(095) Sentindo o “sentido” que existencialmente devemos alcançar.

Pergunto para você:

– Na vida, existe um “sentido” predeterminado para ser alcançado por todos nós?

Refiro-me a uma antecedente “condição”, a uma espécie de “programação” que seja necessária para o aprimoramento do nosso “existir”.

Estou convencido de que temos uma “finalidade existencial” para ser descoberta. Temos uma “missão”, também de essência “espiritual”, que nos interliga em sintonia de “harmonização interior” com a nossa “Sensibilidade da Alma”.

A respeito dessa “missão”, gosto desta bela inspiração de Paulo Coelho, mostrada no seu livro “Manuscrito encontrado em Accra”, lançado no Brasil pela Editora Sextante:

– Pode uma folha, quando cai da árvore no inverno, sentir-se derrotada pelo frio?
A árvore diz para a folha: “Este é o ciclo da vida. Embora você pense que irá morrer, na verdade ainda continua em mim. Graças a você estou viva, porque pude respirar. Também graças a você senti-me amada, porque pude dar sombra ao viajante cansado. Sua seiva está na minha seiva, somos uma coisa só.”

– Pode um homem que se preparou durante anos para subir a montanha mais alta do mundo sentir-se derrotado quando chega diante do monte e descobre que a natureza o cobriu com uma tempestade? O homem diz para a montanha: “Você não me quer agora, mas o tempo vai mudar e um dia poderei subir até seu topo. Enquanto isso, você continua me esperando.”

– Pode um jovem, quando é rejeitado por seu primeiro amor, afirmar que o amor não existe? O jovem diz para si mesmo: “Encontrarei alguém capaz de entender o que sinto. E serei feliz pelo resto de meus dias.”
Não existe nem vitória nem derrota no ciclo da natureza: existe movimento.

Volte à pergunta acima. Sugiro que a sua resposta esteja direcionada para o “sentido” das nossas duas caminhadas – a “existencial” e a “espiritual”.

Com relação à primeira, respondo ser a “finitude humana” o único e incontroverso “sentido” que existe no fluir do nosso “ciclo da vida”. É o “sentido” que impulsiona a nossa “transitoriedade existencial”, explicada no budismo pelos conceitos de “impermanência” (anitya), em que “nada é para sempre”.

Por sua vez, através das nossas escolhas definimos os “sentidos” da jornada humana, que temos condições de modificar.

Certo é que o “sentido” da nossa “caminhada espiritual” também é “missão”, por trajetórias infinitas que são necessárias para o alcance da plenitude da nossa elevação “existencial”.

Somos viajantes pelo fluir da nossa jornada humana.

O que desejo com as mensagens do “Sensibilidade da Alma”, é contribuir para a sua conscientização de que tudo está dentro de nós, para ser por nós descoberto.

O ser humano precisa “voltar-se” para a sua “interioridade”. Precisa deixar de querer mudar as projeções recebidas da sua “realidade exterior”.

Não devemos querer dar à vida, a velocidade que a vida não tem.

No Universo, por dimensões infinitas, tudo é “pleno” e manifesto para nós com o seu esplendor, em sintonia de conexão com o nosso “sentir interior”.

Precisamos aprender transformar “nós mesmos”, o que será facilitado pelo despertar da nossa “Sensibilidade da Alma”.

Tudo que “existe”está dentro de nós, para nós mesmos.

Gosto desta afirmação de Benilto Bezerra Jr, na sua abordagem sobre “Inconsciente e impermanência” (Fonte: Revista Mente & Cérebro, Série Grandes Temas, dedicada à “FÉ, lançada no Brasil pela Editora Duetto):

– O conhecimento de si está a serviço da transformação de si, voltada para a construção de uma vida mais criativa e livre de condicionamentos. (…) A experiência cíclica de satisfação e insatisfatoriedade é inevitável, já que desejos e anseios surgem naturalmente como decorrência do contato dos sentidos com o mundo ao redor.

Por sua vez, esclarece o médico Gilberto Katayama, no seu artigo “Mudança de Padrões de Consciência” (Fonte: Revista PSIQUE, ano IX, n. 112, lançada no Brasil pela Editora Escala):

– Poucas pessoas estão conscientes de que experimentamos a vida (o mundo exterior) a partir do nosso mundo interior. A maioria acredita que a forma como percebe o mundo exterior é a única realidade. Assim, acredita que a qualidade de vida depende das mudanças que ocorrem no mundo exterior e passam uma vida tentando mudar o mundo. Mal sabem que o segredo do sucesso e da felicidade está no despertar consciente para sua realidade interna, para a autoconsciência. A consciência de quem verdadeiramente somos nos proporciona o pleno exercício do poder de escolha: do que queremos, com quem queremos conviver, onde queremos estar e, principalmente, o que queremos fazer, visando o nosso bem-estar e o bem-estar dos outros.

Termino esta mensagem, desejando que você, conhecendo a essência da sua “potencialidade interior”, seja o modelador do “sentido” da sua evolução “existencial” e “espiritual”.

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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