(027) Sentindo se existe o “acaso”.

O marco da criação deste espaço virtual, foi a mensagem que recebeu o título “Sensibilidade da Alma”, contendo, logo no início, esta homenagem à escritora Lya Luft:

– Este blog é dedicado à escritora Lya Luft que, com a sensibilidade da sua alma, com o seu jeito humanista de escrever, mostra, com leveza de estilo literário, matizes significativas do nosso viver, com o mesmo encanto da beleza e da suavidade dos voos das gaivotas, pelos céus da nossa existência.

Em seguida, assim foi revelada a sua proposta:

– Que bom que você veio ao nosso primeiro encontro. Ao encontro com a essência existencial do nosso “EU” interior, ao encontro com a sensibilidade das nossas almas (da sua e da minha).
Desejo que os nossos futuros encontros sejam “caminhadas” de buscas e de descobertas, pela subjetividade dos nossos “estados de alma”. Que sejam buscas de aprimoramento e de crescimento espiritual, pelas trilhas das nossas trajetórias de vida. Que sejam encontros com um sentido determinado e bem definido – o do despertar da nossa “sensibilidade da alma”. As buscas e o despertar que para serem alcançados, precisamos desta lição de vida contida no início da poesia “Saber Viver”, de Cora Coralina:

Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais prá nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Era o começo de uma “caminhada”. Nela, em todas as mensagens postadas, sempre aparecerá a paisagem acima, de um “caminho” ladeado de árvores, sendo percorrido por um solitário homem que se aproxima de uma curva. Como se fosse, nesta existência, a do final do nosso atual “ciclo da vida”. A curva que nos levará, em outra dimensão, para continuar evoluindo em uma nova “caminhada”, com outro “destino”, para nós, ainda desconhecido e necessário para a “imortalidade da alma”.

A respeito, Lya Luft comenta na sua conhecida coluna, publicada na edição de 3.09.2014, da revista VEJA (fonte: site veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/):

– Conformados ou não, a morte é algo que precisaríamos aceitar, com mais ou menos dor, mais ou menos resistência, mais ou menos inconformidade. E esse processo, mais ou menos demorado, mais ou menos cruel, depende da estrutura emocional e das crenças de cada um.
Podemos escolher a teoria que nos conforta mais: quem morreu se integrou na natureza; preserva-se por seus genes em filhos e netos; faz parte da energia maior; enveredou por outra dimensão; é uma alma imortal.
A vida inevitavelmente flui: nós somos isso. Ela é um ciclo: ciclos se abrem e se fecham, isso é viver.

A motivação desta mensagem, é você. É a sua presença, neste espaço virtual.

Pergunto:

– A que posso atribuir este nosso encontro? Teria sido obra do “acaso”?

Dizem que o “acaso” não existe, mas o certo é que a vida da gente é cheia de “acasos”.

Por sua vez, acredito que tudo acontece “quando” e “como” tem que acontecer. Não, “quando” e “como” desejamos que aconteça.

O que também deve ser considerado, não é apenas o momento da efetiva e real manifestação desses “acontecimentos”, em nossas vidas. Principalmente, quando eles são aparentemente inexplicáveis; quando são independentes de um prévio “querer”, nosso.

Para mim, o “acaso” existe. O que “ilusoriamente” parece não existir (de modo convincente), é a explicação para o “acaso”. Aliás, este é o “pensamento causal” prevalecente na cultura do ocidental.

Volto a repetir as duas perguntas:

A que posso atribuir este nosso encontro? Teria sido obra do “acaso”?

Acrescento mais esta pergunta:

Você, agora, está neste espaço virtual em razão de um “fenômeno sincrônico” (em que o “tempo” e o “espaço” são relativos). Ensejador de um “acontecimento” (conhecido, na “Sincronicidade de Jung, por “evento sincronístico”), que possui um significado subjetivo e simbólico para nós, em conexão com os nossos interiores “estados de necessidades”?

O escritor Hermann Hesse, ganhador do Nobel de Literatura de 1946, no seu livro “Demian” explica o seguinte:

– O acaso não existe. Quando alguém encontra algo de que verdadeiramente necessita, não é o acaso que tal proporciona, mas a própria pessoa; seu próprio desejo e sua própria necesidade o conduzem a isso.

Termino esta mensagem desejando (se for o caso), que a sua presença, neste espaço virtual, seja consequência de uma “necessidade interior” de realizações de “buscas de si mesmo”, para o “despertar” da “Sensibilidade da Alma”.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3. Do youtube, vídeo César e Pedro Mariano – DVD Piano e Voz – “Acaso”, gravado ao vivo no Canecão, Rio de Janeiro.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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