(310) Sentindo a subjetividade das nossas percepções sensoriais de “solidão” (Parte II).

“O FLUIR DA VIDA INFLUENCIA A ESSÊNCIA SENSORIAL DAS NOSSAS NECESSIDADES DE DESCOBERTAS EM TODOS OS SENTIDOS. TUDO DEPENDE DE NÓS, PARA VIABILIZAR OS NOSSOS DESEJOS E PROPÓSITOS DE VIDA. MEUS SENTIMENTOS DE “SOLIDÃO” SÃO POR MIM RECEBIDOS COMO MANIFESTAÇÕES INTERIORES DE APARÊNCIAS SUBJETIVAS DE “REALIDADES ABSTRATAS”, DEFINIDAS PELAS PERCEPÇÕES SENSORIAIS DE IMAGENS SIMBÓLICAS DO MEU EXISTIR EMOCIONAL. MUITAS DELAS ME ENTRISTECEM. OUTRAS, ME ENVOLVEM COM SAUDADES. MAS TODAS ME ENSINAM VALORIZAR AS PESSOAS QUE AMAMOS E CONTINUAMOS A AMAR, MESMO QUANDO NÃO PODEM MAIS ESTAR AO NOSSO LADO, MAS SÓ NAS LEMBRANÇAS DE MOMENTOS INESQUECÍVEIS.”
Estas palavras me foram intuídas para iniciar a continuação da mensagem anterior, sobre a subjetividade das nossas percepções de “solidão”. Nela, o astrólogo Oscar Quiroga recomenda, sempre que possível, a busca de explicações para todas as nossas percepções. Acrescento, neste nosso encontro: principalmente para as de “solidão”, porque concordo com este “sentir” do escritor alemão Hermann Hesse, para o qual peço a sua atenção:

– SOLIDÃO É O MODO QUE O DESTINO ENCONTRA PARA LEVAR O HOMEM A SI MESMO.

Para a doutora em Psicologia, Maria Amélia Penido, as conhecidas transformações sociais aceleradas e provocadas pela revolução tecnológica atingiram, significativamente, a forma como as pessoas interagem entre si. A “solidão”, pode ou não ser potencializada com o uso da internet. Gosto desta sua explicação sobre o fato de também estarmos sozinhos na chamada Era da Hiperconexão:

– Existe uma diferença entre estar sozinho e se sentir solitário. Eu posso estar conectado ou rodeado de pessoas e me sentir solitário, assim como posso estar só e não me sentir solitário. A forma como interpretamos o mundo, ou seja, nossos filtros mentais influenciam como nos sentimos e como nos comportamos. Como a solidão depende de uma avaliação individual e subjetiva, ter mais conexões ou possibilidades de conexão não diminui diretamente esse sentimento. [Nós] ainda cremos nos mitos da solidão e valores de autonomia e independência. A prevalência de solidão está crescendo e ainda assim você não houve as pessoas falando que se sentem solitárias, e isso ocorre porque a solidão é estigmatizada. Equivale a ser uma pessoa derrotada ou fraca, tem uma conotação negativa. Isso significa que estamos propensos a negar que nós nos sentimos sós, o que é tão ilógico quanto negar que sentimos sede, fome ou dor.

É interessante observar que na transcrição acima, bem como na mensagem anterior (com a reprodução de parte da citação da análise literária da doutora Ana Maria Haddad Baptista, em conjunto com Márcio José Andrade da Silva), fala-se sobre “a forma como interpretamos o mundo” e “como nos constituímos em nossa relação com o mundo”.

Pergunto:

– SOB UMA SUBJETIVA PERSPECTIVA DE INTERAÇÕES DE CAUSALIDADES, QUAL É A IMPORTÂNCIA DA NOSSA “VISÃO DE MUNDO” PARA AS PERCEPÇÕES SENSORIAIS DOS NOSSOS POSSÍVEIS ESTADOS DE “SOLIDÃO”?

Termino esta mensagem, respondendo a pergunta acima com esta explicação da doutora Daniela Benzecry:

– A visão de mundo relaciona-se mais ao direcionamento do ponto de vista do indivíduo, ou melhor, se o ponto de vista é de onde parte o olhar, a visão de mundo seria para aonde vai esse olhar, para onde se está olhando: Em qual direção e sentido? Portanto, a visão de mundo indica o sentido da vida da pessoa, em função do que ela vive.

Ora, se o olhar da pessoa é de “solidão”, as imagens recebidas da visão do seu “mundo exterior” serão recebidas com as mesmas matizes coloridas do seu solitário “mundo interior”.

Espero você no nosso próximo encontro.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2. A explicação da psicóloga Maria Amélia Penido, foi reproduzida da sua entrevista publicada na edição 165 da Revista PSIQUE, da Editora Escala; a citação da doutora Daniela Benzecry, do seu livro “Sentimentos, valores e espiritualidade – Um caminho junguiano para o desenvolvimento espiritual” da Editora VOZES.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer alegação que mereça ser melhor avaliada ou contrária aos interesses dos seus autores, mande a sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(309) Sentindo a subjetividade das nossas percepções sensoriais de “solidão” (Parte I).

“UMA VEZ QUE A ALMA PERCEBE O QUE PERCEBE, É IMPOSSÍVEL FINGIR O CONTRÁRIO, POIS, SE NÃO HOUVER UMA EXPLICAÇÃO À ALTURA DO QUE FOI PERCEBIDO, ENTÃO OS SENTIMENTOS QUE CIRCULAM CONGESTIONARÃO A ALMA. É ASSIM.” / “HÁ COISAS QUE PODEM MUITO BEM SER SENTIDAS E A ALMA RECEBER PLENAMENTE ESSAS INFORMAÇÕES, MAS QUE, AO MESMO TEMPO, NÃO PODEM SER EXPLICADAS, E NÃO SERIA SÁBIO TENTAR ARGUMENTAR SOBRE ELAS. MELHOR SÓ SENTIR.”
Maravilha! Esta é a vigésima oitava vez que o astrólogo Oscar Quiroga enriquece a nossa jornada para o “autoconhecimento” com a instigante subjetividade de muitas das suas previsões. Foram reproduzidas do seu horóscopo publicado na edição do dia 5 deste mês, do jornal O Estado de São Paulo”. Esse “sentir” de Quiroga está voltado para a necessidade de sempre que possível, serem por nós buscadas explicações para as nossas percepções sensoriais. Tema que tem despertado o meu interesse pela subjetividade das nossas percepções de “SOLIDÃO”.

Começo este nosso encontro pedindo sua atenção para esta explicação que encontrei na análise literária do filme “Medianeras”, feita pela mestra e doutora em Comunicação e Semiótica, Ana Maria Haddad Baptista, em conjunto com Márcio José Andrade da Silva, que é mestre em Filosofia Brasileira e também escreve sobre vídeos:

– A ESTRUTURA DE PENSAMENTO É COMO NOS CONSTITUÍMOS EM NOSSA RELAÇÃO COM O MUNDO, ELA É COMPOSTA POR TÓPICOS QUE IDENTIFICAM ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DE NOSSA SINGULARIDADE: COMO VEJO O MUNDO, COMO ME VEJO, MINHAS EMOÇÕES, E MAIS ALGUNS OUTROS TÓPICOS.

Em seguida, esclarecem: “(…) bem, os processos autogênicos são como esses tópicos se inter-relacionam, se aproximam, se afastam, se tencionam, promovendo, dessa forma, nossos movimentos existenciais.”

Dirigido por Gustavo Taretto, o tema do filme está centrado na “solidão urbana”, mostrada na cidade de Buenos Aires pela construção de milhares de prédios, sem nenhum critério de qualquer natureza, compondo, assim, um cenário totalmente prejudicial às relações sociais de convivências humanas. Em setembro de 2011, quando foi apresentado no espaço Reserva Cultural, no Estado de São Paulo, em entrevista concedida à Revista Casa e Jardim, ao ser perguntado se a arquitetura influencia o comportamento das pessoas, Taretto respondeu:

– Influencia muito e, como sociedade, não temos consciência do quanto ela repercute na vida. Ela está presente na rotina, na nossa casa, na organização do trânsito, na superpopulação de certos bairros, que se tornam intransitáveis. Não é a mesma coisa viver em um ambiente que tenha paredes pintadas de branco ou com uma cor escura. Todas as coisas modificam a nossa vida.

