“TEM HORAS ANTIGAS QUE FICARAM MUITO MAIS PERTO DA GENTE DO QUE OUTRAS, DE RECENTE DATA. O SENHOR MESMO SABE.”
Gosto desse belo fraseado de brincar com as palavras, do poeta Guimarães Rosa. A passagem ilusória do tempo, em nossas vidas, perpetua lembranças marcantes das nossas “realidades existenciais”. Assim, também acontece com todas as vivências de “interações sensórias” (sejam elas por nós escolhidas, ou não). Para o pensador Kierkegaard (1813-1855), considerado o pai da “filosofia da existência”, somos nós que escolhemos o tipo de vida que desejamos (não há, portanto, imposições). Ele concebeu três dimensões para o nosso viver: a estética, a ética e a religiosa (esta última, considerada a mais elevada da existência humana). Como somos seres com “essência existencial” de origem transcendente, entendo que através das conhecidas práticas de “autoconhecimento” favorecemos o despertar interior do nosso “buddhi” (“intuição espiritual”, em sânscrito).
Que sensação gostosa eu sinto quando leio estas manifestações da “Sensibilidade da Alma” do filósofo e teósofo Barry Bowden, contidas no seu artigo “O Caminho do autoconhecimento”, publicado na edição n. 60, Ano 14, da Revista SOPHIA, Mar/Abr 2016, lançada no Brasil pela Editora Teosófica:
– A beleza da senda interna é uma maravilha que, quando vivenciada, parece iluminar a mente. Começamos a compreender que todas as expressões da vida, desencadeadas por eventos externos, na verdade estão dentro de nós, e transcendemos uma das grandes ilusões do ser humano. (…) Logo que começamos a observar os sentimentos, passamos a ver que sempre há uma ligação com o pensamento, em todas as coisas que fazemos. Uma vez notados, os sentimentos podem também ser observados sem apego, como um pássaro que passa voando.
Nesta jornada para o “autoconhecimento”, iniciei a quarta parte da série anterior de mensagens citanto este “sentir” do filósofo alemão Arthur Schopenhauer – “O MUNDO É REPRESENTAÇÃO”. Nele, os significados de tudo que existe, se mostram para nós modelados pelas matizes das percepções do nosso “sentir interior”, elaborados pelos processos cognitivos de “interpretação”. Esclarece a Psicóloga Lilian Graziano, no seu interessante artigo sobre o nosso “Poder do Foco”, publicado na edição 99, Ano VIII, da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala:
– A Psicologia Cognitiva (e antes dela o próprio budismo) sempre soube que o ser humano não se comporta em relação à realidade objetiva, mas, sim, em relação à sua percepção acerca dessa realidade. Isso significa que o foco para o qual direcionamos nossa atenção se torna a nossa própria realidade.
Enriqueço o enfoque inicial desta mensagem, com as seguintes considerações do psicólogo, pedagogo e filósofo José Mauricio de Carvalho, selecionadas do comentário do seu livro “O homem e a Filosofia, pequenas meditações sobre a existência e a cultura, cuja terceira edição revisada e atualizada se encontra no prelo (matéria de capa da edição 139, Ano X, da Revista Filosofia, também lançada no Brasil pela conceituada Editora Escala, com esta chamada: “VIDAS que importam – Como a Filosofia pode dar significado à existência, revelando quem somos e no nosso lugar no mundo”):
1. Somos seres relacionais, estando em constante conexão com diversos aspectos da existência, dentre eles, a cultura. Viver torna-se parte de um projeto, com riscos em que fazem parte o incerto e o inesperado.
2. Para falar de realidade é preciso que o percebido pela sensibilidade chegue à consciência. Não basta experimentar sem entender o que sentimos.
3. Existência descreve algo, ou melhor, diz que algo tem realidade. (…) A questão da existência, já o dissemos, relaciona-se com a realidade, e realidade é problema que há séculos desperta a curiosidade humana. E o que é realidade? O termo foi entendido de muitos modos na história. Podemos dizer que a realidade é o que se experimenta pelos sentidos, em contraposição ao que pensamos. É algo que toca a sensibilidade em contraposição ao raciocínio. Porém, para falar de realidade é preciso que o percebido pela sensibilidade chegue à consciência e ali seja examinado, porque não basta experimentar sem entender ou referenciar o que sentimos.
4. A Filosofia contemporânea considerou a existência como categoria para descrever o ser do homem: ele, como existente, não se separa do mundo.
Termino, com este “sentir” de Spinoza, grande pensador do século XVII:
– A fonte de tudo é a mesma, infinita e eterna. E nós somos manifestações dessa fonte, em constante movimento de interação.
Complemento:
– NESTA DIMENSÃO DE NECESSIDADES DE EVOLUÇÃO ESPIRITUAL, O SIGNIFICADO EXISTENCIAL DAS NOSSAS REALIDADES É FONTE PRECIOSA E INDIVIDUAL DE “AUTOCONHECIMENTO”.
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual.
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Fico contente pelo seu interesse e agradeço suas palavras de incentivo. Divulgue para os seus amigos. Edson (do Brasil).