(278) Sentindo como “devemos” e “podemos” nos fortalecer contra o coronavírus.

“NÃO SOMOS APENAS O QUE PENSAMOS SER. SOMOS MAIS; SOMOS TAMBÉM, O QUE LEMBRAMOS E AQUILO DE QUE NOS ESQUECEMOS; SOMOS AS PALAVRAS QUE TROCAMOS, OS ENGANOS QUE COMETEMOS, OS IMPULSOS A QUE CEDEMOS… “SEM QUERER”
São palavras de Sigmund Freud, o pai da psicanálise (1856-1939). Sempre que estudo e aprendo com seus ensinamentos, lembro e concordo com esta consistente síntese de Luis Carlos de Menezes, docente do Instituto de Física Universidade de São Paulo (USP), que encontrei com a leitura da sua abordagem “A psicanálise, um estranho no ninho”, publicada na Revista Cult, Ano 23, janeiro 2020, Edição Especial n. 253 dedicada a Freud, lançada no Brasil pela Editora Bregantini:

– A psicanálise, sendo um tratamento pela linguagem, precisa reencontrar o seu fôlego a cada vez, no modo particular de dizer, tanto mais que seu “objeto” é subjetivo por natureza e remete ao que está no âmago da vivência subjetiva de si e do outro.

As palavras escolhidas para iniciar esta mensagem são preciosas fontes de buscas de “autoconhecimento”. Assim entendo porque, com certeza, servem para motivar a prática silenciosa do nosso “voltar-se para si mesmo”, que nos favorece alcançar a sensória percepção interior (seja de modo consciente ou inconsciente) de “como nós somos”, “como pensamos ser”, “como ainda não somos” e a do nosso “como desejamos ser”.

Acrescento:

Também favorecem a subjetiva percepção do sentir interior “de como estamos” e do “como não podemos estar”, nesta difícil e preocupante experiência causada pela pandemia do coronavírus.

Sempre ressalvando que não sou de nenhuma área da saúde, acredito que os respectivos significados subjetivos das buscas de “autoconhecimento” acima referidas (repito: sejam eles manifestos em nós de modo consciente ou inconsciente), devem compor uma nossa e exclusiva linguagem também simbólica, assim como é a dos nossos “sonhos”. Um despertar interior personalíssimo, individual, singular, que só nos pertence. Caso esteja certo esse meu entendimento, peço a sua atenção para este “sentir” de Jung, Collected Works:

– Quando consideramos a infinita variedade de sonhos, é difícil conceber que haja um método ou procedimento técnico que leve a um resultado infalível. Aliás, é bom que não haja métodos válidos, pois neste caso o significado de um sonho já seria limitado de antemão e perderia precisamente aquela virtude que torna os sonhos tão valiosos para os objetivos terapêuticos: sua capacidade de proporcionar novos pontos de vista.
É tão difícil compreender um sonho que por muito tempo criei e segui uma regra: quando alguém me conta um sonho e pergunta a minha opinião, primeiro digo para mim mesmo: ‘Não tenho ideia do que este sonho significa’. Depois disso posso começar a examinar o sonho.

Certo é que ninguém, de nós, estava preparado para vivenciar essa atual realidade do coronavírus. Nem para as imposições desse necessário confinamento social.

Em nossas vidas “TUDO” tem o seu ciclo de permanência… vem, passa, para depois se renovar em sucessivos renasceres.

Com sentimento de DEUS no meu coração, para vocês este “sentir” de Paulo Coelho:

NÂO EXISTE NEM VITÓRIA NEM DERROTA NO CICLO DA NATUREZA: EXISTE MOVIMENTO.

Volte sempre!

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.A citação de C.G.Jung foi reproduzida do livro “SONHOS um portal para a fonte”, de Edward C. Whitmont e Sylvia B. Perera, lançado no Brasil por Sumus Editorial.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(277) Sentindo como devemos nos proteger do coronavírus.

“NÃO ENTENDO, APENAS SINTO. TENHO MEDO DE UM DIA ENTENDER E DEIXAR DE SENTIR”
São palavras de Clarice Lispector. Desconheço o contexto em que foram externadas mas, como também desejo para vocês, estou me apegando a elas para encontrar forças e superar essa triste e preocupante realidade causada pelo coronavírus. Nessa sua introspecção, Clarice foi firme e direta:

– TENHO MEDO DE UM DIA ENTENDER E DEIXAR DE SENTIR.

Hoje, no seu horóscopo, encontrei esta previsão de Oscar Quiroga para um dos signos do zodíaco

– ESTÁ TUDO BEM, MAS NÃO É NO MELHOR DOS MUNDOS. ENQUANTO O MUNDO INSISTE EM PRODUZIR CONTRATEMPOS, É VOCÊ QUE DEVE SER MAIOR DO QUE TUDO QUE O MUNDO PRODUZIR. AFINAL, VOCÊ NÃO É AS CIRCUNSTÂNCIAS, VOCÊ É O QUE VOCÊ É.

Assim como Clarice, Quiroga também foi firme e direto:

– VOCÊ NÃO É AS CIRCUNSTÂNCIAS, VOCÊ É O QUE É.

Certo é que pelo fluir da nossa caminhada existencial, todos nós vivenciamos duas realidades: a modelada pelo despertar consciente do nosso “mundo interior” (como acredito, que se encontra interconectada a uma transcendente dimensão com essência de espiritualidade) e a das escolhas de interações com o nosso “mundo exterior” (que influenciam e definem os nossos comportamentos e ações individualizadas).

Com a sua experiência de médico e psicoterapeuta junguiano, explica o doutor Carlos São Paulo:

– Nascemos mergulhados em um só mundo, o mundo interno, onde existem todos os segredos da natureza. Com a consciência, aos poucos vamos esquecendo desses segredos à medida que esse universo interior torna-se pequeno e ilógico frente às exigências de nossa adaptação ao mundo externo, que parece tornar-se a nossa única verdade. Ao chegarmos à meia-idade, como um fidalgo, constatamos que não realizamos o que imaginávamos que iríamos conseguir. Esse é o momento em que a natureza da psique nos empurra para a adaptação ao fantástico, esquecido e tão pouco compreendido no mundo interior. (…) Os embaraços que nos acodem na meia-idade nos fazem esbarrar na impossibilidade de continuar nessa progressão adaptativa, pois algo nos faz sentir o vazio da existência ou a dificuldade de seguir em frente com essas sensações quase insuportáveis. Mergulhamos pela abertura para o mundo interno da psique e lá nos deparamos com os recursos sábios do pensamento arcaico, que ao emergirem na consciência precisam que saibamos diferenciar o literal do simbólico.

Em outra das suas análises literárias, ele acrescenta:

– Na Psicologia de C.G.Jung, cada sujeito precisa se relacionar com o mundo externo e objetivo se adaptando a ele; mas também existe um mundo interno e subjetivo, repleto de experiências do ser humano e de nossas próprias vivências guardadas, com diversas tonalidades afetivas, que também exigem que possamos nos relacionar e nos adaptar a ele. Nesse modelo de Psicologia, a estrutura da relação com o mundo externo foi chamada “Persona”, que é um modo de imaginarmos como somos vistos pelos outros. (…) Na Psicologia de Jung, a estrutura da relação para com o mundo mais profundo de nossa natureza, o mundo interior, foi chamada de “Alma”. E são esses conteúdos existentes na “Alma” que, ao se manifestarem, sofrem a ação da consciência, separando-os em opostos irreconciliáveis.

