – um portal para a fonte”, escrito com a analista junguiana Sylvia B Perera, publicação da Summus Editorial, com tradução de Maria Silva Mourão Netto.
Por sua vez, vejam este comentário da professora de Psicologia, psicanalista e psicoterapeuta junguiana, que atende no seu consultório em Münster, na Alemanha, Brigite Dorst, na sua seleção dos escritos mais importantes de Jung sobre o tema “Espiritualidade e Transcendência”, em que ela mostra a importância da dimensão espiritual vista pela ótica da Psicologia Analítica (Publicação da Editora VOZES, com tradução de Nélio Schneider, que recomendo para meus seguidores como leitura obrigatória:
– “A experiência espiritual, independentemente da religião, era para Jung um fenômeno evidente e presente na alma e, desse modo, também um fenômeno psíquico. A convicção de Jung era esta: “A meu ver, as religiões, como tudo o que são e representam, têm uma proximidade tão grande da alma humana que a psicologia de modo algum pode ignorá-las”. Em sua Psicologia Analítica, Jung procura apresentar uma “compreensão da psique como espaço de experiência do numinoso, permitindo novos modos de ver fenômenos e experiências religiosas que até aquele momento não haviam sido tratados na Psicologia da Religião.”
Importante: Nenhum dos nossos “sonhos” deve ser considerado insignificante, porque suas imagens oníricas também podem espelhar revelações simbólicas da nossa psique.
Pensem nisso.
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.