(031) Sentindo a “Sensibilidade da Alma” da atriz e escritora Maria Paula.

Quem acompanha desde o seu início este espaço virtual, em várias mensagens encontrou a afirmação de que todos nós temos uma finalidade “existencial” e “espiritual”. Aliás, sempre estou colocando a palavra “finalidade” no singular, porque considero que nós somos “seres transcendentes”, em termos de necessidades de “evolução” e de “apromiramento”, nesta “existência”. Portanto, devemos entender essa “transcendência” como condição de crescimento em todos os sentidos (inclusive no “espiritual”, como sendo “essência” do nosso “existir”). Por esta razão, acredito que “temos” um “propósito existencial”. Talvez, quem sabe (?), seja esse ainda desconhecido “propósito” que poderá explicar a “temporalidade” das nossas “vidas”, nesta existência.

Por sua vez, tudo que escrevo neste espaço virtual emerge do meu “sentir” com a “sensibilidade da alma”, que é, como desejo, para “lido” por vocês com a “sensibilidade da alma”.

Na condição de leitor assíduo das suas humanistas crônicas publicadas nas edições de domingo, da Revista do Correio (do Jornal Correio Braziliense), com esta mensagem estou enriquecendo a Galeria de “Exemplos de Sensibilidade da Alma”, de “Luminosidade Interior”, de “Inteligência”, de “Capacidade Profissional” e de “Sabedoria de Viver”, nesta existência. Já fazem parte dessa Galeria, o cineasta Domingos Oliveira e as atrizes Clarice Niskier e Marjorie Estiano. Com esta mensagem, ela está sendo engrandecida com a “sensibilidade da alma” da encantadora atriz e escritora Maria Paula.

Destaco das suas mais recentes crônica publicadas na Revista do Correio, o seguinte:

1) Na edição n. 511, com o título “Serviço desinteressado” – “Admiro tanto as pessoas que se dispõem a oferecer sua colaboração sem esperar nada em troca! É realmente inspirador ver alguém que acorda cedo e vai pra vida, com um sorriso na cara e muita força de vontade para dar sua contribuição sincera ao mundo, à sociedade, ao próximo. Veja bem, estou me referindo aos bem-intensionados seres que vivem diariamente, dando sem pensar no que irão receber pelo que acabaram de fazer. Eles existem! São raros, se comparados aos escravos do ego, mas estão por toda parte e, se permitirmos, irão nos influenciar e, quem sabe, até nutrir nossas almas o suficiente para encontrarmos a força necessária para derrubar os muros que temos de atravessar na busca de um caminho mais autêntico a seguir.(…) Agradeço imensamente a todos que escreveram a mim e à editora deste jornal enquanto estive ausente, demonstrando o desejo de que eu voltasse a escrever todos os domingos aqui nesta revista. (…) A partir de hoje, estou de volta definitivamente à vida de vocês. Vamos continuar refletindo juntos sobre as escolhas que fazemos e o lugar a que elas nos fazem chegar.”

2) Na edição n. 512, com o título “Essas mulheres maravilhosas” – “Já conheci muitas mulheres incríveis, muitas mesmo. Mulheres sábias, daquelas que encaram qualquer problema de frente e fazem o que tiver de ser feito para resolver com cuidado e delicadeza os maiores desafios. Poderia citar dezenas delas como exemplo, mas por simples falta de espaço vou eleger apenas três. Elas são como um clarão na minha vida. Minhas melhores amigas, minhas guias, minhas musas.” Em seguida, Maria Paula cita a sua irmã Cinira; Alessandra, amiga de infância; e Bel, sua fonte de inspiração. Maria Paula termina a crônica, com estas palavras – “Hoje é o dia Internacional da Mulher! Por isso, já vou termiar a crônica dando parabéns a todas leitoras e dizendo que vocês são realmente especiais. Seja qual for a escolha que tenham feito para as suas vidas, merecem ser comemoradas, homenageadas, beijadas e aplaudidas! Afinal, não é fácil ser mulher.”

3) Na edição de hoje, domingo, 29 de março de 2015, com o título “Semeando luz pela terra”, com a sua “sensibilidade da alma” Maria Paula dedica sua crônica à sua tia, recentemente falecida – “Hoje uma das pessoas mais incríveis que já conheci fez a passagem para o outro lado. Minha tia Augustinha era daquelas pessoas que vêm a terra em missão de amor. Sua vida foi imensamente abençoada e todos que tiveram a sorte de cruzar seu caminho com o dela experimentaram a alegria de estar com um ser de luz. Maria Paula termina a crônica, com este adeus – “Salve, tia Augustinha. Que sua luz possa agora nos iluminar aí do céu! Nós te amamos.”

Gosto desta declaração de “solidariedade humana” da Maria Paula, feita em 2014 para a jornalista Luciana Pessanha, publicada no seu Perfil, na Revista TPM:

– Eu chegava num lugar e alguém caía ao meu lado. Podia ser um show de rock, um avião. Quando via, tinha alguém precisando de ajuda. Não entendia tanta sincronicidade, até que compreendi que a realidade não é uma coisa pronta. É como na física quântica, em que o olhar do observador interfere no experimento. Você projeta o que está dentro de você. Eu estava aberta para ajudar, os necessitados apreciam.

Maria Paula tem uma personalidade contagiante. Tenho certeza de que todos vocês, ao lerem esta mensagem, vão “sentir” o “BELO” da “essência” da sua “sensibilidade da alma”, que a todos cativa com a sua humanista missão “existencial” e “espiritual”. A mesma “missão de amor” que foi ensinada pela sua querida tia Augustinha.

Termino esta mensagem, com esta expressiva manifestação do “pensar” de Maria Paula:

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3.Vídeos do youtube: (1)”#doeleitematerno – Depoimento da atriz Maria Paula” (2)”maconha, mente humana e Eduardo Suplicy por Maria Paula”

Muita paz e harmonia epiritual para todos.

(030) Sentindo, no “olhar”, a “Sensibilidade da Alma”.

O ser humano está imerso no mundo físico das suas vivências existenciais.

Também está imerso, no “sentir” as manifestações sensórias da sua “interioridade”.

Em muitas expressões de arte, além da “sensibilidade interior” do artista, a fonte de “inspiração” surge das suas vivências externas.

Certo é que não existe “arte”, sem a percepção da “sensibilidade interior” do seu criador.

Gosto desta explicação de Fernando Pessoa, iniciando a “Carta a Miguel Torga”, em 1930 (fonte: www.citador.pt/textos/ arte-e-sensibilidade):

– Arte e Sensibilidade.
1) Toda arte se baseia na sensibilidade, e essencialmente na sensibilidade.
2) A sensibilidade é pessoal e intransferível.
3) Para transmitir a outrem o que sentimos, e é isso que na arte buscamos fazer, temos que decompor a sensação, rejeitando nela o que é puramente pessoal, aproveitando nela o que, sem deixar de ser individual, é todavia susceptível de generalidades, portanto, compreensível, não direi já pela inteligência, mas ao menos pela sensibilidade dos outros.

Pelo “olhar” transmitimos o reflexo da nossa “realidade interior”, através do “sentir” a “sensibilidade da alma”. Revelamos quem “somos” e, subjetivamente, o que “sentimos”.

A “atração dos olhares” aproxima, e pode unir as pessoas. Exemplo de “atração de olhares” foi a inspiração de Vinicius de Moraes, na música “Pela luz dos olhos teus”.