Em confinamento, iniciei esta mensagem dizendo que estou me apegando às palavras de Clarice Lispector, porque todos nós, “SENTINDO” a força superior do nosso propósito de vida, juntos estaremos protegidos do coronavírus. Este é o meu “sentir”, o meu “acreditar” porque nós, seres humanos, somente estamos “completos” com o sentimento de “DEUS” no coração.
Reforço:

É ASSIM QUE ACREDITO EM UMA “COMPLETUDE DE ALMA”, POR DIMENSÕES INFINITAS PELO “TEMPO DO NOSSO EXISTIR ESPIRITUAL”.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.As citações do doutor Carlos São Paulo foram reproduzidas da sua coluna “Divã Literário”, publicadas nas edições 141 e 143 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(276) Sentindo a subjetividade das nossas percepções.

“HÁ PESSOAS QUE TRANSFORMAM O SOL NUMA SIMPLES MANCHA AMARELA, MAS HÁ AQUELAS QUE FAZEM DE UMA SIMPLES MANCHA AMARELA O PRÓPRIO SOL”
São palavras de Pablo Picasso (1881-1973), que ao ser perguntado sobre o seu dom de criatividade, respondia:

– É UMA NECESSIDADE DE RECORRER AO MEU “EU ESPIRITUAL”, PARA CONSTRUIR A CONCEPÇÃO ESTÉTICA DA VIDA!

Sempre me emociono com esse seu sentir”, que recebo como sendo expressivo da subjetividade interior do um despertar de “inspiração Divina”.

Na História da Arte, Picasso é único, singular. Não só pelo reconhecimento da sua genialidade, mas, também, porque nunca queria conhecer a motivação da sua produção artística. Como se não existisse uma antecedente fase de idealização. Ele assim manifestava o seu sentimento de reprovação:

– QUANDO SE SABE EXACTAMENTE, O QUE SE QUER FAZER, PARA QUÊ FAZÊ-LO AINDA? SE O SABEMOS, JÁ NÃO TEM INTERESSE. É MELHOR ENTÃO FAZER OUTRA COISA.

Com esta mensagem, encontrei dificuldade na escolha de uma frase para lhe dar início. Fiquei dividido entre as seguintes: Uma de Carl Rogers, o psicólogo humanista que se dedicou ao favorecimento de condições para a pessoa poder, livremente, comunicar seus sentimentos e a sua particular “percepção do mundo”. Dele sou seguidor. A outra foi esta: “Nós somos e vemos o que existe dentro de nós”, de Fernando Pessoa. Por último, esta do filósofo alemão Schopenhauer – “O mundo é a minha representação”. Explico:
De acordo com a proposta desta jornada para o “autoconhecimento” (mensagem 001), a frase escolhida não deveria ser, para todos, sugestiva de uma única maneira de se perceber as nossas diferentes interações de uma mesma realidade. Isto porque a “percepção humana” varia de indivíduo para indivíduo, de acordo com as nossas diferentes e subjetivas singularidades (sejam elas de natureza interior, existencial e espiritual).

Gosto deste ensinamento do médico e psicoterapeuta junguiano Carlos São Paulo:

1. JUNG NOS EXPLICA QUE FATORES INTERIORES, EM CONJUGAÇÃO COM FATORES EXTERIORES, REGISTRADOS PELA PERCEPÇÃO, RECEBEM FORMA E SENTIDO AO FORMAR IMAGENS. TODO PRODUTO PSÍQUICO SE REVELA EM IMAGENS.

2. CADA HOMEM EXPERIMENTA SUA HISTÓRIA PESSOAL, MAS TAMBÉM A HISTÓRIA DA HUMANIDADE EM SI. O “EU” QUE LHE DÁ A IDENTIDADE É UMA BRICOLAGEM DE TUDO QUE EXISTE EM TODOS OS OUTROS HOMENS, E É A COMBINAÇÃO ENTRE ESSES FRAGMENTOS DA PSIQUE COLETIVA QUE FORMA O INDIVÍDUO COMO SINGULAR.

Certo é que “PERCEPÇÃO” é “SENTIR”. Com esta síntese do meu entendimento, optei pela escolha das palavras de Picasso porque ele, com a “percepção” das matizes coloridas das suas “visões sensoriais”, mescladas pela essência da sua “Sensibilidade da Alma”, conseguiu mostrar que somos nós que podemos ressignificar as “manchas amarelas” das nossas realidades.

Termino, pedindo a sua atenção para esta mensagem do astrólogo Oscar Quiroga, publicada em 07/03/2020 na edição do jornal Correio Braziliense:

– Identidade é o sofisticado e criativo resultado do que foste percebendo ao longo de tua existência. Perceber é apropriar-se, pois, logo que identificas algo com tua percepção, o integras de imediato ao teu caráter, se acomodando em ti como se sempre tivesse estado aí, só faltando o gatilho da percepção para o completar. Por isso, é impossível defenderes o que consideras teu, o que tu inventaste para ti, porque no instante que outra pessoa o perceber e identificar, o assimilará. É assim que a cultura se movimenta, seu processo é uma constante mixagem feita através das percepções humanas. Nada se salva desse processo, nada é sagrado o suficiente para o deter, talvez, inclusive, porque essa seja uma parte do processo divino da recriação do Universo. Uma obra em andamento através do reino criativo da natureza, o humano.

Notas.
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.As citações do doutor Carlos São Paulo, foram extraídas da sua coluna “Divã literário”, publicas não Edições 101 e 152 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(275) Sentindo Clarice Lispector.

“SUPONHO QUE ME ENTENDER NÃO É UMA QUESTÃO DE INTELIGÊNCIA E SIM DE SENTIR, DE ENTRAR EM CONTATO… OU TOCA, OU NÃO TOCA”
São palavras de Clarice Lispector. Nesta jornada para o “autoconhecimento” já lhe dediquei duas mensagens (038 e 190). Todas as suas escritas sempre me “tocam” pelo modo de transmitir a “essência” do seu “sentir”. Em síntese, assim defino: Um estilo primoroso do seu permanente e contagiante “entregar-se para si mesmo”. E, com esse encontro, ela vivenciou (como acredito) o querer “perpetuar” a sua desejada missão de vida. Acrescento, para esta mensagem: É esse o espectro das matizes da “subjetividade interior” de Clarice, que também me foi mostrado com a leitura desta parte de uma das cartas escrita para sua irmã Tania, em janeiro de 1942 e logo após ter completado 21 anos de idade:

– NÃO ESCREVI UMA LINHA, O QUE ME PERTURBA O REPOUSO. EU VIVO À ESPERA DE INSPIRAÇÃO COM UMA AVIDEZ QUE NÃO DÁ DESCANSO. CHEGUEI MESMO À CONCLUSÃO DE QUE ESCREVER É A COISA QUE MAIS DESEJO NO MUNDO, MESMO MAIS QUE AMOR.

