“A experiência consciente, embora seja um estado mental passível de explicação por quem tenha experimentado uma determinada sensação, não é algo que se deva generalizar, já que ela possui um caráter qualitativo subjetivo, variando de acordo com cada pessoa ou situação.”
São palavras de Daniel Borgoni, doutor em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo -UNIFESP, no seu bem fundamentado artigo sobre os mistérios da consciência, publicado na edição 48 da Revista Filosofia, da Editora Escala. O enfoque principal desse artigo são as buscas de respostas pela Filosofia da Mente, sobre as nossas “experiências conscientes”. Há muito tenho interesse em querer entender como, por exemplo, de modo consciente podemos explicar para nós mesmos, a percepção de uma ainda desconhecida [ou parcialmente conhecida] manifestação da nossa subjetividade interior. Como acredito, talvez seja por isso que nesta jornada para o “autoconhecimento”, repetidas vezes tenho afirmado que nós precisamos “significar” os nosso sentimentos, as nossas emoções e, portanto, os resultados sensoriais e subjetivos de todas as nossas buscas de interiorização.
Daniel Borgoni analisa, em detalhes, o que ele chama de caracteres “qualitativos subjetivos” das nossas experiências conscientes, que são acessíveis a partir de um ponto de vista em primeira pessoa (ou seja, só por quem está tendo a experiência): Exemplifica: “Se eu e você estivermos sentindo dor em nosso segundo molar direito da arcada superior, mesmo que o dentista nos diga que isso se deve a uma inflamação de canal e que algum escâner mostre-nos que a área afetada é a mesma, ainda assim, não podemos afirmar que estamos tendo a mesma sensação de dor, na medida em que o caráter qualitativo de cada dor parece ser apreendido por uma só perspectiva, ou seja, a sensação de dor aparece de um modo específico somente a quem a está experienciando.”
Agora vejam que importante questionamento de Daniel, para a nossa jornada de buscas de “autoconhecimento”:
– […] a consciência tem uma particularidade que não se verifica nas outras coisas e fenômenos do mundo: a subjetividade. Assim, se a consciência tem características qualitativas intrínsecas (os qualia) que só podem ser apreendidas subjetivamente e, portanto, inescrutáveis sob um ponto de vista de terceira pessoa, como conciliar a objetividade das explicações científicas com a subjetividade da consciência se, de acordo com Paulo César Coelho Abrantes, que é doutor em Filosofia pela Université Paris, “essa objetividade resulta justamente, da tentativa de eliminar tudo que seja relativo a um determinado ponto de vista”.
Trata-se portanto de um tema complexo, que trago para este nosso encontro porque sempre despertou o interesse das neurociências e da filosofia da mente. Para você, meu seguidor, o que desejo com esta mensagem é somente mostrar que todos somos “seres únicos”, possuidores, e consciente da nossa subjetiva “realidade psíquica” que, portanto, só nos pertence.
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.