São muitas as moradas da “Solidão”. Umas existem dentro de nós, outras fora. Às vezes sentimos “Solidões” vestidas de “saudade”, com as cores dos nossos “quero mais”, “quero de novo”, “quero para sempre”. Delas não gosto quando suas vestes são de “tristezas” e de “perdas indesejadas”, porque machucam o nosso coração. As que mais incomodam são as que se acomodam em nós, torturando-nos a todo instante porque delas é difícil nos livrar.

Todos conhecem as suas “solidões”, do jeito que elas se mostram para nós. Clarice Lispector não escondia de ninguém: “Eu tenho que ser minha amiga, senão não aguento a solidão.” Para Vinícius de Moraes, “a pior solidão é a da pessoa que não ama”. Sêneca, filósofo estoico, dizia para todos que “sentir solidão não é estar só, é estar vazio”. Picasso via na solidão a sua fonte de inspiração; para ele “nada se pode fazer, sem a solidão. Gosto muito desta comparação da escritora e roteirista Adriana Falcão:

– SOLIDÃO É UMA ILHA COM SAUDADE DE BARCO.

No seu mais recente livro, “A estranha ordem das coisas – as origens biológicas dos sentimentos e da cultura”, lançado no Brasil pela Editora Companhia das Letras com tradução de Laura Teixeira Motta, ensina o neurocientista António Damásio:

– OS SENTIMENTOS FORNECEM INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O ESTADO DA VIDA, PORÉM NÃO SÃO MERAS “INFORMAÇÕES” NO ESTRITO COMPUTACIONAL RESTRITO. SENTIMENTOS BÁSICOS NÃO SÃO ABSTRAÇÕES, MAS EXPERIÊNCIAS DA VIDA BASEADAS EM REPRESENTAÇÕES MULTIDIMENSIONAIS DE CONFIGURAÇÕES DO PROCESSO DA VIDA.
A EXPERIÊNCIA SENTIDA É UM PROCESSO NATURAL DE AVALIAR A VIDA RELATIVAMENTE ÀS SUAS PERSPECTIVAS.

Espero você no nosso próximo encontro, com a segunda parte desta mensagem.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2. O vídeo “Poesia urbana (filme “Medianeras”) foi reproduzido do Youtube.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer alegação que mereça ser melhor avaliada ou contrária aos interesses dos seus autores, mande a sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(308) Sentindo o poder de “construir” os mundos das percepções do nosso existir.

“É NA BUSCA DA COMPLETUDE QUE CONHECEMOS COISAS SIMPLES QUE MOSTRAM A BELEZA DO EXISTIR. SER COMPLETO É ULTRAPASSAR NOSSO PRÓPRIO LIMITE HUMANO E NÃO DEIXAR ESPAÇO PARA VIVER. A FALTA QUE FAZ É A VOLTAGEM NECESSÁRIA PARA FLUIR A ENERGIA QUE MANTÉM A VIDA.”
São palavras do médico e psicoterapeuta junguiano Carlos São Paulo, na sua análise literária da obra infantil “A Parte que Falta”, escrita por Shel Silverstein, publicada no Brasil pela Editora Companhia das Letras. Por sua vez, sobre o livro “Authenticgames: vivendo uma Vida Autêntica”, do escritor Marco Túlio, da Editora Cultural, ele nos apresenta esta interessante analogia:

– Somos a ponte entre a percepção do mundo em nosso entorno – o mundo da luz – e o da percepção inconsciente – o mundo das trevas. Como resultado temos a imagem do mundo em que vivemos, o qual nos orienta na adaptação da nossa realidade. O mundo da luz nos deixa alheios ao que acontece na escuridão da alma, mas é na combinação dessas duas condições que nasce o “espírito do tempo”.

Em seguida, complementa:

– O filósofo Hegel difundiu zeitgeist como o “espírito do tempo”. Trata-se da alma de uma época que se expressa no clima intelectual e cultural do mundo. As incertezas, a rapidez da busca e o excesso de informações do mundo atual fazem parte do “espírito do tempo”. Muitos pertenceram a um mundo agora considerado obsoleto, ou seja, adquiriram experiências que não se aplicam mais aos filhos.

Há muito acredito que todos nós temos condições, podemos, e somos responsáveis pela construção dos nossos mundos. Do “interior”, que se manifesta pela linguagem simbólica das nossas percepções sensoriais, mostrando-nos em todos os sentidos a “essência” dos significados das nossas necessidades de completudes existenciais. Do “exterior”, através das buscas de realizações dos nossos desejos de alcances de satisfações em todos os nossos relacionamentos de conquistas. O que não podemos é esquecer deste precioso ensinamento da doutora Daniela Benzecry, que encontrei no seu belo livro “Sentimentos, valores e espiritualidade – Um caminho junguiano para o desenvolvimento espiritual”, publicado pela Editora VOZES:

– Embora costumemos ver no mundo externo a causa para o que sentimos, o mundo externo não é a causa em si, funcionando mais como uma oportunidade dos sentimentos surgirem, pois o sentimento é uma função de relação. É necessário haver a interação do mundo interno com o mundo externo ou com um conteúdo interno para que o sentimento ocorra. (…) Desse modo, a causa dos sentimentos estaria mais relacionada a nós mesmos do que à realidade externa. A realidade externa funciona como a tela em que o mundo interno é projetado por meio da emoção deflagrada no encontro com o mundo externo, e a vivência consciente daquela emoção produziria o sentimento.

Conclui a doutora Daniela, com a sua clareza de estilo:

– Entrando em contato com os nossos sentimentos e escutando-os, no sentido de observar o que eles comunicam sobre nós mesmos, podemos descobrir com base em quais valores nos conduzimos e perceber a visão de mundo no qual eles se apoiam. E se desejarmos conquistar o bem-estar a partir de dentro, não haverá outro caminho que não seja uma transformação íntima do ser – a qual vem acompanhada de uma mudança da visão de mundo -, já que é o mundo interno que os sentimentos refletem.

Estou plenamente convencido de que qualquer prática de interiorização através de um silencioso “voltar-se para si mesmos” (procurando conhecer ou elaborar significados para os nossos sentimentos e emoções), ajuda-nos construir a nossa “individualidade” existencial; ajuda-nos construir o nosso “mundo externo” de interações em todos os sentidos do nosso “viver”. Isto porque, como ensina a doutora Daniela Benzecry no seu livro acima citado, a “função sentimento” determina o valor de algo para a pessoa, interfere nas nossas escolhas, ensejando-nos a nossa aceitação ou rejeição.

Por sua vez, afirma António Damásio no seu mais recente livro “A estranha ordem das coisas – as origens biológicas dos sentimentos e da cultura”, lançado no Brasil pela Editora Companhia da Letras, com tradução de Laura Teixeira Motta (recomendo, como leitura obrigatória):

– Em circunstâncias comuns, os sentimentos comunicam à mente, sem o uso de palavras, se a direção do processo da vida é boa ou má, em qualquer momento, no respectivo corpo. Ao fazerem isso, eles naturalmente qualificam o processo da vida como conducente ou não ao bem-estar e à prosperidade.

Construir para ressignificar as realidades dos nossos mundos interno e externo, favorece o conhecimentos das nossas necessidades de experiências de vida (como acredito, inclusive de natureza espiritual).

Termino esta mensagem, com este “sentir” da psicóloga Cláudia Maria França Pádua, transmitido no seu artigo “As profundezas do indivíduo”:

– A forma com que agimos é determinada pela percepção peculiar que temos do mundo, ou seja, como nosso cérebro estrutura o mundo ao seu redor e o delimita. Algumas aptidões são inatas, mas, ao testá-las, percebemos que precisam de um estímulo sensorial para serem ativadas. Nosso corpo é o edifício, todo o arcabouço que integra o indivíduo e o delimita em suas ações e reações. O arquétipo representa um conteúdo inconsciente, o qual se modifica através de sua conscientização e também percepção, assumindo variantes de acordo com a consciência individual na qual se manifesta.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2. As citações do doutor Carlos São Paulo e da psicóloga Cláudia Maria França Pádua (que foram feitas sem a indicação das suas fontes de publicação), foram respectivamente reproduzidas das edições 147, 129 e 151, da Revista PSIQUE, da Editora Escala.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer alegação que mereça ser melhor avaliada ou contrária aos interesses dos seus autores, mande a sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(307) Sentindo a necessidade de “repensar” o significado existencial, de todos nós seres humanos.

