(387) Sentindo como devemos entender a “verdade”. (Parte Final da mensagem anterior).

Existem três verdades: a “minha”, a “do outro” e a chamada “verdade verdadeira.

São minhas palavras transmitidas na mensagem anterior que, neste nosso encontro, resumidamente e de modo conclusivo desejo usá-las [logo no início] sob a perspectiva das propostas de criação deste espaço virtual (mensagem 001). Vejam: Isto porque a “verdade” sempre foi objeto de análises ensejadoras de diversos entendimentos, tanto na Filosofia, na Psicologia, e em outros conhecidos ramos do saber humano. Nunca li nada a respeito, mas entendo que todas as nossas manifestações individuais de convencimentos das nossas “verdades”, são projeções preciosas para as nossas buscas de “autoconhecimento”. Basta perguntar para si mesmo: Por que pensei assim? Por que estou perguntando isso? Certo é que as nossas antigas “verdades” não são para sempre, porque podem perder sentido em nossas futuras vivências de novas realidades. As nossas sensações ou sentimentos de “verdade” [seja como você preferir falar], são uma espécie de “modelação conceitual de reconhecimentos nossos” sobre o que, para nós, aparentemente, é “certo”, “aceitável”, e “convincente”. Também entendo que são resultados das nossas preferências de comprovações interiores de significados, em todos os sentidos do nosso viver. Tudo isso, para mim, também são fontes de “autoconhecimento”.

Propositalmente deixei para esta parte final, estes esclarecimentos conclusivos dos doutores em Filosofia pela UNICAMP, Rafael R. Testa e João Antonio de Moraes:

– “Ao investigar diferentes teorias da verdade, mais que uma simples reflexão sobre a natureza da verdade, buscamos também compreender como os vieses algorítmicos podem distorcer nossa percepção dela. Cada abordagem teórica oferece uma lente única através da qual podemos analisar e avaliar criticamente as informações que nos chegam. Nesse processo de escrutínio, consideramos várias perguntas essenciais: Determinada afirmação reflete os fatos de forma precisa? Existem situações ou evidências que contradizem essa afirmação? Determinado raciocínio é logicamente bem construído? Quais são os argumentos que apoiam determinada afirmação? Eles são robustos e bem fundamentados?” As afirmações que sustentam determinada afirmação podem ser testadas e replicadas por outras pessoas?

Nas duas notas da bem fundamentada abordagem, eles ensinam o que na atualidade considero ser muito importante. Vejam:

1. Um algoritmo, no contexto das redes sociais, refere-se a um conjunto de regras e procedimentos computacionais utilizados pelas plataformas para organizar, priorizar e entregar conteúdo aos usuários. Esses algoritmos analisam uma vasta gama de dados, como interações, preferências e comportamentos dos usuários. Dessa forma, os algoritmos determinam quais publicações aparecem no ‘feed’, em que ordem e com que frequência, sendo projetados para maximizar o engajamento e mostrar conteúdo que tem mais chances de captar a atenção de cada usuário – como tópicos em tendência, postagens de conexões próximas ou itens semelhantes com os quais o usuário interagiu anteriormente. Como resultado, os algoritmos das redes sociais influenciam significativamente quais informações são destacadas e como os usuários percebem os ambientes on-line, moldando o discurso público e as relações pessoais na era informacional.

2. As tecnologias digitais de comunicação referem-se ao conjunto de ferramentas, plataformas e sistemas, conectados à internet, que permitem a troca de informações e a interações entre pessoas no ambiente virtual. No presente texto, focamo-nos nas redes sociais, por exemplo, Facebook, Instagram, TikTok, entre outras.

Complemento: As “verdades computacionais” merecem a nossa atenção [muita atenção] porque, subjetivamente, podem nos convencer e nos levar à “verdades” diferentes das nossas, que foram inicialmente criadas por nós e, portanto, para nós.

Termino, com este “sentir” do filósofo e psicólogo americano William James (1842-1910):

– A forma intuitiva de conhecimento é a apreensão direta de algo e não é mediada por nada, de forma que a verdade, para o conhecimento intuitivo, é uma questão de consciência direta em relação ao fluxo da experiência.

Espero você no nosso próximo encontro.

Notas:
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Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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