“Inspiração é apenas o momento da síntese”
São palavras do Escultor Bruno Giorgi (1905-1993). Selecione de uma coletânea de 83 (oitenta e três) personalidades entrevistadas por Clarice Lispector, publicação da Editora Rocco, organizada por Claire Williams e introdução traduzida por Clóvis Marques. Recomendo a leitura.
Clarice inicia com esta sua declaração: – “Gosto de pedir entrevista: sou curiosa. Detesto dar entrevistas: me deformam.”
As palavras de Bruno Giorgi aparecem em sua resposta a esta pergunta de Clarice Lispector:
– “Em você, como se processa a inspiração? Bruno Giorgi responde: – “Não acredito em inspiração. Inspiração, como dizia Matisse, se não me engano, são dez anos de análise e dez minutos de síntese. A esses dez minutos de síntese os outros chamam de inspiração.”
Antes das minhas considerações sobre a subjetividade desse tema, vejam algumas declarações sobre inspiração:
Picasso: “A inspiração existe, mas ela deve encontrá-lo trabalhando.” , Cícero: “Homem algum jamais foi grande sem um toque de inspiração divina.” Fernando Pessoa: “A inspiração poética é um delírio equilibrado (mas sempre «um delírio»).” , Robert Louis Stevenson<: “Guarde seus medos para você mesmo, mas partilhe sua inspiração com todos.” , Jon Stewart: “As insônias são a minha maior inspiração.” , Federico Fellini: “Um filme toma forma fora da sua vontade como um construtor; todas as informações vêm através de uma verdadeira inspiração.” , Felix Timmermans: “Arte é inspiração bem expressa.” e Mario Quintana: “Viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a nossa inspiração maior. É buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz!”.
Todos nós sabemos que uma inspiração pode nos surpreender por uma motivação de origem externa. Defino a maioria das minhas, como sendo um subjetivo e intuitivo escutar do meu “EU” interior. Uma espécie de “chamado silencioso” que em mim se manifesta naturalmente, mas nem sempre vem antecedido por uma aparente espécie de preocupação, seja de que natureza for. Aliás, tem sido assim na elaboração das mensagens desta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior. Aliás, muitas vezes esse meu “escutar interior” tem sido por mim sensorialmente recebido como sendo uma “intuição”. Na minha avaliação, ao que me parece Bruno Giorgi respondeu a pergunta de Clarice Lispector querendo nos transmitir que as inspirações nunca surgem totalmente definidas, prontas, elaboradas, mas sim como sendo para nós uma espécie de caminho a ser por nós trabalhado de um lampejo que nos ajude transmitir o que desejamos entender para nós mesmos. Pergunto para você: Como são as suas inspirações? Pensem nisso.
Termino este nosso encontro, com este sentir de Clarice Lispector:
– “Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso. Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor.”
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.