Começo escrevendo esta mensagem do nosso “Mundo do Faz de Conta”, mas com muita dificuldade para lhe transmitir tudo que estou sentindo. É triste, muito triste. Um inaceitável, que poderia ter sido evitado:

UM SER HUMANO FOI ESPANCADO E POR ASFIXIA LEVADO À MORTE, NA PORTA DE UM SUPERMERCADO.

Neste “mundo imaginário”, se pudéssemos esquecer todas as leis dos homens. Se pudéssemos esquecer que existe “cor da pele”. Se pudéssemos acreditar que é mentira tudo que nós foi mostrado. Se pudéssemos não conhecer as motivações desse revoltante acontecimento. Se pudéssemos não ter que apurar responsabilidades. Se fosse possível ninguém esqueceria do nosso mundo, quando no dia 10 de dezembro de 1948 foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos que estabelece no seu artigo terceiro:

– TODO SER HUMANO TEM DIREITO À VIDA, À LIBERDADE E À SEGURANÇA PESSOAL.

Pergunto para você:

– Sob uma “subjetiva” perspectiva do comportamento humano, como podemos explicar o que aconteceu e que, para mim, considero ter sido um “retrocesso” do nosso processo civilizatório de conquistas sociais na história da humanidade?

Nesta jornada para o “autoconhecimento” (mensagem 001), sempre que faço referência às “realidades” modeladas pelas nossas percepções sensoriais de “subjetividades”, lembro-me desta interessante informação da doutora Ana Maria Haddad Baptista, transmitida nos seus comentários da obra “Diários”, de Lúcio Cardoso, que foi organizada por Ésio Macedo Ribeiro, da Editora Civilização Brasileira:

– IMMANUEL KANT, ENTRE DEZENAS DE OUTROS QUE PODERIAM SER CITADOS, FOI UM DOS PRINCIPAIS PENSADORES A ESTABELECER BASES SÓLIDAS PARA RECONHECERMOS UM NOVO MODELO DE SUBJETIVIDADE. PARA PERCEBÊ-LA MUITO PRÓXIMA DO QUE HOJE A ENTENDEMOS. OU SEJA: EM QUE MEDIDA DIALOGAMOS COM NOSSA INTERIORIDADE? EM QUE MEDIDA TEMOS ACESSO À NOSSA VERDADEIRA FORMA DE EXISTIR?

Em dezembro de 2004, ao ser perguntado sobre qual é o papel do nosso corpo na emergência da consciência”, o neurocientista António Damásio respondeu em entrevista concedida à Revista “Viver Mente & Cérebro Scientific Américan”:

– A consciência de si é construída a partir de uma imagem do corpo, que decorre por sua vez das sensações que experimentamos (frio, calor, palpitações do coração, movimentos etc.). Elaboramos uma imagem de nosso corpo e de suas reações em função dos constrangimentos externos. Representação do corpo e consciência estão intimamente ligados.

Em seguida, Damásio explicou como o ser humano desenvolveu uma “consciência de si”:

– Penso que o corpo precisa verificar sem cessar que seu equilíbrio (sua homeostase) está sendo respeitado. O cérebro deve receber informações atualizadas sobre o estado do corpo a fim de regular os mecanismos vitais. Diante de um perigo, o corpo reage por meio de um conjunto de reações fisiológicas, que o cérebro converte em atividade neuronal. É preciso aceder à atividade neuronal e tomar consciência dela para agir. Para o organismo, é a única maneira de sobreviver num meio em perpétua mudança. As emoções, sem sentimentos emocionais conscientes, não bastam.

Sobre os sentimentos em nossas vidas, ensina Damásio no seu mais recente livro “A estranha ordem das coisas – as origens biológicas dos sentimentos e da cultura”, lançado no Brasil pela Editora Companhia Das Letras, com tradução de Laura Teixeira Motta (que recomendo para os interessados, como leitura obrigatória):

– Os sentimentos são a própria revelação, a cada mente individual, da condição da vida no respectivo organismo, expressa ao longo de uma faixa que vai do positivo ao negativo. (…) Sentimentos são as experiências subjetivas do estado da vida, isto é, da homeostase, em todas as criaturas dotadas de mente e de um ponto de vista consciente. (…) Os sentimentos nos dizem o que precisamos saber.

Conclui Damásio, com o seu consistente e didático estilo:

– Em resumo, sentimentos são experiências de certos aspectos do estado da vida dentro de um organismo. Essas experiências não são meramente decorativas. Elas fazem algo extraordinário: um relato, momento a momento, do estado da vida no interior do organismo.

Volto ao início desta mensagem:

UM SER HUMANO FOI ESPANCADO E POR ASFIXIA LEVADO À MORTE, NA PORTA DE UM SUPERMERCADO.

Como entender essa triste “realidade”?

Gosto destas considerações do psicólogo e filósofo José Mauricio de Carvalho, sobre o seu livro “O Homem e a Filosofia”, publicado pela Editora Mikelis (já citado, na mensagem 250):

– Podemos procurar entender a vida do homem de várias formas: contrapondo o que a Ciência diz ao que a Filosofia ensina, articulando imanência e transcendência da consciência ou das relações pessoais ou, ainda, pura e simplesmente descrevendo o viver. São formas válidas, complementares e interessantes de enfrentar a questão. Aqui se vai fazê-lo a partir de dois eixos de articulação: existência e cultura. É razoável articular conceitos tão diferentes para o enfrentamento desse problema? O que eles significam? Existência descreve algo, ou melhor, diz que algo tem realidade. Cultura, por sua vez, se refere ao trato de alguma coisa, a um produto ou, até mesmo, a certa conduta ou criação humana. A questão da existência, já o dissemos, relaciona-se com a realidade, e realidade é problema que há séculos desperta a curiosidade humana.

Sobre o que é “realidade”, ele esclarece:

– Podemos dizer que realidade é o que se experimenta pelos sentidos, em contraposição ao que pensamos. É algo que toca a sensibilidade em contraposição ao raciocínio. Porém, para falar de realidade é preciso que o percebido pela sensibilidade chegue à consciência e ali seja examinado, porque não basta experimentar sem entender ou referenciar o que sentimos. No entanto, realidade também é o que opõe resistência a nossas ações e não só física. Um outro eu que pensa ou age diferente também ajuda a entender a realidade. (…) O estar “no mundo” ou o “ser aí” em meio às coisas tornou-se condição para pensar a realidade, conforme resumiu Roger Garaudy mencionando Martin Heidegger (1966, p.53): “O ser humano, diz Heidegger, só pode definir-se a partir de seu existir, isto é, de sua possibilidade de ser ou não ser o que ele é”. E o que essa condição revela? Existir significa um modo especial de ser, que contempla o próprio problema da realidade. Ao tentar descrever a realidade que é a sua vida, o indivíduo fica perplexo, pois não consegue entender perfeitamente o que ele é. Ele se lança num futuro incerto, em direção ao que ainda não existe, e está cercado do nada. Ele se sente perdido na insegurança de suas escolhas, incorre em culpas, angustia-se com sua incompletude e percebe seus limites. Além dos limites individuais percebe-se em meio a crises da civilização que também perturbam o modo como ele vive e as razões que ele mobiliza para viver. Nos momentos de crise de civilização crenças e valores são mais profundamente questionados e o homem se vê com novos problemas. Nestas ocasiões, o que ele deve fazer e como pensar se torna especialmente complicado.

