(142) Sentindo em nós, o despertar de “Espiritualidade”.

Motivado por um acontecimento estranho ocorrido na sua casa, esclarece o Físico Marcelo Gleiser no seu livro, “A simples beleza do inesperado”, lançado no Brasil pela Editora Record, que recomendo a leitura:

– Nem tudo precisa ser explicado, nem toda pergunta precisa ter resposta. Se tudo fizesse sentido, a vida seria bem sem graça. Um pouco de inexplicável faz bem, nos deixa um pouco inseguros, imaginando o que pode existir além do possível.
É na fronteira do conhecimento que a ciência mergulha em direção ao mistério, tentando oferecer explicações do desconhecido através do que é conhecível.

Gosto deste “pensar” de Albert Einstein (Fonte: “Sabedoria divina”, de Linda Oliveira, Revista SOPHIA, edição no 61, ano 14, lançada no Brasil pela Editora Teosófica):

– O sentimento cósmico religioso é o mais forte e o mais nobre motivo para a pesquisa científica.

A busca interior pelo despertar da “espiritualidade”, tem sido muito incentivada neste novo milênio. Como exemplo, merece referência a interessante abordagem assinada pela jornalista Raphaela de Campos Mello, com o título “Há mil maneiras de despertar a Espiritualidade” (Fonte: Revista Bons Fluidos, edição no 213, ano 216, lançada no Brasil pela Editora Caras).

Pessoalmente, sempre considerei a possibilidade da existência, em nós, de uma essência de natureza “espiritual”, de origem suprema e, portanto, transcendente (esclareço que não estou me referindo ao nosso sentimento de religiosidade). Também tenho muito interesse pelo conhecimento da “subjetividade humana”, pelo recebimento de “intuições” e pelas manifestações do nosso “sentir interior” que, como acredito, moldam e definem a nossa “singularidade existencial”.

Com estas considerações preliminares, refiro-me à motivação desta mensagem que está relacionada à prática do “voltar-se para si mesmo”, mas com a finalidade de “sentir” o nosso potencial interior de “espiritualidade”.
A respeito, merece atenção os estudos do Físico Quântico Amit Goswami, que propõe uma conciliação entre a Ciência e a Espiritualidade. Destaco da sua entrevista concedida ao jornalista Marcelo Galli, publicada na edição no 60, Ano V, da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala, o seguinte:

1.Sobre a sua concepção de união entre a Ciência e a Espiritualidade, ser o prenúncio de uma nova era que está por vir ou já está acontecendo:
AG. (…) acredito que dessa vez será uma permanente união porque a Ciência agora é baseada em metafísica espiritual – consciência é a base de todo ser – graças à Física Quântica. Essa é uma era de integração em geral, especificamente entre a Ciência e a espiritualidade. Esse movimento já acontece em alguma medida, mas tanto na comunidade científica quanto na religiosa há muita inércia. O movimento é lento, mas está tomando forma, podemos esperar muitas mudanças nas próximas décadas.

2. Sobre algumas teorias do físico alemão Werner Heisenberg.
AG. Ele foi o primeiro a sugerir que a consciência é importante na mudança de possibilidades quânticas na realidade. Ele disse que o colapso do evento, nome técnico para a mudança da possibilidade na realidade, é uma mudança do nosso conhecimento. O que é o nosso conhecimento? É o que chamamos de consciência, é saber. Ele estava consciente de que a nossa consciência envolve todas as possibilidades de mudanças na realidade.

3. Sobre quem chegou perto de fazer essa ponte entre a Ciência e a Espiritualidade?
AG. O psicólogo Carl Jung chegou bem perto. Os psicólogos já propuseram essa metafísica espiritual para algumas práticas psicológicas, o que eles chamam de Psicologia Transpessoal. Eles estão em sincronia com a nova visão quântica. E também a medicina alternativa, mas o pode estabelecido impede que essas técnicas sejam ensinadas no ensino da Medicina tradicional. Porém, existem muitas instituições de medicina alternativa que ensinam no mundo todo e estão produzindo conteúdo. A Biologia também vai responder às mudanças porque há fatos que o darwinismo não pode explicar.

4. Sobre o que é mente, memórias, e sentimentos?
AG. Mente é o nome que comumente as pessoas usam para o local onde armazena nossas experiências internas. Memórias são mais do que o que é armazenado no cérebro. Existem componentes não locais disso que ajudam a explicar a reencarnação. E sentimento vem das nossas experiências de movimentos de energia vital. A nova Ciência distingue dois aspectos da mente. Um é a consciência, que é o grande terreno da existência onde matéria e mente existem. Dizemos que matéria é a experiência externa e a mente é a interna. Ao mesmo tempo, também reconhecemos que esse é o sentido geral do que seja a mente, mas também o específico do termo. (…) a mente mais amplamente pode ser classificada em três aspectos. Um deles é como energia, chamado de energia vital. Depois vem o que podemos chamar de pequena mente, que é pensamento, sentido. E a terceira pode ser chamada de supramental porque é dada no contexto do pensamento, é a ideia de onde nossos valores vêm, de onde intuímos. Só acessamos a região supramental por meio da intuição, ou seja, temos uma intuição e fazemos a representação dela em pensamento. É melhor se fizermos essa distinção.

5. Sobre a possibilidade as suas teorias no Brasil.
AG. Estamos realmente indo adiante com o movimento do ativismo quântico no Brasil, que é um país único atualmente, muito parecido com a Índia de alguma maneira, porque as emoções ainda são valorizadas no Brasil. Um dos grandes problemas dos países ocidentais é de serem muito racionais. Quando uma sociedade se torna muito racional ela não valoriza sentimento e também intuição. Não reconhecendo a emoção, não podemos lidar com as emoções negativas. Ninguém pode evitar emoções negativas porque são instintivas, nós as seguimos sem sabê-lo.

6. Sobre a possibilidade de aparecer um Amit Goswami num país ocidental.
AG. Acredito que cedo ou tarde alguém descobriria a base espiritual da Ciência. As coisas estão mudando, o Oriente está ficando mais materialista e o Ocidente mais espiritual. O Oriente sempre acreditou em intuição. Espiritualidade aparece através da intuição, e sempre acreditamos [os orientais] na intuição, porque experiências intuitivas dão crédito aos experimentos. Nunca tivemos problemas com a espiritualidade. O Ocidente, por outro lado, sempre foi cético em relação a esse tipo de experiência. O que satisfaz a mente ocidental é a possibilidade de provar uma teoria por meio de um experimento. O Ocidente foi cético sobre a espiritualidade até agora porque não pode ser certificada por meio de testes. Mas agora as teorias sobre Deus e espiritualidade são verificáveis e pode ser desenvolvidas tecnologias a partir dessa base.

7. Sobre qual foi a sua maior dificuldade para dar o passo em direção do pensamento de caráter espiritual, já que antes era materialista.
AG. Minha grande dificuldade foi abandonar a crença materialista de que a consciência é um fenômeno do cérebro.

Termino esta mensagem acreditando em uma Nova Era, com o despertar da essência de “espiritualidade” que existe em nós.
https://www.youtube.com/watch?v=oUzapayq2Tc

Notas:

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3. Vídeo youtube (“Gilberto Gil – Se Eu Quiser Falar Com Deus” FAS).

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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