(211) Sentindo na Páscoa, o “renascer” de um olhar para a nossa “essência espiritual”.

Estão fazendo falta as crônicas do educador e psicanalista Rubem Alves. A sua escrita simples e humanista sempre me encantou pelo seu contagiante modo de “sentir a vida”. Nunca me contentava apenas com uma leitura. Em mim, todas foram fontes de subjetivas descobertas e de novos aprendizados sobre a “sabedoria de viver”. Todas, com manifesta essência de sentimentos de espiritualidade interior. Não esqueço a que recebeu este título “Dois olhos, dois mundos”, assim resumida logo no início: “Todos os seres humanos possuem duas perspectivas: uma é a de ver o que é real e a outra, do que não existe. É nessa segunda visão que moram a beleza dos poemas e os mistérios da religião e da paixão.

Em seguida, Rubem Alves citou este “sentir” do místico Ângelus Silésius:

– TEMOS DOIS OLHOS. COM UM NÓS VEMOS AS COISAS DO TEMPO, EFÊMERAS, QUE DESAPARECEM. COM O OUTRO NÓS VEMOS AS COISAS DA ALMA, ETERNAS, QUE PERMANECEM.

Ele explica:

– Cientista, ele fala o que vê com o primeiro olho. Apaixonado, ele fala o que vê com o segundo olho. Cada olho vê certo no mundo a que pertence. (…) A ciência também é um jogo de palavras. É o jogo da verdade, falar o mundo como ele é. Acontece que nós, seres humanos, sofremos de uma “anomalia”: não conseguimos viver no mundo da verdade, do mundo como ele é. O mundo como ele é, é muito pequeno para o nosso amor. Temos nostalgia de beleza, de alegria e, – quem sabe? – de eternidade. Desejamos que as alegrias não tenham fim! Mas beleza e alegria, onde se encontram essas ¨coisas¨? Elas não estão soltas no mundo, ao lado das coisas do mundo tal como ele é. Elas não são, existem não existindo, como sonhos e só podem ser vistas com o “segundo olho”. Quem as vê são os artistas. E se alguém, no uso do primeiro olho, objeta que elas não existem, os artistas retrucam: ” Não importa. As coisas que não existem são mais bonitas” (Manoel de Barros). Pois os sonhos, no final das contas, são a substância de que somos feitos. É no mundo encantado de sonhos que nascem as fantasias religiosas. As religiões são sonhos da alma humana que só podem ser vistos com o segundo olho. São poemas. E não se podem perguntar a um poema se ele aconteceu mesmo… Jesus se movia em meio às coisas que não existiam e as transformava em parábolas, que são histórias que nunca aconteceram. E não obstante a sua não existência, as parábolas têm o poder de nos fazer ver o que nunca havíamos visto antes. O que não é, o que nunca existiu, o que é sonho e poesia, tem poder para mudar o mundo. (…)

Termina, com este seu “sentir”:

– Não haveria conflitos se o primeiro olho visse bem as coisas do seu lugar, e o segundo olho visse bem as coisas do seu lugar. Conhecimento e poesia, assim, de mãos dadas, poderiam ajudar a transformar o mundo.

Nessa Páscoa, desejo para você um “renascer interior” das imagens sensórias da sua “individualidade espiritual”, com a essência do amor de Jesus no seu coração.

Notas:

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2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3. Vídeo youtube (“Páscoa: Jesus Ressuscitou”).

Muita paz e harmonização interior.

(210) Sentindo os benefícios do mindfulness, nas práticas da “meditação e da “yoga”

Antes de iniciar qualquer prática de “interiorização”, precisamos entender que as buscas de “autoconhecimento” desenvolvem a nossa capacidade de “observação de si mesmo”. A principal condição para ser vivenciado esse estado de “conexão interior” é a concentração voltada para o “silenciar da mente”, que poderá ser muito favorecido pelas conhecidas práticas “mindfulness” (dentre outras, a da “meditação” e da “Yoga). Explica a doutora Camila Ferreira Vorkapic, no seu artigo “A importância do JOGO MENTAL”, publicado na Edição 126 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala:

– O yoga é um sistema milenar de práticas mente-corpo que se originou na Índia há mais de 2.000 anos e foi descrito sistematicamente a posteriori (Yoga Sutras de Patanjali, cerca de 900 BC.). Envolve a utilização de técnicas diferentes como posturas (asanas), respiração controlada (pranaymas), relaxamento consciente e profundo (yoganidra) meditação. (…) De modo específico, técnicas de meditação mindfulness, um componente de práticas contemplativas como o yoga, que foca na percepção e na atenção plena para o desenvolvimento de uma observação desapegada dos conteúdos da consciência, podem representar uma poderosa estratégia comportamental de coping para se lidar com o estresse, a ansiedade e pensamentos negativos no esporte.

Certo é que para a neurociência, tanto a “meditação” como a prática da “Yoga” ajudam melhorar a função cognitiva do cérebro.

Por sua vez, esclarece o psicólogo Marco Callegaro no seu artigo “Meditação e o foco da atenção”, publicado na Edição 116, Ano IX, da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala:

– (…) um estudo comparou dois tipos de meditação e observou as diferenças na atividade cerebral que surgiram das duas práticas opostas, a meditação diretiva e a não diretiva. A meditação diretiva é baseada na atenção focada, ou seja, um único tipo de estímulo ou sensação. Na meditação tipo mindfullness, usualmente o sujeito se concentra em sua respiração e afasta gentilmente os pensamentos espontâneos que surgem, praticando cada vez mais o retorno ao foco da respiração. Já na meditação não diretiva, um foco relaxado de atenção é estabelecido pela repetição sem esforço de uma sequência de sílabas, que pode ser um mantra ou uma sequência de sons sem significado. Se o meditador se tornar consciente de que seu foco atencional voltou-se para imagens, sensações, memórias, pensamentos e emoções que vão surgindo na mente espontaneamente, então volta a atenção de forma gentil para a repetição do mantra, evitando julgar ou avaliar o que se passa pela sua mente. O objetivo dessa forma de meditação é aumentar a habilidade de aceitar e tolerar experiências emocionais e estressantes como forma normal de meditação bem como da vida cotidiana.

Para os praticantes da “meditação” e da “Yoga”, peço atenção para estes ensinamentos do doutor Victor Friary, psicólogo e especialista Práticas de Mindfulness, que destaquei da sua entrevista publicada na Edição 143 da Revista PSIQUE, repetidas vezes citadas neste espaço virtual pela importância dos seus conteúdos:

1.Sobre o conceito de “mindfulnes” (também conhecido como atenção plena).
VF. É um processo de atenção, que significa trazer a atenção para o presente momento e o que acontece aqui e agora com uma atitude de suavidade, curiosidade e abertura.

2.Sobre como se pratica e de que forma essa técnica é aplicada na psicoterapia.
VF. Pratica-se o mindfulness através de experimentos, meditações e exercícios. Na psicoterapia, o mindfulness tem sido utilizado para aumentar controle atencional, autopercepção, atitudes e habilidades de mindfulness (paciência, resiliência, compaixão, gentileza amorosa e aceitação de experiências psicológicas). O mindfulness também é útil para aumentar a capacidade de o cliente responder a situações desafiadoras com um novo olhar, e a de reduzir o reagir automático a situações desencadeadoras de sofrimento.