Agora sintam esta sua primorosa síntese:

– PARA FALAR DE REALIDADE É PRECISO QUE O PERCEBIDO PELA SENSIBILIDADE CHEGUE À CONSCIÊNCIA E ALI SEJA EXAMINADO, PORQUE NÃO BASTA EXPERIMENTAR SEM ENTENDER OU REFERENCIAR O QUE SENTIMOS.

Assim complemento, com este meu “sentir”:
1. Acredito que nem tudo está perdido, porque entendo que existem muitas fontes de inspirações de “realidades”. As minhas são definidas pela essência da “abstração simbólica” dos meus sentimentos. São, portanto, projeções recebidas da minha “Sensibilidade da Alma”.
2. Entendo que tudo que se manifesta de “dentro de nós” e muito do que vem “de fora” para dentro nós, nos proporciona sintonias de harmonizações de envolvimentos interiores com os nossos “estados de espírito”.
3. Não devemos querer “separar”, querer “dissociar” a pessoa, da subjetividade das representações cognitivas das suas “experiências de vida”. São as nossas “subjetividades” que espelham a nossa “singularidade existencial”. Somos nós que construímos as nossas manifestações de “realidades”. Vejam estes exemplos: Para Platão, nós vivemos no mundo do irreal onde tudo o que vemos é somente uma sombra imperfeita de uma realidade mais perfeita. Fernando Pessoa, entendia que precisamos ser realista, para descobrir a realidade. Romântico, para criá-la”. John Lennon, afirmava que a realidade deixa muito espaço à imaginação”. Para Albert Einsten, a realidade é meramente uma ilusão, apesar de ser uma ilusão muito persistente.

Termino esta mensagem, com esta perguntas que merecem serem refletidas por todos nós:
1. Como podemos construir para as nossas gerações futuras, um novo modelo sociocultural que impeça a banalização da vida por um “não à violência”, à “discriminação do seu semelhante” para, assim, consolidar e perpetuar o respeito à vida e à dignidade da pessoa humana?
2. O que é “ser humano” (e não o que é o “ser humano”)?
3. Você acredita que há condições para o “renascer” de um novo progresso humano, principalmente em termos de mais demonstrações de civilidade humanista?
Para esta última pergunta, a minha resposta é ACREDITO.

Muita paz e harmonia espiritual, para todos nós.

(306) Sentindo a subjetiva necessidade de se ter consciência dos nossos estados emocionais.

Todos nós precisamos ficar perceptivos às nossas alterações emocionais, principalmente nestes momentos difíceis marcados pelas incertezas desta pandemia. Devemos observar tudo que se manifesta em nós, recebido de fontes de estímulos diversos. Precisamos voltar atenção para como reagimos às nossas realidades de interações, porque todas são, principalmente para nós, sugestivas de representações simbólicas e significativas de imagens dos nossos estados sensoriais de envolvimentos existenciais, sejam eles de que natureza forem.

O ser humano compõe uma simbólica “unidade existencial” com as imagens abstratas das nossas relações de integração, em todos os sentidos do nosso existir. É quando, por exemplo, definido e dimensionado pelas matizes da nossa subjetividade interior, somos envolvidos por uma sensação de “Totalidade Maior” que, a ela, podemos nos “sentir” unos ao contemplar a fantástica dimensão de infinitude do Universo.

Gosto desta explicação da doutora Daniela Benzecry: “Os sentimentos e as emoções pesam nas nossas escolhas e, por conseguinte, em nossos comportamentos e no modo como nos adaptamos à realidade. Uma vez que os sentimentos diferem entre as pessoas para uma mesma coisa, nota-se que o valor apreendido depende mais de como as coisas são encaradas, da visão de mundo pessoal, do que das coisas em si. Os valores dependem da visão de mundo de cada um. É a visão de mundo que determina como alguém vê o mundo; ela orienta a vida da pessoa e, assim, as suas escolhas. A visão de mundo não é simplesmente como um indivíduo pensa o mundo ou acha que pensa o mundo, embora ela interfira nos conceitos e julgamentos que a pessoa faça (pensamento)”.

Merece destaque, este seu entendimento:

– A VISÃO DE MUNDO RELACIONA-SE MAIS AO DIRECIONAMENTO DO PONTO DE VISTA DO INDIVÍDUO, OU MELHOR, SE O PONTO DE VISTA É DE ONDE PARTE O OLHAR, A VISÃO DE MUNDO SERIA PARA AONDE VAI ESSE OLHAR, PARA ONDE SE ESTÁ OLHANDO: EM QUAL DIREÇÃO E SENTIDO? PORTANTO, A VISÃO DE MUNDO INDICA O SENTIDO DA VISA DA PESSOA, EM FUNÇÃO DO QUE ELA VIVE.

De acordo com a proposta de criação desta jornada para o “autoconhecimento” (mensagem 001), com esta mensagem também desejo “despertar” em você a importância de focar o seu “olhar” para dentro de você, para as percepções sensoriais recebidas da sua “subjetividade interior”. Entendo que com esse “voltar-se para si mesmo”, você favorecerá condições de conhecimento de muitas das matizes significativas da sua “singularidade existencial”, da sua “individualidade como pessoa” que tem a “consciência de si mesmo” e das suas realidades.

“CONSCIÊNCIA”!
Com esta palavra chegamos a uma parte importante deste nosso encontro. Prestem atenção nestas palavras do neurocientista António Damásio, no seu livro “O mistério da consciência – do corpo e das emoções do conhecimento de si”, publicado pela Editora Companhia da Letras, que recomendo a leitura: ”

– Se elucidar a mente é a última fronteira das ciências da vida, a consciência muitas vezes se afigura como o mistério final na elucidação da mente. Há que o considere insolúvel. (…) A questão da mente em geral e da consciência em particular permite aos humanos dar vazão ao desejo de compreender e ao apetite de admirar-se com sua própria natureza, que segundo Aristóteles é o que distingue os seres humanos. O que poderia ser mais difícil de conhecer do que conhecer o modo como conhecemos? O que poderia ser mais deslumbrante do que perceber que é o fato de termos consciência que torna possíveis e mesmo inevitáveis nossas questões sobre a consciência?”.

Agora, vejam que interessante e expressiva síntese de Immanuel Kant (1724-1804):

– EXISTEM DOIS MUNDOS: O MUNDO DA EXPERIÊNCIA SENTIDA POR NOSSOS CORPOS E O MUNDO DAS COISAS EM SI.

Para Kant, “sensibilidade” é a capacidade de sentir as coisas no mundo. Uma coisa aparece para nós somente quando é sentida pela mente. Mas as “coisas em si” são incognoscíveis”.

Com a finalidade de ser mantida uma certa padronização de espaço nas mensagens postadas, termino pedindo a sua atenção para esta parte do artigo “O Corpo é apenas carne?”, com base na filosofia de Merleau-Ponty (1908-1961) e sobre a compreensão de nosso próprio estado físico), do Psicólogo e Psicoterapeuta Existencial e também licenciado em Filosofia, André Ribeiro Torres, publicado na Edição 128, Ano X, da Revista “Filosofia”, da Editora Escala:

– A consciência é um ato, um movimento da estrutura física fornecida pelo corpo em direção ao mundo, em busca de objetos para estabelecer relações. Esses objetos, por sua vez, só terão uma significação quando percebidos por uma consciência. A consciência é relação, não um lugar. E, sendo relação, está conectada a algum objeto do mundo inevitavelmente. (…) A consciência não absorve objetivamente toda a verdade que emana do objeto.

Espero você no nosso próximo encontro, com a continuação de novo enfoque desta mensagem.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2. A explicação da doutora Daniela Benzecry, médica clínica, homeopata e analista junguiana, foi reproduzida do seu belo livro “Sentimentos, valores e espiritualidade – Um caminho junguiano para o desenvolvimento espiritual”, da Editora VOZES; a citação do filósofo Immanuel Kant, do “O Livro da Filosofia”, Penguin Random House, publicação da Editora Globo.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer alegação que mereça ser melhor avaliada ou contrária aos interesses dos seus autores, mande a sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(305) Sentindo, para o seu “pós-pandemia”, que já podemos modular a percepção dos nossos sentimentos (Parte Final da 296).

