(118) Sentindo a permanência do “eterno”, dentro de nós.

Prestem atenção nesta parte do diálogo entre Alice e o Coelho, no livro “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll:

Alice: Quanto tempo dura o eterno?
Coelho: Às vezes apenas um segundo.

Em nossas vidas, a magia da “temporalidade” comprova que somos nós que mensuramos as “projeções sensórias” do nosso “sentir interior”. Definimos, para nós, as diferenças entre o “eterno” e o “passageiro”. Tudo que experienciamos no “mundo real” é determinado pela nossa “valoração temporal”, de acordo com o “sentir interior”. O mesmo acontece com as percepções vindas da nossa “realidade interior”, apesar de que, nem sempre, a durabilidade das nossas “emoções” e “sentimentos” não são as por nós desejadas.

Certo é que ao responder a pergunta de Alice, o coelho “brinca” com a ilusória abstração da “passagem do tempo”. Com a sua sabedoria, no mundo encantado de “Alice no País das Maravilhas”, provou que em relação ao que consideramos ser ou não “eterno”, seus efeitos de permanência pertencem somente a nós, compondo a “dinâmica sensória” dos nossos envolvimentos com a “temporalidade”.

A subjetividade humana é o espelho do nosso “sentir interior”, das nossas “vivências existenciais”, em conexões com realidades interligadas (sejam elas reais ou imaginárias).

A base das nossas necessidades de “melhorias”, de aprimoramento “existencial” e “espiritual”, é o nosso “sentir interior” com a essência transcendente da “Sensibilidade da Alma”. Reflete este ensinamento de mais de 2000 anos, do jovem Sidarta Gautama, transmitido no Parque dos Gamos, na cidade de Sarnath (Fonte: “A Essência dos Ensinamentos de Buda”, do monge budista vietnamita Thich Nhat Hanh, lançado no Brasil pela Editora Rocco):

– (…) eu entendi profundamente que nada pode existir apenas por si, mas que tudo está inter-relacionado com tudo o mais. E entendi também que todos os seres contêm em sua natureza o potencial para o despertar.

Volto à pergunta de Alice:

– Quanto tempo dura o eterno?

Todos nós temos a capacidade cognitiva de perdurar na memória, o “eterno” das nossas lembranças de vida (sejam elas, boas ou não). Todo “sentir interior” é atemporal, porque permanece imutável dentro da gente. Assim como também permanecem, em nós, os significados das nossas “emoções”, “sentimentos”, “alegrias”, “tristezas” e, principalmente, o “AMOR”, porque “amar” é sentir. É um “sentir” sem fronteiras, independente de raça, de cor, de sexo. Independente de tudo, porque o “AMOR” é sublime e nunca esquecido. Consolida o sentido da nossa própria existência, do nosso “viver” durante toda a nossa caminhada de evolução “espiritual”.

Gosto desta inspiração da escritora Lya Luft, para quem dediquei este espaço virtual na sua primeira mensagem postada em 29 de janeiro de 2015, com o título “Sensibilidade da Alma” (Fonte: “Agendar a vida”, no seu livro “”Pensar é transgredir”, lançado no Brasil pela Editora Record):

– Abro uma página da minha agenda para demarcar mais uma vez o território de minha liberdade e o dos meus deveres – que é onde ela começa a perder pé.(…) Agenda pode ser tormento e prisão. Mas pode ser liberdade, se a gente inventar brechas: em plena tarde da semana, caminhar na calçada; sentar ao sol na varanda do apartamento; deitar na grama do parque ou jardim, por menor que ele seja, e como criança olhar as nuvens, interpretando suas formas: camelo, coelho, árvore ou anjo.
Ou: quinze minutos para se recostar para trás na cadeira (pode ser do escritório mesmo) e espiar o céu fora da janela; ir até a sala, esticar-e no sofá com as pernas sobre o braço do próprio, e ouvir música, ver televisão, ler, ler, ler… ou simplesmente não fazer nada.

Termino esta mensagem convidando você para, na agenda da sua vida, anotar somente a beleza de todos os “eternos” do seu “viver”, com a escrita da sua “Sensibilidade da Alma”.

Notas:

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3. Vídeo youtube: “Omkara – Remember (Mooji)”

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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