Destaco da crônica do jornalista Severino Francisco, publicada no caderno Cidades, da edição de 15/11/2019 do jornal Correio Braziliense, as seguinte citações do livro “Todas as crônicas” (com quase 700 folhas), lançado no Brasil pela Editora Rocco. Nele, Clarice reproduz uma dessas entrevistas feitas para um caderno de estudante. São pergunta e respostas rápidas:

1. Sobre a coisa mais antiga do mundo.
Clarice. Poderia dizer que é Deus, que sempre existiu.

2. Sobre a coisa mais bela.
Clarice. O instante da inspiração.
Em seguida, o entrevistador esclarece que, na verdade, em uma das suas crônicas Clarice havia dito que “A INSPIRAÇÃO NÃO É LOUCURA; É DEUS”.

3. Sobre o melhor dos sentimentos.
Clarice. O de amar e ao mesmo tempo ser amada, o que parece apenas um lugar-comum, mas é uma de minhas verdades.

4. Sobre o sentimento mais rápido.
Clarice. O mais rápido, que chega a ser apenas um fulgor, é o instante em que um homem e uma mulher sentem um no outro a promessa de um grande amor.

5. Sobre a mais forte das coisas.
Clarice. O instinto de ser.

6. Sobre o que é mais fácil de se fazer.
Clarice. Existir, depois que passa o medo.

7. Sobre a coisa mais difícil de realizar.
Clarice. A própria felicidade que vem do conhecimento de si mesmo

Volto às palavras de Clarice, selecionadas para o início desta mensagem:

– SUPONHO QUE ME ENTENDER NÃO É UMA QUESTÃO DE INTELIGÊNCIA E SIM DE SENTIR, DE ENTRAR EM CONTATO… OU TOCA, OU NÃO TOCA”

Pergunto:

– Qual teria sido a motivação interior de Clarice, ao condicionar apenas ao nosso “sentir” (e nunca à uma “questão de inteligência”), a possibilidade dela ser por nós entendida (como acredito, em termos de aceitação do seu estilo e produção literária)?

Desconhecendo o contexto desse seu “sentir”, não tenho como responder. Mesmo assim, lembrei desta percepção de Aristóteles (384-322 a.C):

– NÃO HÁ NADA NA NOSSA INTELIGÊNCIA QUE NÃO TENHA PASSADO PELOS SENTIDOS.

Certo é que não podemos deixar de reconhecer que a “inteligência” é em nós consolidada por uma série de estímulos recebidos pelo nosso cérebro, de uma série de experiências significativa (inclusive de natureza genética e também ambiental).

Termino esta mensagem, com esta interessante explicação da doutora Marta Relvas (que é Membro Efetiva da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento), sobre o envolvimento das nossas emoções com as estruturas biopsicológicas da inteligência:

– Quando se trata de explicar o funcionamento do cérebro, certamente é útil a comparação com o computador, um sistema eletrônico que tem entradas de informações, um processador que as elabora e um sistema de saídas. É assim que se utiliza essa comparação para explicar que o cérebro funciona processando as informações que recebe por intermédio dos órgãos dos sentidos, sejam esses os órgãos da visão, da audição, do tato, do paladar ou do olfato, e depois de processar e elaborar os significados dessas informações emite uma resposta motora ou, conforme o caso, memoriza-a para, talvez em outro momento, utilizá-la e emitir a resposta correspondente. (…) É importante destacar que as estruturas biopsicológicas da inteligência estão diretamente envolvidas com a emoção, pois se interligam por meio do estado emocional do indivíduo.

Nascida no dia 10 de dezembro de 1920 em Tchetchélnik, na Ucrânia, neste ano Clarice completaria cem anos de vida.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.A explicação da doutora Marta Relvas foi reproduzida do seu artigo “Cognição Humana”, publicado na edição 166 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala; a citação da carta de Clarice, foi reproduzida do artigo “Três Cartas de Clarice Lispecor: o improviso”, de Nádia Battella Gotlib, professora livre-docente pela Universidade de São Paulo, publicado na Edição 229, Ano 20, de novembro de 2017, da Revista CULT, lançada no Brasil pela Editora Bregantini (que recomendo, como leitura obrigatória).
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(274) Sentindo como favorecer a busca interior da felicidade.

“A CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE É UM TRABALHO INTERIOR, DE TREINAR A MENTE POR MEIO DE ESCOLHAS CONSCIENTES QUE FAZEMOS A CADA DIA, DE NOSSAS AÇÕES, DA QUALIDADE DOS PENSAMENTOS QUE NUTRIMOS E DOS RELACIONAMENTOS QUE CULTIVAMOS”
São palavras de Maria Tereza Maldonado, mestra em Psicologia pela PUC-Rio e autora de vários livros sobre “felicidade”. Foram escolhidas para iniciar esta mensagem, porque entendo que muitos dos nossos “estados de felicidades” devem, preferencialmente, serem favorecidos por buscas interiores de “autoconhecimento” e não, apenas, pelas nossas vivências de interações externas que, necessariamente, precisam ser modeladas pelas matizes sensoriais dos nossos desejos de necessidades conscientes de satisfação. No mesmo sentido esclarece Dalai Lama XIV, em “A Arte da Felicidade”:

– Através da mobilização dos pensamentos e da prática de novos padrões de pensamento, podemos remodelar nossos neurônios e mudar a maneira como nossa mente trabalha. A felicidade é determinada muito mais pelo estado mental do que por eventos externos.

Sob essa perspectiva, acrescento que em todos os nossos relacionamentos, sejam eles de que natureza forem, não devemos atribuir ao “outro” a responsabilidade de (mesmo de forma indireta) suprir as nossas carências. Isto porque somos nós que sabemos o que é importante para a nossa realização pessoal. Tanto que para Martin Seligman, o criador da Psicologia Positiva, os benefícios individuais que podemos alcançar pelos estados interiores de sentir-se bem, realizado e feliz, dependem, essencialmente, de três fatores que devem ser por nós buscados: prazer, engajamento e significado (este último, definido pela essência subjetiva dos valores que damos ao nosso “existir” e ao “viver”).

Na sua abordagem sobre “A dinâmica da Felicidade”, de modo conclusivo esclarece José Aparecido da Silva, doutor em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP:

– O enfoque psicológico da felicidade, portanto, considera, exclusivamente, os processos em que a consciência humana usa a sua habilidade de auto-organização, para realizar um estado interno positivo por meio de seus próprios esforços, sem depender de qualquer manipulação externa do sistema nervoso. Há várias maneiras de programar a mente para aumentar a felicidade ou pelo menos para evitar ser infeliz. Algumas religiões têm feito isso prometendo uma vida eterna de felicidades após a nossa existência terrena. Outras religiões têm desenvolvido técnicas complexas para controlar o fluxo de pensamentos e de sentimentos e, portanto, fornecendo meios para expulsar o conteúdo negativo da consciência. Algumas das disciplinas mais radicais e sofisticadas para o auto-controle da mente foram desenvolvidas na Índia, culminando com os ensinamentos budistas de 25 séculos atrás. Independentemente da verdade de seu conteúdo, a fé numa ordem sobrenatural parece enriquecer o bem-estar subjetivo.

