(455) Sentindo a necessidade de subjetivamente avaliar os nossos desejos.

Nem tudo precisa ser útil ou ter um destino prático de imediato, há coisas que podem e devem ser experimentadas de acordo com o impacto das emoções e da subjetividade, condições que nem sempre são devidamente valorizadas.

São palavras do astrólogo Oscar Quiroga em uma das previsões do seu horóscopo divulgado hoje, dia 11 de dezembro de 2024. Refleti muito a respeito e resolvi trazer para este nosso encontro porque gostei desta parte: “(…) há coisas que podem e devem ser experimentadas de acordo com o impacto das nossas emoções e da subjetividade, condições que nem sempre são devidamente valorizadas”.

Todos nós, naturalmente, vamos conhecendo as nossas necessidades e preferências de realizações e de conquistas, sejam para o nosso “agora” ou para o nosso “futuro”. Quiroga está se referindo a uma subjetiva perspectiva ainda por nós não vivenciada. No entanto, de modo conclusivo, diferencia e condiciona certas experiências aos impactos que poderão ser subjetivamente causados ao nosso emocional.

Confesso nunca ter passado por essa situação porque em termos práticos e objetivos, tenho os meus “desejos”, os meus “sonhos”, as minhas “idealizações”, mas somente consigo subjetivamente aferir seus efetivos resultados depois de efetivamente conhecê-los. Por essa razão, entendo que para todos nós, sempre que possível devemos previamente definir, para nós mesmos, o que ainda precisamos conquistar. Sugiro para você esse exercício de “autoconhecimento”, independente da efetiva ocorrência temporal dos atendimentos dos nosso ideais de realizações.

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(454) Sentindo os benefícios da meditação.

Olhe para uma árvore, uma flor, uma planta. Deixe sua atenção repousar nelas. Note como estão calmas, profundamente enraizadas no Ser. Deixe que a natureza lhe ensine o que é a calma.

Meditação também é busca de plenitude de calma interior, um estado de alma que alcançamos contemplado a natureza. Com este meu entendimento, iniciei este nosso encontro com essas palavras do escritor e conferencista alemão, Eckhart Tolle.

Sobre os benefícios de qualquer prática meditativa, peço sua atenção para estas considerações de Keitiline Viacava, que possui pós-doutorado em Neurociência Cognitiva pela Universidade de Georgetown, em Washington, DC, e também é doutora em Psicologia pela UFRGS, reproduzidas do seu artigo “Para treinar mente, medite”, publicado na Edição 143 da Revista Humanitas, da Editora Escala (numerei e resumi):

1. A meditação, como muitos exercícios considerados místicos, merecem uma análise sob o olhar rigoroso da ciência. Seguindo uma visão cognitivista de mundo e de pessoas, tendo a considerar a meditação mais pelo lado do treino mental, e menos pelo lado espiritual.

2. Sabe-se que o treino da mente pela meditação pode impactar positivamente respostas emocionais e cognitivo-comportamentais nas pessoas.

3. Ela é útil porque pode aumentar o foco e reduzir a reatividade a situações negativas e, assim, também acaba contribuindo para a produtividade e criatividade na vida pessoal e profissional.

4. Em um estudo canadense, Diana Koszyckia e alguns de seus colegas da Universidade de Ottwa compararam os efeitos da meditação aos efeitos da terapia cognitivo-comportamental em 53 pacientes diagnosticados com transtorno ansioso social. Os resultados mostraram que, apesar de os dois grupos terem obtido melhora nos sintomas, o que foi submetido à terapia apresentou escores mais baixos em medidas de ansiedade social, se comparado ao grupo exposto ao treino da meditação. Uma explicação para esses resultados talvez seja a influência positiva das técnicas de indução da respiração adotadas na meditação sobre os processos de autorregulação da emoção.

5. A meditação também pode aprimorar a performance cognitiva global. Por exemplo, ela tem impacto positivo no desempenho da memória de trabalho, no processamento visuespacial e nas funções executivas como um todo, incluindo a tomada de decisão, a redução de problemas e a manutenção na atenção concentrada.

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual para todos..

(453) Sentindo a subjetividade nos sentimentos de “segurança” e “confiança”.

Não se trata apenas que sua alma se sinta segura e confiante, mas de fazer algo prático quando esses estados de ânimo ocupam a consciência. As sensações são invisíveis, precisam de ação para se expressarem.

