“Eis a minha doença: não me restam lembranças, tenho apenas sonhos. Sou um inventor de esquecimentos.”
São palavras do escritor moçambicano Mia Couto, um dos meus preferidos, no seu romance “O Mapeador de Ausências“, publicação da Editora Companhia Das Letras, que recomendo para meus seguidores.
A primeira sensação que tive com a leitura desse livro, foi a da ilusória passagem do “tempo” em nossas vidas que, no entanto, subjetivamente pode parecer esquecida em nossas memórias como se estivesse apagada para sempre. Na mensagem anterior, registrei ser a última de 2024, mas recebi vários pedidos de seguidores para continuar mais um pouco e, se possível, até a chegada de um novo ano em nossas vidas (2025). Fiquei emocionado!
Mia Couto considera ser uma doença quando “não lhe restam lembranças”, certamente referindo-se aos fatos marcantes de sua trajetória de vida. Em seguida, valoriza seus sonhos para se declarar “um inventor de esquecimentos” [Gostei desse seu “sentir”]. Certo é que os nossos tempos “passado”, “presente” e “futuro”, compondo a história de nossas vidas, podem não serem mais lembrados com riquezas de detalhes; mas nunca serão, por nós, totalmente esquecidos. Isto porque, como entendo, nós somos somos subjetivamente impulsionados por sucessivas necessidades de novas experiências de “descobertas”, de “melhorias”, de “crescimentos”, … Além disso, o nosso “tempo” também podem ser subjetivamente delimitado por circunstâncias que são muitas vezes indesejadas por nós e, portanto, difíceis de serem esquecidas, e compondo um mosaico existencial do nosso “existir” modelados, de modo consciente, de acordo com as nossas manifestações de “escolhas”. Vejam o que já falaram sobre o “tempo“:
Clarice Lispector: “Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.” ; Fernando Pessoa: “Tudo o que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecível.” e “A memória é a consciência inserida no tempo.” ; Lewis Carrol, em “Alice no País das Maravilhas”: Quanto tempo dura o eterno? Responde o coelho, Às vezes apenas um segundo.” ; Mario Quintana: “Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo.” e “Na convivência, o tempo não importa. Se for um minuto, uma hora, uma vida. O que importa é o que ficou deste minuto, desta hora, desta vida.” ; Charles Chaplin: “Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre.” ; José Saramago: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.” ; François Rabelais: “Tudo chega com o tempo, para quem sabe esperar.” ; Plutarco: “O tempo é o mais sábio dos conselheiros.” ; Auguste Rodin: “Nada é perda de tempo se você usar a experiência sabiamente.” ; Sêneca: “O tempo revela a verdade.” ; Santo Agostinho: “O tempo é um vestígio de eternidade” ; Machado de Assis “O tempo corre, e as nossas sensações com ele se modificam.” e Anaïs Nin: “Sempre dizem que o tempo muda as coisas, mas que tem que as mudar é você.”.
Recentemente recebi um comentário de uma seguidora elogiando essa inovação de enriquecer esta nossa caminhada, com o que já disseram sobre o tema central de cada um nos nossos encontros. Para ela essas citações são preciosas fontes de “autoconhecimento” porque nos ajudam refletir sob perspectivas épocas diferentes da nossa atual realidade. Farei o possível para antes da chegada de 2025, novamente me encontrar com vocês.
Termino, com esta bela interpretação de Ana Carolina, cantando “Força Estranha” de Caetano Veloso [ligue o som]:
Notas:
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3. O vídeo do canal vevo, acessado pelo Youtube.
Muita paz e harmonia espiritual para todos.