Pergunto:

– O QUE DEVEMOS ENTENDER POR “BEM-ESTAR SUBJETIVO”?

Explica a psicóloga Juliana Teixeira Fiquer, mestra em Bem-estar subjetivo pelo Departamento de Psicologia Experimental da USP e doutoranda em Avaliação de bem-estar e melhora clínica de pacientes depressivos submetidos a tratamentos farmacológicos e de estimulação cerebral:

– É um termo psicológico amplamente empregado na literatura como sinônimo de felicidade. Muitos autores recomendam sua utilização no lugar do termo felicidade, pela diversidade de conotações associadas a este último e pelo fato de o BES salientar a avaliação feita pelo próprio indivíduo sobre sua vida, e não uma avaliação feita por especialistas. Grande parte dos estudos que vêm sendo realizados para avaliação de estados emocionais positivos tem feito uso desse conceito. O bem-estar subjetivo compreende tanto avaliações cognitivas das pessoas a respeito de suas vidas (que incluem julgamentos relacionados à satisfação com a vida) quanto avaliações afetivas (relacionadas ao humor e às emoções), como sentimentos positivos e negativos. Pessoas relatam BES elevado quando estão satisfeitas com sua condição de vida, sentem frequentemente emoções positivas e experimentam com reduzida frequência emoções negativas. Ao contrário, pessoas que relatam BES baixo se apresentam insatisfeitas com a vida, experimentam pouca alegria e frequentemente têm emoções desagradáveis, como tristeza ou raiva.

Termino esta mensagem, com este importante esclarecimento de Lilian Graziano, doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), por mim considerada no Brasil um respeitado e conceituado referencial de dedicação especializada em Psicologia Positiva:

PARA AQUELES QUE GOSTAM DE FILOSOFAR: FELICIDADE NÃO É FEITA DE MOMENTOS. EM PSICOLOGIA POSITIVA, QUANDO FALAMOS NELA ESTAMOS NOS REFERINDO A NÍVEIS CONSTANTES DESSE ESTADO MENTAL. DIZENDO DE FORMA MAIS SIMPLES, FELIZ É AQUELE SUJEITO QUE “COLOCA NUMA BALANÇA” OS MOMENTOS DE SUA VIDA E A VÊ PENDER MAIS PARA O LADO DA FELICIDADE. NOTE QUE É ALGUÉM QUE TEM PROBLEMAS, VIVENCIA SITUAÇÕES E MOMENTOS TRISTES, MAS AINDA ASSIM SENTE-SE FELIZ.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.As citações da psicóloga Maria Tereza Maldonado, foi reproduzida da sua entrevista concedida em 2017 ao jornalista Lucas Vasques, publicada na Edição n.141 da Revista PSIQUE, da Editora Escala; do psicólogo José Aparecido da Silva, do seu artigo “A dinâmica da Felicidade”, publicado em 2007 na Edição n. 22 da Revista PSIQUE, da Editora Escala; da psicóloga Juliana Teixeira Fiquer, do seu artigo “A eterna busca da Felicidade”, publicado em 2008 na Edição n. 30 da Revista PSIQUE, da Editora Escala; e da psicóloga Lilian Graziano, do seu artigo “Felicidade existe?”, publicado em 2006 na Edição n. 02 da Revista PSIQUE, também da Editora Escala.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(273) Sentindo o nosso poder de reinventar a vida.

“REPENSAR A VIDA PARA PODER REINVENTAR A VIDA. ESSA É A FORÇA QUE EMANA DO EU MAIOR”
São palavras do escritor e educador Mario Sergio Cortella, um dos meus preferidos filósofos contemporâneos. Foram escolhidas para iniciar esta mensagem, porque, no meu entender, também nos motiva a “sentir” a vida em sintonia de harmonização interior com as nossas necessidades subjetivas de integração do nosso “existir” com o nosso “viver”. Em outras palavras: porque também sugerem um repensar interior favorecido pela prática de “autoconhecimento”, que viabilize um processo existencial de ressignificação de nós com as nossas “vidas”. Nesse sentido, para esta mensagem, considero ser o “EU MAIOR” de Cortella o escutar de uma relação interior “consigo mesmo”, explicada pelo “Self” de Jung.

Sobre a “vida”, recomendo a leitura do livro “Vivemos mais! Vivemos bem? Por uma vida plena”, lançado no Brasil pela Editora Papirus 7 Mares. Foi escrito por Mario Sergio Cortella e Terezinha Azerêdo Rios, em forma de diálogo. Dele, destaco esta conclusiva análise de Cortella:

– Pois bem, a questão é que se faz necessário refletir sobre o tipo de vida que vale a pena viver e o tipo de vida que não vale a pena. A ideia de vida longa implica viver mais e viver bem. Mas, no meu entender, viver bem não é só chegar a uma idade mais avançada com qualidade material de vida. É também adquirir a capacidade de olhar a trajetória. Porque a vida não é só o agora, é o percurso. Ela é a soma de todos os momentos numa extensão de tempo. (…) Será que uma vida alienada – de alienado mesmo, considerado em seu sentido original, aquele que está fora de si mesmo -, uma vida que não seja consciente, na qual não se tenha a capacidade de escolha, não tenha a capacidade de intenção deliberada, resiste à grande pergunta: Minha vida me pertence? Sua vida lhe pertence?

Que bela reflexão de Cortella! Na sua avaliação (com a qual concordo), ele
expressa a nossa necessidade de vivenciar a passagem dos anos desenvolvendo a capacidade de “sentir” a vida como sendo o fluir de uma “trajetória”. Acrescento para esta mensagem: uma trajetória de permanentes e sucessivos “aprendizados” em que, muitos deles, são por nós desejados e outros não. Reforço, com este precioso ensinamento da psicóloga Ligia Py sobre a busca por valores essenciais relacionados à percepção da finitude da nossa existência:

– Somos todos aprendizes até o fim da vida. A aprendizagem é um processo contínuo de construção da nossa identidade, jamais concluída. Aprendemos com os outros, com a família, com os amigos, a escola, a rua, a mídia, a sociedade, a cultura e tanto mais. E aprendemos muito com as nossas experiências de sucesso e de fracasso. Nesse percurso, vamos nos construindo como pessoas, como seres de relação com os outros e podemos (ou não) cultivar uma competência existencial. Ou seja, uma competência para buscar valores essenciais para nós mesmos, para conviver com os demais, reconhecendo e quiçá valorizando as diferenças. E que estejamos abertos aos sonhos, às surpresas, empenhando-nos para nos recriar a cada vez que sucumbirmos às adversidades. Se desenvolvermos essa competência, na velhice pode haver uma possibilidade ampliada de enfrentar as dificuldades, que não são poucas.

Pergunto:

– COMO EXPLICAR ESSE “REPENSAR” PARA PODER “REINVENTAR A VIDA”, DE MARIO SERGIO CORTELLA?