Chegamos ao final desta série sobre a possibilidade de serem por nós criadas condições de preparação interior para, como acredito, subjetivamente viabilizar o nosso desejado “pós-pandemia” por meio de uma necessária modulação dos nossos sentimentos. Começo com este esclarecimento preliminar necessário: Os enfoques de todas as mensagens, foram por mim recebidos por “intuição”. Por esta razão, não me preocupei com a observância de uma prévia sistematização na apresentação dos seus temas o que, para muitos, certamente pareceu não existir relação com o repetido enunciado do título acima.

Sabemos que o porvir que nos espera é um desconhecido, manifesto e dimensionado em nós pela triste e preocupante realidade que estamos vivenciando com esta pandemia. São experiências de muitas incertezas presentes e também futuras, que podem nós causar fragilidades em todos os sentidos do nosso “existir” e “viver”, principalmente de natureza emocional. São tempos que, como desejo para todos nós, favorecem necessidades de buscas de “introspecções” e de “fortalecimento” interior e espiritual.
Pergunto para você:

– COMO PODEMOS ENTENDER ESSA POSSIBILIDADE DE MUDANÇAS DOS NOSSOS “ESTADOS SENSORIAS” DE EXPECTATIVAS (INCLUSIVE INCONSCIENTES), RELACIONADAS A UM NOVO “RENASCER” PARA TODA A HUMANIDADE?

Peço a sua atenção para esta previsão do astrólogo Oscar Quiroga, que encontrei no seu horóscopo publicado na edição do dia 31 do mês passado, do jornal “O Estado de São Paulo”:

– HÁ UMA MUDANÇA DE CONCEITOS EM PLENA OPERAÇÃO NA SUA VIDA INTERIOR, UMA MUDANÇA DE PERSPECTIVA DO SEU OLHAR EM RELAÇÃO AOS ACONTECIMENTOS. ESSA É UMA TRANSFORMAÇÃO PROFUNDA E DE EFEITOS DURADOUROS.

Que bela, expressiva e “influente” possibilidade de “modulação natural” dos nossos sentimentos! Observem que Quiroga foi direto ao sintetizar, por palavras, a essência da sua percepção astrológica. Com clareza ele se refere à duas importantes “mudanças” atuantes em nós, nestes momentos difíceis da pandemia: a de “conceitos” (na nossa “vida interior”) e a de um novo “olhar” (voltado para os acontecimentos que vivenciamos). O que mais me tocou, foi este seu conclusivo “sentir”:

– É UMA TRANSFORMAÇÃO PROFUNDA E DE EFEITOS DURADOUROS.

Em nossas vidas, “tudo” é uma questão individual e personalíssima de “ACREDITAR”. Primeiro, de “ACREDITAR” em nós mesmos em qualquer circunstância. Mas nesta pandemia deverá ser, principalmente, um “ACREDITAR” no “nascer” urgente de mais união de “solidariedade humanista” e na nossa capacidade de “superação”. Assim estou fortalecendo o meu “ACREDITAR”, porque estou convencido de que a origem subjetiva de todas as nossas “imagens sensoriais” está na “ALMA”, está no nosso “CORAÇÃO” para, no momento certo, serem “despertas” em nós, na nossa “consciência” e serem, por cada um de nós, espelhadas para todos.

Certo é que nós somos os únicos responsáveis pela “construção emocional” no nosso “TEMPO DO EXISTIR”. É nele quando, nas minhas fragilidades, angústias e tristezas, dou em mim um merecido “puxão de orelha” e, em silêncio, lembro das perguntas feitas na sua “Clínica do Existir”, pelo conceituado terapeuta e psicólogo Nichan Dichtchekenian, sobre a existência da pessoa, da maneira que essa pessoa dá conta de seu existir, das suas limitações, medos, angústias, etc.” No Brasil, ele é respeitada referência criteriosa na perspectiva filosófica conhecida como Fenomenologia Existencial. São estas, as perguntas:

– COMO VOCÊ LIDA COM AQUILO QUE DETERMINA VOCÊ?
– O QUE VOCÊ FAZ COM AQUILO QUE CARACTERIZA VOCÊ?
– QUE TIPO DE DECISÕES VOCÊ TOMA OU NÃO TOMA?
– QUAL O SENTIDO DE VOCÊ SER COMO VOCÊ É?

Em seguida, na sua prática de terapia existencial ele explica:

– [FAÇO ESTAS PERGUNTAS] PORQUE SE VOCÊ É DESTE JEITO É PORQUE VOCÊ REALIZA ALGO DESTE JEITO, VOCÊ ESTÁ ALCANÇANDO UMA PRESENÇA NA VIDA.

Também gosto deste “pensar” do doutor Nichan Dichtchekenian:

– O HOMEM É DISPONIBILIDADE PARA OS OUTROS, PARA O MUNDO, PARA AS INÚMERAS POSSIBILIDADES.

Agora, peço muita atenção para esta explicação da doutora Marta Relvas, que é Bióloga e Pesquisadora da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC):

– O córtex pré-frontal nos ajuda a atribuir um significado emocional a cada experiência que vivemos, o que facilita muito a tomada de decisão, pois em momentos futuros esse valor emocional pode ser trazido à tona, nos ajudando a prever se o desfecho de uma situação será positivo ou negativo. As emoções e os sentimentos fazem parte de nossa vivência e são importantes na solução de problemas, no raciocínio e no funcionamento inteligente, em relação às questões com que o ser humano se depara em sua vida, num constante equilíbrio/desequilíbrio em busca de uma homeostasia. O ser humano reage à detecção de um desequilíbrio no processo de vida e, ao perceber esse desequilíbrio, procura corrigi-lo, no sentido de adaptar-se, dentro dos limites da biologia humana e do ambiente físico social.

Complemento, com estas importantes explicações da psicóloga Luiza Elena L. Ribeiro do Valle que, dentre outros publicados, é autora do livro “Cérebro e Aprendizagem – um jeito diferente de Viver, da Walk Editora:

– A regulação das emoções constitui uma habilidade fundamental para a interação social, influenciando diretamente na expressão de sentimentos e no comportamento de cada pessoa. (…) A terapia cognitiva-comportamental (TCC) baseia-se numa postura construtivista de que nossas representações de eventos internos e externos determinam nossas respostas emocionais e comportamentais. Nossas cognições ou interpretações sobre os fatos refletem formas de processar informações.

Termino, com este precioso ensinamento do neurocientista António Damásio, selecionado do seu mais recente livro “A estranha ordem das coisas” (contendo profunda análise sobre as origens biológicas dos sentimentos e da cultura), lançado no Brasil pela Editora Companhia Das Letras, que recomendo a leitura:

A EXPERIÊNCIA SENTIDA É UM PROCESSO NATURAL DE AVALIAR A VIDA RELATIVAMENTE ÀS SUAS PERSPECTIVAS.

Se você gostou desta série de mensagens, faça uma subjetiva “modulação” da percepção dos seus sentimentos. Será o caminho que levará você para o seu desejado “pós-pandemia”.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2. As citações do doutor Nichan Dichtchekenian foram reproduzidas da sua entrevista concedida em 2008 à jornalista Fernando Savaglia, publicada na edição 38 da Resista PSIQUE, da Editora Escala; as da Bióloga Marta Relvas, do seu artigo “Cérebros e os likes das redes sociais” e da psicóloga Luiza Elena L. Ribeiro do Valle, do seu artigo “Ferramentas da Aprendizagem”, respectivamente publicados nas edições 149 e 133, também da Revista PSIQUE da Editora Escala.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer alegação que mereça ser melhor avaliada, mande a sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(304) Sentindo, para o seu “pós-pandemia”, que já podemos modular a percepção dos nossos sentimentos (Parte IX da 296).

