(380) Sentindo o que acontece em nossas tomadas de decisões. (Parte I)

Como nossas escolhas são realizadas e de que maneira elas nos fazem ser quem realmente somos?

Essa pergunta foi feita pela jornalista Renata Vomero, Editora-chefe do Portal Exibidor, especializado no mercado cinematográfico, na sua bem fundamentada abordagem sobre como o nosso “consciente” e “inconsciente” se comportam em nossas decisões. Foi publicada em dezembro de 2017, na edição 119 da Revista Cultura, da antiga Livraria Cultura. Achei interessante porque, muitas das nossas escolhas, também são decisões que tomamos para nós mesmos e que podem contribuir para o que ainda desejamos ser.

No artigo acima citado, Renata começa narrando a rotina diária de Ana [nome fictício], que todos os dias acorda às 7 horas da manhã, pega o metrô para ir para o trabalho, chegando liga o computador, ler as notícias e se desespera com a violência na cidade. Assustada, considera a possibilidade de mudar para um lugar mais tranquilo. Envia e responde alguns e-mails. Na hora do almoço vai a um restaurante e usa o seu vale-refeição. Tem reunião à tarde, e se prepara alguns minutos antes. A reunião corre sonolenta, mas alguns pontos são resolvidos. Depois volta a responder alguns e-mails e foca na grande apresentação que terá de fazer na próxima semana. No final do dia, com o trânsito mais tranquilo, pede um Uber e volta para casa.

Em seguida, pergunta se nos identificamos com essa rotina de Ana, e responde que provavelmente sim porque, constantemente sentimos a necessidade de “tomarmos decisões”. Fundamenta esse seu entendimento com esta explicação do psiquiatra e filósofo italiano, Mauro Maldonato, autor do livro “Na hora da decisão”, lançado no Brasil pela Edições Sesc: “Cada vez, cada dia, nós tomamos decisões. E em nossa mente acontece um verdadeiro conflito entre lógica, intuição e racionalidade. Todas as nossas ações são distintas, caracterizadas por esse acontecimento.”. Renata complementa de modo conclusivo: Mas muitas dessas decisões do nosso cotidiano acontecem no âmbito de nosso inconsciente. Ou seja, não estamos o tempo inteiro refletindo sobre cada ação que devemos tomar decisões, o que acarretaria um fluxo insano de informações à mente. Justifica esse seu entendimento, com esta observação do neurocientista argentino Mariano Sigman, autor do livro A vida secreta da mente, publicação da Editora Objetiva:

– Quando tomamos uma decisão, muitas vezes acreditamos que estamos fazendo algo consciente, quando na verdade é totalmente inconsciente. Todo esse processo ocorre numa camada abaixo do consciente. O que acontece é que nesse momento o seu cérebro começa a calcular muitas coisas e possibilidades e você não está nem ciente de toda essa atividade que está acontecendo nele.

Vejam que as nossas decisões também são fontes de “autoconhecimento”. Espero você na próxima mensagem, com a continuação destas considerações.

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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