Ao condicionar o poder de “reinventar a vida” à capacidade individual de “repensar a vida”, a primeira ideia que me vem à mente é a de um estado interior de “insatisfação” com o nosso “modo de viver” (e não com o que cada um de nós entendemos ser a “vida”). Tanto que no livro acima citado, Cortella faz referência expressa à necessidade de um nosso “pensar” sobre o “tipo de vida que vale a pena, ou não, ser por nós vivido”. Trata-se, portanto, de uma opção pessoal, individualizada, de liberdade absoluta de “escolha”. Aliás, também nesse sentido, no século XIX o filósofo Soren Aabye Kierkegaard (1813-1855), considerado o pai do Existencialismo, se insurgiu contra o pensamento idealista alemão dominante na Europa continental. Ele concebeu três dimensões de vida, sujeitas à escolha do indivíduo, denominadas estádios “estético”, “ético” e “religioso”. De acordo com Ranis Fonseca de Oliveira, doutor e mestre em Filosofia pela PUC-SP, pela “vida estética” o indivíduo busca a sensação interior de plena satisfação prazerosa; pela “vida ética”, prioriza a liberdade ética da sua escolha de acordo com as prevalecentes regras morais da sociedade na qual ele vive; finalmente, na dimensão existencial de uma “vida religiosa”, o indivíduo abandona o prazer estético para intensamente se dedicar à sua fé.

Verifica-se, portanto, que as opções de escolhas do nosso “modo de viver”, também são influenciadas e construídas culturalmente. Inclusive porque, em todas as “realidades de vida”, o mundo é por nós interpretado de acordo com as nossas necessidades interiores de idealizações e de satisfações em todos os sentidos. O que devemos é encontrar significados para as nossas vidas e acreditar que temos uma missão existencial com origem superior de essência espiritual.

Termino, com este “sentir” do cientista brasileiro Marcelo Gleiser:

O SENTIDO DA VIDA É VIVER EM BUSCA DE SENTIDO. É NO ATO DA BUSCA, NA EXPERIÊNCIA DO NOVO E DO INESPERADO, QUE DAMOS SENTIDO À NOSSA EXISTÊNCIA.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.A citação da psicóloga Ligia Py foi extraída da abordagem de Renato Rocha Mendes, sobre “A explosão dos conhecimentos”, publicada na Edição 117, de outubro de 2017, da Revista da Cultura, publicação da Livraria Cultura; as referências feitas ao filósofo Kierkegaard foram feitas do artigo “Os Estadios da Existência, de autoria do doutor e mestre em Filosofia, Ranis Fonseca de Oliveira, publicado no número 136, Ano X, da Revista Filosofia, da Editora Escala; a citação do cientista Marcelo Gleiser, foi extraída do seu livro “A simples beleza do inesperado”, lançado no Brasil pela Editora RECORD.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(272) Sentindo como entender a “solidão”.

“QUEM TEM VIDA INTERIOR JAMAIS PADECERÁ DE SOLIDÃO”.
São palavas do escritor, jornalista e radialista Artur da Távola (1936-2008). Não tive dificuldade de escolher uma frase sobre “SOLIDÃO”, para iniciar esta mensagem. Existem muitas, mas nem todas estão diretamente relacionadas à subjetividade desse estado interior de “sentir-se só” no sentido, por exemplo, da falta de uma pessoa ao nosso lado.

Como estudioso da arte, lembrei de Pablo Picasso, o gênio da pintura que sentia a “solidão” como uma necessidade interior para as suas inspirações. Ele explicava:

– Nada pode ser criado sem solidão. Criei em meu redor uma solidão que ninguém calcula. É muito difícil hoje em dia estar-se sozinho, pois existem relógios. Já alguma vez viu um santo com relógio? Não consegui encontrar nenhum, mesmo entre os santos que são considerados os santos padroeiros dos relojoeiros.” Até no mostrar o abstrato, existiam no seu imaginário sensórias matizes de uma subjetiva e inspiradora espécie de “presença”. Veja:

– Não existe nenhuma arte abstracta. Tem que se começar sempre com algo. Depois podem-se afastar todos os vestígios do real. Então não existe qualquer perigo, pois que a ideia da coisa deixou entretanto um sinal indelével. É aquilo que originalmente pôs o artista em andamento, estimulou suas ideias, animou os seus sentimentos. Ideias e sentimentos serão por fim prisioneiros dentro do seu quadro. Aconteça com eles aquilo que acontecer, não podem já fugir da tela. Formam com ele uma íntima união, mesmo que a sua presença tenha deixado de ser reconhecível. Quer o homem queira, quer não, ele é a ferramenta da natureza. O artista é como um receptáculo de sentimentos que vêm de toda a parte: do céu, da terra, de um pedaço de papel, de uma figura que passa, ou de uma teia de aranha.

Esta não é a primeira vez que dedico mensagem à subjetividade desse sensório estado interior, chamado “Solidão”. Em janeiro de 2017, sustentei que podemos afastar a “solidão” do nosso coração. Foi quando declarei que as minhas chegavam “de fora para dentro” (mensagem 141). Hoje não penso mais assim, porque entendo ser a “Solidão” manifestação de sentimento com natureza dependente da valoração de cada indivíduo. Necessariamente, não me parece sempre depender de um estímulo externo (com a roupagem de sensação de ausência) que, em nós, enseje o sentimento de “sentir-se só”. É por isso que existem pessoas que vivem sozinhas, sem nunca ter reclamado de “solidão”; ou convivendo com alguém ao seu lado que, ao contrário, vivencia intenso e doloroso sentimento de “solidão”. Parecendo-me reforçar este meu entendimento, explica a doutora Daniela Benzecry:

– Todos os sentimentos são imagens relacionadas ao corpo. Eles processam-se na mente, mas alguma noção corporal é essencial para existirem. A consciência é necessária para que ocorra o sentimento, pois ele é a própria vivência consciente das ocorrências, incluindo das manifestações que ocorrem no corpo ao se reagir aos estímulos (objetos e situações), as emoções. Para Jung, essa vivência consciente é subordinada ao entendimento dado pela razão segundo os valores do objeto para o indivíduo no sentido de
provocar uma aceitação (do que dá prazer) ou rejeição (do que dá dor/”desprazer”).

Agora, preste atenção: Se podemos criar percepções de “solidão”, principalmente no sentido de isolamento, precisamos estar conscientes das suas consequências negativas para saúde. Esclarece o psicólogo Marco Callegaro, que também é mestre em Neurociências e Comportamento:

– Numerosos estudos têm mostrado que a solidão é responsável por um leque de problemas de saúde, contribuindo para a doença de alzheimer, transtornos do sono, aumenta o risco de demência e morte prematura, e é uma das principais causas de depressão.
Um estudo revelou que a solidão causa uma expressão exagerada nos genes em células cardíacas, e estas produzem uma reação inflamatória que lesiona o tecido do coração. Neurocientistas descobriram que a percepção de exclusão usa a mesma rede da dor física no cérebro. Ou seja, a solidão dói, literalmente.

Pergunto:

– COMO EXPLICAR A “SOLIDÃO” EM NOSSAS VIDAS?

São muitas as respostas possíveis, porque somos “seres únicos” e com as suas individualizadas percepções de “Solidão”. Talvez tenha sido este mesmo meu “sentir” que inspirou o escritor alemão Hermann Hesse (1877-1962), ao definir a “Solidão” como sendo o modo que o destino encontrou para levar o homem a si mesmo. Certo é que, pelo fluir existencial da nossa experiência de viver, o significado de todos os caminhos é o “solitário”. O meu é diferente do seu; os nossos, diferentes de todos os outros. Nós somos “viajantes solitários” por destinos desconhecidos, onde as circunstâncias, inclusive de uniões, não escondem a nossa íntima sensação de que estamos sós para nós mesmos.

