(495) Sentindo a subjetividade, para explicar as emoções.

Há emoções que seria pertinente expressar, mas há outras que deveriam ser amadurecidas para, depois, expressar no momento certo. Quais são umas e quais são as outras? Pois bem, é para isso que existe o discernimento.

São palavras de Oscar Quiroga, em uma das previsões astrológicas do seu horóscopo divulgado no dia 05/03/2025. Em uma linguagem comum de entendimento popular todos nós temos condições, com o nosso “sentir”, de diferenciar “sentimentos” das nossas “emoções”. A respeito, no seu livro “O mistério da consciência – do corpo e das emoções ao conhecimento de si”, lançado no Brasil pela Editora Companhia das Letras, com tradução de Laura Teixeira Motta [que recomendo a leitura], o neurocientista António Damásio explica:

– “Admitir uma distinção entre emoção e sentimento é útil para investigarmos minuciosamente esses mecanismos. Propus que o termo sentimento fosse reservado para a experiência mental privada de uma emoção, enquanto o termo emoção seria usado para designar o conjunto de reações, muitas delas publicamente observáveis. Na prática, isso significa que não se pode observar um sentimento em outra pessoa, embora se possa observar um sentimento em si mesmo quando, como ser consciente, seus próprios estados emocionais são percebidos. Analogamente, ninguém pode observar os sentimentos que um outro vivencia, mas alguns aspectos das emoções que originam esses sentimentos serão patentemente observáveis por outras pessoas. (…) Podemos sentir consistentemente nossas emoções, e sabemos que as sentimos.”

Para o psicólogo Rossandro Klinjey, “as influencias externas frequentemente moldam nossa percepção de nós mesmos e do mundo ao nosso redor.” Por sua vez, Luiz Felipe Pondé, de modo conclusivo esclarece sobre o “empirismo”: – “É marcado pela afirmação de que tudo que sabemos vem da experiência sensorial – a famosa tábula rasa. Portanto, as experiências sensoriais, quando postas uma ao lado da outra em nossa mente (a tábula rasa em si), produz o conhecimento que temos das coisas, do mundo e de nós mesmos.”

Oscar Quiroga, recordista de participações nesta caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior [esta é a sua nonagésima segunda], traz um “enfoque subjetivo” que merece a nossa atenção, assim por mim interpretado: – Refere-se ao nosso “conhecimento sensorial” e portanto subjetivo, dos significados das nossas “emoções”, mas exclusivamente para nós mesmos. Assim está me parecendo porque, no final do enunciado da previsão astrológica, ele fez uso da palavra “discernimento”, parecendo-me ter sido por ele utilizado no sentido interpretativo de uma “avaliação pessoal”. Além disso, talvez tenha sido por isso que ele recorreu à necessidade de diferenciar os tipos das “emoções” que nós sentimos, ou seja: existe algumas “emoções” que devem ser “amadurecidas para, depois expressar no momento certo”. Outras, não.

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. A citação do psicólogo Rossandro Klinjey foi reproduzida do seu livro “As Quatros Estações da Alma – Da Angústia à Esperança, da Editora Papirus 7 Mares, escrito em parceria com o filósofo Mario Sergio Cortella / A do filósofo Luiz Felipe Pondé, do seu livro “Como aprendi a pensar – Filósofos que me formaram, da Editora Planeta.
4. O vídeo Roberto Carlos – Emoções, da vevo, foi reproduzido do YouTube.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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