São palavras de Oscar Quiroga no seu horóscopo divulgado hoje, dia 09 de dezembro de2024. Esta é a sua septuagésima terceira participação em nossa caminhada para o “autoconhecimento”. Se me pedirem para explicar esse número expressivo, respondo ser devido principalmente à “subjetividade” de muitas das suas previsões astrológicas. O exemplo acima é merecedor da nossa atenção, vejam:

Está manifestado em forma de aconselhamento no sentido de que, em certas situações não basta que estejamos sentindo apenas “segurança” e “confiança“. Isto porque são dois estados subjetivos e
comportamentais que em determinadas circunstância nem sempre se manifestam juntos produzindo, em nós, seus efeitos. Assim [repito] em determinada situação da nossa realidade existencial, nós podemos estar “confiantes” no alcance dos nossos objetivos e, ao mesmos tempo, subjetivamente nos sentindo “inseguros”. Também pode ocorrer que o nosso objetivo ainda não esteja totalmente definido e, portanto, ainda permanecendo em nossa esfera de completa realização dos nossos “desejos”. Ou seja, temos apenas uma incompleta percepção subjetiva de realizações dos nossos “ideais”, “desejos”, “vontades”,… Concordo com Quiroga no sentido de que, efetivamente, esses dois subjetivos estados [o de “segurança” e o de “confiança”] também precisam estar previamente “conscientes”. Mas o que mais gostei da previsão astrológica de Quiroga, foi o seu reconhecimento de que as sensações são invisíveis e precisam de ação para se expressarem. Agora vejam que interessante:

– O respeitado neurologista António Damásio, no seu livro “O mistério da consciência – do corpo e das emoções ao conhecimento de si”, lançado no Brasil pela Editora Companhia Das Letras, com tradução de Laura Teixeira Motta, esclarece:

– Consciência é um fenômeno inteiramente privado, de primeira pessoa, que ocorre como parte do processo privado, de primeira pessoa, que denominamos mente. A consciência e a mente, porém, vinculam-se estreitamente a comportamentos externos que podem ser observados por terceiras pessoas. (…) A consciência tem de estar presente para que os sentimentos influenciem o indivíduo que os tem, além do aqui e agora imediato.

Termino o nosso encontro, com este meu entendimento: Parece-me que a previsão astrológica de Quiroga, subjetivamente está em harmonia com a essência dos ensinamentos da Damásio acima referidos, porque também entendo que nós sempre devemos estar conscientes dos nossos estados de “segurança” e de “confiança” nas buscas das nossas pretensões, sejam de que natureza forem.

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(452) Sentindo a nossa consciência de “subjetividade”.

É muito importante que você entre na sua vida subjetiva, que é invisível, mas muito real, e lá estabeleça uma conversa longa, profunda e sincera com sua alma, para não se perder no caminho dos fingimentos.

São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, em uma das previsões astrológicas divulgadas hoje no seu horóscopo. Pergunto: Como devemos priorizar e vivenciar uma nossa relação existencial de “subjetividade?

– Entendo ser uma questão comportamental que deverá ser naturalmente desenvolvida por meio de “conscientes” e “desejadas” práticas de “autoconhecimento”, que viabilizem um nosso escutar de “interiorizações subjetivas”. Vejam essas informações que selecionei do excelente artigo “O mistério da consciência“, do mestrando em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Daniel Borgoni publicadas em 2014, na Edição 48 da Revista Filosofia, da Editora Escala (numerei):

1. A Experiência consciente, embora seja um estado mental passível de explicação por quem tenha experimentado uma determinada sensação, não é algo que se deva generalizar, já que ela possui um caráter “qualitativo subjetivo”, variando de acordo com cada pessoa ou situação.

2. Quando as tive, cada uma delas apareceu em minha consciência de um determinado modo, ou seja, cada uma delas teve uma característica qualitativa distinta que foi apreendida subjetivamente. Assim, as experiências conscientes têm caracteres qualitativos subjetivos que são acessíveis a partir de um ponto de vista em primeira pessoa e, portanto, são relativos a quem está tendo a experiência.

