(075) Sentindo a “Sensibilidade da Alma” do consagrado pianista e maestro João Carlos Martins.

Existem pessoas em que o seu talento é revelador da sua exemplar “missão existencial”. Conseguem, com facilidade contagiante, mostrar a sabedoria de “saber viver” e as matizes sensórias da essência das projeções interiores da “Sensibilidade da Alma”. São seres humanos que encantam apenas com a sua presença, irradiando leveza de “serenidade”.

Com esta mensagem, este espaço virtual será engrandecido com a “história de vida” moldada pela “Sensibilidade da Alma” do pianista e maestro João Carlos Martins.

Destaco da entrevista concedida ao jornalista Diego Ponce de Leon, publicada na edição de domingo, 20 de dezembro de 2015, do Jornal Correio Braziliense, o seguinte:

– O que diria sobre nosso período atual?

JCM. A música é a régua do mundo. Se um governo vai bem, todos dizem: “Esse governo funciona como uma orquestra.” Se 100 mil pessoas tomam as ruas, o governo diz: “Isso foi orquestrado contra nós.” Por isso digo que a música é a régua do mundo. A música traz um elemento chamado harmonia. E um país só sobrevive com harmonia entre os Três Poderes

COMENTÁRIO: Quem transmite a musicalidade sensória do seu “sentir” e do seu “viver” com a “Sensibilidade da Alma”, manifesta sintonia de “ integração existencial” plena com a sua “interioridade compondo, assim, o BELO de todas as suas realidades vivenciadas.

– Como estão as mãos?

JCM. Eu cheguei a fazer 21 notas por segundo. Hoje, brinco que demoro 21 segundos para fazer uma nota (risos). Mas faço com o mesmo amor. Recentemente, eu e o Arthur Moreira Lima revivemos um concerto que fizemos há 30 anos, em Nova York. Arthur disse: “Com dois ou quatro dedos, o João Carlos toca melhor que a maioria dos pianistas que conheço.” A verdade é que, digo isso com humildade, meus sonhos no piano seguem com o Arthur Moreira Lima.

COMENTÁRIO: Quem faz arte com sentimento de amor, supera, com a magia do seu talento, as dificuldades físicas e se envolve nas imagens sensórias de um poder “sonhar” com o saber “sentir” a sua “Sensibilidade da Alma”.

– Carrega arrependimento?

JCM. Quando tive meu primeiro acidente, eu deveria ter continuado na música. Eu me afastei por cinco anos e não me perdoo por isso. Na segunda vez, quando fui agredido por conta de um assalto na Bulgária, deveria ter continuado na música, mas voltei a me afastar. Costumo recorrer às palavras de Beethoven que diz: “Se mil vidas existissem, mil vidas eu viveria para manter minha trajetória da esperança.” A música sempre vence.

COMENTÁRIO: Para João Carlos Martins, a música é a sua “VIDA”. É a permanente renovação do seu “viver”.

– Palavras vindas da “Sensibilidade da Alma” de João Carlos Martins, manifestadas na entrevista:

JCM. Outro dia, toquei para crianças de uma comunidade bem simples. Depois do concerto, perguntei: “Quem aí ficou emocionado? Quem teve vontade de chorar?” A maioria levantou a mão. E quem chorou fui eu.

– Esses títulos de que o senhor é “o maior intérprete de Bach do mundo” e similares o envaidecem?

JCM. O maior intérprete de Bach da história foi um canadense chamado Glenn Gould. Quando ele morreu, os pais dele me convidaram para tocar na inauguração do Memorial Glenn Gould, em Toronto. Quando subi ao palco, foi a recepção mais fria que tive na vida. E eu falei para mim mesmo: “Essa é a minha noite.” Ao final, dei 14 bis.

COMENTÁRIO: A vida reserva o merecido reconhecimento, para quem cultiva e aprimora, com a sua “Sensibilidade da Alma”, a interior “humildade” e “sabedoria de viver”.

– O senhor vislumbra como estaria hoje se não tivesse sofrido os acidentes?

JCM. A pior coisa que aconteceu na minha vida foi perder as mãos para o piano. E a melhor coisa que aconteceu na minha vida foi perder as mãos para o piano. Aí eu entendi a palavra resiliência.

COMENTÁRIO: A superação de qualquer dificuldade, é capacidade interior de transcendente merecimento existencial.

– A entrevista foi encerrada com este emocionante depoimento do consagrado pianista e maestro brasileiro:

JCM. Sou um velho chorão. De vez em quando, sonho que estou em um grande concerto, tocando como fazia no passado. Quando acordo, olho para minhas mãos e me lembro das dificuldades atuais. Mas, logo depois estou de pé. Eu corro, corro, corro atrás dos meus sonhos. E tenho certeza que, algum dia, eles vão correr atrás de mim.

Para definir a busca de superação de João Carlos Martins, termino esta mensagem com este pensamento do filósofo humanista Erich Fromm:

– A principal missão do homem, na vida, é dar luz a si mesmo e tornar-se aquilo que é potencialmente.

Notas:
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3.Vídeos do Youtube – “Programa Face a Face com João Carlos Martins – Partes 1 e 2”

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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