Existem muitos “olhares”: – de alegria, de tristeza, de sabeboria, de sensualidade, de encanto, de revolta, de satisfação, de serenidade interior…

Todos esses “olhares” são envolventes, podendo “aproximar” e, também, “afastar”.

O “olhar” dos apaixonados é contagiante, porque envolve e deixam os amantes paralisados, em armadilhas do “amor”.

O “olhar” dos apaixonados é o “olhar” dos “encontros”.

Termino esta mensagem, mostrando um exemplo de incansável “dedicação”, que engrandece e prova, para todos nós, que o “OLHAR DO AMOR” não tem “limites” e nem “barreiras”. É de essência transcendente, mesmo diante da fragilidade da “vida”, nesta existência.

Notas:
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3.Vídeo do youtube: “Sala de Notícias – Não Esqueça de Mim” (fonte: www.futura.org.br).

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(029) Sentindo, na música, a sonora leveza da nossa “Sensibilidade Interior”.

O ser humano precisa ter consciência de si mesmo; precisa conhecer as suas emoções, as suas necessidades, os seus desejos e preferências interiores.

O ser humano precisa conhecer a sua “sensibilidade interior”.

Sentir-se bem, envolver-se pela sensação de bem-estar, de serenidade interior, são condições de elevação existencial e espiritual.

A palavra “sensibilidade” possui o poder vivratório e revelador da plenitude sensória de todos os nossos “estados de alma”.

Para “sentir” esses “estados de alma”, temos que estar em sintonia interior com a nossa “sensibilidade da alma”.

Sensibilidade é “vida”.

https://youtube.com/watch?v=FjK2-vu7Oek

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3. Do youtube, vídeo Geórgia Barretto – “Sensibilidade” (letra de Scott LaFramenta).

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(028) Sentindo, como entender o “sentido da vida”

Esta mensagem é um convite para você refletir sobre o significado subjetivo do “sentido da vida”.

O “sentido da vida” não é o mesmo para todos nós. É determinado pelas nossas “escolhas”. No “ciclo da vida”, é defindo pelo fluir do nosso “viver”.

Nem sempre podemos alcançar o “sentido da vida” que desejamos, porque a nossa “existência” é um contínuo “processo de transformação”, sujeito às surpresas da imprevisibilidade.

Além das oportunidades de “escolhas”, temos uma “finalidade existencial”. Estamos aqui, de passagem, para ser feliz, para crescer em todos os sentidos. Portanto, “viver” e “evoluir”, com “escolhas acertadas”, são condições necessárias para construir o “sentido da vida”.

O ser humano é “transcendente” em relação à sua “realidade existencial”. É a magia do “sentir” a sua interação física no “mundo real” e, ao mesmo tempo, “sentir” as “projeções sensórias” recebidas da sua “realidade interior”.

A respeito, cabe repetir, neste espaço virtual, a explicação do conceituado neurocientista Antonio Damasio, Diretor do Instituto do Cérebro e da Criatividade, da Universidade do Sul da Califórnia:

– Quando olhamos para o mar, não vemos apenas o azul do mar, sentimos que estamos a viver esse momento de percepção.

O “conhecer” e o “vivenciar as projeções sensorias da nossa “realidade interior”, favorece o nosso “despertar”. É a “percepção sensória” que reflete a nossa “luminosidade interior”. Exemplo milienar:- o “despertar” do jovem Sidarta, assim contado pelo professor C. Jotin Khisty, do Instituto de Tecnologia de Illinois (EUA), no seu artigo “Mudanças na consciência humana” (fonte: revista SOPHIA, ano 12, n. 52):

-Dizem que quando as pessoas viram Buda logo após sua iluminação, ficaram tão perplexas pela extraordinária quietude de sua presença que pararam para perguntar: “O que sois? Sois um deus, um mago ou um feticeiro? A resposta foi surpreendente. Buda disse, simplesmente: “Eu estou desperto”. Sua resposta tornou-se o seu título, pois é isso o que significa a palavra buda em sânscrito: aquele que está desperto. Enquanto o restante do mundo estava em sono profundo, sonhando um sonho conhecido como o estado de vigília, Buda livrou-se do sono e despertou.

Sobre o “caminho do despertar” (que todos nós podemos seguir), esclarecem Rick Hanson e Richard Mendius (fonte: “O Cérebro de Buda”, tradução de Bianca Albert, recentemente lançado pela Editora Alaúde):

– Quando você parte a caminho do despertar, começa de onde quer que esteja. Então – com tempo, dedicação e recursos – a virtude, a atenção plena e a sabedoria vão gradualmente se fortalecendo e você se sente mais feliz e afetuoso.

Complementam, em seguida:

– Não é possível mudar o passado ou o presente: tudo o que podemos fazer é aceitá-los como são. Mas você é capaz de zelar pelo que dará origem a um belo futuro.

Esse “belo futuro” é o “sentido da vida”.

Por sua vez, estou convencido de que temos uma “finalidade existencial” para ser, por nós, descoberta. Através de “buscas interiores”, precisamos estar envolvidos em “sabedoria” (a “sabedoria” de aprender com a “vida”).

Notas:

1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(027) Sentindo se existe o “acaso”.

O marco da criação deste espaço virtual, foi a mensagem que recebeu o título “Sensibilidade da Alma”, contendo, logo no início, esta homenagem à escritora Lya Luft:

– Este blog é dedicado à escritora Lya Luft que, com a sensibilidade da sua alma, com o seu jeito humanista de escrever, mostra, com leveza de estilo literário, matizes significativas do nosso viver, com o mesmo encanto da beleza e da suavidade dos voos das gaivotas, pelos céus da nossa existência.

Em seguida, assim foi revelada a sua proposta:

– Que bom que você veio ao nosso primeiro encontro. Ao encontro com a essência existencial do nosso “EU” interior, ao encontro com a sensibilidade das nossas almas (da sua e da minha).
Desejo que os nossos futuros encontros sejam “caminhadas” de buscas e de descobertas, pela subjetividade dos nossos “estados de alma”. Que sejam buscas de aprimoramento e de crescimento espiritual, pelas trilhas das nossas trajetórias de vida. Que sejam encontros com um sentido determinado e bem definido – o do despertar da nossa “sensibilidade da alma”. As buscas e o despertar que para serem alcançados, precisamos desta lição de vida contida no início da poesia “Saber Viver”, de Cora Coralina:

Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais prá nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Era o começo de uma “caminhada”. Nela, em todas as mensagens postadas, sempre aparecerá a paisagem acima, de um “caminho” ladeado de árvores, sendo percorrido por um solitário homem que se aproxima de uma curva. Como se fosse, nesta existência, a do final do nosso atual “ciclo da vida”. A curva que nos levará, em outra dimensão, para continuar evoluindo em uma nova “caminhada”, com outro “destino”, para nós, ainda desconhecido e necessário para a “imortalidade da alma”.

A respeito, Lya Luft comenta na sua conhecida coluna, publicada na edição de 3.09.2014, da revista VEJA (fonte: site veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/):

– Conformados ou não, a morte é algo que precisaríamos aceitar, com mais ou menos dor, mais ou menos resistência, mais ou menos inconformidade. E esse processo, mais ou menos demorado, mais ou menos cruel, depende da estrutura emocional e das crenças de cada um.
Podemos escolher a teoria que nos conforta mais: quem morreu se integrou na natureza; preserva-se por seus genes em filhos e netos; faz parte da energia maior; enveredou por outra dimensão; é uma alma imortal.
A vida inevitavelmente flui: nós somos isso. Ela é um ciclo: ciclos se abrem e se fecham, isso é viver.

