“A satisfação que nosso trabalho nos proporciona é sinal de que soubemos escolhê-lo.”
São palavras de Clarice Lispector (1920-1977). Principalmente pelos seus subjetivos benefícios, também considero ser necessidade muitos tipos de “trabalhos” como fontes de “descobertas interiores” e de “aprendizados”. Dentre outros, vejam o que já disseram sobre o “trabalho” em nossas vidas:
Albert Einstein – “Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos” ; Confúcio – “Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.” ; Ayrton Senna – “Eu não tenho ídolos. Tenho admiração por trabalho, dedicação e competência.” ; Oscar Niemeyer – “Meu trabalho não tem importância, nem a arquitetura tem importância pra mim. Para mim o importante é a vida, a gente se abraçar, conhecer as pessoas, haver solidariedade, pensar num mundo melhor, o resto é conversa fiada.” ; Madre Tereza Calcutá – “Sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor.” ; Aristóteles – “O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra.” e Khalil Gibran – “Todo o trabalho é vazio a não ser que haja amor.”
Sobre o seu trabalho como psicanalista, gosto deste reconhecimento de Hélio Pellegrino (1924-1988), em entrevista concedida à Clarice Lispector:
– “A psicanálise é, para mim, a ciência da liberdade humana. Quem fala em liberdade humana fala sempre em comunicação e encontro. A psicanálise é, portanto, a ciência da comunicação e do encontro. O trabalho psicanalítico visa à construção de um encontro entre duas liberdades. Isto significa que a psicanálise visa ao encontro entre duas pessoas, já que o centro da pessoa é liberdade. Não há liberdade sem abertura ao Outro, sem consentimento na existência do Outro como tal e enquanto tal. Os distúrbios emocionais podem ser conceituados em termos de limitações ou distorções nessa abertura, implicando uma perda de disponibilidade com respeito ao Outro. Se minhas ansiedades básicas exigem de mim que faça do Outro um instrumento de meu esquema de segurança, já não posso aceitar o Outro como um fim em si mesmo – isto é, em sua essência de ser-outro, Vou inventá-lo à imagem e semelhança de meus temores, torno-me o eixo de referência ao qual o Outro deve referir-se e submeter-se. A psicanálise, sendo um longo convívio humano antiautoritário, é um chamamento à liberdade e à originalidade do paciente e do analista para que ambos assumam a alegria da comunicação autêntica.”
Que bela, profunda, e significativa declaração sobre o “ofício psicanalista”. Certo é que todo “trabalho” desenvolvido como seriedade, com dedicação, é para todos uma subjetiva e personalíssima “revelação interior” de “autoconhecimento”. Termino este nosso encontro, com este “sentir” de Clarice Lispector:
“Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.”
Pensem nisso.
Notas:
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3. A resposta de Hélio Pellegrino acima reproduzida, foi reproduzida do livro “Clarice Lispector – entrevista, da Editora Rocco.
Muita paz e harmonia espiritual para todos.