(003) Sentindo o “aprendizado interior”.

Todos nós temos condições de “buscar” e de “alcançar”, com a nossa “sensibilidade da alma”, aprendizado da nossa “realidade interior” que, também, é influenciada pelas vivências das nossas ambientações externas.

Para que isso seja possível (estou convencido, por experiência própria), será necessário estimular fragmentos de manifestação da nossa “subjetividade” interior.

Trata-se, portanto, de um “processo de interiorização” que, em muitas pessoas, poderá despertar, de modo consciente ou inconsciente”, o “sentir” nossos “estados de alma”, os nossos “estados emocionais”, bem como as “emoções latentes” explicadas por Sigmund Freud.

Neste espaço virtual, vou sugerir a prática do “sentir” a nossa “sensibilidade da alma”, mediante o alcance de percepções sensórias conscientes. Aliás, merece atenção este ensinamento da Dra. Maria Luisa Couto Soares, da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, no seu artigo “A Dinâmica Intencional da Subjetividade”:

– Quando falamos em sentir, a palavra reveste-se de uma tonalidade emocional, afectiva, e o seu horizonte semântico reporta-a a uma escala de registros inseridas no agradável-desagradável, belo-feio, prazer-dor, e na paleta da infinidade de cores possíveis intercaladas entre o branco e o preto. Empregamos o verbo sentir, muitas vezes indiscriminadamente, tanto para sensações como para emoções e sentimentos (…). Mas empregamos também a palavra sentir para designar uma forma peculiar de saber, de entender, de captar algo, de intuir.

Com relação ao “sentir” a nossa “sensibilidade da alma” (mediante percepção consciente ou inconsciente da nossa interior “realidade subjetiva”), esclarecem os pesquisadores Albert Newen e Alexandra Zinck, em artigo sobre “O jogo das emoções”, publicado pela Biblioteca Mente Cérebro, vol. 5, com o título “O desafio das Emoções”, São Paulo, 2014:

– As teorias cognitivas das emoções apostam na lógica dos pensamentos para explicar e fundamentar acontecimentos emocionais. No entanto, hoje se sabe que emoções podem surgir independentemente do que pensamos. Isso foi comprovado, por exemplo, pelo neurobiólogo Joseph Le Doux, da Universidade de Nova York. (…) As chamadas emoções básicas independem do processo mental, possibilitando, assim, um rápido direcionamento da atenção.

Portanto, toda, ou parte da dimensão subjetiva da nossa “realidade interior”, da nossa “individualidade, pode ser exteriorizada, inclusive de modo inconsciente, através do “sentir” as manifestações da nossa “sensibilidade da alma”.

O êxito que poderá ser alcançado com o mencionado “processo de interiorização”, aprimora o nosso crescimento existencial e espiritual, condicionado ao que emana da nossa “realidade interior”, da “sensibilidade da alma”.

Como exemplo, cito a decisão de busca consciente da escritora e consagrada jornalista Marcia Peltier, cuja fonte do benefício maior por ela desejado foi explicado na introdução do seu livro “Todas as Coisas Visíveis e Invisíveis”, editado pela Casa da Palavra Produção Editorial, 2014, nestes termos:

– Memórias e sentimentos construídos em um diálogo interno quando fiz a opção de me integrar a uma busca maior, de me sentir mais plena como pessoa.

Da narrativa detalhada do “visível” e do “invisível” da sua história de vida, selecionei esta advertência:

– Se não caminharmos para a grande descoberta de que existe algo imortal pulsando em nosso âmago – e que nos eterniza -, teremos vivido uma existência sem sentido.

O “despertar” e o “sentir” a “sensibilidade da alma” podem ensejar o seguinte “estado de alma”, de acordo com esta lição de vida e de sabedoria de Cora Coralina:

– Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

Nós somos, portanto, resultado da conscientização e da descoberta de nós mesmos, da nossa “subjetividade”, da nossa “realidade interior”, da “sensibilidade da alma”, e, não, apenas das nossas ambientações externas existenciais.

A busca de “aprendizado interior” é “sabedoria”, na subjetividade interior do nosso “viver”.

É “sabedoria” que também influencia e define o sentido e o curso das nossas “escolhas”. A “sabedoria” que não emerge apenas do nosso “sentir”, mas principalmente do nosso “querer” e do “saber sentir” a “sensibilidade da alma”.

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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