Para você que gosta de astrologia trago este entendimento de Oscar Quiroga, que foi publicado em 29/12/2019 na Revista do Correio, Ano 15, n. 763, do Jornal Correio Braziliense:

– A estranha experiência da solidão.
É humano experimentar o denso sentimento de solidão, essa é uma experiência pela qual todos passamos, alguns ficando nela e nos identificando com a solidão; outros a tratando com desdém e nos lançando à vida louca dos contatos sociais. Do ponto de vista do funcionamento cósmico, a solidão humana é impossível, porque estamos todos intimamente conectados numa só mente, que nos faz sentir e perceber em tempo real o somatório do que acontece no mundo. A solidão, por isso, é uma condição que resulta de uma imposição conceitual que fazemos a nós mesmos, a de que nossas vidas interiores são impenetráveis e invioláveis, o que tampouco é real, porque nossos olhos expressam, à nossa revelia, o que nos emociona. Temos aí um enigma, apesar de não sermos isolados, mesmo assim experimentamos a solidão. Por quê?

Termino esta mensagem, com este “sentir” da escritora Martha Medeiros:

QUANDO DOU PRA TI, SOU MULHER. QUANDO DOU POR MIM, SOLIDÃO.

Pense nisso e volte sempre neste novo ano que se inicia, que quero para todos nós sem sentimentos de “solidão” no coração!

Notas:
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2.A citação de Pablo Picasso foi reproduzida do livro “PICASSO”, de Ingo F. Walther, lançado no Brasil pela Editora TASCHEN com tradução de Ana Maria Cortes Kollert; a da doutora Daniela Benzecry foi reproduzida do seu livro “Sentimentos, valores e espiritualidade/Um caminho junguiano para o desenvolvimento espiritual, lançado no Brasil pela Editora VOZES; a do psicólogo Marco Callegaro, do seu artigo “O Cérebro Solitário, publicado na Edição n. 111, Ano IX, da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(271) Sentindo em 2020, a sabedoria na arte de viver as nossas “realidades”.

“NÓS SEMPRE QUEREMOS E PRECISAMOS DE ARTE PARA INTERPRETAR A REALIDADE E CRIAR SIGNIFICADO”
São palavras do escritor norte-americano Kim Stanley Robinson sobre o subgênero de ficções climáticas, do seu livro “Nova York 2140” que acaba de chegar ao Brasil. Segundo André Cáceres, jornalista do Estadão, especializado em cultura e literatura, o livro de Robinson narra uma Manhattan submersa pela elevação de 15 metros do nível do mar, causada pelo aquecimento global. Mas esse não é o tema desta mensagem. O que a motivou foi o meu desejo de aplicar o sentido das palavras de Robinson à outras realidades do nosso “viver”.

Começo perguntando para você:

– PODEMOS CRIAR, E TAMBÉM MODIFICAR, AS NOSSAS REALIDADES?

Estou convencido de que sim. Lendo dois dos seus livros, selecionei estes
ensinamentos do médico indiano Deepak Chopra:

1.O mundo que você aceita como real parece ter qualidades definidas. Algumas coisas são grandes, outras pequenas; umas são duras, outras moles. No entanto, nenhuma dessas qualidades significa qualquer coisa que não seja a sua percepção. O mundo é o reflexo do mecanismo sensorial que o registra.
2.A percepção define as nossas realidades.
3.A realidade não vai e vem. Ela não nos abandona. O que muda é o modo como nos relacionamos com ela.
4.Você não é um receptor passivo percebendo uma dada realidade fixa. Você processa a sua experiência.
5.Você transforma a sua realidade ao entrar em um novo estado de consciência.

Complemento com esta interessante explicação da doutora Daniela Benzecry, que encontrei no seu belo livro “Sentimentos, valores e espiritualidade – Um caminho junguiano para o desenvolvimento espiritual”, lançado no Brasil pela Editora VOZES, que recomendo a leitura:

1.Os sentimentos e as emoções pesam nas nossas escolhas e, por conseguinte, em nossos comportamentos e no modo como nos adaptamos à realidade.
2.Embora costumemos ver no mundo externo a causa para o que sentimos, o mundo externo não é a causa em si, funcionando mais como uma oportunidade dos sentimentos surgirem, pois o sentimento é uma função de relação. É necessário haver a interação do mundo interno com o mundo externo ou com um conteúdo interno para que o sentimento ocorra.
3.A realidade externa funcionaria como tela em que o mundo interno é projetado por meio da emoção deflagrada no encontro com o mundo externo, e a vivência consciente daquela emoção produziria o sentimento.

Por sua vez, descobertas da Neurociência estão mapeando o nosso cérebro. Sobre o que considero ser “a fisiologia cerebral” (expressão que inventei para o entendimento do nosso processo de criação de “realidades” e “significados”), esclarece o médico clínico geral, doutor Gilberto Katayama, no seu artigo sobre “Mudança de padrões da consciência”, publicado em abril de 2015 na edição 112 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora ESCALA:

– Sabemos que existem três áreas do sistema nervoso central atuando no processamento psicológico das informações enviadas ao cérebro pelos órgãos do sentido. Essas três áreas são o “sistema reptiliano”, responsável pelo instinto de sobrevivência (…). A outra área é o “sistema límbico”, em que estão registrados os sentimentos de conforto e desconforto. É a área onde ficam os sentimentos básicos, do medo, da raiva e da tristeza. É onde guardamos as emoções, a inteligência emocional. A última área é o “sistema neocórtex”, responsável por atribuir significado aos fatos vivenciados. É área da mente racional que nos permite relacionar com o mundo exterior de forma lógica. É a área onde os processos cognitivos acontecem, onde a realidade é reconhecida e compreendida dentro de um processo lógico ditado pelas regras estabelecidas pela convivência e interação social. A área da inteligência racional.

Complementa, em seguida:

– Portanto, havendo estímulo, o cérebro responderá por meio da mente racional, emocional e sensorial, manifestando-se através dos comportamentos relativos. O que é importante saber é que desde o momento da concepção, passando pelo nascimento, infância, adolescência e até hoje, vamos armazenando na memória essas experiências conforme vivenciamos. Sentimentos, sensações e significados atribuídos e comportamentos, sejam eles relativos ou assertivos. E a cada estímulo recorremos a essas memórias, regredimos de forma inconsciente e adequamos a reatividade ao momento presente.

Inspirado nas palavras de Robinson, entendo que podemos fazer tudo com “arte”. Mas que seja uma “arte de viver” e de aprender “sentir” com a “Sensibilidade da Alma”. A receita está na “arte de viver” com sentimento de “AMOR”; está na “arte de viver” fugindo da mesmice” do “viver por viver” e sem propósitos; está na “arte de viver” escutando, mesmo com o escutar silencioso da “Alma”, o canto dos pássaros ao raiar o dia; está na “arte de viver” com o romantismo dos apaixonados pela “vida”, assim como eles também se apaixonam pelas suas pessoas amadas; está na “arte de viver” ensinando a sabedoria de que tudo que precisamos está dentro de nós. Basta acreditar!