Agora prestem atenção para esta explicação de Daniel Borgoni:

“Os qualia são associados à consciência fenomênica, tendo em vista que eles são apreendidos pela consciência de quem os experiencia, ou seja, as características ou propriedades qualitativas da experiência subjetiva aparecem a uma consciência. (…) É importante notar que a “consciência” é um termo que admite várias acepções, como estar desperto, estar em estado de vigília, estar atento a algo ou ter autoconsciência. Mas a consciência fenomênica aponta para outro sentido, a saber, a consciência entendida como experiência consciente. Desse modo, sempre quando utilizarmos “consciência” neste texto, estaremos utilizando-a nesse sentido, que também é sinônimo de consciência fenomênica. As experiências conscientes são comuns em nossa vida. Nós sabemos que as vivenciamos e elas são uma das coisas das quais mais temos certeza no mundo, porém são um grande mistério. Nós ainda não conseguimos explicar coerentemente como elas surgem no cérebro e o que elas são.

Termino esta mensagem com este “sentir” do educador e filósofo Paulo Freire (1921-1997):

– “O amor é uma intercomunicação íntima de duas consciências que se respeitam. Cada um tem o outro como sujeito de seu amor. Não se trata de apropriar-se do outro.

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(451) Sentindo que podemos criar e significar o nosso “tempo”.

Lembro-me do passado, não com melancolia ou saudade, mas com a sabedoria da maturidade que me faz projetar no presente aquilo que, sendo belo, não se perdeu.

São palavras da escritora Lya Luft (1938-2021), para quem dediquei a criação desta nossa caminhada para o “autoconhecimento” (mensagem 001). Um precioso ensinamento por ela, subjetivamente considerado “sabedoria da maturidade”.

Este nosso encontro foi motivado pela leitura do interessante artigo “Modificar o passado?”, do Filósofo Clínico Lúcio Packter, que foi publicado em outubro de 2013 na Edição nº 87 da Revista Filosofia, da Editora Escala. Ele inicia fazendo-nos esta pergunta:

Você gostaria de mudar eventos em seu passado para que tudo o que houve depois, as decepções, as tristezas, os enganos, pudessem ser evitados?

Em seguida responde, com esta explicação:

“Em diversos casos é possível modificarmos o passado, a experiência subjetiva de determinados eventos. Os caracteres que permitem essa modificação do passado podem atuar de modo focal, como em uma vivência dolorosa, ou podem agir de modo sistêmico: nesse último caso, uma série de desdobramentos em cascata costuma ocorrer alcançando possivelmente os dias atuais e, em alguns casos, seguindo para o futuro. (…) Reinterpretar o passado é uma das maneiras mais comuns de se entabular tal modificação, ainda que, em muitos casos isso pouco adiante, pois é insuficiente para a pessoa refazer em outras bases o que aconteceu.”

Termino o nosso encontro, com este meu entendimento:

– Ninguém pode, em sua atual realidade, modificar o seu “passado” [no sentido de mudar o fluir da sua inteireza]. O que podemos fazer no nosso “presente”, através das conhecidas buscas individuais de “autoconhecimento”, ou com a ajuda de “acompanhamentos psicoterápicos”, é procurar “identificar” e até mesmo entender as causas subjetivas de eventos ocorridos no nosso “passado” que, no nosso “presente”, podem estar nos incomodando, fazendo mal, e… O que não devemos, no nosso “presente”, é continuar revivendo, continuar perpetuando em nós, eventos que aconteceram no no nosso “passado”, mas ressignificá-los em nossas novas realidades existenciais. Volte para o inicio deste nosso encontro, e veja o exemplo de Lya Luft. O “tempo” não existe, é apenas uma necessária abstração humana. Crie para você um seu “tempo”, enriquecido com as proveitosas experiências do seu “passado”.

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(450) Sentindo mais uma vez nesta nossa caminhada para o “autoconhecimento”, Clarice Lispector.

A saudade é a prova que o passado valeu a pena.

O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado

São palavras de Clarice Lispector sobre o “passado”, em dois momentos da sua vida. Clarice transmitia a percepção interior do seu “sentir”, através de uma linguagem simples, compreensível e direta [portanto, de fácil compreensão]. Sabia, com elegância de estilo, transformar o aparentemente complicado, em uma linguagem simples com matizes de pureza e de beleza. Vejam este exemplo em Água viva:

– Rosa é flor feminina que se dá toda e tanto que para ela
só resta alegria de se ter dado. Seu perfume é mistério
doido (…) Os cravos vermelhos berram em violenta beleza
(…) O crisântemo é de alegria profunda (…)

Em setembro de 1956 escreveu uma carta para Fernando Sabino, iniciada com estas palavras:

“Eu queria me pôr completamente fora do livro, e ficar de algum modo isenta dos personagens, não queria misturar ‘minha vida’ com a deles. Isso era difícil. Por mais paradoxal que seja, o meio que achei de me pôr foi colocar-me dentro claramente.”