3.Sobre em que medida se observa uma ligação entre aceitação e mindfulness.
VF. Mindfulness é aceitação das experiências de instante a instante, é o contato direto com o desenrolar da vida, percebendo que tudo que vai surgindo faz parte, tanto das dores quanto das experiências prazerosas. Porém, o mindfulness propõe que possamos responder à vida com menos aversão e com maior reconhecimento das nossas reações à vida, e de como elas interferem com o nosso dia a dia e como essas reações nos ajudam ou não a nos aproximar de uma vida com significado.

4.Sobre se existe uma forte ligação do mindfulness com a espiritualidade.
VF. Hoje, nós sabemos, através de estudos e pesquisas, que a espiritualidade de uma pessoa pode e muito influenciar no seu emocional, no seu mental e até em sua saúde física. De que maneira, ainda não temos certeza, mas isso acontece. Talvez o mindfulness nos ajude a perceber, com o tempo, que podemos experimentar Ser Humano em sua integralidade, e que portanto não precisamos temer nem a dor, nem a doença, nem a morte. Talvez isso se aproxime de uma perspectiva espiritual, mas não é o objetivo.

5.Sobre o interesse da neurociência.
VF. (…) não é recente o interesse da neurociência nos processos cognitivos, sensoriais e cerebrais da meditação e práticas semelhantes. Eu acho que o que move todos nós nesse campo de pesquisa é uma necessidade bem grande no desenvolvimento de práticas baseadas em evidência. No momento em que a meditação e o mindfulness se tornam ferramentas terapêuticas, surge uma necessidade de estudar se o que a prática diz que faz ela faz realmente. A neurociência tem sido um importante fator de contribuição para a elaboração de tratamentos e para o entendimento de como o mindfulness altera o funcionamento cerebral.

Meditar e praticar yoga com “atenção plena”, são fontes sensórias de elevação interior e espiritual do nosso “existir”.

Notas:

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3.Vídeo do youtube (“Gratidão”).

Muita paz e harmonização interior.

(209) Sentindo as “imagens interiores” da nossa jornada de ser humano, nesta dimensão de vida.

O que sempre me impulsiona nesta caminhada virtual de “autoconhecimento”, tem sido a determinação de querer ajudar na conscientização dos benefícios que todos nós podemos alcançar através do “conhecimento de si mesmo”. Acredito que esse objetivo amplia a nossa “percepção existencial” de que, nesta dimensão de vida, temos necessidades de crescimentos em todos os sentidos (entenda-se, como “missão” de aprimoramento e de evolução espiritual). Nós não estamos aqui “por acaso” e nem para “viver por viver” sem a idealização de propósitos de conquistas e realizações. Tudo que necessitamos já está “semeado” dentro de nós (mensagem 191).

Gosto desta bela e significativa explicação do médico indiano Deepak Chopra (mensagem 188):

– CADA PESSOA É UM SER INFINITO, NÃO LIMITADO PELO TEMPO E ESPAÇO.

O ser humano, em sintonia de quietude interior, precisa se harmonizar com a essência espiritual da sua “Sensibilidade da Alma”. Precisa aprender a olhar para “dentro de si mesmo”. É com esse “olhar” que será possível “sentir” o esplendor transcendente da nossa “individualidade espiritual”. É com esse “olhar” que nós vamos poder contemplar a maravilha do fluir existencial pela nossa jornada de ser humano (mensagem 195).

Esta mensagem me foi intuída pela leitura da análise do romance “O Momento Mágico”, de Márcio Leite, lançado no Brasil pela Editora Record. Ela foi escrita pelo médico e psicoterapeuta junguiano Carlos São Paulo, para a sua coluna “Divã literário” e foi publicada na Edição 124 da Revista PSIQUE, da Editora Escala. Dela, destaco o seguinte:

– Conta a história de Adalberto, um homem de 88 anos, portador de uma doença degenerativa, que se dá conta de que sua vida chegou ao fim. Sabe que aproveitou o máximo de sua vida e quer morrer, mas a morte não vem e ele vive a angústia de não terminar. Vive isolado frente ao mar. Observa, por horas, os frequentadores da praia. Em seu universo interior vive como uma montagem de um filme. Assiste a esse filme com os olhos dos arrependimentos de tudo que considera como “os seus erros”. Adalberto recebe atenção de suas duas filhas, mas rejeita-as em franca deterioração da afetividade para com elas. Perdeu o seu filho Renato, afogado no mar da Bahia.
Sob o enfoque da psicologia analítica do psiquiatra e psicoterapeuta Carl Gustav Jung, explica o doutor Carlos São Paulo:

– O tempo de VIVER (ou de MORRER). Para a física esse é um conceito que se modifica de acordo com o espaço que o contém, e que este se curva onde existe matéria. E que matéria faz tudo isso quando se trata de um idoso sentindo seu corpo em dissolução?

Em seguida, esclarece:

1. Nada sabemos sobre a vida psíquica depois da morte física. Essa mesma ciência nos fala de átomos que compõem nossos corpos, e que durante a vida encontram-se em constante troca com o cosmo até que, na dissolução desses corpos, esses mesmos átomos serão depois encontrados em todas as coisas.

2. A psique continua a elaborar seus símbolos, mas Adalberto não consegue aproveitar essa preparação, e seu ego se compensa com a culpa e a vontade de transcender por meio da morte física. Com isso vai criando dificuldades para aceitar os cuidados de suas filhas como se elas quisessem mantê-lo em sofrimento.

3. Depois de velho, os olhos não permitem que se enxergue bem o mundo lá fora. Na contrapartida, os “olhos internos”, envolvidos com os eventos, podem nos fazer ver com mais nitidez o mundo interior. A evolução esperada é que possamos olhar para os eventos que passaram em nossas vidas de forma mais amadurecida do que na época em que ocorreram. Assim, as vistas ruins fariam o idoso enxergar o mundo de forma melhor. Adalberto não conseguiu fazer assim e procura em cada jovem que frequenta a praia o seu passado sem conseguir elaborá-lo simbolicamente.

4. Quando olhamos crianças e jovens, revisitamos nosso passado.

5. Em nossas vidas certamente houve muitos eventos em que enfrentaríamos os conflitos com mais sabedoria. Dessa forma, nos processos analíticos, podemos revisitar esse passado com segurança e participar desse processo de ressignificação de vivências para transformá-lo. Aí, o espaço-tempo se relaciona com a matéria sofrendo suas flexões.

