Em mensagens anteriores, afirmei que este espaço virtual tem vida própria. Não sou o seu idealizador, porque ele surgiu de um “chamado interior” recebido por “intuição”.
Aqui sou levado, assim como tudo poderá ser levado, pela força do “vento” que passa por nós sem destino conhecido. O meu “vento” é o das “inspirações”, das “imagens sensórias” da minha “interioridade”. É o mesmo “vento” que se mistura com o meu “sentir interior”, vindo de infinitas dimensões transcendentes para modelar o sentido da nossa finalidade “existencial” e “espiritual”, nesta dimensão de vida.
Muito antes da criação deste espaço virtual, desejei conhecer a “natureza sensória” da “Sensibilidade da Alma” dos deficientes visuais de nascença. Os que vivem sem conhecer o luminar do Sol e da Lua. Foi quando tomei conhecimento desta observação do psicanalista e educador Rubem Alves:
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido !
Certamente, Rubem Alves também estava se referindo à “visão subjetiva” das imagens perceptivas das nossas “emoções” e dos nossos “sentimentos”. À “visão” que precisa ser “aprendida”, para ser “sentida” com a nossa “Sensibilidade da Alma”. À “visão interior” do nosso “imaginário”, assim mostrada com esta bela inspiração de Lya Luft:
– Plantar um bosque na alma, e curtir a sombra, o vento, as crianças, o sossego. Não precisam ser reais. Eu até acho que a realidade não existe: existe o que nós criamos, sentimos, vemos ou simplesmente imaginamos.
Certo é que as imagens recebidas da “realidade externa”, estão condicionadas à percepção das matizes do nosso “sentir interior”. Além disso, de acordo com a Psicoembriologia, a origem do nosso desenvolvimento psicoafetivo e emocional antecede ao nascimento, contrariando as teorias psicanalíticas tradicionais. A respeito, esclarece o Psicólogo Anderson Zenidarci (Fonte: Revista PSIQUE n. 6, Ano V, lançada no Brasil pela Editora Escala):
– É pelo cordão umbilical que surge a inter-relação física, emocional e energética entre mãe e filho. (…) Fatos ocorridos no período do desenvolvimento bioevolutivo e psicoafetivo do indivíduo antes do nascimento influenciam nas sensações, percepções, sentimentos, comportamentos e personalidade desta pessoa.
Por sua vez, sobre a região do cérebro de crianças cegas, responsável pelo processamento de imagens, esclarece Pascal Belin, da Universidade de Montreal, no Canada (Fonte: Site saudevisual.com.br/noticias/806-musicacegueira):
– Quando estas pessoas ficaram cegas, as partes de seus cérebros que seriam usadas para processar informação visual se reorganizaram para assumir outras funções – em particular, processar informação auditiva. E quanto mais cedo esta reorganização acontece, mais eficiente é.
Interessante abordagem sobre Neurofisiologia, da jornalista Sucena Shkrada Resk, com o título “Uma leitura das imagens interiores”, esclarece que o processo cognitivo de pessoas com baixa visão permite “transmitir para o mundo a possibilidade de enxergar além do consciente”. Merecem destaque, estas conclusões (fonte: Revista PSIQUE, n. 46, Ano IV, lançada no Brasil pela Editora Escala):
– Toda imagem visual é projetiva, pois se trata de energia neuroelétrica e ganha forma pela modulação emocional e intelectual. Por isso o deficiente visual tem a capacidade de interpretar uma imagem, uma vez que ele despeja emoção para interpretá-la.
– Segundo o neurofisiologista André Frazão Helene, “o cérebro pode não receber estímulos do olho, parece estar cego também, mas pode enxergar, em situações imaginativas”.
Termino esta mensagem, com este precioso ensinamento de Antoine de Sant-Exupéry, na sua conhecida obra “O Pequeno Príncipe”:
– Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
Notas:
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3.Sugestão: Documentário “Janela da Alma’, de João Jardim e Walter Carvalho, disponível pelo site de hospedagem de vídeos do Google.
Muita paz e harmonia espiritual para todos.