A “arte viver” para criar as nossas “realidades” é consolidada, mesmo com a “ilusória passagem do tempo”, principalmente pelas práticas de “autoconhecimento”. Como exemplo, ensina o doutor Carlos São Paulo, médico e psicoterapeuta junguiano, para os que buscam relacionamentos amorosos:

– SOMOS VIAJANTES COM UM DESTINO A CUMPRIR E, MUITAS VEZES, NOS DISTANCIAMOS DESSE CAMINHO. A NECESSIDADE DE AMAR, ESPECIALMENTE A NÓS MESMOS, É A DIREÇÃO DE AMAR O OUTRO. O MUNDO ACABARÁ PARA CADA UM DE NÓS E ESTAREMOS MERGULHADOS NOS MISTÉRIOS QUE A CONSCIÊNCIA NÃO ALCANÇA.

Finalmente, peço sua atenção para estas belas e expressivas manifestações de Michelangelo, John Lennon, Leonardo da Vinci e Clarice Lispector, sobre “arte”:
– A verdadeira obra de arte é apenas uma sombra da perfeição divina.
– A arte é a expressão da mente, nossa vida é nossa arte.
– A lei suprema da arte é a representação do belo.
– Na arte, a inspiração tem um toque de magia, porque é uma coisa absoluta, inexplicável. Não creio que venha de fora pra dentro, de forças sobrenaturais. Suponho que emerge do mais profundo eu da pessoa, do inconsciente individual, coletivo e cósmico.”

Termino esta última mensagem de 2019, agradecendo a sua participação nesta nossa jornada para o “autoconhecimento”. Desejo para todos, um 2020 de novas “realidades” para as suas “artes de viver”. Fiquem com este ensinamento do ator britânico Jaime Buckley, em Prelúdio de um herói:

– Existe um momento na vida em que o Universo apresenta uma oportunidade para que você se eleve ao seu potencial máximo. Uma porta aberta que pede apenas que o coração passe por ela, pegue-a e segure-a. A escolha nunca é simples. Nunca é. Nem deveria ser. Mas aqueles que viajam por esse caminho, sempre que olham para trás, percebem que o teste era sempre sobre o coração. O resto é apenas a prática.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.As citações de Deepak Chopra foram selecionadas e reproduzidas dos seus livros “Corpo sem idade, mente sem fronteiras – A alternativa quântica para o envelhecimento”, lançado no Brasil pela Editora Rocco com tradução de Haroldo Netto, e “O Futuro de Deus – Um guia espiritual para os novos tempos, lançado no Brasil pela Editora Planeta com tradução de Cristina Yamagami; a do doutor doutor Carlos São Paulo foi reproduzida da Revista PSIQUE, Ano VII, n. 93, da Editora Escala. As s fontes das outras citações constam do texto da mensagem.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(270) Sentindo como conceber a nossa experiência de vida.

“AS VISÕES SERÃO SEMPRE MAIORES DO QUE A REALIDADE CONCRETA, MAS É POR ISSO MESMO QUE O REINO HUMANO EXISTE, PARA QUE EMPREENDA TODO ESFORÇO NECESSÁRIO DE FAZER CABER AS VISÕES ILIMITADAS NUMA REALIDADE LIMITADA”
São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, que mais uma vez enriquece a nossa jornada para o “autoconhecimento” (mensagens anteriores: 097, 122, 149, 152, 153, 154, 184, 196, 212, 248, 251, 253, 254, 255, 257, 266 e 267). Iniciado na escola de Yoga Suddha Dharma Mandalam, com formação superior Psicologia pela PUC-SP, ele considera ser o despertar da nossa “consciência de espiritualidade” a maior experiência de transcendência do ser humano.

Esclareço que sou seguidor de Quiroga, porque aprecio a instigante subjetividade do seu modo de transmitir as percepções sensoriais das suas previsões. Como exemplo, veja como recebi as palavras que selecionei para iniciar esta mensagem:

– Ele deve estar se referindo ao alcance das sensórias “visões” do nosso imaginário; às “visões” subjetivas das nossas “percepções interiores”; da nossa “intuição” e, principalmente, a do alcance ilimitado da nossa “expansão de consciência”. Com outras palavras: à “visão” iluminada do “caminho do despertar” da nossa transcendência “existencial” e “espiritual” (em mim sentida, como sentimento superior de “Divindade” no meu coração). Aliás, como acredito, talvez seja esse mesmo sentimento que mais se aproxima do significado da raiz da palavra “buddhi” (sem tradução em inglês), mas que para os orientais é entendida como sendo um iluminado “despertar de si mesmo”; como também sendo a “visão” de interconexão do sutra “Tat Tvam Asi” que se manifesta pelo “vejo o outro em mim e eu nos outros”. Quiroga também deve estar fazendo referência à visão da nossa “Sensibilidade da Alma” que, para Deepak Chopra, tem o poder de naturalmente criar, por intuição, as realidades imaginárias que podemos estar precisando. A respeito, explica a doutora Daniela Benzecry com sínteses esmeradas de clareza de estilo:

1. [Os nossos] valores transcendentes e a relação com eles são necessários para se encontrar valor na vida, para dar-se valor à própria vida.
2. Queiramos ou não, valores que transcendem a matéria existem potencialmente e são importantes para dar-se significado à vida, uma necessidade humana. Como lembra Zoja (1992), nascer não basta ao ser humano, pois ele anseia por dar valor à sua existência e precisa tornar a sua vida significativa e singular.
3. Não basta existir, precisa-se dar significado à existência e, para isso, faz-se necessário estar em relação com valores transcendentes.
4. A busca por dar significado à existência individual é uma questão espiritual e dela não escapamos: “O homem é um ser condenado a buscar sentido, a captar que há algo que lhe transcende – isto é, a dimensão espiritual”, lembra-nos Monteiro (2006:15).
Nota: Sobre o enfoque dos itens 3 e 4, sugiro a leitura da mensagem 258.

Por sua vez, como considero serem de “percepções intuitivas” as origens das previsões astrológicas de Quiroga, peço sua atenção para esta interessante explicação do doutor Carlos São Paulo, que é médico e psicoterapeuta junguiano:

– Jung chamou de funções psíquicas irracionais aquelas que nos fazem perceber o mundo além da lógica e da razão. Há dois grandes grupos nessa categoria: sensação e intuição. O primeiro atende bem à “organização vertical” e percebe o mundo por meio dos cinco sentidos. É uma sensação determinada sobretudo pelo objeto. Para os que estão nesse grupo, “nada existe além do concreto e do real; considerações sobre ou além disso são aceitas apenas enquanto fortalecem a sensação”.
Os intuitivos absorvem os fenômenos que presenciam de forma subliminar à consciência e só vai perceber que está se orientando de modo acertado, sem ter consciência das etapas, quando finalmente tem seu momento de intuição. Por ter a função sensação subliminar à consciência eles sentem a tarefa desagradável por estarem focando no resultado final e sofrem com isso. O intuitivo é um tipo de sujeito que se mantém na expectativa do que virá. A possibilidade é o que o alimenta e o seu combustível é imaginar o que se lhe oculta. Por isso tal tipo não suporta a rotina. O simbolismo é o que prevalece, e não a observação.