6. A Física moderna, quando fala do espaço-tempo, nos lembra as histórias fantásticas contadas pelos nossos ancestrais em volta do fogo. Ela busca verdades e desmancha outras que não fazem mais sentido. Assim ocorre em nossas vidas. Enquanto os físicos enxergam o universo com seus eventos interagindo continuamente uns com os outros, também nossa psique traz os acontecimentos que resultaram de nossas interações com outras pessoas. (…)

7. O que vivemos é o que experimentamos. O universo ou a psique não têm coisas, mas eventos. Nascemos, crescemos e envelhecemos. Isso é o tempo. O tempo medido em dias é imutável. Tem uma única direção, mas tem outro tempo que não segue essa lei. Tanto faz ir para frente como para trás, é o tempo do inconsciente. E o espaço? Como é essa relação?

8. O dia do evento em que o filho de Adalberto morre marca um tempo e espaço na psique que se atualiza no cotidiano. Pensar no que se foi é trazermos sua presença para perto de nós. Isso condensa o passado e o presente deixando o ego alheio e aceitando uma realidade ininteligível. Essa relação pode ser transformada simbolicamente, por meio da análise, para acolher outras possibilidades.

9. Adalberto vivia de arrependimentos. Viveu uma cultura religiosa em que a noção de culpa e arrependimentos relacionava o prazer com coisas erradas e se forçava a respeitar o outro por medo da punição divina. Numa cultura mais evoluída, respeita-se o outro por entender que fazendo assim também se é respeitado. É como saber lidar com o outro de si mesmo.

Termino esta mensagem, com esta conclusão do doutor Carlos São Paulo sobre o mencionado romance de Márcio Leite:

– Talvez sejamos a única espécie que tem consciência de sua finitude. Nascemos como se fôssemos um filho único que cresce e aprende que o mundo não gira somente ao nosso redor, como pensávamos. Descobrimos que somos importantes para aqueles que nos amam e apenas ínfimos fragmentos de eventos de um grande universo. Treinamos para aprender o desapego para que não se viva como se já tivéssemos morrido.

Assim são nossas vidas, levadas pela leveza infinita do renascer na imortalidade da alma!

Notas:

1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3. Vídeo youtube (“Bernward Koch – Under Trees”).

Muita paz e harmonização interior.

(208) Sentindo o envolvente espelhar da nossa aceitação interior.

Durante o fluir virtual desta nossa caminhada de “autoconhecimento”, em recente leitura do artigo da Psicóloga Flávia da Silva do Rêgo sobre “A importância da Autonomia”, com enfoque direcionado para os profissionais de reabilitação, detive minha atenção para esta citação do psicólogo americano Carl Rogers, idealizador de uma relação terapêutica por ele denominada “Abordagem Centrada na Pessoa”:

– ACEITAR-SE A SI MESMO É UM PRÉ-REQUISITO PARA UMA ACEITAÇÃO MAIS FÁCIL E GENUÍNA DOS OUTROS.

Ao considerar a pessoa com deficiência como sendo um ser humano único dentro do seu universo de “autonomia” e “necessidades”, ela sustenta que os profissionais de reabilitação “precisam ter clara a necessidade de independência – especialmente quando se trata do universo das pessoas com deficiência – não há mais espaço para um olhar generalista e uniforme”.

Em seguida, esclarece dentre outros argumentos:

1.O grau de autonomia e necessidades estão vinculados a isso, ou seja, não se pode estabelecer qual o nível de autonomia que cada um deve adquirir. Isso deve partir da pessoa diante de suas necessidades e desejos. Quando uma pessoa com deficiência passa a ter consciência de suas próprias escolhas e obtém condições para isso, os ganhos psicológicos são muitos e melhoram significativamente: a auto percepção, as sensações de pertença, autoestima etc.

2.Para discussão desses aspectos, abordei nesse artigo as premissas descritas por Carl Rogers em sua ‘Abordagem Centrada na Pessoa’. Uma destas premissas – e a fundamental delas – é o pressuposto de que as pessoas usam de sua experiência para se definir, ou seja, tudo o que vivemos, de positivo e negativo, desde nosso nascimento, fala muito sobre o que temos como autodefinição.

3.Do ponto de vista do serviço de Psicologia, a psicoterapia tem o objetivo de ajudar as pessoas a se tornarem mais conscientes de suas ações, potencialidades, pensamentos e atitudes, na medida em que estes as afetam, assim como afetam os outros ao seu redor. Durante um processo psicoterápico, a pessoa se modifica e reorganiza a concepção que faz de si mesmo, podendo desviar-se de uma ideia que o torna inaceitável aos seus próprios olhos, indigno de considerações e obrigado a viver segundo normas ditadas por outros. Dessa forma, durante o processo, vai conquistando progressivamente uma concepção de si mesmo como uma pessoa de valor, autônoma, capaz de fundamentar os próprios valores e normas na sua experiência, desenvolvendo, assim, uma atitude de muito positiva em relação a si mesmo.
E posso garantir, diante de minha experiência, que essa afirmação vale para pessoas com qualquer tipo de deficiência. O que difere, para cada um, é o nível de complexidade das dificuldades em cada tipo de apoio que será necessário ao terapeuta na realização de suas intervenções e o meio social em que a pessoa é inserida.

4.Quando uma pessoa com deficiência procura por um serviço de reabilitação, independente do seu nível de comprometimento, busca direta ou indiretamente a aceitação do meio social e a autoaceitação. Para isso, esses ambientes e profissionais precisam ser acolhedores, voltados para a busca de potencialidades e o empoderamento dessas pessoas.

Com estas importantes considerações, volto para a mencionada afirmação de Carl Rogers:

– ACEITAR-SE A SI MESMO É UM PRÉ-REQUISITO PARA UMA ACEITAÇÃO MAIS FÁCIL E GENUÍNA DOS OUTROS.

Observa-se, com facilidade, que esse estado psicosensório de “aceitação de si mesmo”, além de estar por nós moldado, inclusive para os outros, de certa forma também está associado aos resultados das nossas buscas de “autoconhecimento”. Entenda-se, nesse caso, como sendo o subjetivo “espelhar interior” do reconhecimento da nossa “individualidade existencial”. Em outras palavras: – é o mostrar, para nós mesmos e para os outros, as “projeções sensórias” do nosso “EU”. Parece-me, salvo engano, que esse meu “pensar” está em sintonia com esta explicação do doutor Carlos São Paulo, médico e psicoterapeuta junguiano, ao comentar na sua coluna “Divã literário” a obra “Macunaína, o herói sem nenhum caráter”, de Mário de Andrade, publicada na Edição 110, Ano IX, da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala:

– O Eu nos dá uma identidade e estabelece um elo entre a sua condição biológica, que o faz existir, como uma estrutura que imagina a si mesmo e, também, supõe como está sendo visto pelo outro. A partir da forma como se vê imaginado, monta seus mecanismos para enganar o outro e atender ao ideal dentro de um grupo social.

Termino esta mensagem sugerindo que você, nas suas práticas de “autoconhecimento”, modele o espelhar da sua aceitação como “pessoa”, de acordo com os seus ideais de plenamente “sentir-se bem”. O alcance desse estado de interiorização, certamente enriquecerá você em todas as suas interações existenciais de mútuas necessidades humanistas.

Notas:

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3.O artigo da doutora Flávia, está publicado na Edição 108, Ano IX, da Revista PSIQUE, publicação da Editora Escala.

