(245) Sentindo a “essência do espiritual”, na interioridade humana.

“ESPIRITUALIDADE É A RECUSA A QUE A VIDA SE ESGOTE NA SUA MATERIALIDADE, NUMA EXISTÊNCIA QUE TEM SENTIDO EM SI MESMA. NESTA DIREÇÃO, A IDEIA DE ESPIRITUALIDADE, ELA ESTÁ CONECTADA À NOÇÃO DE TRANSCENDÊNCIA. ISTO É, ÀS COISAS DA VIDA. O SENTIDO, ELE É CONSTRUÍDO PARA O ALÉM DO IMEDIATO, DO MOMENTO. ELE ESTÁ MERGULHADO NUMA HISTÓRIA QUE FAZ SENTIDO PELA PRÓPRIA CAPACIDADE DE HONRAR A VIDA”
São palavras do filósofo, escritor e educador Mário Sergio Cortella. Foram escolhidas para iniciar esta mensagem, pelo alcance do seu significado de elevação existencial e espiritual, nesta nossa dimensão de vida.

Foi com Mario Sergio, que aprendi a sabedoria deste ditado chinês:

– Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, ao se encontrarem eles trocam os pães; cada um vai embora com um. Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma ideia, ao se encontrarem trocam as ideias e cada um vai embora com duas.

Aqui, nesta estrada virtual para o “autoconhecimento”, os seus encontros serão “consigo mesmo”, com as “imagens sensórias” da sua subjetividade interior e da sua “Sensibilidade da Alma”. São, portanto, encontros de descobertas que só lhes pertencem.

Após a leitura desta mensagem, sugiro você, em silêncio de “quietude interior”, refletir sobre essas afirmações de Mario Sergio: a de que a “espiritualidade está conectada à noção de “transcendência”; o que faz sentido pela [nossa] “própria capacidade de honrar a vida”.

Gosto deste “sentir” de Jung, assim explicado pelo psicólogo clínico e analista junguiano, Roberto Rosas Fernandes, da International Association for Analytical Psychology (AAP):

– A psicologia analítica, desenvolvida por Carl G. Jung, que colaborou com Freud durante os primeiros anos da psicanálise, apresenta uma ideia avessa à da psicanálise no que diz respeito a Deus, à espiritualidade e as religiões. Para Jung, o ser humano possui um centro profundo e sagrado que o organiza e estabiliza. Esse centro é produtor de símbolos que estruturam a consciência e a levam por um caminho teleológico de desenvolvimento, isto é, voltado a uma meta de expansão. Entre os símbolos produzidos por esse centro último, estão aqueles que representam a divindade e sua força na interioridade humana.

Não posso deixar de registrar nesta mensagem, que estou plenamente convencido de que todos nós temos condições de favorecer o “despertar interior” dos nossos “sentimentos de espiritualidade” (a função buddhi, que em sânscrito é entendida por “intuição espiritual”). Esse “sentir interior”, está em mim conscientemente consolidado no entendimento de aceitação de que “somos seres, com essência espiritual interior de origem transcendente”. Aliás, nesse sentido de “significado existencial”, peço a sua atenção para esta explicação sobre Psicossíntese, do Doutor Luiz Alencar Libório, licenciado em filosofia, teologia e psicologia, com especialização em Psicologia Cognitiva, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE):

– A Psicossíntese é “baseada na premissa de que a vida humana tem um sentido e um significado, e que nós participamos de um universo ordenado e estruturado para facilitar a evolução da consciência de si”. Uma consequência disso é o fato de que a vida de cada pessoa tem um propósito e um significado dentro deste contexto mais amplo, e que o indivíduo pode descobrir isso para trabalhar eficientemente o seu Self.

Certo é que são muitos os benefícios que podemos alcançar, em harmonização interior com a essência sensória da nossa “espiritualidade”. Esclarece a psicoterapeuta Bel Cesar:

– Conforme nos desenvolvemos espiritualmente, ampliamos nosso próprio potencial de percepção da realidade. Adquirimos uma maior compreensão sobre nós e sobre os outros.
A espiritualidade cresce à medida que nos comprometemos a nos torna pessoas cada vez mais lúcidas e generosas, capazes de beneficiar tanto a nós mesmos como um número maior de pessoas, além do meio ambiente no qual vivemos.

Por sua vez, em sua abordagem sobre a “espiritualidade” no ambiente de trabalho, esclarece o escritor e consultor organizacional, Eduardo Shinyashiki:

– A força motora do profissional depende do equilíbrio de quatro pontos: o físico, o emocional, o ético e o espiritual. Se os três primeiros pontos já estão sendo amplamente abordados e trabalhados nas empresas, o lado espiritual está se tornando ainda mais uma necessidade crescente no contexto profissional, não mais considerado tabu dentro das empresas.
Conceitos como força interior, “energia vital”, “equilíbrio”, “imagens mentais” e “meditação” estão se tornando mais comuns dentro do cenário empresarial, abraçando um só princípio: a convicção de que o ser humano tem um enorme potencial de recursos a serem descobertos e utilizados.
Estudos e pesquisas sobre os efeitos da espiritualidade, nas suas diferentes manifestações, foram amplamente discutidos, demonstrando que as práticas espirituais modificam positivamente a maneira como o sistema nervoso reage às pressões, permitindo à pessoa enfrentar os desafios mais complexos com sucesso e satisfação.
Graças à plasticidade do cérebro, as práticas espirituais – como, por exemplo, a meditação, as orações ou as técnicas de relaxamento etc. – remodelam e reorganizam, constantemente, as células cerebrais, melhorando suas habilidades, a capacidade de concentração e a memória. Assim, há um aumento na resistência do estresse, fortificando a clareza mental e a capacidade de tomar decisões.
Todas essas atividades fazem diminuir a ansiedade, mantêm a calma interior em todas as situações e, consequentemente, melhoram o desempenho profissional e os relacionamentos interpessoais, conquistando, assim, o foco nos objetivos e nos próprios valores.

Termino esta mensagem, com esta síntese do monge trapista Thomas Merton, citada em 14/11/2011 por Paulo Coelho, no seu site oficial:

– “A VIDA ESPIRITUAL SE RESUME EM AMAR”.

Notas:

1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Fontes das citações desta mensagem: De Mário Sérgio Cortella, reproduzida do vídeo do YouTube:”O que é espiritualidade? – Somos 1 só”; dos Psicólogos Roberto Rosas Fernandes e Luiz Alencar Libório, foram reproduzidas dos artigos publicados na Revista PSICOLOGIA, sobre grandes temas do conhecimento, edição especial n. 43 sobre Psicologia & Espiritualidade, publicação da Mythos Editora; da Psicoterapeuta Bel Cesar, foi reproduzida da Edição n. 213 da Revista Bons Fluidos, publicação da Editora Caras e a do escritor e consultor organizacional, Eduardo Shinyashiki, foi reproduzida da Edição 82, Ano VI, outubro de 2012, da Revista PSIQUE, publicação da Editora Escala:
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Muita paz e harmonia espiritual.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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