A motivação desta mensagem, é você. É a sua presença, neste espaço virtual.

Pergunto:

– A que posso atribuir este nosso encontro? Teria sido obra do “acaso”?

Dizem que o “acaso” não existe, mas o certo é que a vida da gente é cheia de “acasos”.

Por sua vez, acredito que tudo acontece “quando” e “como” tem que acontecer. Não, “quando” e “como” desejamos que aconteça.

O que também deve ser considerado, não é apenas o momento da efetiva e real manifestação desses “acontecimentos”, em nossas vidas. Principalmente, quando eles são aparentemente inexplicáveis; quando são independentes de um prévio “querer”, nosso.

Para mim, o “acaso” existe. O que “ilusoriamente” parece não existir (de modo convincente), é a explicação para o “acaso”. Aliás, este é o “pensamento causal” prevalecente na cultura do ocidental.

Volto a repetir as duas perguntas:

A que posso atribuir este nosso encontro? Teria sido obra do “acaso”?

Acrescento mais esta pergunta:

Você, agora, está neste espaço virtual em razão de um “fenômeno sincrônico” (em que o “tempo” e o “espaço” são relativos). Ensejador de um “acontecimento” (conhecido, na “Sincronicidade de Jung, por “evento sincronístico”), que possui um significado subjetivo e simbólico para nós, em conexão com os nossos interiores “estados de necessidades”?

O escritor Hermann Hesse, ganhador do Nobel de Literatura de 1946, no seu livro “Demian” explica o seguinte:

– O acaso não existe. Quando alguém encontra algo de que verdadeiramente necessita, não é o acaso que tal proporciona, mas a própria pessoa; seu próprio desejo e sua própria necesidade o conduzem a isso.

Termino esta mensagem desejando (se for o caso), que a sua presença, neste espaço virtual, seja consequência de uma “necessidade interior” de realizações de “buscas de si mesmo”, para o “despertar” da “Sensibilidade da Alma”.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3. Do youtube, vídeo César e Pedro Mariano – DVD Piano e Voz – “Acaso”, gravado ao vivo no Canecão, Rio de Janeiro.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(026) Sentindo a “Sensibilidade da Alma”, da atriz Marjorie Estiano

Este espaço virtual foi criado em julho de 2014. Quando alcançou quarenta postagens, houve a invasão de um hacker e várias foram perdidas. Uma delas foi sobre a “sensibilidade da alma” da consagrada atriz, cantora, e compositora, Marjorie Estiano.
Esse fato me causou profunda tristeza, em face da impossibilidade de conseguir a sua recuperação literal. É a prova de que, em nossas vidas, todos os momentos são únicos. No entanto, como podemos vivenciar novas “emoções”, trago para vocês um pouco da “Sensibilidade da Alma” de Marjorie Estiano (mostrada na entrevista concedida ao jornalista Gustavo Ranieri, Editor-chefe da Revista da Cultura, da Livraria Cultura, publicada na edição n. 87, de outubro de 2014).

A entrevista foi realizada por causa do primeiro trabalho autoral de Marjorie, como compositora: – O “Oito”, seu terceiro álbum musical, contendo onze faixas, sendo oito de sua autoria.

Logo no início da entrevista, Marjorie falou da sua necessidade de afastar o excesso da “racionalidade”, para ouvir a sua “intuição”. Foi uma subjetiva manifestação da sua contagiante “sensibilidade da alma”.

Destaco da entrevista, o “pensar” dessa jovem de 32 anos de idade:

1. Gustavo. De que maneira o disco Oito pode ser considerado um novo começo na sua carreira musical?

Marjorie. (…) Considero um começo neste sentido assim: de onde vou parecer que estou aprendendo a andar, dando nome para algumas coisas. E tudo vai tomando forma, a música se transforma em concreto, em palpável, mas ela parte de um lugar muito etéreo; parte de uma ideia, de uma sensação, de uma intuição, e, na hora da composição, isso foi, para mim, um conflito intenso.

Comentário. O seu jeito de ser, sempre valorando a “intuição”, ficou manifesto durante a entrevista. Marjorie mostra, com naturalidade, a dimensão subjetiva da sua “singularidade existencial”, do seu “sentir” as projeções interiores da “sensibilidade da alma”. A sua resposta comprova a intensidade da materialização do seu “sentir”, ao considerar a essência da idealização da “música” como sendo o resultado da elaboração sensória de um processo de “busca interior”. Compara o “mostrar” (para si mesmo) o fluir de inspiração das suas “composições”, ao “significado existencial” (também para si mesmo), do seu “aprender andar”.
Para mim, todas as manifestações artística são emergentes de “buscas interiores”, de acordo com as “preferências interiores” do seu criador. A respeito, explico na minha abordagem sobre a “Idealização Emocional da Arte”, o seguinte (pendente de publicação):

– No desenvolvimento criativo, idealização é a fase de projeção seletiva de estados de sensibilidade que estimulam a exteriorização artística. A natureza da faculdade de idealização, é emocional. No artista, suas preferências interiores serão moldadas para o exterior, através da variação da sensibilidade de cada um. As manifestações de arte são resultantes de uma qualidade natural latente do ser humano, que será estimulada pela inspiração para, depois, ser aprimorada através da utilização de técnicas específicas que também definem e apuram o estilo do artista. A criação da arte é, portanto, um dom que a qualquer momento poderá ser descoberto, na essência dos diversos estados de sensibilidades interiores. A idealização emocional da arte decorre de uma fonte de inspiração objetiva (elementos do mundo físico, vivenciados pelo artista) ou dos estímulos subjetivos de uma inspiração inteiramente dissociada da realidade exterior (como acontece, por exemplo, na pintura abstrata, em que as cores e formas possuem valores intrínsecos nos domínios da irrealidade).

Obs. Em seguida, Marjorie deixou claro que não teve a preocupação de padronizar o seu trabalho como compositora. Explicou:

Marjorie. Parti de um princípio de tentar usar a intuição mesmo, até por falta de experiência, de metodologia (…). Era muito em torno do que “a gente tá querendo, sentindo, ou pretendendo” no momento da criação.

2. Gustavo. E a música é um processo mais solitário que a interpretação?

Marjorie. É um processo autoral, mas é também muito em conjunto com o produtor, por exemplo, como os outros compositores. É um processo de criação quase coletiva, eu diria, dentro do resultado. (…) Acho até melhor que seja assim, é um processo de desprendimento. Este álbum me serve de exercício também de deixar fluir, de respeitar o fluxo, que eu acho que é o mais importante para mim neste momento de descoberta.

Comentário. Marjorie, com a sua “sensibilidade interior”, não impõe a prevalência do seu “sentir”. Sabe identificar a necessidade de respeitar o fluxo de um trabalho conjunto de criação.

3. Gustavo. No que a arte te completa?

Marjorie. Ela me realiza, me dá prazer, de maneira aberta, ampla.(…) É um processo em que você se relaciona muito com o humano, com seus sentimentos, com suas emoções, e isso faz você se entender um pouco melhor, entender o outro. É um processo terapêutico, isso que me dá mais prazer dentro de um trabalho artístico.

4. Gustavo. E no que a arte não te completa?

Marjorie. Na verdade não sei se tem algum lugar que complete, que exerça essa função de completar. Acho que a gente vive nesse lugar inacabado, nessa falta. A gente vive nessa falta de alguma coisa, é isso, como falei, que movimenta a gente a viajar, a descobrir, a ler… É a busca por alguma coisa que está faltando. Alguma coisa nova, que te motive, que te movimente.