Muita paz e harmonização interior.

(207) Sentindo a necessidade de respeitar a “MULHER”.

Todos nós somos viajantes de um “tempo” que fica marcado por lembranças, mesmo quando esquecidas, que perpetuam seus significados por dimensões infinitas da nossa evolução espiritual (sejam eles, de que natureza forem).

Ao comentar o livro “Querido John”, de Nicholas Sparks, lançado no Brasil pela Editora Novo Conceito, o médico e psicoterapeuta junguiano Carlos São Paulo escreveu esta bela comparação vinda do seu “sentir”, sobre a ilusória passagem do “tempo” em nossas vidas:

– O tempo é como uma esteira cheia de esquinas, por onde escorregam nossas histórias à medida que vão sendo produzidas. A cada mudança de rumo, nos surpreendemos com o novo caminho e, com uma memória atualizada, percebemos o que passou para só então entendermos melhor o que foi vivido.

Por sua vez, ao analisar o livro “Natascha 3096 dias” (em que a autora, Natascha Kampusch, relata a sua própria experiência como sequestrada), lançado no Brasil pela Editora Versus, o doutor Carlos São Paulo assim se refere ao que Jung chamou de “Complexos Autônomos”:

– Quando se experimenta uma condição maior do que se é capaz de suportar, a psique cria um núcleo que organiza em torno de si diversos recortes dessas vivências não compreendidas, que vão sendo costurados pela linha das emoções, que seguem a trilha de uma metáfora capaz de revelar as matizes da psique humana. Essa costura une as peças com suas afinidades emocionais ou semelhanças, pois, enquanto a consciência faz a diferença entre os objetos, o inconsciente abandona essas diferenças e agrupa-os por suas semelhanças ou afinidades.

De modo semelhante, vamos todos “costurar” a nossa “união de sentimentos” mentalizando uma corrente de energização “humanista” e “espiritual” que impeça a absurda e inaceitável “violência contra a mulher”.
Esta é homenagem do “Sensibilidade da Alma”, no dia internacional da mulher.

Notas:

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3.As citações do Dr. Carlos São Paulo foram extraídas da sua coluna “Divã literário”, publicada nas Edições 68 e 93 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora ESCALA.
3.Vídeo do youtube (“A alma da mulher”).

Muita paz e harmonia espiritual.

(206) Sentindo como entender o “estresse”.

Nesta nossa caminhada de “autoconhecimento”, com a mensagem duzentos e quatro (sugestiva de como entender e vivenciar um “trauma psicológico”), foi iniciada uma nova fase com as escolhas de temas que podem afetar a nossa “psique”, abalar o nosso “emocional”, repercutindo indiretamente na “percepção sensória” da nossa “Sensibilidade da Alma”. Antes, predominavam mensagens essencialmente voltadas para a nossa interiorização (conhecimento de si mesmo), apenas com a finalidade de melhor compreender os significados dos nossos “sentimentos” e “emoções” (conhecimento da subjetividade humana). A aceitação superou as expectativas, atingindo elevado número de acessos. Para esta mensagem, trago informações importantes da doutora Marilda Lipp, Ph.D. em Psicologia pela George Washington University (EUA), considerada uma das pioneiras no estudo do “estresse”. Da sua entrevista concedida à Rose Campos, publicada na Edição 22 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala, destaco o seguinte:

1. Sobre o que é estresse.
ML. O estresse não é uma doença. É uma reação e eu a definiria como muito complexa, com componentes físicos, psicológicos, mentais e hormonais. E essa reação tão complexa ocorre frente a qualquer desafio – positivo ou negativo – que o ser humano tenha de enfrentar. Por exemplo, ganhar na loteria também produz estresse, pois a partir daí haverá uma série de problemas a serem resolvidos, inclusive saber como investir o dinheiro. Tudo isso pode ser muito estressante. Acontece que cada desafio tem um valor diferente para cada pessoa. E o tipo de valor atribuído vai depender da história de vida de cada um, podendo adquirir peso maior para determinadas pessoas. Há quem sempre veja o lado ruim das coisas; essas vão demonstrar um tipo de reação. Diante da possibilidade de uma viagem para a Europa, por exemplo, podem pensar: será que o avião cai? A viagem se torna um desafio muito pesado. Mas, ao contrário, se o pensamento é “que maravilha! Vou para a Europa, que delícia…”, o desafio tende a diminuir. Essa variação decorre da percepção de cada um.

2. Sobre as consequências do estresse na nossa bioquímica. O fato de essa reação poder se repetir com mais frequência e intensidade, desencadeia efeitos negativos no organismo?
ML. Num primeiro momento a condição básica para a ocorrência do estresse é a percepção do evento. Se o evento não é percebido, não importa se ele é muito negativo. Por exemplo, se há um homem com um revólver na mão ali na porta e eu não vejo esse homem, a simples presença dele não vai causar nenhum estresse. Então, em primeiro lugar, há que existir a percepção do evento estressante por algum órgão dos sentidos que desperte o sentimento de alerta. Após essa percepção, uma mensagem é enviada para o cérebro, atinge a parte cortical, onde ocorrem as interpretações lógicas do evento, e se dirige também para o sistema límbico, responsável pelas emoções. Essas duas percepções, lógica e emocional, se somam para determinar as reações de estresse. Se, voltando ao exemplo, eu noto a presença do homem, mas logo a seguir vejo que há uma câmera e que se trata de um filme, eu mudo a minha percepção e a mensagem que meu cérebro vai receber é, portanto, diferente. As reações vão sendo atualizadas de acordo com novas informações que chegam ao cérebro. Então, pode-se dizer que a reação de estresse requer interpretação lógica e emocional de um evento. Quando essas duas interpretações dão ao sujeito a imagem de um perigo ou de um desafio, aí ocorre o estresse. A partir disso, quando essa mensagem é recebida pelo cérebro, parte do sistema límbico, o hipotálamo, ativa o funcionamento de várias glândulas que de imediato preparam o corpo para a reação de luta ou fuga. Os olhos percebem uma situação estressante e enviam a informação para o cérebro, que é captada pelo sistema límbico, o hipotálamo; este, por sua vez, manda a mensagem para as glândulas supra-renais, que produzem adrenalina, e a pessoa entra em prontidão, no processo de luta ou fuga. A adrenalina no corpo resulta em energia, em um vigor muito grande. Mas ninguém aguenta ficar com esse jato de energia por muito tempo, passando a adoecer aos poucos.

3. Sobre o que ocorre a partir daí, depois de deflagrado esse mecanismo.
ML. Inicialmente o estresse determina que as glândulas supra-renais, duas glândulas localizadas acima dos rins, produzam adrenalina. A medula ou núcleo da glândula produz essa substância. Porém, se o estado de estresse perdura muito tempo, a medula da supra-renal pára de produzir adrenalina e o córtex dessa glândula – a parte que circunda a sua medula – produz cortisol. E o cortisol, quando em excesso, baixa o sistema imunológico. A pessoa acaba ficando vulnerável a vários tipos de doença. Por isso se torna mais fácil pegar doenças oportunistas, como gripe. Ou então são doenças que já estavam geneticamente programadas e permaneciam até então latentes; de repente aparecem pelo fato de a pessoa estar submetida ao estresse.