Terminou, manifestando esse seu “sentir”:

Certas coisas não se dizem, porque dizendo, deixam de ser ditas pelo não-dizer, que diz muito mais.

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. As citações sobre Clarice Lispector oram reproduzidas da Edição 229 da Revista CULT, de novembro de 2017, Ano 20, da Editora Bregantini, que recomendo a leitura para todos o seguidores, como eu, de Clarice Lispector.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(449) Sentindo uma subjetiva percepção, com o passar do tempo em nossas vidas.

O tempo passa e percebemos por que deixamos nossas marcas pelo caminho, como o náufrago na ilha deserta que vai riscando a pedra para evitar esquecer que foi esquecido pelo mundo.

São palavras do doutor em Educação Histórica pelo UFPR, Daniel Medeiros, na sua coluna Ideia & Eventos, com o título “Um ano para a História”, referindo-se ao ano da pandemia, publicada na Edição 158 da Revista humanitas, da Editora Escala. Ele inicia com estas palavras:

– “Todo ano que termina nos faz respirar aliviados, principalmente por ainda estarmos respirando, apesar de tudo. E isso quer dizer que até aqui vai tudo bem. Afinal, ainda estar por aqui implica a possibilidade de refazer os caminhos abandonados, reiniciar as promessas esquecidas, recuperar os prejuízos ocorridos, reformar as decisões mal pensadas, recalcular os rumos da jornada. Ou seja, continuar vivendo.”

Pouco depois, Daniel Mederios complementa citando Freud:

Freud já lembrava, em seu Luto e Melancolia, a importância de deixarmos o tempo atuar sobre nossas energias psíquicas até que elas resolvam aceitar a perda do objeto de desejo e voltar-se para outro, pois sempre há um objeto desejo largado por aí, nesse mundão. A doença, lembrava o mestre vienense, é continuar a amar o objeto perdido e ignorar sua partida, seu desfazimento no Letes, o rio do esquecimento necessário.

A subjetiva analogia da percepção da passagem do tempo feita pelo náufrago na ilha deserta, me fez lembrar deste ensinamento transmitido em 2011, com o filme “Medianeras”, dirigido por Gustavo Taretto:

– “A estrutura de pensamento é como nos constituímos em nossa relação com o mundo, ela é composta por tópicos que identificam algumas características de nossa singularidade: como vejo o mundo, como me vejo, minhas emoções, e mais alguns outros tópicos (…). O filme Medianeras faz uma análise da solidão, não uma solidão traumática, mas “uma solidão a que já estamos acostumados. De todos os dias. Solidão urbana. A solidão que sentimos quando estamos rodeados de desconhecidos”, como disse Taretto. Uma solidão que vamos construindo cotidianamente e, como no caso de Martin (Javier Drolas), identifica na sua cidade traços de si” (Referindo-se ao crescimento descontrolado da cidade de Buenos Aires).

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(448) Sentindo com o passar do tempo, a chegada da velhice.

Uma bela velhice é, comumente, recompensa de uma bela vida.

São palavras do filósofo e matemático grego Pitágoras (c.570-495 a.C). Que síntese preciosa de valoração do nosso existir, condicionando o reconhecimento de “uma bela velhice” como sendo recompensa de “uma bela vida”. Confesso nunca ter pensado assim, pois sempre detive minha atenção para este meu subjetivo reconhecimento:

– Para cada um de nós parece existirem ciclos do nosso viver concentrando espécies de oportunidades, de possibilidades de descobertas e de acontecimentos, desejados ou não por nós, que condicionados à nossa liberdade de escolhas determinarão o que fomos nesta dimensão de vida.

