Começo esta mensagem, perguntando para você:
– Como entender o vivenciar de um estado sensório e existencial de “plenitude interior?
A resposta para essa pergunta não será encontrada nesta mensagem. Está em você. Só lhe pertence porque diz respeito às manifestações da subjetividade humana, moldadas pelas projeções recebidas da nossa “Sensibilidade da Alma”.
A doutora Daniela Benzecry, no seu belo livro “Sentimentos, valores e espiritualidade”, lançado no Brasil pela Editora VOZES, explica as diferenças das funções psicológicas dos nossos pensamentos, sentimentos e sensações: – a do pensamento interpreta “o que é”; a do sentimento determina “o valor de algo” para a pessoa e, portanto, interfere nas nossas escolhas; a da sensação apenas diz “que algo é”, que “algo existe”, independente de uma necessária reflexão.
Com esses esclarecimentos, parece-me acertado considerar o sentir de um estado de “plenitude interior” como sendo percepção sensória de uma “sensação”. No caso da pergunta, o conteúdo dessa “sensação” é abrangente no sentido de nos proporcionar condições sensórias de “integração”, de “união” e, principalmente, de “completude existencial” em todos os sentidos (inclusive de transcendência espiritual). O indivíduo torna-se uno “consigo mesmos” e com as suas “interações exteriores”.
A sensação de “plenitude interior” cria em nós uma “expansão de consciência” envolta em permanente “sentir” de “harmonização transcendente”. Para a psicanalista junguiana Brigitte Dorst, nesse “espaço transpessoal da consciência o ser humano se percebe conectado como parte de uma totalidade maior” (Fonte: Introdução do livro “Espiritualidade e transcendência/C.G.Jung, com tradução de Nélio Schneider, lançado no Brasil pela Editora VOZES, com direito de publicação em língua portuguesa). Por sua vez, no seu livro “The Spiritual Revolution”, David Tacey a ele se refere como “revolução espiritual”.
Certo é que nesse estado sensório de “plenitude interior” o ser humano, como em um renascimento, cria para “si mesmo” um novo sentido para a sua própria “existência”. Ele torna-se um “ser transcendente”. A respeito, Jung reafirma “que o mundo, tanto por fora como por dentro, é sustentado por bases transcendentais”, e conclui:- “é algo tão certo quanto nossa própria existência” (OC 14/II, § 442).
Termino esta mensagem, com este “sentir” de Heráclito:
– Mesmo se explorarmos todos os caminhos, jamais conseguiremos descobrir os limites da alma, tão profunda é sua essência.”
Nele inspirado, desejo para você um despertar interior de “plenitude existencial” imantada com “essência transcendente” de espiritualidade.
Notas:
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3. Vídeo Youtube (Eric Clapton – Autumn Leaves (with Iyrics/FourSeasonOndeSoul”).
Muita paz e harmonia espiritual.