4. Reconhecendo que na vida moderna estamos sujeitos a uma série de situações potencialmente estressantes, quais são os possíveis efeitos dessa sobrecarga no organismo? Como isso se reflete na vida psíquica das pessoas?
ML. As pessoas se sentem mais inseguras.

5. Sobre se essa situação também produz reflexos nas crianças.
ML. Sim. Também tem aumentado a incidência dos problemas do estresse na infância. Não na mesma proporção que no adulto, claro, mas o nível de estresse infantil é alto, em torno de 25%.

6. Sobre quais profissionais devem ser procurados.
ML. (…) muitas empresas começam a encaminhar seus funcionários para tratamento psicológico. Algo antes visto como coisa fora do comum. Por outro lado, as pessoas também adoecem em decorrência do estresse. E vão ao médico e se queixam de uma série de doenças, pois o estresse pode desencadear de hipertensão, diabetes, colesterol elevado, depressão até pânico. Quando o corpo adoece as pessoas acabam procurando alguma coisa para reduzir o efeito do estresse no corpo. E muitas não entendem o encaminhamento ao psicólogo. “O que eu tenho é hipertensão. Por que o médico me mandou para cá?”, algumas perguntam.

7. Sobre se as opções de relaxamento (p.ex. uma massagem, uma viagem de fim de semana para um lugar tranquilo) são suficientes para lidar com o estresse.
ML. O tratamento de estresse, utilizado por mim há mais de 20 anos, é baseado em quatro pilares. Três deles são coadjuvantes, porque ajudam lidar com o problema, mas não o resolvem sozinhos [Como massagem viagens, relaxamento, até mesmos uma ida ao cabeleireiro]. São coisas que reduzem a tensão do momento, porém não resolvem o problema. Vamos supor que o foco do estresse seja uma briga com o chefe. Então, os três pilares coadjuvantes apenas ajudam. E são os seguintes: relaxamento, que inclui todos os recursos utilizados com esse fim; exercício físico, que ajuda a dar mais energia; e nutrição antiestresse. Reduzem sintomas como tensão muscular, fraqueza e falta de energia. O quarto pilar é o principal: a reestruturação emocional da pessoa. É o que de fato resolve.

8. Sobre se reestruturação emocional se refere à Psicoterapia.
ML. A que eu aplico é uma psicoterapia focal. Além de focal é de curta duração e de base Cognitivo Comportamental [tratamento feito em 15 sessões, com a doutora Marilda]. Nesse tipo de Psicoterapia trabalham-se os limites da pessoa, os quais, muitas vezes, a pessoa nem conhece. Muita gente não sabe quais são seus próprios limites. Ainda assim, procura transcendê-los. Depois de fazer a pessoa encontrar seus limites, procuramos levá-la a respeitá-los. É comum isso não acontecer. As pessoas dizem “Vai dar. Amanhã eu descanso”. Mas às vezes não dá.

9. Sobre se esses limites também são emocionais.
ML. Claro, emocionais também. Que envolvem irritabilidade, nervosismo, o desconforto de estar em alguns lugares. Porque às vezes a pessoa pode estar em uma festa, mas não está se sentindo bem. Então, para que forçar? Também é importante saber dizer não. E procurar ter relações agradáveis. Outro aspecto superimportante no controle do estresse é aprender a controlar a pressa.

10. Sobre se essa explicação tem a ver com a ansiedade.
ML. Nem sempre. Pode acontecer porque a pessoa aceita muita responsabilidade, não sabe dizer não. Existe gente apressada que não é ansiosa. Embora a ansiedade seja outra fonte de estresse. O treino de controle do estresse cobre esses aspectos e, se a pessoa tiver ansiedade, vai trabalhá-la. Ou seja, vai focar naquilo que a pessoa tem maior dificuldade, além de abranger aspectos que são padronizados [Para a doutora Marilda, também é preciso fazer a pessoa descobrir quais são as suas prioridades].

11. Sobre quais alimentos ajudam a enfrentar o estresse.
ML. Alguns alimentos são antiestresse por natureza. São os legumes, as verduras e as frutas. (…) aconselhamos as pessoas a comer três porções de legumes e uma salada a cada refeição. Se a pessoa seguir essa orientação, não terá tanto apetite para comer alimentos como macarrão, lasanha e outras coisas muito calóricas. Vai acabar se restringindo a alimentos mais saudáveis. Pedimos, também para a pessoa tomar, em toda refeição, um copo de suco. É uma maneira indireta de ajudá-la a mudar seu hábito alimentar sem estressá-la.

12. Sobre qual é o papel da nutrição no controle do estresse.
ML. Ao atravessar períodos de grande estresse, são utilizadas as vitaminas do organismo. Isso ocorre para que o organismo possa aguentar a carga de estresse e para lutar contra ele [ A doutora Marilda também explica que se a pessoa perceber o cantinho do olho ou a mão também “pulando”, são sinais de falta de vitamina B6 no organismo após um episódio de grande estresse. O estresse também pode consumir do organismo vitamina B12, cálcio, magnésio, manganês, entre outros nutrientes.].

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual.

(205) Sentindo com a yoga, a nossa percepção interior.

É muito conhecido este “sentir” de Carl G. Jung: – “Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora sonha. Quem olha para dentro desperta.” É esse o olhar de toda a nossa caminhada de “autoconhecimento” (mensagens 001). É o olhar para “si mesmos” (mensagens 118 e 197). O olhar para a nossa singularidade “existencial” e “espiritual” (mensagem 195). Mas há um outro olhar que merece a nossa atenção, quando decidimos exercitar práticas de interiorização (como a “meditação” e a “yoga”). Refiro-me ao olhar para os “horizontes sensórios” da nossa “expansão de consciência” (mensagens 066 e 156). Devemos entender esse olhar em sintonia com as novas descobertas da física quântica. Explica o doutor Amit Goswami, professor e físico quântico da Universidade de Oregon, na entrevista publicada na Edição 71, Ano 16, da Revista SOPHIA, lançada no Brasil pela Editora Teosófica (nota: numerei, por limitação de espaço):

1.Os objetos não são coisas definidas, como nós estamos acostumados a ver. Newton nos ensinou que os objetos são coisas definidas, que podem ser vistas ao tempo todo, movendo-se em trajetórias definidas. Não é assim que a física quântica vê os objetos. Nela, os objetos são vistos como possibilidades, ondas de possibilidade. Então, surge a questão: o que converte a possibilidade em atualidade? Porque, quando vemos, vemos apenas acontecimentos atuais. Quando você vê uma cadeira, você vê uma cadeira atual, não uma cadeira possível. 2. O universo, para existir, necessita que um ser tenha consciência dele. Sem um observador, o universo existe apenas como um potencial abstrato, uma possibilidade, exatamente como sempre afirmou o misticismo oriental. 3. A consciência é transcendente. Você consegue, exatamente aí, percebe a visão que transforma o paradigma – como se pode dizer que a consciência cria o mundo material? O mundo material da física quântica é pura possibilidade. É a consciência, através da conversão da potencialidade em atualidade, que cria o que vemos como manifesto. Em outras palavras, a consciência cria o mundo manifesto.