O que motivou esta mensagem, foi a subjetividade do “sentir” de Quiroga sobre a nossa “experiência de viva”:

– Chegaste até aqui e agora como resultado dos passos que deste, de tuas escolhas, do alcance de tua percepção. Há uma parte desse caminho, que é um labirinto, que foi escrito para ti, é o resultado do legado que a civilização imprimiu em ti através da educação e da estrutura moral do ambiente familiar em que tua alma e corpo foram criados. Apesar de ter sido escrito para ti, tu escolheste, mesmo sem o saber, o que fazer com isso. E sabes o que te deu esse poder de escolha? Acontece que esse histórico que parece te determinar a que sejas assim ou assado é, na verdade, apenas um incidente na construção de tua experiência de vida. Teu poder de escolha é determinado pelo diálogo que tua consciência desenvolve com o futuro através daquilo que se chama sonhar.

Como estou cada vez mais convencido de que precisamos satisfazer as nossas necessidades de completudes (inclusive as de natureza “espiritual”), termino esta mensagem com este expressivo “sentir” da escritora Lya Luft, para quem dediquei esta nossa jornada para o “autoconhecimento” (mensagem 001):

ESTA EXPERIÊNCIA, ESTA VIDA É A NOSSA ÚNICA CHANCE DE SERMOS NÓS MESMO.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.A citação do doutor Carlos São Paulo foi reproduzida da Revista PSIQUE, Ano IX, n. 112, da Editora Escala. As da doutora Daniela Benzecry, do seu livro “Sentimentos, valores e espiritualidade, lançado no Brasil pela Editora VOZES. As do astrólogo Oscar Quiroga, do seu horóscopo publicado em no dia 13 deste mês, da Revista “Divirta-se Mais”, do jornal Correio Braziliense.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(269) Sentindo com António Damásio, o despertar dos nossos sentimentos.

“OS SENTIMENTOS SÃO REPRESENTAÇÕES DO ESTADO DA NOSSA VIDA, MAS REPRESENTAÇÕES QUALIFICADAS. ESSA QUALIFICAÇÃO APARECE EM TERMOS DE AGRADÁVEL OU DESAGRADÁVEL, BOM OU DE MAU, E É ISSO QUE FAZ A GRANDE DISTINÇÃO ENTRE A INTELIGÊNCIA HUMANA NO SENTIDO MAIS COMPLETO E A MENTE HUMANA. OS SENTIMENTOS COMO PERSONAGENS SÃO AS REPRESENTAÇÕES, AQUILO QUE ESTÁ NA NOSSA EXPERIÊNCIA MENTAL QUANDO ESTAMOS A VIVER UMA VIDA REAL”
São palavras do neurocientista António Damásio, durante a entrevista concedida ao Jornal O Público, no dia 05/11/2017, em Lisboa, sobre o seu livro “A Estranha Ordem das Coisas”. Lançado no Brasil pela Editora Companhia Das Letras, com tradução de Laura Teixeira Motta, acabei de concluir a minha leitura e recomendo para você. Em síntese, por meio de uma inovadora perspectiva de aferição de regulação homeostática, ele explica as origens biológicas dos sentimentos e da cultura humana. A apresentação do livro inicia com este esclarecimento:

– Este é um livro sobre um interesse e uma ideia. Há muito tempo me interesso pelo afeto humano, o mundo das emoções e sentimentos, e há anos o estudo: por que e como temos emoções e sentimentos? Usamos sentimentos para construir nossa individualidade? Como os sentimentos auxiliam ou solapam as nossas melhores intenções? Por que e como nosso cérebro interage com o corpo para sustentar essas funções? Tenho novos fatos e interpretações a compartilhar sobre todas essas questões. Quanto à ideia, ela é muito simples: os sentimentos não têm recebido o crédito que merecem, como motivos e monitores das proezas culturais do homem.

Para esta mensagem, destaco este “sentir” de António Damásio:

– Os sentimentos nos dizem o que precisamos saber. Sentimentos acompanham a trajetória da vida em nosso organismo, tudo o que percebemos, aprendemos, lembramos, imaginamos, raciocinamos, julgamos, decidimos, planejamos ou criamos mentalmente. A ausência completa de sentimentos significaria uma suspensão da existência, porém até mesmo uma remoção radical deles comprometeria a natureza humana.

Por sua vez, para Jung as “percepções” das nossas realidades (sejam elas, de que natureza forem), são elaboradas no psiquismo e por nós recebidas por “imagens”. Elas são, portanto, a linguagem da “psique”.

Explica António Damásio:

– Qualquer imagem que entra na mente tem direito a uma resposta emotiva. Isso se aplica inclusive às que chamamos de sentimentos.

Fiquei encantado com a leitura do livro de António Damásio, porque também sempre me interessei pela a origem dos nossos “sentimentos” (que foi definido por esse belo “sentir” de Johann Goethe, como sendo “a essência viva da alma”). Entendo que em todas as buscas de “autoconhecimento”, nós precisamos procurar entender os significados das “imagens sensórias” recebidas da nossa subjetividade interior (mensagem 153). Foi por essa razão que comecei esta mensagem, com estas palavras de António Damásio:

– OS SENTIMENTOS SÃO REPRESENTAÇÕES DO ESTADO DA NOSSA VIDA, MAS REPRESENTAÇÕES QUALIFICADAS. OS SENTIMENTOS NOS DIZEM O QUE PRECISAMOS SABER.

Termino esta mensagem com estes ensinamentos da doutora Daniela Benzecry, que encontrei no seu livro “Sentimentos, valores e espiritualidade – Um caminho junguiano para o desenvolvimento espiritual”. Lançado no Brasil pela Editora VOZES, assim como os livros de António Damásio, considero leitura obrigatória para todos que buscam o conhecimento de “si mesmo”:

1.É a visão de mundo que determina como alguém vê o mundo; ela orienta a vida da pessoa e, assim, as suas escolhas. A visão de mundo é diretamente relacionada aos nossos valores.
2.É possível fazer uma escolha e ter um comportamento diferente do que se faria a partir de determinado sentimento, pois ter um sentimento não implica, necessariamente, que se aja de acordo com ele. Uma vez que se tenha consciência do sentimento, é possível optar em se guiar ou não por ele, fazendo surgir o sentimento correspondente ao comportamento adotado.
3.Embora costumemos ver no mundo externo a causa pára o que sentimos, o mundo externo não é a causa em si, funcionando mais como uma oportunidade dos sentimentos surgirem, pois o sentimento é uma função de relação. É necessário haver a interação do mundo interno com o mundo externo ou com um conteúdo interno para que o sentimento ocorra. A realidade externa funcionaria como a tela em que o mundo interno é projetado por meio da emoção deflagrada no encontro com o mundo externo, e a vivência consciente daquela emoção produziria o sentimento.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.A citação do doutor Carlos São Paulo está publicada na Revista PSIQUE, n. 112, Ano IX, da Editora Escala. As da doutora Daniela Benzecry foram reproduzidas do seu livro “Sentimentos, valores e espiritualidade”, lançado no Brasil pela Editora VOZES.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

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