Comentário. Só há interação emocional do “sentir a arte”, quando o ser humano com ela se envolve, com a sua “sensibilidade da alma”. O “belo” da arte, seja qual for a sua forma de manifestação, compõe todos os “estados de alma” que, sensoriamente, se completam em harmonização com as “preferências” e “necessidades” do nosso “existir”.

5. Gustavo. De alguma forma, dói compor?

Marjorie. Dói, até fisicamente. Eu sofri muito. Como te falei, tenho esses dois lados, o racional e o intuitivo, que são muito fortes e opostos na relação entre eles. Então, fico tentando racionalizar o que é intuitivo. E é uma briga ali comigo mesma, é um desgaste. Às vezes, tenho a impressão de que é quando relaxo, quando deixo a intuição falar que acontece alguma coisa. E daqui a pouco vem o lado racional e começa: “Então é por aqui, vamos fazer isso…”. Mas, cada vez que dou mais atenção à minha intuição, eu tenho tido não só prazer, mas o resultado é mais claro, mais redondo. Preciso muito dar mais espaço para a minha intuição.

6. Gustavo. Você tem medo de ouvi-lá?

Marjorie. Não, não é medo. É uma sensação de que… É a falta da metodologia na intuição.

7. Gustavo. É a falta do racional (risos).

Marjorie. É a falta do racional na intuição (risos). Porque a intuição não é matemática, não é uma coisa que você faz um e um e dará dois. Não tem controle, não tem certo e errado. O lado racional queria que tivesse uma faculdade de intuição, com matéria, prova, para saber como vocẽ está indo (risos).

8. Gustavo. E você se entrega com densidade.

Marjorie. (…) Eu me entrego completamente. Sempre fui muito comprometida com tudo o que faço. (…) Não tenho medo dessa sensibilidade. Sempre procuro me preparar minimamente para deixar a intuição e a sensibilidade falarem. A gente lida sempre com a sensibilidade à flor da pele.

Comentário. Com essa sequência de respostas sobre o seu “pensar”, sobre o seu “sentir”, Marjorie prova que o “racional” não combina com o “emocional”. Já refleti muito sobre essa separação que existe entre o nosso “pensar” (enraizado no “racional”) e o nosso “sentir emocional”. Acredito que o “emocional” pode, subjetivamente, influenciar e modelar a “racionalidade”. Isto porque, nesta existência, desde o início do nosso “ciclo existencial”, o “embrião” do “sentir emocional”, no meu entender, já está latente em nós. A “intuição” é o “chamado” da nossa “sensibilidade interior”, que transcende as imposições da “razão”.

A entrevista terminou com esta resposta de Marjorie, reveladora do seu contagiante “sentir” com a “sensibilidade da alma”:

9. Gustavo. Nesse fluxo, você tenta se traduzir, todo dia se olhar e tentar compreender o caminho que está tomando, que é você, pra onde está indo…?

Marjorie. Meu exercício tem sido o contrário; justamente não falar, não pensar, não me cobrar… Porque sou muito esse lugar de olhar quem sou, para onde estou indo, se está certo ou se está errado. Então, o que estou fazendo agora é me exercitar em deixar as coisas acontecerem comigo. Me ouvir, mais do que falar.

Termino esta mensagem, desejando que ela favoreça o “escutar interior”, do nosso “sentir” com a “sensibilidade da alma”.

Entrevista completa:
http://www.revistadacultura.com.br/entrevistas/conversa/14-10-07/De_processos_e_profundidades.aspx

Vejam o envolvimento, pela música, de duas “sensibilidades da alma”. Nesse encontro, é possível perceber, com a sua simplicidade, o encanto da “luminosidade interior” de Marjorie Estiano:

https://youtube.com/watch?v=z_7PKd4ASRE

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3. Este post sobre a entrevista de Marjorie Estiano, foi autorizado pelo jornalista Gustavo Ranieri, Editor-chefe da Revista da Cultura, publicação da Livraria Cultura.
4. Do youtube, vídeo Gilberto Gil e Marjorie Estiano – Chiclete com Banana (Cidade do Samba).

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(025) Sentindo a “Sensibilidade da Alma”, de Clarice Niskier

Este espaço virtual foi criado em julho de 2014. Quando alcançou quarenta postagens, houve a invasão de um hacker e várias foram perdidas. Uma delas foi sobre a “sensibilidade da alma” da consagrada atriz Clarice Niskier que, apenas em uma noite, foi acessada por 115 pessoas. Este fato me causou profunda tristeza, em face da impossibilidade de conseguir a sua recuperação literal. É a prova de que, em nossas vidas, todos os momentos são únicos. No entanto, como podemos vivenciar novas “emoções”, trago para vocês a “luminosidade interior” de Clarice Niskier, manifesta na entrevista concedida ao jornalista Gustavo Ranieri, Editor-chefe da Revista da Cultura, da Livraria Cultura, publicada na edição n. 88, de novembro de 2014.

A entrevista foi motivada pela estreia do monólogo “A lista”, no teatro Eva Herz em São Paulo, onde ela também apresentava a peça “A alma imoral”, por ela adaptada do livro do rabino Nilton Bonder, em cartaz há oito anos.

Logo no início, Clarice assim se referiu ao momento da realização da entrevista:

– Tinha que ser. Os pássaros migraram, os elefantes na África, os tsunamis e nós estamos aqui. Você atravessou corretamente a rua, um carro não me pegou, o avião pousou e eu estou aqui. Se eu não levar em conta tudo isso, se isso não me trouxer entusiasmo, então não tem mais nada”.

Destaco da entrevista, estas respostas de Clarice Niskier:

1. Gustavo. A lista expande, ainda que de forma diferente, uma discussão primordial presente em A alma imoral: a compreensão do ser humano, tanto de si mesmo como do próximo. Provocar essas reflexões continua sendo o que te movimenta como artista?

Clarice. Acho que essa é a utopia do ser humano. A nossa utopia como artista. (…) Meu desejo é que nunca ninguém deixe de perguntar isso que você está perguntando. Isso já é um bom sinal. Sinal de que há espaço, de que há abertura, que há uma esperança, que há uma possibilidade, que há pessoas pensando sobre. E que esse potencial que a gente traz, dentro da gente, da não indiferença, da não violência, é uma conquista que o ser humano pode alcançar. É uma conquista da civilização. Há textos, há autores, filósofos, artistas, gente comum, enfim, pensando e se perguntando por que o processo civilizatório parece ter sido interrompido. É muita barbarie. Parece que o processo civilizatório parou. Mas a verdade é que ele não parou. Está num momento bastante complicado, mas não posso dizer que ele parou. Estamos aqui, vivos e fazendo essas perguntas e montando peças e mantendo a estrada aberta.

Comentário. É difícil (através da escrita) comentar a entrevista. É um desafio querer mostrar a “sensibilidade da alma” de Clarice Niskier. Não me satisfaz apenas dizer: – é um ser humano iluminado, consciente da sua missão “existencial” e espiritual”. Sou obrigado recorrer à esta inspiração de Victor Hugo, na sua obra Os Miseráveis:

– Só há um espetáculo mais grandioso que o oceano: o céu; só há um espetáculo mais grandioso que o céu: o interior da alma.

A “sensibilidade da alma” de Clarice Niskier é “encanto”, é leveza de “aprendizado”, é “sabedoria de viver”.