O que motivou esta mensagem foi o meu atual convencimento (sujeito à modificação) de que em todas as nossas “buscas interiores” de “autoconhecimento” (sejam através de práticas individuais ou em grupo), nós podemos alcançar melhores resultados quando essas modalidades estiverem associadas ao prévio e consciente “reconhecimento sensório” do nosso potencial interior de estados de “expansão de consciência”. Foi a minha conclusão, após a leitura desta afirmação do Psicólogo Leonardo Mascaro, com especialização nos EUA em neurofeedback, contida na sua abordagem sobre “A Meditação por Bio-Feedback como ferramenta no setting terapêutico”, publicada na Edição 57, Ano V, da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala:

– Meditação não é uma técnica, mas sim, um estado de consciência que emerge de uma configuração de ondas cerebrais bastante específica, somente atingida (na maioria dos seres humanos) por treinamento. Neste estado, se abrem os canais de comunicação entre consciente e subconsciente fornecendo as condições para que o acesso ao material psicológico profundo, bem como a potenciais latentes e à nossa criatividade, possa se dar.

Entendo que esse estado de “expansão da consciência” também se aplica às diversas técnicas da prática da “yoga”. Mas os seus exercícios precisam ser executados com “atenção plena” (o que também deverá ser observado em todos os métodos de “meditação”). Explica a jornalista cientifica Carrie Arnold, no seu esclarecedor artigo “Algo errado no corpo”, sobre a nossa percepção de estímulos internos e externos, publicado na Edição Especial 54, Ano XI, da Revista Mente e Cérebro, lançada no Brasil pela Editora Segmento, com conteúdo estrangeiro licenciado pela Scientific American:

– Parece lógico (…) que construir uma melhor consciência interoceptiva possa não só favorecer a imagem corporal como também tornar menos frágeis os nossos sentimentos sobre si. A atenção plena, uma técnica mental focada no presente sem elaborações ou julgamentos, pode ser uma grande aliada para reforçar a capacidade de perceber o corpo. Diversos estudos da última década mostram que esse tipo de prática, aliada à psicoterapia, melhora significativamente a qualidade de vida de pacientes com distúrbios alimentares e transtorno disfórmico corporal. “Isso ocorre porque, ao aprender a se concentrar nas próprias sensações físicas do aqui e agora, as pessoas ampliam sua capacidade de interocepção”, afirma a psicóloga clínica Tiffany Rain Carei.
Assim como outros pesquisadores, ela tem utilizado a ioga aliada à psicoterapia para tratar pessoas com transtornos alimentares. Certas formas da técnica, como a hataioga ou vinyasa, incentivam o praticante a se concentrar na respiração e nas diferentes sensações corporais produzidas por cada posição – o que é fundamental para desenvolver a atenção plena [nota: Entenda-se essa capacidade de interocepção, como sendo a percepção sensória de estímulos e variações no interior do corpo.].

Notas:

1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
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3.Vídeo do youtube (“GIOVANNI MARRADI – Somewhere intime”).

Muita paz e harmonia espiritual.

(204) Sentindo como entender e vivenciar um trauma psicológico.

Com a mensagem duzentos, a nossa caminhada de “autoconhecimento” foi acrescida de um novo sentido de “buscas interiores”. Refiro-me às considerações que foram feitas sobre “yoga”, uma das conhecidas práticas “psicossomáticas” que ajudam no equilíbrio da integração “corpo, mente e espírito”. Antes, e desde a criação deste espaço virtual, predominavam mensagens sugestivas de condições de interiorização (conhecimento de si mesmo), apenas com a finalidade de melhor compreender os significados dos nossos “sentimentos” e “emoções” (conhecimento da subjetividade humana). A partir desta mensagem, essa inovação será enriquecida por abordagens de temas que, de modo positivo ou não, podem afetar a nossa “psique” e também repercutir indiretamente na “percepção sensória” da nossa “Sensibilidade da Alma”.

Para esta mensagem, selecionei as seguintes considerações do psicólogo Julio Peres, especialista em superação de “traumas psicológicos”, com a ressalva do seu entendimento de que “as memórias traumáticas são prevalentes em muitos outros transtornos, como depressão, fobias específicas, pânico e ansiedade generalizada”. Ele também é pesquisador do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (Proser) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. Da sua entrevista concedida ao jornalista Lucas Vasques, publicada na Edição 140 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala, destaco o seguinte:

1. Sobre o que tragédias ou traumas podem trazer à mente da pessoa a curto e longo prazos.
JP. São inúmeros os tipos de eventos traumáticos que afetam grande parte da população. Estudos epidemiológicos revelam que a maioria de nós passou ou passará por episódios potencialmente traumáticos. O trauma psicológico se caracteriza por um afluxo de excitações relativamente superior à capacidade do indivíduo de processar e elaborar esses conteúdos, que ficam dispersos em fragmentos sensoriais, emocionais e cognitivos, causando imenso sofrimento. (…) Contudo, o que pode ser um evento traumático para uma pessoa não necessariamente será para outra, e o despreparo em relação a essas representações subjetivas pode caracterizar o evento estressor como um trauma psicológico. Devemos nos lembrar que a natureza do trauma psicológico é imensamente subjetiva, indo além do fato em si. O indivíduo vivencia o imponderável, o efeito surpresa, sem representações e recursos para significar o episódio ocorrido.

2.Sobre se os traumas de infância permanecem até a fase adulta.
JP. A infância é um período especialmente delicado, com extrema vulnerabilidade ao trauma psicológico, porque a criança ainda não desenvolveu suas habilidades cognitivas para categorizar e classificar eventos emocionais e sensoriais. Tais traumas nessa fase, quando não tratados, reverberam na adolescência, na idade adulta e na terceira idade, enquanto as emoções e sensações dolorosas permanecerem como fragmentos dispersos sem representações para o que ocorreu.

3. Sobre se o medo é essencialmente causa ou consequência do trauma.
JP. O medo figura entre as cinco emoções básicas e pode ser saudável ou patológico. A maioria das pessoas traumatizadas não preenche os critérios de qualquer transtorno psiquiátrico, mas apresenta sintomas específicos também associados ao medo que geram imenso sofrimento e limitações diárias. (…) A expressão saudável dessa emoção nos permite avaliar riscos de maneira adaptativa, protege-nos de situações ameaçadoras e nos permite viver bem. Por outro lado, a expressão patológica do medo é decorrente de traumas psicológicos. As pessoas generalizam os eventos como se esses pudessem ser cópias ameaçadoras do trauma, sendo assim um mecanismo que visa a proteção, porém “desadaptativo” (não atualizado ao contexto presente), que, ao invés de ajudar, promove sofrimento.

