(221) Sentindo percepções sensoriais de “autoconhecimento”.

A principal motivação desta mensagem foi esta explicação do psicólogo e mestre em Neurociências e Comportamento, Marco Callegaro, sobre Terapia Cognitiva, que encontrei no seu artigo “O novo modelo COGNITIVO”, publicado na Edição 136 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora ESCALA:

– Uma das escolas mais importantes de psicoterapia da atualidade é a terapia cognitiva, que foi fundada pelo psiquiatra norte-americano Aaron Beck. Inicialmente, Beck propôs um modelo cognitivo que enfatizava o papel da interpretação dos acontecimentos, que, em última análise, gera o significado que atribuímos a estes. Nossas reações emocionais, comportamentais e fisiológicas, nesse modelo, são influenciadas pela percepção que temos das situações de vida.

Em seguida, o doutor Marco Callegaro se refere ao surgimento de um novo modelo cognitivo baseado nas pesquisas atuais em neurociências e genética do comportamento, que foram feitas por Beck. Complementa, tecendo considerações sobre um artigo publicado em 2016 por Beck, em que ele procura integrar vários níveis de análise (por exemplo, genético, psicológico, neurobiológico) de forma coerente, além de tentar explicar a história natural da depressão, desde a predisposição, precipitação e recuperação desse transtorno.

Por intuição (mensagem 215), veio-me à mente a sugestiva aplicação deste referido entendimento de Beck – “Nossas reações emocionais, comportamentais e fisiológicas, nesse modelo, são influenciadas pela percepção que temos das situações de vida”, às nossas buscas de “autoconhecimento”.

Esclareço, para o efeito de indicação de fonte, que muito do conteúdo das informações abaixo foi baseado no belo livro “Cérebro e Meditação”, de Wolf Singer (neurobiologista) e Matthieu Ricard (monge, seguidor do Budismo Tibetano), lançado no Brasil pela Editora ALAÚDE, com tradução de Fernando Santos, que mais uma vez recomendo como leitura obrigatória.

São muitas, ao nosso alcance, as buscas de “autoconhecimento”. Eu faço “meditação” e aprecio as conhecidas práticas do “Yoga”. A “meditação” nos proporciona um “controle cognitivo” que estimula a nossa “atenção” (Mindfulness). Assim como o “yoga”, equilibra o físico, o emocional e o mental. Tanto na “meditação” como no “yoga”, devemos reconhecer que ocorre uma “ativação sensória” de diferentes processos cognitivos e emocionais que estão vinculados à áreas especificas do nosso cérebro. Desse modo, durante as práticas de “meditação” e do “yoga”, podemos treinar a nossa “mente” para “criar” diversos “estados emocionais” que favorecem a percepção sensória de estados emocionais de “harmonização” e “quietude interior”. Aliás, cabe registrar que para o budismo, existem cinquenta e oito “estados mentais”, com suas respectivas subdivisões. Acrescente-se que segundo Aaron Beck, métodos de “meditação” podem reduzir “emoções negativas”.

Pergunto:

– COMO ENTENDER AS “PERCEPÇÕES SENSORIAIS” DAS NOSSAS REALIDADES “EXTERIORES” E “INTERIORES” ?

Para Wolf e Matthieu, toda “realidade” é baseada nas nossas “percepções sensoriais” e de acordo com as influências que recebemos ao longo da vida. Eles sustentam que todos nós “estamos sempre interpretando sinais sensoriais e construindo a nossa realidade”.

Explica Wolf:

– Consideramos a percepção como um processo ativo e estruturante, graças ao qual o cérebro utiliza seu conhecimento a priori do mundo para interpretar os sinais enviados pelos órgãos sensoriais.

De acordo com a edição francesa do livro acima citado, para facilitar o nosso entendimento cabe esclarecer o seguinte: O “conhecimento a priori” é o conhecimento anterior à experiência ou independente dela. São previamente incorporados pelo cérebro e servem de tela de fundo para a percepção. Ao contrário, o conhecimento a posteriori, é empírico e factual, comprovado pela experiência.

Certo é que as “percepções sensórias” (inclusive as de “autoconhecimento”), são moldadas pelos estímulos recebidos das nossas vivências de interações e experiências existenciais.

Termino com esta conclusão de Wolf, que recebeu a concordância do seu amigo budista, Matthieu:

– Graças a pesquisas psicofísicas da percepção e a estudos neurofisiológicos dos processos neuronais que estão na origem da percepção, temos a comprovação de que “perceber” consiste basicamente em “reconstruir”.

Complemento:

– SE AS “PERCEPÇÕES SENSORIAIS” SÃO “INTERPRETAÇÕES INTERIORES” DAS NOSSAS VIVÊNCIAS DE REALIDADES, PRATIQUE QUALQUER MODALIDADE DE “MEDITAÇÃO” E DE “YOGA”.

São caminhos de “autoconhecimento”, que recomendo para você.

Notas:

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Muita paz e harmonização interior.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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