“NÃO ENTENDO, APENAS SINTO. TENHO MEDO DE UM DIA ENTENDER E DEIXAR DE SENTIR”
São palavras de Clarice Lispector. Desconheço o contexto em que foram externadas mas, como também desejo para vocês, estou me apegando a elas para encontrar forças e superar essa triste e preocupante realidade causada pelo coronavírus. Nessa sua introspecção, Clarice foi firme e direta:
– TENHO MEDO DE UM DIA ENTENDER E DEIXAR DE SENTIR.
Hoje, no seu horóscopo, encontrei esta previsão de Oscar Quiroga para um dos signos do zodíaco
– ESTÁ TUDO BEM, MAS NÃO É NO MELHOR DOS MUNDOS. ENQUANTO O MUNDO INSISTE EM PRODUZIR CONTRATEMPOS, É VOCÊ QUE DEVE SER MAIOR DO QUE TUDO QUE O MUNDO PRODUZIR. AFINAL, VOCÊ NÃO É AS CIRCUNSTÂNCIAS, VOCÊ É O QUE VOCÊ É.
Assim como Clarice, Quiroga também foi firme e direto:
– VOCÊ NÃO É AS CIRCUNSTÂNCIAS, VOCÊ É O QUE É.
Certo é que pelo fluir da nossa caminhada existencial, todos nós vivenciamos duas realidades: a modelada pelo despertar consciente do nosso “mundo interior” (como acredito, que se encontra interconectada a uma transcendente dimensão com essência de espiritualidade) e a das escolhas de interações com o nosso “mundo exterior” (que influenciam e definem os nossos comportamentos e ações individualizadas).
Com a sua experiência de médico e psicoterapeuta junguiano, explica o doutor Carlos São Paulo:
– Nascemos mergulhados em um só mundo, o mundo interno, onde existem todos os segredos da natureza. Com a consciência, aos poucos vamos esquecendo desses segredos à medida que esse universo interior torna-se pequeno e ilógico frente às exigências de nossa adaptação ao mundo externo, que parece tornar-se a nossa única verdade. Ao chegarmos à meia-idade, como um fidalgo, constatamos que não realizamos o que imaginávamos que iríamos conseguir. Esse é o momento em que a natureza da psique nos empurra para a adaptação ao fantástico, esquecido e tão pouco compreendido no mundo interior. (…) Os embaraços que nos acodem na meia-idade nos fazem esbarrar na impossibilidade de continuar nessa progressão adaptativa, pois algo nos faz sentir o vazio da existência ou a dificuldade de seguir em frente com essas sensações quase insuportáveis. Mergulhamos pela abertura para o mundo interno da psique e lá nos deparamos com os recursos sábios do pensamento arcaico, que ao emergirem na consciência precisam que saibamos diferenciar o literal do simbólico.
Em outra das suas análises literárias, ele acrescenta:
– Na Psicologia de C.G.Jung, cada sujeito precisa se relacionar com o mundo externo e objetivo se adaptando a ele; mas também existe um mundo interno e subjetivo, repleto de experiências do ser humano e de nossas próprias vivências guardadas, com diversas tonalidades afetivas, que também exigem que possamos nos relacionar e nos adaptar a ele. Nesse modelo de Psicologia, a estrutura da relação com o mundo externo foi chamada “Persona”, que é um modo de imaginarmos como somos vistos pelos outros. (…) Na Psicologia de Jung, a estrutura da relação para com o mundo mais profundo de nossa natureza, o mundo interior, foi chamada de “Alma”. E são esses conteúdos existentes na “Alma” que, ao se manifestarem, sofrem a ação da consciência, separando-os em opostos irreconciliáveis.
Em confinamento, iniciei esta mensagem dizendo que estou me apegando às palavras de Clarice Lispector, porque todos nós, “SENTINDO” a força superior do nosso propósito de vida, juntos estaremos protegidos do coronavírus. Este é o meu “sentir”, o meu “acreditar” porque nós, seres humanos, somente estamos “completos” com o sentimento de “DEUS” no coração.
Reforço:
É ASSIM QUE ACREDITO EM UMA “COMPLETUDE DE ALMA”, POR DIMENSÕES INFINITAS PELO “TEMPO DO NOSSO EXISTIR ESPIRITUAL”.
Notas:
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2.As citações do doutor Carlos São Paulo foram reproduzidas da sua coluna “Divã Literário”, publicadas nas edições 141 e 143 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala.
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Muita paz e harmonia espiritual.