“O futuro não é distante, sua mente o aproxima constantemente através de projeções imaginárias, e seu corpo precisa responder da melhor maneira possível a esse apelo, porque se ficar sem resposta, a decepção se avoluma.”
São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, em uma das previsões do seu horóscopo do dia 22 de janeiro deste ano. É a sua quadragésima quarta participação nesta jornada para o “autoconhecimento”. Todas justificadas pela subjetividade das suas previsões. Sobre a relação do “futuro com o passado”, ele esclareceu na introdução do seu horóscopo divulgado no dia 4 deste mês de dezembro:
O futuro é tão real e determinante quanto o passado, mas nos relacionamos com o futuro da mesma forma com que nos relacionamos com nossa própria alma, pressentimos sua realidade, mas não nos convencemos totalmente de que essa experiência seja tão real quanto a do passado, sobre o qual temos as provas que a memória oferece. No entanto, até
a memória pode ser ressignificada, afinal, é para isso que as terapias psicológicas existem, e comprovam ser possível modificar nossa relação com o passado, o que, na prática, resulta em que o passado não é mais consistente do que o futuro, o qual, por sua vez, se nos apresenta antes de acontecer, como pressentimento, nas vezes em que começamos a pensar em alguém que é improvável encontrar, mas no decorrer do dia ou em pouco tempo, o encontro acontece.
Vejam que Quiroga considera ser possível, no nosso “presente existencial”, em uma perspectiva subjetiva de “projeções imaginárias”, modelar “realidades futuras” [desejadas ou não]. Explica o médico e psicoterapeuta junguiano, Carlos São Paulo, na sua coluna “divã literário”, publicada na Revista PSIQUE, 135, da Editora Escala, com o título – O escoar do tempo:
O inconsciente pode fazer com que cada momento da nossa vida influencie todos os outros, para frente e para trás. Assim, a intenção no futuro poderá modificar as probabilidades de uma enfermidade. Um simples diagnóstico pode influenciar o curso da doença. Dessa forma, a psicoterapia é um método que nos faz voltar no tempo para alterar nosso próprio futuro. (…) A vida é uma espécie de espetáculo cujo roteiro não controlamos. Vivemos envolvidos com gozos que se desmancham com o sofrimento e vice-versa.”
Complemento com estas considerações de Carla Longhi [que é doutora em história Social pela USP, com pós-doutorado em comunicação Social pela Universidad Complutense de Madrid], no seu interessante e consistente artigo “Centelhas de Esperança”, referindo-se ao livro “Passado Futuro”, de Reinhart Koselleck, publicado no Brasil em 2006, pela Editora PUC-Rio:
O passado carrega sentidos e saberes que podem contribuir com a experiência presente; o presente provoca inquietudes que levam à releitura do passado; já a projeção do futuro norteia a construção de projetos, potencializando ações do presente. Assim, para o autor, todo contexto histórico expressa um espaço de experiência composto também por um horizonte de expectativas. Os espaços de experiências traduzem a própria historicidade demarcada no tempo e no espaço, com suas características particulares e únicas.
Nessas vivências sempre é possível vislumbrar um horizonte de desejos, de expectativas que se anunciam de diferentes formas, projetando-se para o futuro, como uma espécie de alento. E os seus indícios podem ser percebidos em discursos, narrativas, imagens, novas terminologias. A potência de sua realização dependerá das forças políticas e sociais, capazes de emplacar projetos vindouros.
Termino este nosso encontro, com estas palavras de Steve Jobs:
CADA SONHO QUE VOCÊ DEIXA PRA TRÁS, É UM PEDAÇO DO SEU FUTURO QUE DEIXA DE EXISTIR.
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.