Sobre a sua primeira resposta, fiquei convencido de que para o “processo civilizatório” não terminar, dependerá apenas de cada um de nós. Dependerá das nossas responsabilidades de “escolhas”.
Como consta da pergunta, dependerá da “compreensão do ser humano, tanto de si mesmo, como do próximo”.

2. Gustavo. Mas neste processo civilizatório atual que você mencionou, as pessoas estariam, em sua opinião, mais preocupadas em fugir da dor do que se entregar à vida?

Clarice. Infelizmente, elas fogem da dor. Uma coisa é você parar de sofrer por bobagem. Agora, outra é fugir da dor de viver. A vida tem esse lado. As perdas são reais. Pronto. Assim como tem toda a alegria ligada à vida, tem toda a dor ligada à vida. (…) Faço psicanálise, converso, faço terapia, ioga e meditação, busco compreender as causas do sofrimento. Não posso estar medicada 24 horas para fugir da dor. Como é que você vai crescer e evoluir se não passar pela dor? Como é que você vai se humanizar? Aí que tem tudo a ver com a pergunta inicial: um ser humano só pode vivenciar o seu potencial solidário, o seu potencial da não indiferença, da não violência, se ele conhecer a dor, porque assim ele pode reconhecer a dor do outro. Sinto que eu, como ser humano, devo aceitar isso não com resignação, mas no sentido de que é um fato, é real. Assim como o Sol está no céu de dia e a Lua está de noite, a dor existe. Eu não procuro ela, mas ela vem.

Comentário. Aprendizado (“Parar de sofrer por bobagem”); Sabedoria (“As perdas são reais”.- Assim “como tem toda alegria ligada à vida, tem toda a dor ligada à vida”. – A dor ajuda crescer e evoluir.). Lição de vida (Só podemos reconhecer a dor do outro, conhecendo as nossas dores). Pensar como Clarice, é conquista de elevação “existencial” e “espiritual”, É ser beneficiado pelo saber “projetar” (com o nosso “jeito de ser”) o “sentir” a nossa “senbililidade da alma”.

3. Gustavo. E como você lida com a dor absorvida da vida e aquela absorvida da profissão?

Clarice. Estou acostumada (risos). É um desequilíbrio necessário. É uma sensibilização constante. Mas preciso disso como um camelo precisa de água para atravessar o deserto. Não compreendo a nossa vida sem um entusiasmo. Não compreendo a vida sem a paixão. Então, acho que essas turbulências que as peças nos causa são muito necessárias para a gente se perceber viva. (…) Sou uma pessoa bem feliz no meu dia a dia, porque sou simples, mas, por um tempo, o teatro me coloca em um lugar no qual elaboro a minha tristeza, elaboro as minhas observações sobre o mundo. (…) E o teatro é um lugar onde posso dar um testemunho, com alegria, sobre o que observo com o intuito de transformar aquilo.

Comentário. Clarice, com a sua “sensibilidade da alma”, aprendeu lidar com as dores da vida e da sua profissão. Para mim, é a sabedoria de saber mostrar, nos palcos da “vida” e do “teatro”, suas “emoções” e, principalmente, a sua necessidade de “Sentir-se bem”. O “caminho do despertar” de Clarice, está marcado pelas pegadas do seu “ser simples”, da elaboração da “tristeza”, e das suas “observações do mundo”.

Obs. Em seguida, Clarice afirmou que “A gente está sempre sem futuro. O que mais me estressa hoje é o fim do futuro”.

4. Gustavo. Mas seria a negação do futuro a justificativa para ocultar os erros do presente?

Clarice. Olha, entendo o seguinte – se estou entendendo alguma coisa (risos): quanto mais você vive o presente, mais futuro você tem, porque a vida gera vida e morte gera morte. Isso não quer dizer que a morte não esteja no final da vida, mas é uma vida vivida. Se estou aqui com você, agora, dando esta entrevista feliz da vida, entregue, esta entrevista gera vida. Quanto mais presente eu estiver aqui, mais futuro vou ter. Isso é o que compreendo. (…) Tem alguma coisa nos puxando para o apagão do aqui e agora. Então, se estou entendendo alguma coisa, eu vou, no leito da morte, sorrir com a vida vivida verdadeiramente. O [Donald] Winnicott tem uma frase que diz: “Eu quero estar vivo na hora da minha morte”. E tem também, no livro A alma imoral, a fala de Nilton Bonder: “A qualidade da nossa velhice está intimamente ligada à qualidade da nossa vida hoje”.

Comentário. Todos nós, com a resposta de Clarice, devemos meditar sobre esta “sabedoria de viver”: – “Quanto mais você vive o presente, mais futuro você tem”.

Tem gente que só se preocupa com o “presente” do seu “viver”. Como se o “futuro” não existisse, fosse apenas uma total “abstração existencial” para o nosso “viver”.

A vida é um permanente “processo de transformação” (independente da nossa vontade). A consequência desse processo, é a necessidade de “reinventar” nossas vidas. De “ressignificar”, não só o nosso “existir”, mas também o nosso “pensar”, o nosso “sentir”, o nosso “viver”.

Gosto deste “pensar” de Charles Chaplin:

– Enquanto você sonha, você está fazendo o rascunho do seu futuro.

Para mim, “rascunhar” o “futuro” é contribuir para a nossa necessidade de “evolução”, em todos os sentidos.

Sonhar com os nossos “desejos” de realizações futuras, é condição que ajuda entender o significado da nossa finalidade “existencial” e “espiritual”.

O ser humano precisa “buscar” a si mesmo. Precisa conhecer a sua “realidade interior”, a sua “subjetividade”.

Nós precisamos conquistar condições de “crescimento” e de “evolução”, começando por esta “sabedoria de viver” ensinada por Clarice Niskier: – “QUANTO MAIS VOCÊ VIVE O PRESENTE, MAIS FUTURO VOCÊ TEM”.

Obs. Aproximando-se do fim da entrevista, Clarice explica o seguinte:

Clarice. (…) Não dá para abraçar o mundo. Não dá para estar em todas as trincheiras ao mesmo tempo, mas vamos lá. Cada um na sua trincheira, cada um de sua maneira. Essa experiência humana de viver é sensacional! Ser humano e estar vivo é sensacional. Infelizmente, o sistema humano de sociedade transformou isso em um pesar, muitas vezes.(…) Ninguém é ingênuo. Ninguém está aqui de brincadeira. A gente sabe como é duro. Mas apesar disso, nós temos um potencial de transcendência, de entendimento, de capacidade de compartilhar com o outro, que é de um prazer inenarrável. Não é verdade? Nossa, é sensacional. Eu acho mesmo! Acho os encontros humanos sensacionais. Estou feliz de te dar esta entrevista. Fico feliz de dar um abraço, é sensacional. Se você me perguntar: “Isso que você está falando é fé?”. Eu te pergunto: “Isso que é fé? O que você acha?”.

Gustavo. Prefiro que você responda.

Clarice. Pode ser. Mas não em uma coisa impalpável. É uma fé neste próprio movimento chamado “vida”. E tudo aquilo me faz ficar nisso, eu quero entender, quero para mim. Quero conhecer a cabala, quero conhecer as religiões, quero conhecer o budismo, quero conhecer você. É fé em fluxo. Exatamente! Às vezes, penso assim: “Meu Deus, eu nasci!”.

