(056) Sentindo, em nós, o significado da nossa “existência”.

Existem perguntas difíceis de serem respondidas; como esta:

– Qual será o significado da nossa “existência”?

A dificuldade decorre da natureza ontológica da pergunta, porque diz respeito ao “conhecimento do ser” (do ser enquanto ser).

Reconheço que a pergunta se distancia da proposta deste espaço virtual, que tem por objetivo o “despertar” da nossa “Sensibilidade da Alma”, mediante a prática de “buscas interiores”. Mas de “buscas” voltadas para a descoberta da “percepção” do “sentir” a nossa “subjetividade”, o que defino como sendo as “buscas de si mesmo”.
Por esta razão, em várias mensagens postadas tenho reproduzido este ensinamento de OSHO, que inicia a introdução do seu livro “Destino, liberdade e alma”, lançado no Brasil com todos os direitos reservados à Editora Planeta do Brasil:

– O homem é uma busca – não uma pergunta, mas uma busca. Uma pergunta pode ser resolvida intelectualmente. Não que estejamos buscando algumas respostas para algumas questões; estamos buscando algumas respostas para a nossa existência. É uma busca porque as perguntas são sobre os outros. Uma busca é sobre si mesmo. O homem está buscando a si mesmo. Ele sabe que ele existe, mas também sabe que não sabe quem ele é.

A proposta deste espaço virtual contém a mesma “essência” da “filosofia de vida” da prática dos ensinamentos do Budismo. Através de amigos budistas, tive oportunidade de conhecer e admirar a “formação humanista” do Sr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI). Sobre a dificuldade de se responder a pergunta feita no início desta mensagem, ele esclarece no seu livro “VIDA”, lançado novembro de 2013 pela Editora Brasil Seikyo:

– Para qualquer pessoa, a questão mais difícil é compreender o significado de sua própria existência. A visão científica do ser humano sondou a matéria e descobriu o mundo dos átomos e dos elétrons. Em sua busca pelo infinito, a visão científica continua superando as fronteiras do cosmo cada vez mais. Apesar disso, a vida, que é o mais próximo que existe de nós e a questão que deveria ser a mais fácil de compreender, permanece um mistério, mesmo com o rápido avanço nas últimas décadas do que chamamos de ciência da vida.

Não me parece certo tentar explicar o “significado da nossa existência” de forma genérica como, aliás, aparentemente sugere o enunciado da pergunta que inicia esta mensagem. Isto porque, somos nós os “modeladores” das nossas “descobertas”, do nosso “sentir”, e do nosso “pensar”. Portanto, caberá a cada um de nós encontrar a sua resposta satisfatória.

Pessoalmente, entendo o seguinte:

1. Todos nós somos “seres transcendentes”. Pertencemos a um ciclo de evolução “existencial” e “espiritual”, marcado pela “transitoriedade” de tudo. É a “Lei da Impermanência” que explica a sucessividade de “transformações” em todas as realidades do Universo. A respeito, gosto desta passagem do livro “Transições: Tomando Conhecimento das Mudanças da Vida, de William Bridges (Reproduzida por Tom Butler-Bowdon, no seu livro “Lições Inspiradoras dos Grandes Mestres”, lançado no Brasil em 2014, pela Editora Universo dos Livros):

– Em toda a natureza, o crescimento envolve acelerações e transformações periódicas: as coisas se movem devagar por um tempo e parece que nada
acontece – até que de repente a casca racha, as flores desabrocham, a cauda do girino diminui, a folha cai, o pássaro perde as penas, o período de hibernação começa. Acontece o mesmo com todos nós. Embora os sinais sejam menos claros, do que no mundo de penas e folhas, a função dos tempos de transição são as mesmas.

2. Somos “seres transcendentes”, porque para o nosso imaginário não há limite. Com ele até podemos cogitar do sentido da sua “finalidade existencial”, nesta dimensão de vida. Apesar dessa capacidade, pelo fluir do nosso “ciclo de vida” sempre seremos os responsáveis pelas nossas escolhas. Sobre elas, gosto desta advertência de Paulo Coelho, no livro “O Diário de um Mago” (lançado em 1987,pela Editora Planeta do Brasil):

– “A cada momento de nossa existência temos de escolher um caminho e outro. Uma simples decisão pode afetar uma pessoa para o resto da vida.”

3. Como “seres transcendentes”, o significado da nossa “existência” deverá ser comparado ao percurso de uma “viagem” em que nós somos os “viajantes”, “vindo” e “seguindo” para outras dimensões desconhecidas, em que o “leme” da embarcação do fluir da nossa “existência” sempre estará sujeito à força das ondas da Lei da Causalidade, assim explicada pelo Sr. Ikeda (fonte: Suplemento do Jornal Brasil Seikyo, edição n. 2285 de 31/07/2015):

– O budismo ensina que podemos discernir claramente a realidade de nossas vidas, com base no princípio de causa e efeito, e nos explica que aquilo que somos agora reflete o acúmulo de nossos pensamentos, palavras e ações no passado e que nosso futuro será moldado pela nossa maneira de viver no presente.

Na condição de apreciador dos ensinamentos budistas, termino esta mensagem afirmando que somos nós – “seres transcendentes” – que estamos, com a evolução do nosso “viver”, consolidando o “significado da nossa existência”.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3.Vídeo do youtube: “Aprende com o Silêncio – Jean-Yves Leloup”.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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