4. Sobre se auxilia na superação, falar a respeito de traumas .
JP. Observamos há muitos anos na prática clínica que expressar a dor, significá-la para, em seguida, conseguirmos ressignificar o sofrimento como um aprendizado que nos fortalece, é fundamental no processo de superação traumática. Falar, contar e recontar a história traumática com a perspectiva resiliente envolvem aquisição de aprendizados que tornam a vida ainda melhor do que foi antes do trauma acontecer. (…) Contudo, o que observamos em nossos estudos e na prática clínica é que não basta simplesmente falar sobre a dor. É preciso, em um primeiro momento, expressá-la com as palavras possíveis ao indivíduo. Mas, em um segundo momento, é necessário que o indivíduo ressignifique a dor, buscando um sentido maior para o que aconteceu e/ou uma aliança de aprendizado.

5. Sobre se o preconceito e o bullying podem provocar sérios transtornos psicológicos.
JP. Todos nós necessitamos e buscamos o acolhimento, o afeto, que também nos conferem o sentimento agradável de pertencer a um grupo. As pessoas que eu tive oportunidade de atender em minha clínica, com bullying associado a seus traumas, trouxeram sentimentos de inferioridade, tristezas profundas e raiva por todos os abusos, críticas ácidas e humilhações que sofreram. O bullying pode deixar traços mnêmicos traumáticos severos, relacionados a falsas crenças de não ser bom o bastante para estar no mundo.

6. Sobre se os tratamentos psicológicos sozinhos, normalmente alcançam os resultados esperados.
JP. A superação de vários casos em psicoterapia se relaciona com o desenvolvimento de um estado ampliado de consciência e a quebra do ciclo traumático através do perdão (etimologia: perdonare), que significa a maior e melhor doação que você possa fazer, porque se liberta do sofrimento, libertando também o outro que a fez sofrer.

7. Sobre se a psicoterapia é a solução para superar os traumas.
JP. Sim. A psicoterapia é a primeira linha de escolha terapêutica para o tratamento de indivíduos com traumas psicológicos, conforme revisões sistemáticas e meta-análises publicadas em periódicos científicos.

8. Sobre o tempo de possível superação de um trauma.
JP. O tempo de tratamento é variável, e na minha experiência clínica, em média oito meses são suficientes para a superação do trauma psicológico. Algumas pessoas concluem seus processos com pouco meses; outras requerem um ano ou mais, a depender da magnitude traumática, da estrutura psíquica e dos recursos cognitivos pessoais que cada um apresenta.

Termino esta mensagem com o meu sentimento de querer enriquecer esta caminhada virtual de “autoconhecimento”, com o propósito de poder “despertar” em você a descoberta sensória da sua “potencialidade interior” de integração e harmonização plena “consigo mesmo” em todos os sentidos do nosso “existir” e do nosso “viver”. Desejo que a leitura desta mensagem seja fonte de ajuda, porque a pessoa exposta a eventos traumáticos e condicionantes de subjetivos abalos psíquicos, certamente vai precisar da nossa humanista proteção de solidariedade.

Notas:

1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(203) Sentindo o que pode acontecer nos relacionamentos afetivos.

Em qualquer relacionamento afetivo devemos saber “mostrar” e “compartilhar” as nossas consequentes descobertas interiores de “autoconhecimento”. Nem sempre eles completam os seres humanos, porque, necessariamente, dependem de mútuas aceitações de “preferências” e “idealizações individuais” de desejos de realizações. Acredito que em todo relacionamento, o mais importante não é a sabedoria da “cumplicidade”. Há necessidade de cada um dos envolvidos “conhecer a si mesmo” e, assim, favorecerem o conhecimento do outro. Explico: É porque nas nossas relações interpessoais, sentimos a necessidade de tornarmos conhecidos como desejamos ser, e não como para os outros parecemos ser. Nesta nossa caminhada de “autoconhecimento, muitos enfoques foram dedicados aos nossos relacionamentos (mensagens: 098, 111, 112, 122, 133, 141, 160, 162, 179 e 184). Para esta mensagem selecionei estas considerações feitas pelo psicanalista argentino Gabriel Rolón, na entrevista concedida ao jornalista Lucas Vasques, publicada na Edição 96, Ano VII, da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala:

1. Sobre se concorda com Vinicius de Morais, quando ele disse que “o amor deve ser infinito enquanto durar”. Se existe a possibilidade do amor ser para toda a vida.

Gabriel Rolón. Essa ideia é muito interessante. Creio que há amores que podem durar toda a vida, mas não acho que essa eternidade seja uma exigência prévia. Quero dizer, quando iniciamos um relacionamento, não podemos exigir dessa pessoa que nos garanta que a relação vá durar a vida toda, porque isso é algo que ninguém pode assegurar. A vida é feita de mudanças e, às vezes, um casal vai se acomodando a essas mudanças, ambos se modificam para seguir juntos e pode ser que essa relação dure a vida toda. Outras vezes não acontece assim, mas não quer dizer que não seja um casal feliz. Por isso, acredito que, em lugar de esperar a eternidade, uma relação de casal precisa ser forte. Que nos faça sentir vivos, como se nesse momento nada importe mais do que estar juntos, sentir-se perto e bem cuidados mutuamente. Depois, quanto vai durar não importa. A vida é só tempo e quando alguém consegue ser feliz parte desse tempo, fazendo dele erótico e emocionante, me parece que já está justificada sua presença nessa vida.

2. Sobre se a infidelidade deve ser tratada com tolerância.

Gabriel Rolón. Há pessoas que podem perdoar a infidelidade e outras não. E as que podem não são melhores do que as que não podem. A infidelidade dói, fere a autoestima, o respeito, a segurança em si mesmo e a confiança no outro. São muitas coisas que se rompem. Por isso, não se pode exigir de alguém que a aceite. Mas há quem possa dar uma nova oportunidade. Em alguns casos, acaba sendo positivo. Para conseguir, há de se ter paciência, não se prender ao rancor, não falar sobre o assunto todo o tempo. E admitir que se não se pode perdoar é melhor separar do que conviver com um sentimento contínuo. Mas, quando se perdoa, são dadas oportunidades que, muitas vezes, valem a pena.

3. Sobre o seu entendimento de que o amor não garante a fidelidade, que não existe alma gêmea e nem amor incondicional.

Gabriel Rolón. O tema infidelidade é uma questão importante e, para entendê-lo, é preciso perceber que o amor e desejo são coisas diferentes. Às vezes, temos a tendência de pensar em ambos como se fossem a mesma coisa ou, ao menos, duas emoções que andam de mãos dadas. E não é assim. É possível desejar alguém sem amá-lo e, inclusive, há quem possa amar uma pessoa que já não deseja. (…) é preciso dizer que a fidelidade é, antes de mais nada, uma decisão que alguém toma e sustenta, às vezes com muito esforço. É nesse ponto que afirmo que o amor não garante a fidelidade, porque sequer pode impedir o desejo e evitar que nos sintamos atraídos por mais alguém. Depois, cada pessoa decidirá o que fazer com esse desejo: se o concretiza ou se renuncia a ele. O tema alma gêmea é muito antigo. (…) há pessoas que acreditam nisso e andam desesperadas, porque dizem que não encontram o amor. E esse amor não é algo que se encontra, como se fosse uma moeda jogada na rua. O amor é algo que se constrói, assumindo as diferenças, aceitando-as e sabendo que nunca ninguém vai nos completar, que esta metade perfeita não existe. Isso é um pouco criação de alguns pensadores, mas não foi casual. Há no ser humano a necessidade de se sentir completo e o amor provoca uma situação enganosa, na qual isso parece possível. Mas não é. Desgraçadamente, ou melhor, felizmente. Porque um ser completo fica sem desejos e tudo o que fazemos na vida fazemos movidos pelo desejo. E o desejo não surge da completude e, sim, de sua falta.