Na Revista da Cultura, a entrevista de Clarice recebeu o título – “CLARICE NO ESPELHO”. Ao terminar, desejo que esta mensagem também seja o “espelho” que reflete a essência da “sensibilidade da alma” da Clarice Niskier.

Entrevista completa:
http://www.revistadacultura.com.br/resultado/14-11-04/Clarice_no_espelho.aspx

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3.Vídeo do youtube, mostrando a sua conversa com o público, após a apresentação da peça A alma imoral.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(024) Sentindo a “Sensibilidade da Alma”, de Domingos Oliveira

Para mim, o que subjetivamente define uma pessoa é o meu “sentir” a sua “sensibilidade da alma”, que é a singularidade de todo ser humano.

Existem pessoas que mesmo sem falar, e apenas com a sua presença, conseguem, naturalmente, transmitir “serenidade interior” e “sabedoria de viver”.
Com esta mensagem, uma delas enriquece este espaço virtual. Refiro-me ao consagrado cineasta, ator e dramaturgo Domingos Oliveira.

Vejam este depoimento de Fernanda Montenegro:

Domingos Oliveira, com 78 anos de idade e 50 de carreira, recentemente revelou a sua “sensibilidade da alma” em entrevista concedida à jornalista Adriana Paiva, publicada na Revista da Cultura, edição 90, da Livraria Cultura.

Destaco dessa entrevista, o seguinte:

1. Adriana. Logo no início de Domingos – Vida Minha, você se pergunta se deveria contar as passagens de sua vida seguindo uma ordem cronológica. E conclui que não, que seria um desperdício. Como suas memórias foram sendo registradas?

Domingos. Quando você está escrevendo um livro de memórias, se abre a esse jorrar de recordações imprevistas. Escrevi minhas memórias de uma forma requintadíssima. Sou muito exigente, porque fiz análise. De modo que, quando você reúne esses fatos, não é possível deixar de ver que se forma um desenho que é você. E, às vezes, você gosta: às vezes, não…

Comentário. O significado existencial desse “jorrar de recordações imprevistas”, insere e representa a “percepção interior” da subjetividade do fluir do “sentido” das nossas vidas.
Todos nós carregamos as recordações das nossas “realidades” que, apesar da sensação ilusória da passagem do “tempo”, nem sempre permanecem apagadas com a volatilidade consciente das nossas lembranças. Isto porque, com a roupagem da memória (por vezes enganosa), podemos “reviver”, a cada novo instante, o passado da nossa história de vida, por vezes até com mais intensidade.
Certo é que, o homem é o modelador do seu “viver”. Portanto, de acordo com a resposta de Domingos Oliveira, o “desenho” de nós mesmos é matizado pela alternância sensória do nosso “gostar”. Ao contrário, o que é imutável no ser humano é a “essência” da sua “sensibilidade da alma”.

2. Adriana. Vários de seus filmes nasceram de peças teatrais. Infância, seu mais recente longa-metragem, é uma adaptação de Do fundo do lago escuro, que estreou em 1980. Por que transpor teatro para o cinema?

Domingos. O teatro sempre me tocou muito. É uma relação até mais estreita do que parece à primeira vista. Não sou um homem de cinema, talvez. Sou um homem de teatro, minha formação é teatral. Stanislavskiana pura. Não sei dizer onde começa o amor à arte. Mas a arte do ator supera em grandeza todas as outras. Para mim, é mais ou menos a mesma coisa. Todo filme bom tem bases teatrais.

Obs. Ao responder a próxima pergunta (sobre como vê o cinema feito atualmente no Brasil), Domingos Oliveira volta a falar sobre arte, esclarecendo:

Domingos. Se você faz um filme que tem ótimo roteiro, ótimas atrizes, ótimos atores, um conteúdo digno de ser dito, mas não encontra exibição, é porque algo vai muito mal. É preciso fazer esse balanço entre filme comercial, que pode existir, que deve existir, mas que deve sustentar o “filme de arte”. Tenho outra melhor: filme útil. Este tem que ser útil para quem o vê. Se o filme não me dá munição para lutar a luta da vida, ele não é bom. A arte também existe para as pessoas viverem melhor. E cada vez a gente está mais distante disso.

Comentário. Domingos Oliveira sempre declarou gostar de teatro. Sempre se preocupou com a função social da arte.
No livro “Domingos Oliveira”, publicado pela Editora Globo, em 2004, ele dimensionou o teatro ao “tamanho da vida”, por ser o lugar onde se pode “exercer a forma mais interessante da sabedoria” (fonte: site da Livraria Internacional SBS).
Gostar e valorar a arte é a minha maior identidade de “harmonização interior” com a “sensibilidade da alma” de Domigos Oliveira. Aliás, foi em julho de 2013 que conheci o “gostar de arte” de Domingos Oliveira, através das suas “lições”, publicadas no blog da jornalista Flavia Guerra (fonte: cultura.estadão.com.br/blogs/lições de domingos de oliveira). A respeito, destaco o seguinte:

Flavia. A função social da arte é fazer pensar, educar?

Domingos. A arte tem um bisturi que alcança lugares que nada mais alcança. Esses lugares são o amor, a beleza, a solidariedade. A arte vai lá. Ensina o que é a vida. Costumo dizer que, quando olho um girassol no jardim, não entendo bem o que é aquela coisa amarela, escandalosa. Mas quando olho os girassois do Van Gogh, entendo perfeitamente o que é a alma de um girassol.

Flavia. A transformação da arte em bem de consumo final é um fenômeno do nosso tempo?

Domingos. As pessoas não veem que o problema não é econômico. É um problema espiritual, cultural, das pessoas. A arte é tudo que nos lembra os bons valores. É construtiva.

Obs. Por sua vez, sobre algumas comédias, Domingos Oliveira comentou:

Domingos. São filmes que não tem a menor intenção de desvendar o mistério da vida, de melhorar a vida de quem vê, que é a função social da arte. A arte é coisa de autoajuda. Se o filme me faz bem, gosto do filme. Mesmo que eu sofra.

Comentário. Para Domingos Oliveira, a arte cinematográfica deve contribuir para a melhoria das nossas vidas. Este é um dos sentidos da função social de toda manifestação artística. Explica a preferência de Domingos Oliveira pela denominação “filme últil”, para quem o vê. O importante não é apenas entender a representação materializada da arte (através de projeções de imagens ou ao vivo), mas o efeito por ela causado pela interação emocional de quem aprecia. O importante é alcançar, com a contemplação da arte, o “estado de alma” que reflete a “sensação interior” de “Sentir-se bem”.

Prosseguindo com a entrevista concedida à Revista da Cultura:

3.Adriana. Muita gente diz que o filme Todas as mulheres do mundo (1966) foi sua cartada definitiva no sentido de reconquistar Leila Diniz. O processo deste longa o ajudou a superar a separação?

Domingos. Resolveu. O amor com a Leila foi como outro amor qualquer, abençoado por Deus como são todos os amores. A paixão é o Himalaia de Deus. E a gente, quando é jovem, está muito mais apto a viver esse sentimento. Sempre dizem que tudo é sexo. A paixão é loucura. Eu adorava a Leila, adoro até hoje. Tenho saudades nítidas! Gostaria muito que ela estivesse aqui. Foi um amor jovem, bonito pra caramba. Durou uns três anos.

