(148) Sentindo a essência dos nossos laços de empatia.

O crescimento deste espaço virtual está sendo impulsionado pelo meu desejo de mostrar que podemos encontrar novos “significados” e “propósitos” para nós mesmos, com o despertar interior da nossa “Sensibilidade da Alma”. Esse desejo é fortalecido pela vontade de querer, com as mensagens postadas, proporcionar sugestivas condições de conquista do estado interior de “sentir-se bem” em todos os sentidos. Os caminhos a serem seguidos são o do nosso “autoconhecimento”, o da necessária conscientização de que temos uma “missão existencial”, com finalidades de evolução espiritual.

A mensagem que recebeu o número vinte e sete é uma das minhas preferidas. Revela em nossas vidas, a subjetiva magia sensória da “imprevisibilidade” de tudo. Principalmente em certos acontecimentos que nos envolvem e estimulam o nosso querer encontrar as explicações que, no entanto, estão em nós mesmos porque fazem parte da nossa existência.

O que motivou esta mensagem foi a união dos nossos “laços emocionais” por “empatia”. Foi a procura de respostas para estas perguntas: – O que é ser “empático? Como entender esse sentimento de se sentir no lugar do outro?

Gosto destas considerações contidas na abordagem “Amor ao próximo”, dos neurologistas Jorge Moll e Ricardo de Oliveira-Souza, da Rede Labs D’or, no Rio de Janeiro (Fonte: Revista PSIQUE, n. 16, Ano II, lançada no Brasil pela Editora Escala):

– Durante muito tempo, a ideia de empatia designou diferentes construtos teóricos unidos pela ideia comum da capacidade de compreender e compartilhar pensamentos e ideias de outros. A maior parte das divergências conceituais dissipou-se com a verificação de que o termo empatia abrigava não uma, mas um elenco de dimensões possíveis de medição independente: a empatia cognitiva diz respeito à capacidade de enxergarmos o mundo pelos olhos de outra pessoa. A empatia emocional (ou afetiva) se refere à capacidade de inferir os sentimentos de outra pessoa. Popularmente, estas duas dimensões correspondem à capacidade de nos “colocarmos no lugar do outro”. Como tal, dependem de nossa predisposição inata a intuir os pensamentos, sentimentos, e intenções dos outros, permitindo que as interações interpessoais transcorram em domínio não verbal.

Por sua vez, afirma Rodrigo Scaranari, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (Fonte: Revista do Correio, n. 607, Suplemento do Jornal Correio Braziliense, edição de 01/01/2017):

– [Sentir empatia] É ser sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas. (…) uma característica que pode, sim, ser aprendida ou, pelo menos, treinada. (…) o exercício passa pelo autoconhecimento. Ao entender melhor as emoções e as necessidades de cada um, temos menos dificuldades para lidar com eventuais conflitos pessoais em qualquer ambiente ou situação.

Parece-me certo considerar a empatia como uma condição comportamental inata que transmite, com naturalidade, os nossos sentimentos de solidariedade e altruísmo. É o que presenciamos no dia a dia, quando o primeiro da fila cede a sua vez ao portador de necessidades especiais ou, em um transporte coletivo, cede o seu lugar para o idoso se sentar.

Uma das mais expressivas vinculações emocionais pela empatia, é a nossa instintiva necessidade de compartilhar sofrimento (não com a intenção de estabelecer comparações, mas para dar força ao outro que está sofrendo ao nosso lado). A respeito, encontrei este exemplo do Psiquiatra Cristophe André, por ele praticado (Fonte: O belo livro, “O caminho da sabedoria”, lançado no Brasil pela Editora Alaúde, que recomendo com sendo fonte de obrigatória leitura humanista). Ele pergunta para os seus companheiros de caminhada, o monge budista Matthieu Ricard e o filósofo Alexandre Jollien:

– Em que consiste a revelação de si mesmo em uma relação de ajuda? Em um dado momento, o médico percebe em seu paciente um sofrimento que ecoa um sofrimento que ele mesmo viveu. E decide lhe contar parte daquilo que atravessou, porque isso pode ser útil ao paciente: ele toma consciência de que não está sozinho. (…) não se trata de invadir o espaço da consulta com nossa própria história, ou de procurar “relativizar” o paciente, porque não se trata de desvalorizar seu direito de sofrer. Trata-se apenas de levá-lo a se juntar, por meio do seu sofrimento, ao vasto grupo das pessoas que o cercam. (…) Quando chegam a nós, os pacientes estão atravessando o inferno, onde se sentem sozinhos e perdidos. Saber que outros já passaram por esse caminho às vezes pode lhes trazer conforto e tranquilidade.

Em seguida, com sabedoria interior comentou o filósofo Alexandre, que é portador de deficiência física:

– Mas cuidado, não é o sofrimento que engrandece, mas o que fazemos dele. (…) E vejo claramente que, sem uma prática espiritual, estou mal encaminhado.(…) Hoje eu me alimento na fonte das grandes espiritualidades, em especial pela prática do zen e por uma vida de preces (…). Precisei de muito tempo para entender que a sabedoria se enraíza em uma arte de viver, em exercícios espirituais praticados todos os dias.

Termino esta mensagem, acreditando em uma medicina mais humanista quando, com união de sentimentos, a empatia ajuda vencer as angústias e os nossos sofrimentos. Sugestão de leitura, mensagem 101.

Notas:

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3. Vídeo youtube (“Você me faz tão bem – Hélvio Sodre/Amor verdadeiro”).

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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