O que motivou este nosso encontro foi a excelente abordagem da doutora em Filosofia pela PUC de São Paulo, Monica Aiub, com o título “A velhice e o tempo”, divulgada na sua coluna PENSEI, Edição 177 da Revista humanitas, da Editora Escala. Esta é a sua segunda participação em nossa caminhada para o “autoconhecimento”. Dela destaco estes enfoques para os quais peço a sua atenção (numerei):

1. Nós nos sentimos envelhecidos ao notarmos que o mundo em que nascemos e crescemos não existe mais como era; as relações não se dão da maneira como apendemos; o trabalho que sabíamos fazer não tem mais utilidade; não temos o mesmo corpo e a mesma memória. 2. As questões sobre o envelhecimento surgem independentemente da idade cronológica da pessoa. Há jovens que aos vinte e poucos anos já se consideram idosos ou se preocupam com a velhice; enquanto outros jovens, maiores de 70, vivenciam sua quase plena juventude. 3. Não é possível traçar, somente através da idade cronológica de uma pessoa, seus limites, possibilidades ou necessidades; é preciso conhecer as reais condições existenciais dela, ainda assim, a margem de erro é grande. 4. Em “Sua velha”, citei Simone Beauvoir, no livro A velhice, tratando da dimensão existencial das situações humanas. No caso da velhice, uma modificação da relação com o tempo, que implica mudanças nas relações com o mundo e com a própria história. Por outro lado, aponta ela, não se tratar de um estado natural, mas de um “estatuto” construído e imposto socialmente. Não nos vemos como “velhos”, somos vistos e nomeados por outros a partir de padrões sociais vigentes. Paradoxalmente, o modo como nos relacionamos existencialmente como tempo – e que interfere na forma como nos relacionamos conosco, com o mundo e com os outros – não é referencial do “ser velho”. 5. A velhice nos faz perceber a proximidade do fim, da morte. Se, de um lado, a ideia de terminalidade nos assalta e angustia, de outro, nos faz pensar como queremos viver o tempo que nos resta.

Monica, conclui:

Se a velhice é, como afirmou Beauvoir, uma modificação de nossa relação com o tempo, se como seres vivos somos dotados de plasticidade e capazes de nos reinventar, por que não transformamos nossos modos de viver a partir da relação com o tempo que temos hoje?

Termino este nosso encontro com esta explicação da minha filha, Jamille Mamed Bomfim Cocentino, na introdução do seu livro “O Amor nos Tempos da Velhice – perdas e envelhecimento na obra de Gabriel Garcia Márquez”, publicação da Editora Casa do Psicólogo, fruto de pesquisa de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura da Universidade de Brasília:

– Neste estudo, partimos do princípio de que pensar os aspectos subjetivos relacionados à velhice e suas perdas constitui um imperativo para os profissionais da saúde mental na contemporaneidade. É uma oportunidade ímpar de oferecer uma parcela de contribuição para a expansão do conhecimento sobre uma temática que nos parece insuficientemente tratada e estudada na literatura psicológica do Brasil. A literatura é, sem dúvida, uma importante possibilidade e instrumento para auxiliar a compreensão de processos subjetivos que perpassam a velhice e suas perdas. A literatura pode fornecer uma contribuição valorosa aos estudos da psicologia que buscam um entendimento melhor e mais profundo do processo de envelhecimento em nossa cultura e dos processos subjetivos associados às perdas na velhice.

Pensem nisso.

Notas:
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(447) Sentindo a importância do nosso pensar.

Investigar as origens do pensamento com base na realidade, deparar-se com o próprio erro e aprender com ele, modificar a conduta podem ser consequências do pensar junto com outras pessoas. Mas nosso cotidiano nos envolve, cada vez mais, em tarefas mecânicas.”

São palavras de Monica Aiub, doutora em Filosofia pela PUC de São Paulo, na sua coluna PENSEI, na Edição 178 da Revista humanitas, da Editora Escala. Há muito sou seu seguidor, mas só agora estou realizando um antigo desejo – o de enriquecer com seus ensinamentos a nossa caminhada de buscas interiores de “autoconhecimento”, motivado pela sua interessante e bem fundamentada abordagem sobre a nossa “Tarefa do Pensar“. Isto porque como entendo, quando pensamos revelamos o que sentimos. Para este nosso encontro selecionei estas partes (numerei):

1. “O modo como pensamos – ou nos isentamos de pensar, quando externalizamos a tarefa – nos propicia uma leitura da realidade que guia nossas ações, nossas possíveis intervenções no real e, consequentemente, em nossa vida.

2. Raras são as vezes em que nos questionamos sobre os pensamentos que nos guiam, comumente os tomamos como verdades. Examinar nosso modo de pensar, suas origens, seu desenvolvimento e suas implicações é papel da filosofia. Também é papel da filosofia examinar, diante dos fatos, o que é ou não verdade – ainda que a discussão em torno do conceito de verdade possa ser bem mais complexa.