“O MEU MUNDO É O DA SUBJETIVIDADE, DAS PERCEPÇÕES SIGNIFICATIVAS QUE EM MIM, COM MUITA FREQUÊNCIA SE MANIFESTAM EM SINTONIA DE HARMONIZAÇÃO INTERIOR. O MEU MUNDO É O DAS DESCOBERTAS NÃO PROCURADAS, QUE ACONTECEM PELOS CAMINHOS DA MINHA VIDA E SENDO, MUITAS DELAS, EXPLICADAS SOMENTE NAS CHEGADAS DOS DESTINOS CONQUISTADOS QUE ME SURPREENDEM. NO MEU MUNDO NÃO ME GUIO, MAS SOU GUIADO PORQUE, COMO ACREDITO, TEMOS POR MERECIMENTO NOSSO UMA MISSÃO DEFINIDA PARA CADA UM DE NÓS.
O MEU MUNDO É O DA PLENITUDE TRANSCDENDENTE DO MEU “SENTIR”!
São minhas palavras, motivadas pela leitura desta análise do astrólogo Oscar Quiroga, no seu horóscopo publicado na edição do jornal “O Estado de São Paulo”, do dia 24 do mês passado:

– A PERFEIÇÃO É FACTÍVEL.
A perfeição não é impossível, apenas dá muito trabalho para realizar, e não é qualquer pessoa que aceita essa condição. Por isso, se perfeição desejas, não abaixes tua bola te convencendo de que seria melhor tomar essa atitude, para evitar futuras decepções. Se perfeição desejas, em primeiro lugar isso é assim porque tua imaginação a percebe, e se em pensamentos a ela te conectas, só falta aceitares o árduo caminho de aprimoramento constate para a realizar. Se a palavra perfeição existe é porque o conceito está disponível para ser realizado, e inúmeras obras humanas ao longo da história comprovam que a perfeição é factível. Porém, se tu desistes logo de entrada, porque te dá preguiça, essa é uma decisão que tu tomas e que define a natureza do teu destino.

MARAVILHA! MARAVILHA!

Observe que Quiroga, com sabedoria de vida, entende que “PERFEIÇÃO” é possível de ser realizada. É possível de ser por nós “alcançada”. Concordo e lembrei deste “sentir” do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, autor da conhecida fábula infantil “O Pequeno Príncipe”:

– A PERFEIÇÃO NÃO É ALCANÇADA QUANDO NÃO HÁ MAIS NADA A SER INCLUÍDO. A PERFEIÇÃO É ALCANÇADA QUANDO NÃO HÁ MAIS NADA A SER RETIRADO.

Da análise de Quiroga, o que mais aguçou a minha atenção foi o seu entendimento sobre o nosso desejo de “PERFEIÇÃO”. Para ele, nós temos a capacidade de percebê-la com a “imaginação” e a ela nos conectarmos em “pensamentos”. Nesse sentido, de modo conclusivo Quiroga foi direto:

– TUDO É UMA QUESTÃO DE “ACEITAÇÃO”. SE A PALAVRA “PERFEIÇÃO” EXISTE É PORQUE O CONCEITO ESTÁ DISPONÍVEL PARA SER REALIZADO.

Pergunto para você:

– QUAL É O SEU “CONCEITO” DE PERFEIÇÃO?

– NESTA PANDEMIA, EXISTEM MANIFESTOS “ESTADOS DE PERFEIÇÃO”?

Para lhe ajudar responder, lembrei do filósofo Gilles Deleuze (1925-1995) que considerava a Filosofia um processo para “construir conceitos”.

Mais uma vez enriqueço a nossa jornada para o “autoconhecimento” (mensagem 001), com estas considerações da doutora Ana Maria Haddad Baptista, reproduzidas da sua bela, consistente e esclarecedora abordagem “A Literatura em diálogo com a Filosofia”, que foi publicada na edição 138 da Revista “Humanitas”, da Editora Escala (partes a seguir numeradas e adaptadas, com as minhas palavras):

1. Deleuze nunca se abatia por ondas de pessimismo de qualquer natureza. Jamais se conformou com a homogeneidade do pensamento. Destaco estas suas palavras: “O filósofo é o amigo do conceito, ele é o conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos. O amigo seria o amigo de suas próprias criações?”.

2. Acrescenta Deleuze: “Os conceitos não nos esperam inteiramente feitos, como corpos celestes. Não há céu para os conceitos. Eles devem ser inventados, fabricados ou antes criados, e não seriam nada sem a assinatura daqueles que os criam”.

Agora, “sintam” esta expressiva conclusão da doutora Ana Maria Haddad:

– A GRANDE LIÇÃO DE DELEUZE PARA A HUMANIDADE ESTÁ, ENTRE OUTRAS COISAS, EM MOSTRAR QUE A VIDA NÃO SE ESGOTA. O ESGOTAMENTO PROPOSTO PELOS PESSIMISTAS NÃO PODE SER ASSIMILADO. OS SIGNOS IMATERIAIS E, PORTANTO, SENSÍVEIS CINTILAM INDICANDO A TÃO SONHADA INTERSUBJETIVIDADE. UM DOS ÚNICOS CAMINHOS PARA A SINCRONIA TOTAL DAS RELAÇÕES E PARA ATENUAR NOSSA INCOMPLETUDE.

Plagiando a “essência subjetiva” da sua conclusão acima, termino esta mensagem com este meu “sentir”:

1. Em qualquer momento do nosso viver (com ou sem pandemia), somos nós que “criamos” as nossas subjetivas e interiores realidades de “PERFEIÇÕES”, elaborando “para nós mesmos” os nossos conceitos representados por “modelagens sensoriais” das nossas necessidades de completudes existenciais e emocionais”.
2. Os nossos sentimentos e ideais de buscas de “PERFEIÇÃO”, sejam de que natureza forem, são “despertos” dentro de nós e não, a contrário”, de “fora para dentro de nós”.
3. Nesta pandemia, sentir-se pertencente no Universo como “parte una” de uma “PERFEIÇÃO SUPERIOR”, nos fortalece (inclusive espiritualmente) na superação de todas as nossas dificuldades e desafios. Ou seja: nas palavras da doutora Ana Maria Haddad, nos fortalece no “ACREDITAR” que nesta nossa atual, triste e difícil realidade – “A VIDA NÃO SE ESGOTA”.

Espero você, na continuação desta mensagem.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo neste espaço virtual qualquer alegação que mereça ser melhor avaliada, mande o seu comentário no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(303) Sentindo, para o seu “pós-pandemia”, que já podemos modular a percepção dos nossos sentimentos (Parte VIII da 296).

“VOLTO À “JANELA DA VIDA” E CONTEMPLO IMAGENS SENSORIAIS DAS NOSSAS NECESSIDADES DE COMPLETUDES EM TODOS OS SENTIDOS DO NOSSO “VIVER”. SÃO ELAS QUE TAMBÉM COMPÕEM MOSAICOS INTERIORES QUE, QUANDO DESPERTOS EM NÓS, REFLETEM MATIZES COM SIGNIFICADOS SIMBÓLICOS DA NOSSA “ALMA”. MUITO DELES PODENDO, INCLUSIVE, FAVORECER PARA NÓS ALCANCES DE NOVOS HORIZONTES PELO NOSSO FLUIR EXISTENCIAL.”
São minhas palavras, que fortalecem e me preparam para superar esta triste e preocupante pandemia. Nós estamos vivenciando tempos de “transformações” e de “incertezas” em todas realidades, inclusive nas nossas subjetivas e imaginárias. São “estados emocionais” que exigem um permanente “estar presente” voltado, principalmente, para nós mesmos, para o nosso “agora interior”. Certo é que tudo acontece “quando” e “como” tem que acontecer, independente do nosso querer. As imprevisibilidades continuarão existindo, assim como as que surgem e nos supreendem logo depois das curvas das estradas, porque nunca sabemos o que nos espera. Gosto desta explicação da doutora Michele Müller, que possui especialização em Neurociências e Neuropsicologia da Educação (a seguir reproduzida, com a minha numeração):

1. Estar presente é o requisito para perceber a vida de forma plena e deixar-se maravilhar por ela. Quando a mente está presente, ela defende, nos tornamos sensíveis ao contexto. Mas não basta decidir estar presente: o domínio da atenção é uma habilidade que, como qualquer outra, precisa ser exercitada.
2. Trazer a mente para o presente envolve também o exercício da aceitação, outro conceito enraizado na filosofia oriental. Deixar de se apavorar com as possibilidades imaginárias depende de aceitarmos – e até apreciarmos – o incerto.
3. Devemos lembrar que qualquer pergunta que nos fazemos mentalmente vem com todos tipos de possibilidades – tanto negativas quanto positivas. Criadas e alimentadas pela mente ausente, essas presunções estão quase sempre erradas. Errar nas positivas pode trazer uma enorme frustração. Erras nas negativas – sempre as mais comuns e acompanhadas de evidências que construímos com mestria – nos coloca em constante estado de preocupação.

