(344) Sentindo nas contemplações artísticas, uma das nossas fontes de ‘autoconhecimento”. (Parte II da 343)

OS ESPELHOS SÃO USADOS PARA VER O ROSTO. A ARTE PARA VER A ALMA.”

São palavras do dramaturgo, crítico literário, ensaísta e romancista irlandês, George Bernard Shaw (1856-1950), laureado com o Prêmio Nobel de Literatura de 1925.

Terminei a primeira parte deste nosso encontro convidando você para conhecer, em todas as manifestações de arte, a contemplação do “BELO” como fonte de “autoconhecimento” (mensagem 343). Diferente de um simples olhar, todo “contemplar” parece exercer, em nós, uma espécie de atração de necessidades de “mais atenção“, de “mais concentração“, em nossas vinculações existenciais de “admiração” e de “aproximações humanas”. Resumindo: Em todos os sentidos [principalmente como acontece, com mais frequência, em nossos relacionamentos], a “contemplação humana” favorece descobertas de “atração” com essência subjetiva de integração “pessoal” e “espiritual”. Quanto à “contemplação na natureza, gosto deste “sentir” do neurocientista António Damásio:

QUANDO OLHAMOS PARA O MAR, NÃO VEMOS APENAS O AZUL DO MAR, SENTIMOS QUE ESTAMOS A VIVER ESSE MOMENTO DE PERCEPÇÃO.

A motivação desta mensagem [repito] recomenda a nossa atenção para as “contemplações artísticas”, porque são fontes de “autoconhecimento”. Isto porque quando apreciamos algo, subjetivamente transmitimos [inclusive, também, para nós mesmos] significados da linguagem interior do nosso “sentir”, da nossa “Sensibilidade da Alma”.

O que, em nós, acontece com as nossas exteriores interações existenciais de realidades, é assim explicado pelo médico e psicoterapeuta junguiano, Carlos São Paulo, na sua análise literária da novela “A morte de Ivan Ilich, de Lev Tolstói, publicada em 1886:

– Para a Psicologia Analítica, “alma” é um conceito que define o modo como o EU se relaciona com o mundo interior, enquanto “persona” determina o modo com que esse mesmo EU se relaciona com o mundo exterior.
O homem, em seu desenvolvimento, constrói um mundo interior que fala a linguagem dos símbolos e, por meio deles, relaciona-se com a natureza que nos habita e às suas exigências. Como o mundo externo que compartilhamos faz-nos reféns da razão e nos impede de ouvir os “murmúrios” da natureza que nos torna singular, muitos acabam seguindo o ritmo frenético dos “gritos” produzidos nesse mundo e se conduzem como manadas interessadas em realizar seus desejos ambiciosos de chegar ao sucesso em detrimento da alma.

Complemento com este entendimento do psicanalista clínico, Paulo Velasco, referindo-se ao que ele chama de “nosso cérebro em harmonia”, no seu artigo “Máquina Fascinante”:

– Todos os estudos e observações sobre o assunto comprovam que, se não existisse o cérebro, não haveria som, cores, luminosidade, a harmonia da música, enfim, tudo seria um imenso e eterno vazio. Nos diversos acontecimentos em que você vê, ouve e sente, sua sensibilidade repercute no seu exterior. Porém, a maneira como você percebe, reage e compreende esses fatos surpreendentes é, nada mais, a legítima criação do seu cérebro, ou seja, a mais admirável e sofisticada produção divina na vida dos seres humanos.

Certo é que somos nós que projetamos “para nós mesmos” [mais vezes, de modo inconsciente], as nossas interiores “necessidades de preferências” e, também como acredito, de “necessidades de harmonização espiritual”.

Dedico esta mensagem à Gal Costa porque, com as suas primorosas interpretações, encanta a sonoridade de belas imagens das nossas vidas.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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