3. Assumir a tarefa de pensar não significa que não tenhamos referências, influências, interesses; significa termos consciência do lugar a partir do qual lemos o mundo, interpretamos os fatos, mas também ter consciência de outros lugares possíveis, das contraposições e, principalmente, dos motivos pelos quais nos mantemos neste lugar. Por isso, não estamos sós na tarefa. Dialogamos com nossas referências, a partir de um repertório cultural construído e aprendido socialmente; dialogamos com as pessoas com nossas questões. É a partir do diálogo que estabelecemos nossas reflexões, nossos questionamentos sobre a vida cotidiana e, até, sobre nossos próprios pensamentos. Não qualquer diálogo, mas aquele que nos provoca a examinar nossos princípios, valores, argumentos, pensamentos e ações.

4. Investigar as origens do pensamento com base na realidade, deparar-se com o próprio erro e aprender com ele, modificar a conduta podem ser consequências do pensar junto com outras pessoas. Mas nosso cotidiano nos envolve, cada vez mais, em tarefas mecânicas.

5. Como o filosofar se dá em diálogo – e o diálogo exige escuta atenta, investigação e penar junto -, a tarefa do pensar se expande sempre que nos dispomos a ela. A disposição em: examinar e reavaliar nossas crenças, opiniões, hábitos, condutas quando somos questionados; investigar, descobrir e examinar novos fatos; debruçar-se sobre antigos e novos problemas; perceber, perceber-se; reinventar-se e criar mundos…

Termino este nosso encontro, com este “sentir” deo filósofo alemão Schopenhauer (1788-186):

Importante não é ver o que ninguém nunca viu, mas sim, pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê.

Pensem nisso.

Notas:
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(446) Sentindo a necessidade de sublimar nossas vidas.

Nunca é tarde para velar o passado e lhe conferir um sentido, um destino para ser preciso, que não é o do apagamento e do silêncio, mas o da reflexão.

São palavras do filósofo e psicanalista Érico Andrade, na sua coluna sobre cinema, na Edição 141 da Revista humanitas, publicação da Editora Escala, comentando o documentário “Emicida: AmarElo – É tudo Pra Ontem”, dirigido por Fred Ouro Preto. Ele inicia com esta introdução:

TUDO QUE NÓS TEMOS É NÓS
A história só existe quando é contada. E existem diversas formas de contar uma história. Para quem foi vedado o caminho das letras se conta história com o corpo. Com o movimento da boca, das pernas e mesmo a herança de um batuque. É possível também contar história desviando o corpo do destino puramente relativo e, completamente compreensível, para lhe entregar à arte.
Algumas e alguns diriam que é possível sublimar o sofrimento e produzir arte. Sublimar, para alguém desavisado, não é esquecer o sofrimento ou fingir que ele não existiu, porque, no final das contas, a gente nunca esquece. Trata-se de elaborar. Sentir, repetir e refletir. Caminhar, apesar de todos os grilhões que nos prendem.
Sublimar é quando podemos fazer um longo, árido e necessário trabalho de luto. É só aí que podemos atingir o passado com o presente.
Os iorubás, na sua ancestral sabedoria, diriam que “Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só lançou hoje”. É isso. Nunca é tarde para velar o passado e lhe conferir um sentido, um destino para ser preciso, que não é o do apagamento e do silêncio, mas o da reflexão.

PERGUNTO

COMO VOCÊ, SILENCIOSAMENTE, CONTARIA PARA SI MESMO A SUA HISTÓRIA DE VIDA?

Certo é que com o passar do tempo, tudo que acontece em nossas vidas é resultado de causalidades que, nem sempre, permanecerão conhecidas por nós. Por essa razão, existem imprevisibilidades que nos surpreendem, mas outras não. Sob uma perspectiva subjetiva já pensei muito a respeito. Atualmente não mais, porque me parece existir uma espécie de necessidade de todos nós, nesta dimensão de vida, termos que vivenciar essa experiências como sendo fontes de aprendizados. Em uma avaliação temporal, no meu caso, não esqueço muitos dos meus momentos difíceis e indesejados.
Resumindo: Como “sublimar” também significa “tornar sublime“, termino este nosso encontro respondendo a pergunta acima com estas minhas palavras:

– O que for lembrado da minha história de vida, sempre será por mim contado com a perpetuação das matizes subjetivas de todos os meus sentimentos sublimes.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

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