“HÁ MOMENTOS DA VIDA QUE SÓ PODEM SER DECIFRADOS QUANDO VOCÊ SE DEDICA A OS VIVER, SEM NECESSIDADE DE DECIFRAR ABSOLUTAMENTE NADA. ENQUANTO TUDO ACONTECE, NÃO DÁ PARA SABER DIREITO SE É BOM OU PÉSSIMO. EM FRENTE.”
São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, em uma das previsões do seu horóscopo publicado na edição do dia 09 deste mês de outubro, do Jornal O Estado de São Paulo. Revelam, de acordo com o meu “sentir”, uma sugestiva “sabedoria de viver” para aqueles que ainda não sabem priorizar e valorar o seu “aprender” com as experiências significativas do nosso “existir”. Concordo com Quiroga, porque muitos dos nossos desejos de aprendizados são de necessidades personalíssimas, individualizadas. Para serem despertos em nós, dependem muito dos nossos favorecimentos de buscas interiores. Ensina Clarice Lispector (mensagens 038, 190 e 275):
DIZEM QUE A VIDA É PARA QUEM SABE VIVER, MAS NINGUÉM NASCE PRONTO.
A VIDA É PARA QUEM É CORAJOSO O SUFICIENTE PARA SE ARRISCAR E HUMILDE O BASTANTE PARA APRENDER.
Nesta dimensão de “vida” nós temos uma missão de melhorias e de crescimentos em todos os sentidos (material e espiritual). Há muito estou convencido de que os conhecimentos, sejam de que natureza forem, são fontes de transformação. Nós aprendemos com o nosso “fluir existencial”, com as nossas “escolhas”, com as nossas “incompletudes”, com o nosso “silêncio” e (muito) com as nossas buscas de “autoconhecimento”. Sobre essa “flexibilidade cognitiva”, peço a sua atenção para esta explicação de Michele Müller (pesquisadora especialista em Neurociências e Neuropsicologia Educacional), no seu bem fundamentado artigo publicado em julho de 2018, na edição 151 da Revista PSIQUE, da Editora Escala:
– O cérebro é projetado para aprender e mudar com a aprendizagem, mudar e aprender com a mudança. Sua complexidade nos possibilita desde mudanças rápidas de foco, quando recebemos estímulos diferentes, a transformações profundas na forma como agimos e pensamos, de acordo com a necessidade e o ambiente. Quanto mais nos permitimos conhecer o incerto, mais treinamos a capacidade de adaptar a forma de agir e de pensar de acordo com a necessidade que encontramos. A flexibilidade cognitiva depende das mudanças e ao mesmo tempo as torna possíveis.
No início desta mensagem Quiroga reconhece que na vida da gente existem momentos que devem ser vivenciados, mas sem a necessidade de também querer conhecer suas causas e significados. Nós sabemos que nas nossas interações, quando duas ou mais pessoas presenciam um mesmo evento, as suas reações são diferentes. Umas podem se emocionar, outras não. Todos nós temos as nossas subjetivas singularidades sensoriais que influenciam nossas ações e preferências de escolhas. Ensina Keitiline Viacava, doutora em Neurociência Cognitiva pela Universidade de Georgetown, em Washington (Revista Humanitas, n. 145, publicação da Editora Escala):
– A nossa capacidade de avaliar situações não é totalmente objetiva. Nós recorremos a associações, percepções e lembranças registradas na mente para reduzir esforços no mapeamento das incertezas e atribuir valor às nossas opções. Fazemos isso sem esforço, com apoio das emoções.
Pergunto:
– COMO DEVEMOS ENTENDER A LINGUAGEM SIMBÓLICA DAS NOSSAS SENSAÇÕES EMOCIONAIS?
Gosto desta explicação de Marta Relvas, que é membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento e docente da Universidade Estácio de Sá (por limitação de espaço, assim reproduzida com estas minhas palavras):
– Razão é a faculdade de julgar, raciocinar, compreender e ponderar. A emoção é uma experiência subjetiva. Biologicamente são dois sistemas cerebrais que estão intrinsecamente interligados. Por mais que uma pessoa pense que sua mente está sendo treinada para a racionalidade, esta jamais deixará de ser influenciada pela emoção. Para o neurocientista António Damásio, o erro de Descartes foi separar a emoção da razão. Ele
acreditava que o corpo era separado da mente. A mente só precisava do corpo para poder funcionar, fora disso não havia nenhuma conexão. Damásio acredita justamente no contrário, que o corpo e mente estão intimamente conectados: a mente comanda o corpo inteiro, mas são as sensações que o corpo manda para a mente que induzem a mente funcionar daquela maneira, contrapondo o dualismo cartesiano no qual a alma (razão pura) é independente do corpo e das emoções.
Espero você no nosso próximo encontro, com a continuação desta mensagem.
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.