4. Sobre como na atualidade se relacionam desejo, sexualidade, fidelidade e o ciúme.

Gabriel Rolón. O desejo e a sexualidade existem desde que o homem pisou na Terra, porque são os motores que impulsionam o ser humano a fazer tudo o que ele faz na vida. (…) O problema é que nossa sociedade está esquematizada para ser vivida a dois. (…) É um tema complexo, porque muitas vezes, estar só é uma escolha boa e saudável. Mas é preciso enfrentar esse ideal social com tranquilidade, perguntando-se o que realmente se quer para este momento da vida. E quanto ao ciúme, me parece que é necessário desconstruir a ideia que sustenta que é algo inevitável, inclusive com a frase “quem ama tem ciúme”. Se isso é certo, não é menos certo que o problema da pessoa ciumenta não é excesso de amor pelo outro e, sim, falta de amor por si própria. Trata-se de um assunto de debilidade em sua constituição narcisista, na estruturação da psique. Podemos dizer, em termos menos acadêmicos, que é uma questão de baixa estima, que a única coisa que se pode garantir é que o ciumento vai construir relações doentes.

5. Sobre o seu reconhecimento de que o amor é o motor mais importante da vida. Devemos ter medo de amar?

Gabriel Rolón. Sustento que o amor é o motor pelo qual fazemos tudo. E não devemos ter medo de amar. Só devemos ter cuidado de não amar de um modo doentio, apostar na difícil construção de um vínculo sadio, porque só em uma relação sadia alguém pode encontrar o nível que necessita para construir para si um futuro que valha a pena ser vivido.

Termino esta mensagem, com este meu “sentir”:

– A ESSÊNCIA DE UM RELACIONAMENTO DE AMOR, É PARA SEMPRE NO CORAÇÃO FICAR.

Notas:

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3.O Psicanalista Gabriel Rolón é autor do livro “Encontros – Reflexões sobre o amor, o desejo e a ilusão”, lançado pela Editora Planeta do Brasil
4.Vídeo do youtube “CATADORA DE LINDEZAS”.

Muita paz e harmonia espiritual.

(202) Sentindo como encontrar a essência dos nossos sentimentos de espiritualidade.

Recentemente fui perguntado sobre o motivo de em muitas mensagens desta nossa caminhada de “autoconhecimento”, predominar os ensinamentos da psicologia analítica de Jung. Explico: Apesar de não pertencer à área de saúde, muito cedo (talvez por insights intuitivos) passei a acreditar que todos nós temos a capacidade de acessar a nossa interior “essência espiritual” e, por meio de estímulos de “expansão de consciência”, favorecer o “despertar” dos nossos “sentimentos espirituais”. Em síntese, trata-se de uma prática de “autoconhecimento” que exercito, voltada para o alcance do nosso “desenvolvimento espiritual”, que foi assim explicada pela doutora Daniela Benzecry (médica clínica, homeopata, e analista junguiana) no prefácio – “O resgate da espiritualidade pelos sentimentos” – do seu belo livro “Sentimentos, valores e espiritualidade – Um caminho junguiano para o desenvolvimento espiritual”, lançado no Brasil pela Editora VOZES, que recomendo como leitura obrigatória:

– Entende-se como desenvolvimento espiritual a progressiva ampliação da consciência, encontrando nela o sentido da vida, ou, dizendo de outro modo, é tornar a vida significativa na medida em que a consciência individual expande-se. É investir no Ser.

Estou convencido de que temos uma “consciência espiritual”; uma “missão” de necessidades de “evolução” por dimensões infinitas do nosso “existir” (mensagens: 108, 115, 137, 166, 183, 198 e 199).

Os estudos de Jung sobre a criação da teoria dos “arquétipos” reforçam esse meu “sentir”. Destaco da esclarecedora abordagem do psicanalista Conrado Matos, pós-graduado em Teoria Psicanalítica, publicada em setembro de 2010 na Edição 57, Ano V, da Revista PSIQUE, o seguinte:

– Percebe-se que Jung desejou em sua teoria psicológica, como meta suprema de realização humana, o autoconhecimento. Segundo Jung, as personalidades históricas que chegaram perto do conhecimento do seu próprio Eu foram, Jesus e Buda. (…) Jung dizia que muitos querem se autorrealizar sem o conhecimento de si mesmo, e completou justificando que os religiosos orientais através de práticas ritualistas, acompanhadas de meditações, no caso da ioga, por exemplo, capacitam o homem oriental a perceber o Eu de maneira mais rápida que o ocidental. Sendo assim, repito, Jung concretizou que é no autoconhecimento onde encontra o caminho para a autorrealização.

Esclarece, em seguida:

– (…) para Jung desenvolver seu trabalho clínico na prática, necessitou utilizar da espiritualidade, se envolvendo com consultas de mandalas, cartas de tarôs, mapas astrológicos, análise de sonhos premonitórios, com a parapsicologia e associação de palavras. Foi no mundo espiritual que Jung teve especial apreço, o que desempenhou um importante papel em sua própria vida, e, posteriormente, em sua própria carreira profissional.

Não tenho mais dúvida de que através da “transformação” e da “expansão” da nossa consciência, o ser humano melhora o “conhecimento de si mesmo” e, com mais facilidade, elabora o seu “sentido da vida”.

A busca interior da espiritualidade vem despertando o interesse da ciência, merecendo registro as pesquisas do neurocientista Beauregard, professor da Universidade de Montreal, sobre a procura das bases neurais dos sentimentos de religiosidade.

Por sua vez, para o físico quântico da Universidade de Oregon, Amit Goswami – “a consciência humana é transcendente”. Em entrevista publicada na Edição 71, Ano 16, da Revista SOPHIA, lançada no Brasil pela Editora Teosófica, ao ser perguntado sobre a existência de um paralelismo entre as descobertas atuais da ciência e a essência dos ensinamentos espirituais perenes, ele respondeu:

– Não se trata apenas de paralelismo. A ideia de que a consciência é a base de todo o ser é a essência de todas as tradições espirituais.

Termino esta mensagem com este sublime e belo “sentimento espiritual” do escritor e poeta Leonard Cohen:

– Eu vi você transformar água em vinho
Vi transformá-lo de volta em água, também
Sentei em sua mesa todas as noites (…)
Eu gostaria que houvesse um pacto
Entre o seu amor e o meu.

Notas:

1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
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Muita paz e harmonia espiritual

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