Parecendo-me muito apropriado para o nosso “agora”, Michele esclarece de modo direto e conclusivo:

– COISAS RUINS ACONTECEM, MAS É BOM TRAZER À CONSCIÊNCIA QUE NOSSAS TEMÍVEIS PREVISÕES MUITO RARAMENTE CORRESPONDEM À REALIDADE E QUE, MESMO EM MOMENTOS DIFÍCEIS, O CENÁRIO IMAGINADO PODE SER MUITO PIOR QUE O REAL.

Assim como a abstrata passagem do “Tempo” em nossas vidas, como as passagens das nuvens no céu, também vão passar, diluir e ficarem enfraquecidas muitas lembranças desta pandemia. Como desejo e acredito, será o surgimento da plenitude de um novo “RENASCER”, renovado pelas energias dos nossos sentimentos revigorados de “SOLIDARIEDADES HUMANISTAS”, de “UNIÃO” e de “FRATERNIDADE UNIVERSAL”. Todos eles, em nós imantados por uma contagiante e permanente necessidade de respeito à “DIGNIDADE HUMANA”.

Justifico esse meu sentir de “ESPERANÇA”, de “ACREDITAR”, com esta explicação do psicólogo Marco Callegaro, mestre em Neurociências e Comportamento, manifestada no seu consistente artigo “O novo INCONSCIENTE das Neurociências”, para a qual peço a sua atenção (a seguir reproduzida, com a minha numeração e ordem de apresentação):

1. O primeiro movimento na direção de uma nova teoria sobre os processos inconscientes foi desencadeado pelo psicólogo John Kihlstrom, que usou a expressão “inconsciente cognitivo” em um artigo publicado na revista Science, em 1987. Kihlstrom argumentou que o funcionamento mental envolve processos inconscientes e conteúdos conscientes. Os conteúdos conscientes provêm do processamento de informações, mas não estamos conscientes do processamento em si, somente do resultado final.

2. A ideia central de Kihlstrom sobre o funcionamento do processamento inconsciente é a de que o cérebro efetua muitas operações complexas, cujo resultado pode se transformar em conteúdo consciente, embora não tenhamos acesso às operações que originam este conteúdo. Desde sua formulação pioneira, várias pesquisas importantes expandiram ainda mais o modelo inicial. Estudos demonstraram que praticamente todos os principais processos mentais podem operar automaticamente.

3. Esse novo modelo ganhou impulso com a publicação do livro, ainda não traduzido, The New Unconscious (Hassim, Uleman e Bargh, 2005) [obs. estas considerações, são de junho de 2014], onde os pesquisadores mais importantes da área revelam os mecanismos inconscientes do processamento complexo de informação envolvidos no afeto, na motivação, na autorregulação, no controle e na metacognição.

4. Várias descobertas em Neurociências contribuem para um novo conceito do inconsciente. Por exemplo, as pesquisas revelaram que existem vários sistemas de memórias implícitas (também chamadas de não declarativas), que são de fundamental relevância para compreender cognições que não são acessíveis à percepção consciente. Uma memória explícita, consciente ou declarativa se refere a uma lembrança consciente de algum episódio prévio, onde o sujeito consegue lembrar de algum aspecto da experiência quando questionado. Já uma memória implícita é demonstrada por qualquer mudança no pensamento ou ação que é atribuída a alguma experiência passada, mas sem lembrança consciente do evento ocorrido.

5. Com a verdadeira revolução das pesquisas em Neurociências, é natural que as áreas de conhecimento que envolvem o cérebro e a mente sejam impactadas e tenham seus conceitos reformulados. Essa revisão de conceitos tem atingido a formulação do inconsciente, um dos redutos tradicionalmente mais misteriosos da ciência psicológica. Com o avanço nas novas metodologias de investigação, a mente inconsciente, gradualmente, sai de um estágio ainda naturalístico e passa a ser estudada experimentalmente em laboratórios de Neurociências cognitivas e sociais.

Termino esta mensagem, com este meu “sentir”:

NO PALCO DA VIDA, CADA UM DE NÓS ESTAMOS CONHECENDO E REPRESENTANDO A NOSSA HISTÓRIA POR CAMINHOS DE DESCOBERTAS DAS NOSSAS NECESSIDADES DE MELHORIAS E DE EVOLUÇÃO DO NOSSO EXISTIR. TEMOS UMA MISSÃO DEFINIDA, EM NÓS E PARA NÓS, COM ESSÊNCIA DE ESPIRITUALIDADE SUPERIOR. NÓS VAMOS VENCER A COVID-19!

Espero você, na continuação desta mensagem.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2. As palavras da doutora Michele Müller e do psicólogo Marco Callegaro fora respectivamente reproduzidas dos seus referidos artigos publicados nas edições 131 e 102 da Revista PSIQUE, da Editora Escala.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer alegação que mereça ser melhor avaliada, mande a sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

(302) Sentindo, para o seu “pós-pandemia”, que já podemos modular a percepção dos nossos sentimentos (Parte VII da 296).

“O “TEMPO” É UMA ABSTRAÇÃO, UM MOSAICO DE APARENTES PERCEPÇÕES SENSORIAIS DE “IMPERMANÊNCIAS”, QUE VIVENCIAMOS COM A SUBJETIVA SENSAÇÃO DE “PASSAGEM” EM NOSSAS VIDAS.”
São minhas palavras sobre a nossa percepção de “tempo”. Nesta pandemia, escutei de algumas pessoas que para elas o “tempo” parou. São manifestações que também podem ser explicadas por reações emocionais causadas pelas necessárias medidas de proteção em isolamento social e de controle de permanências e circulação pública em diversos lugares. Certo é que somos responsáveis pelas nossas ações, porque temos a capacidade de definir, para nós mesmos, realidades existenciais e imaginárias. São preferências de escolhas que fazemos, por caminhos diversos. Muitos deles, concebidos e modelados com expectativas de destinos ainda desconhecidos. O meu “tempo”, não me condiciona. Por vezes, até parece não existir. Dos meus “tempos de descobertas”, guardo os aprendizados que me fortalecem e ajudam ressignificar o meu “viver”.

O que motivou esta mensagem foi o interessante e bem elaborado artigo “Tempos Suspensos”, da doutora Ana Maria Haddad Baptista, publicado na Edição 137 da Revista Humanitas, lançada no Brasil pela Editora Escala. Ana Maria é graduada em Letras, possui mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), pós-doutoramento em História da Ciência pela Universidade de Lisboa e PUC/SP, autora de diversos livros publicados no Brasil e no exterior. Há muito fiquei esperando uma oportunidade como esta, para enriquecer a nossa jornada para o “autoconhecimento” (mensagem 001). A minha leitura do seu curriculum, confesso, me deu orgulho de ser brasileiro. Com esmerada sensibilidade de estilo, Ana assim manifestou parte do seu “sentir” sobre o “tempo” de pandemia:

– A experiência do isolamento social tornou ainda mais urgente a compreensão do tempo, esse senhor cuja biografia foi explorada por muitos pensadores. Invisível, ele sempre escancara a nossa finitude.

A verdade sempre teve uma relação essencial com o tempo, por lembrar uma vez mais de Deleuze. E aqui a velha pergunta: o que é o tempo? Como falar a respeito de algo que é invisível? Mas todos sentimos, de alguma forma, certa dimensão que flui internamente e ao nosso redor. O tempo. Eterno mistério. O tempo! Um processo que nos conduz à finitude pelos caminhos mais diversos. Heidegger lembra que o relógio não é o tempo. O relógio é uma relação indireta com o tempo. Mede-o. Apenas isso. Um mero indicador de que alguma coisa passa. Uma apreensão. Nada mais do que isso.