Comentário. É difícil usar palavras para expressar a “magia contagiante” do sentimento de amor, unindo duas pessoas. Melhor dizendo… é impossível. Impossível, porque a “essência” dessa “magia” está na plenitude do “sentir amor”, com a “sensibilidade da alma”, em sintonia interior com o “sentir amor”,da pessoa amada. A união de duas pessoas, pelo amor, é missão existencial que consolida o “sentido da vida”. O “sentir amor” é único para cada relação. Cada mulher recebe do homem, o amor que só será seu (e para sempre). Nenhum sentimento de amor de um homem para uma mulher (vice-versa) será o mesmo. Nunca, portanto, será igual em todas as relações.

Na sua resposta, Domigos Oliveira considera o jovem muito mais “apto” para se apaixonar. Não concordo. Para mim, a paixão não tem idade.
Domingos Oliveira guarda o amor sentido por Leila Diniz, porque faz parte da história da sua “existencia”, e esse amor vai se perpetuar na memória do seu “sentir” com a “sensibilidade da alma”.

4. Adriana. O longa Separações (2002) também teve essa virtude curativa, pelo que você conta no capítulo dedicado à Priscilla, sua atual companheira…

Domingos. Fiquei um ano inteiro separado dela. Depois, ela voltou. Queria muito que ela voltasse e ela voltou. Os homens são assim, provocam até que a mulher resolve ir embora. Separações é muito próximo da nossa vivência, coberto de colorido e com uma forte camada de humor! Nós sempre trabalhamos juntos. Agora menos. Mas estamos juntos há 35 anos! E parece que foi ontem. Há 35 anos, quero me separar da Priscila e ela de mim (risos). Mas a gente não consegue. A Priscilla é uma gracinha, uma pessoa séria, ética, fiel, leal, uma boa atriz… Tenho por ela, frequentemente, encantos de juventude. Mas a gente briga também. Agora que estou mais velho, é difícil de me relacionar… A relação do homem com a mulher mais nova é uma relação maravilhosa. Talvez, a relação ideal. Mas é preciso sabedoria para carregar. O bom da vida é isso: se desafiar. Pensei que fosse um homem experimentado, pensei que fosse um homem vivido.. Hoje vejo que não. Vivi muitas situações e, com maturidade, vi o que passei. Mas a velhice e a doença – por que não dizê-lo, apesar de não ser nada grave -, trazem situações novas que você não tem parâmetros para resolver. Isso está sendo para mim delicioso, descobrir novas soluçoes para novos problemas. Falando assim, parece um slogan da prefeitura quando começam as obras (risos)…

Comentário. Na minha avaliação, nesta resposta Domingos Oliveira mostrou a intensidade da luminosidade interior do seu “sentir” com a “sensibilidade da alma”, aos 78 anos de idade. Repito: É difícil ser comentado, porque a “sensibilidade da alma” somente poderá ser sentida (por mais que se tente transmitir com as palavras faladas ou escritas). Como tenho afirmado neste espaço virtual, a “sensibilidade da alma” é a singularidade do ser humano. A resposta de Domingos Oliveira revela a sabedoria de “Saber viver”, poeticamente assim contada por Cora Coralina:

– Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.

Continuo com o meu comentário:

Tenho certeza de que, com a entrevista concedida à Revista da Cultura, o coração de Priscilla foi tocado ao saber que, para Domingos Oliveira, “ela é uma gracinha, uma pessoa séria, ética, fiel, leal, uma boa atriz…”. No entanto, o que mais tocou o meu coração foi a lição de Domingos Oliveira sobre o aprendizado que nós, homens mortais, somos beneficiados na relação com uma mulher mais nova. Como a relação de Domingos Oliveira com Priscila, que, para ele, é uma relação maravilhosa, talvez a ideal, também desafiadora, que frequentemente lhe mostra os “encantos da juventude”.

Termino esta mensagem, com este mesmo “sentir” de Domingos de Oliveira, ao encerrar a entrevista: – “O AMOR É A ESSÊNCIA DO HOMEM. QUEM VIVE AMA. QUEM AMA VIVE”

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3.Vídeos do Youtube: “Fernanda Montenegro fala de Domingos Oliveira” e “Separações – O homem lúcido”.
4.Este post sobre a entrevista de Domingos Oliveira foi autorizado pelo jornalista Gustavo Ranieri, Editor-chefe da Revista da Cultura.
5.Entrevista completa: http://www.revistadacultura.com.br/resultado/15-01-05/Onde_mais_houver_poesia.aspx

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(023) Sentindo as imagens subjetivas do “comportamento humano”.

Existem momentos em que podemos ficar surpresos com o nosso “comportamento”, ou com os de outras pessoas.
É o que acontece quando vivenciamos certas experiências prerceptivas de “reações emocionais” que, aliás, há muito despertam o intresse de estudiosos e pesquisadores da mente.

Nesta mensagem, vou tecer considerações sobre o recebimento das projeções subjetivas de “comportamentos humanos”, de acordo com o nosso “sentir” com a “sensibilidade da alma”.

Sobre a atividade neural determinante do “comportamento humano”, esclarece Uwe Herwing, do Hospital Psiquiátrico de Zurique, no seu artigo “Eu e eu mesmo” (fonte: Edição Especial sobre “consciência”, publicado na revista Mente Cérebro, da Scientific American/Brasil, n. 46):

– O cérebro (…) contém circuitos especializados para distinguir entre estímulos internos e externos.
Imagens de exame de ressonância magnética funcional revelaram que “o córtex pré-frontal desempenha o papel de centro de comando do cérebro, planeja nossas ações e envia instruções para quaisquer partes do corpo onde são requisitadas”.

Por que o cérebro precisa de mecanismos para descrever a nós mesmos, onde estamos, o que estamos fazendo, quem somos e como os sentimos?

A resposta é simples: vários seres, e não só os humanos, precisam de um nível básico de autopercepção para sobreviver. Um animal que não consegue perceber sua própria identidade e não reconhece o mundo que o rodeia é incapaz de qualquer ação – está completamente desamparado (…).

Antecipo-lhes que esses esclarecimentos serão relevantes para explicar o entendimento da subjetividade dos “comportamentos humanos”.

Para mim, querer compreender o “comportamento humano” sempre dependerá do nosso “sentir” com a “sensibilidade da alma”. Isto porque, o “comportamento humano” revela, de modo “consciente” ou “inconsciente”, as projeções sensórias subjetivas da nossa “realidade interior”, bem como das representações subjetivas processadas pelo cérebro, que são recebidas do nosso “mundo exterior”.

Nas nossas relações interpessoais, mostramos o nosso “sentir” com a “sensibilidade da alma”. Mostramos, através do nosso “jeito de ser”, de “pensar”, de “falar”, de “representar”, de “cantar”, pelas expressões faciais” e, até mesmo, pelo nosso “silenciar” e “aquietar-se”.

A “sensibilidade da alma” pertence à nossa “realidade interior”. Transmite nossas “sensações”, “sentimentos” e “emoções”.

A “sensibilidade da alma”, inclusive molda as representações interiores do nosso “imaginário”. Ela é a nossa interior “identidade subjetiva”. Não tem cor, não tem sexo, mas está refletida em todas as manifestações do nosso “sentir” e do nosso “viver”. Essas manifestações se assemelham a um imã, com o seu campo magnético da nossa essência interior, que “atrai” ou “repele”, em sintonia de harmonização com as nossas “preferências” de envolvimento “existencial” e “espiritual”.

Mas como podemos equacionar a influência da “sensibilidade da alma”, no “comportamento humano?

Como poderemos entender esse processo subjetivo de interação?

Os psicólogos Denise Gimenez Ramos (Coordenadora do Núcleo de Estudos Junguianos, do Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e Pericles Pinheiro Machado Jr. (Mestre em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo, e da Birkebeck, University of London), no artigo “Jung e o caminho em direção a si mesmo”, explicam (fonte: Revista Mente Cérebro, da Scientific American/Brasil, ano XXI, n. 263):

-Uma das ideias centrais da psicologia analítica, criada pelo psiquiatra Carl Gustav Jung, é o processo de individualização, que percorre toda a evolução humana (tanto no nível pessoal como no coletivo). Trata-se do processo de “tornar-se uma pessoa inteira”, subjetivamente integrada, o que desperta um sentido de autorrealização. É claro que falamos aqui de uma visão idealizada, mas motiva o ser humano do nascimento à velhice e o guia nas escolhas afetivas e profissionais.
Embora todos nós tenhamos os mesmos padrões básicos de comportamento, a relação desses aspectos com a consciência se transforma à medida que novos conteúdos da subjetividade são assimilados pela consciência coletiva.
(…) O processo de individualização, tal como concebido por Jung, é resultante da interação do indivíduo com o coletivo. No plano individual, à medida que a criança se desenvolve, aptidões e características da subjetividade se tornam mais evidentes e singulares. De certo modo, o processo de individualização depende dessa fina sintonia com o que podemos chamar de nossa essência, que, embora dependa da genética, da educação e do ambiente familiar e cultural, certamente a tudo transcende.

Por sua vez, esclarece a psicóloga Virgínia Ferreira (Professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis), em entrevista concedida ao Jornal Correio Braziliense, edição de 7 de dezembro de 2014:

– O sujeito é uma combinação de pelo menos três esferas: orgânica, psicológica e social. Não há como tentar entendê-lo ou explicá-lo a partir de uma esfera. Essas três esferas dão vida e movimento ao sujeito e, juntas, portanto, determinam seu comportamento.
O que determina o comportamento humano, seja esse comportamento violento ou dócil, é a educação que esse sujeito recebeu na infância e, ainda, o psicológico desse sujeito também será influenciado pela educação.

Em seguida, sobre a influência dos eventos ocorridos na nossa infância, complementa a doutora Virgínia:

– É necessário entender que uma criança, ao nascer, é um ser natural. Se quiser fazer xixi ou cocô, faz na fralda; se contrariada vai transformando sua natureza puramente natural numa natureza cultural, o que significa dominar seus impulsos e agir de acordo com a moral. O sujeito, para viver em civilização, deve necessariamente submeter seus impulsos agressivos às regras sociais. Isso é fundamental, porque a educação não extingue tais impulsos, apenas nos ensina que eles devem permanecer sob o domínio da razão, da moral e dos costumes.

Termino esta mensagem afirmando que ao acreditar nas projeções sensórias da subjetividade dos nossos “comportamentos”, estamos mostrando (em todos os nossos relacionamentos) a luminosidade interior da nossa “sensibilidade da alma”.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(022) Sentindo, com a “Sensibilidade da Alma”, o significado existencial do estado interior de “Sentir-se feliz”..

A criação deste espaço virtual tem me proporcionado uma profunda e significativa transformação no meu “sentir” e no meu “viver”.

Estou, naturalmente, favorecendo a “percepção” do meu crescimento “existencial” e “espiritual”.

Estou conhecendo melhor a minha “realidade interior” e a minha, consequente, “subjetividade”.

Estou sentindo, com mais facilidade, as projeções interiores do meus “estados de alma”.

Todas essas transformações são refletidas no meu cotidiano, pelo fluir do meu “ciclo de vida”

Hoje, por exemplo, novamente detive a atenção para estas partes do capítulo “Dançando com o espantalho”, do livro “Perdas & Ganhos”, da escritora Lya Luft (para quem dedico este espaço virtual), publicado pela Editora Record:

– Precisamos superar a ideia de que estamos meramente correndo para o nosso fim, num processo de deterioraçâo e apagamento.
Esse é o nosso fantasma mais destrutivo, pois se alimenta com nosso terror da morte e cresce desmensuradamente porque nosso vazio interior lhe concede um espaço estraordinário.

Dessa releitura do livro, a parte que mais me impressionou foi esta:

– Emprestaram-me um livro onde estava sublinhada a frase: a meta da vida é a morte.

Bem, acredito que o final da vida é a morte, mas que a meta da vida é uma vida feliz.

Foi quando fechei o livro da Lya Luft, focando o meu “sentir” para esta sabedoria por ela manifestada:

– A meta da vida é uma vida feliz.

Perguntei para mim mesmo:

O que significa ser feliz?

Como se define a “Felicidade”?

Entendo que não existe possibilidade de se encontrar uma espécie de “definição universal” para os nossos “estados de alma”. ”

Sentir-se feliz” sempre dependerá dos anseios de cada pessoa, de acordo com as variantes das suas necessidades de “realizações” e de “conquistas” (em todos os sentidos).

Além disso, essas variantes estão condicionadas à natureza do que se deseja, e considera ser “condição existencial” para ser feliz.

O estado interior de “felicidade” independe de valoração sensória de origem material. A sensação de “bem estar”, portanto,não depende da “matéria”. É condição existencial personalíssima e, portanto, intrínseca à essência da nossa “sensibilidade da alma”.

Felicidade não se define. Felicidade é conquistada interiormente, e para ser sentida em harmonização com a singularidade sensória de cada ser humano.

Menditem sobre o “sentir” do lama brasileiro Michel Rinpoche, nascido em São Paulo em 1981, que aos 12 anos de idade decidiu, por conta própria, tornar-se monge e, desde 2006 vive na Itália.

Da sua entrevista concedida à revista Mente Cérebro, da Scientific American, destaco o seguinte (fonte: edição n. 245, ano XIX, de julho de 2013):

1. MeC. Todos queremos, em última instância, ser mais felizes.

Michel. E tudo isso, acredito, nos leva a ser pessoas mais felizes. Há o sofrimento físico e o mental. Na maioria das vezes somos atormentados pelo sofrimento mental, que quer solução mental. Por exemplo, a satisfação não depende de quanto você possui, e sim de um estado interior. Estar satisfeito não está associado ao quanto temos, ao contrário: quanto mais criamos necessidades, mais insatisfeitos seremos. Essa consciência nos torna responsáveis pela forma como vivemos.

2. Em outra pergunta, respondeu incisivamente:

Michel. Acredito que a felicidade está muito conectada à satisfação, mais que a euforia à alegria.

3. MeC. O que podemos entender por ser feliz?

Michel.É encontrar um estado interior de equilíbrio e satisfação, independentemente do que está á nossa volta.

Verifica-se que o “estado interior” de “estar feliz”, independe da nossa “realidade exterior”, nem do que somos ou temos. É, portanto, um “estado de alma” por nós “sentido” pela sensação de “sentir-se bem”.
O próprio “estado interior” de “sentir-se bem” é parte sensória integrante da nossa natureza existencial. Varia, portanto, de pessoa para pessoa, e se manifesta pelo nosso “sentir”, de acordo com a nossa “sensibilidade da alma”.

Termino esta mensagem, desejando que este espaço virtual possa motivar a prática do exercício de “voltar-se para si mesmo”, Que enseje a percepção dos nossos momentos de necessidade de “reinventar” nossas vidas, para sermos beneficiados pela desejada conquista interior de “Sentir-se feliz”.

Notas:
1.Esta mensagem está sendo novamente postada, em razão do ataque de hackers ocorrido no ano passado.
2.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

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