Para Paul Ricoeur existem duas leituras a respeito do tempo que se apresentam com mais clareza. Complementam-se. Uma cosmológica e outra psicológica. Admite, o pensador francês, que não há como unificar o tempo em termos conceituais. Tal perspectiva deve nos conduzir a questões mais amplas. Em outras palavras: o tempo cosmológico se desdobra pelas cronologias, e o tempo psicológico, de alma, mergulha em subjetividades. Tempo quantitativo. Tempo qualitativo.

Tempos suspensos, ou seja, aqueles que imprevisíveis rompem com nosso cotidiano social e subjetivo, na maioria das vezes, preenchidos pelo tédio. (…) Nessa perspectiva nos colocam, talvez, em face de reflexões mais amplas a respeito de nós mesmos. Em que medida nossas frequências subjetivas podem ser ativadas e potencializadas? Em que medida nossos abismos, sempre vertiginosos, podem e devem ser acionados? Em que medida temos a capacidade e disposição para viver, de fato, o instante?

FOME DE SENTIDO
E finalmente, pensando, em parte, com Jean-Luc Nancy, a nossa identidade, individual e coletiva, quando em situação de tempos em descontinuidade, tempos suspensos, vacilam. Oscilam. Com isso as contradições que nos cercam se tornam, sobretudo, mais exponenciais. O que nos leva à busca de um sentido para a vida. Na verdade, imersos em um tempo que nos expõe à própria exposição, ou seja, espaços e valores que eram identificáveis, de repente, se tornam inconsistentes. A existência se torna opaca a si mesma. Como existir sem clareza de um sentido para a vida? Ou nas palavras de Nancy: “Como fazer ver que o sentido se expõe impenetrável, e nos expõe a esta compacidade?” Precisamos, com urgência, de um pensamento que materialmente seja poroso a ponto de estar disposto a se desfazer em prol da criação de um mundo novo. Que realmente convoque a nossa, tão em vias de falir, capacidade de admiração.

Para mim são reflexões que merecem a nossa atenção, no sentido de valoração das nossas vidas, principalmente nesta triste e preocupante realidade que estamos vivenciando.

Espero você no nosso próximo encontro.

Notas:
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2.Havendo neste espaço virtual qualquer alegação que mereça ser melhor avaliada, mande o seu comentário no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual

(301) Sentindo, para o seu “pós-pandemia”, que já podemos modular a percepção dos nossos sentimentos (Parte VI da 296).

“NÓS SOMOS RESPONSÁVEIS PELAS NOSSAS ESCOLHAS, INDEPENDENTE DOS RESULTADOS QUE PODEMOS ALCANÇAR DIANTE DO DESCONHECIDO. NO NOSSO AGORA, VIVENCIAMOS SENSÍVEIS MUDANÇAS NAS NOSSAS SUBJETIVIDADES. TUDO QUE ACONTECE PELO FLUIR PERMANENTE E CONTÍNUO DO NOSSO EXISTIR, POSSUI SIGNIFICADOS QUE PRECISAM SER POR NÓS CONHECIDOS E INTERPRETADOS. AS REALIZAÇÕES DO NOSSOS DESEJOS E SONHOS DE VIDA, NÃO ESTÃO SUJEITAS À PASSAGEM DO TEMPO. COMO ACREDITO, SÃO ANSEIOS QUE SE ENTERNIZAM POR DIMENSÕES INFINITAS DE TRANSCENDÊNCIA ESPIRITUAL DO NOSSO EXISTIR. SEUS SIGNIFICADOS EXISTENCIAIS, NÃO DEPENDEM DE QUALQUER TIPO DE MATERIALIZAÇÃO NESTA DISMENSÃO DE VIDA, PORQUE PERMANECEM PARA SEMPRE EM NOSSAS ALMAS.”
São minhas palavras, que me foram intuídas para iniciar esta mensagem logo após a leitura destas partes da análise literária do médico e psicoterapeuta junguiano Carlos São Paulo, sobre o último livro de Gabriel Garcia Márquez, “Memórias de Minhas Putas Tristes”, publicado no Brasil pela Editora Record. Um belo exemplo da força de realização dos nossos desejos de completudes em todos os sentidos do nosso “viver”. Gabo (como Gabriel Garcia Márquez era conhecido), conta a história de um jornalista solitário que aos 90 anos de idade, sentindo as mudanças psicobiológicas do envelhecimento, resolve dar para si um presente: liga para uma amiga cafetina e pede para conseguir uma adolescente virgem para com ela passar uma louca e desejada noite de amor. Na sua análise literária, explica o doutor Carlos São Paulo:

– O nonagenário viveu a doce ilusão que o amor costuma provocar, a de se sentir completo como quem une as duas pontas: a de antes do começar a vida sexual com a de quando essa vida termina. A solidão e a morte se perturbam com a presença do amor. (…) Nossas figuras internas, muitas delas desconhecidas, aparecem em nossos sonhos. Elas nos indicam uma direção a seguir, como coparticipantes de nosso destino. Por vezes, não as compreendemos. Outras, achamos que elas explicam acontecimentos do cotidiano apenas para lembrar que eles existiram. E, frequentemente, queremos categorizá-las. Como se os fenômenos do mundo das trevas interior pudessem ser explicados com o nosso habitual modo de pensar. Essas imagens, grosso modo, querem, somente, sinalizar nossa incompletude veiculada pela solidão e pela saudade. Nossos sonhos podem ser fantásticos e alucinatórios ou, apenas, aparecer como o cotidiano vestido na roupagem dos acontecimentos comuns e sem sentido para a consciência. Outras vezes trazem a vivência do momento, reeditada com a transcrição de experiências passadas, governadas pelos medos, desejos e esperanças. Quando não atendemos às orientações desses personagens e acontecimentos internos, mas apenas tentamos nos adaptar ao mundo externo no que esperam de nós, corremos o risco de perder a individualidade. Isso significa viver uma vida fútil e sem sentido. A imagem de nossa completude está na alma que se harmoniza com o corpo. Essa imagem precisa do objeto concreto, que o acolha para tornar possível a ilusão dessa completude. São esses encontros, responsáveis pelos eventos, que traduzem a sensação do existir, que, verdadeiramente, contam o nosso tempo. Embora definamos o tempo vivido pelo número de vezes que o astro completa seus ciclos; por outro lado, são aqueles eventos que, efetivamente, definem o nosso tempo de existir.

Volto às minhas palavras do início desta mensagem:

– AS REALIZAÇÕES DO NOSSOS DESEJOS E SONHOS DE VIDA, NÃO ESTÃO SUJEITAS À PASSAGEM DO TEMPO. SÃO ANSEIOS QUE SE ETERNIZAM (…). SEUS SIGNIFICADOS EXISTENCIAS NÃO DEPENDEM DE QUALQUER TIPO DE MATERIALIZAÇÃO NESTA DIMENSÃO DE VIDA, PORQUE PERMANECEM PARA SEMPRE EM NOSSAS ALMAS.

Assim como o personagem de Gabo não se deixou vencer pelas limitações pessoais da sua idade avançada, resolvendo buscar a realização do seu antigo sonho de vida; nós também precisamos conhecer a nós mesmos, os nossos desejos e a nossa potencialidade interior, para que possamos encontrar e consolidar um novo sentido para a nossa existência e fortaleça os nossos desejos, sejam eles de que natureza forem.

Termino esta mensagem, com este “sentir” da psicóloga clínica Lidiane Klein, que possui especialização em neuropsicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS):

O PERÍODO QUE ESTAMOS VIVENDO É O MOMENTO PROPÍCIO PARA BUSCARMOS UMA INTROSPECÇÃO, DE NÓS PERMITIRMOS OLHAR PARA DENTRO DE NÓS MESMOS E RECONHECER AS NOSSAS EMOÇÕES.

Espero você, na continuação desta mensagem.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.A citação da análise literária do doutor Carlos São Paulo, foi reproduzida da Edição 102 da Revista PSIQUE, publicação da Editora Escala. A citação da Psicóloga Lidiane Klein, do seu artigo “Pandemia da Emoção”, publicado na Edição 137 da Revista Humanitas, também da Editora Escala.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

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