(329) Sentindo com a chegada de 2022, o poder de ressignificar o tempo do nosso existir.

“O TEMPO CORRE, O TEMPO É CURTO: PRECISO ME APRESSAR, MAS AO MESMO TEMPO VIVER COMO SE ESTA MINHA VIDA FOSSE ETERNA.”

São palavras de Clarice Lispector. Com a chegada de um novo ano, foram escolhidas para lhe desejar um permanente “renascer” de melhorias em todos os sentidos do seu viver. Ao querer intensamente perpetuar o seu existir, Clarice parece brincar com a passagem do tempo em nossas vidas. Sempre enriquecendo a nossa jornada para o “autoconhecimento” (mensagens 015, 038, 190, 271, 275, 277, 320, 326), não esqueço quando fiquei surpreso com esta sua confissão:

– Faço o possível para escrever por acaso. Eu quero que a frase aconteça. Não sei expressar-me por palavras. O que sinto não é traduzível. Eu me expresso melhor pelo silêncio. Expressar-me por meio de palavras é um desafio. Mas não correspondo à altura do desafio. Saem pobres palavras.

Só depois de seguidas leituras acreditei ser de Clarice esse silêncio, para nós transmitir o seu envolvente “sentir” com a sensibilidade da alma. Com graduação em Letras, formação em Linguística e doutorado em Psicologia explica a psicanalista Lucília Maria Abrahão, que se dedica ao estudo das principais interpretações relacionadas ao tempo e as intersecções entre a linguagem e o psiquismo humano:

– A linguagem é incompleta, opaca e equívoca e não nos dá garantia de inteireza. A criação é um dos modos de dar borda ao impossível dizer, ao que não conseguimos colocar em palavras. Justamente porque nos faltam palavras para denominar o mundo e os sentimentos, a criação acontece como uma aposta em algo que não se sabe como é, o que é, de que modo se constitui. Muitos artistas e escritores não conseguem explicar sua
obra e seus mecanismos de composição justamente por isso.

Nesta jornada para o “autoconhecimento” dediquei muitas mensagens sobre o “tempo”. Destaco as seguintes: Sentindo se a “passagem do tempo é ilusória” (042), Sentindo a subjetividade ilusória do tempo, em nossas vidas (109), Sentindo como “sentir” a passagem do tempo em nossas vidas (130), Sentindo a vida, sem a ilusão do tempo em nós ficar (168), Sentindo com o “tempo da espera”, o que aprendemos com o “AMOR”, Sentindo a subjetividade do “tempo”, em nossas vidas (264) e Sentindo a necessidade de criar um sentido simbólico para o tempo do nosso existir, nesta pandemia (289).

Agora peço a sua atenção para estes ensinamentos do médico e psicoterapeuta junguiano Carlos São Paulo, na sua análise literária do livro “História da sua vida”, de Ted Chiang, lançado no Brasil pela Editora Intrínseca, que foi adaptado para o cinema com o filme “A Chegada” (a seguir, com a minha numeração):

1. Imagine um momento em que você sente o tempo escoar de forma circular, um verdadeiro “eterno retorno” dos domingos que o deixam na expectativa da segunda-feira, enquanto você também experimenta esse tempo escoar de forma linear de tal modo que, ao olhar para sua vida, lembra-se dos momentos importantes que se passaram e percebe essa progressão medida pelos relógios e calendários até constatar o envelhecimento.

2. Imagine também que assim como podemos recuar ao passado, também pudéssemos enxergar o futuro. Esses e outros assuntos são discutidos no conto “História da sua vida”.

3. A investigação científica tem se deslocado para além da compreensão humana. Na Psicologia Analítica, damos importância aos sonhos e sua funcionalidade teleológica. O inconsciente pode fazer com que cada momento de sua vida influencie todos os outros, para frente e para trás. Assim, a intenção no futuro poderá modificar as probabilidades de uma enfermidade. Um simples diagnóstico pode influenciar o curso da doença. Dessa forma, a psicoterapia é um método que nos faz voltar no tempo para alterar nosso próprio futuro.

4. A vida é uma espécie de espetáculo cujo roteiro não controlamos. Vivemos envolvidos com gozos que se desmancham com o sofrimento e vice-versa.

Começo 2022 com esta certeza:

– O MEU TEMPO EXISTE, É VIDA !

(328) Sentindo o poder de criar as nossas realidades emocionais.

“PROJETA TUA MENTE E EMOÇÕES AO FUTURO QUE SONHAS REALIZAR, TE DEIXA TOMAR PELO ENCANTAMENTO DA IMAGINAÇÃO E DESFRUTA DOS SENTIMENTOS MAGNÍFICOS QUE ISSO EVOCAR EM TEU CORAÇÃO.”

São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, reproduzidas do seu horóscopo publicado na edição do dia 29/09/2021 do jornal O Estado de São Paulo. Para este nosso encontro, complemento com esta introdução das suas previsões do dia 10 deste mês de dezembro:

– Longe é um lugar que não existe, impossível é apenas uma questão de perspectiva, inúmeras frases motivadoras existem para te ajudar a criar imagens dinâmicas que encurtem a distância entre tuas pretensões e tua realidade atual. Nenhuma experiência motivadora será suficiente, nunca, se tu não a aproveitas para te lançar ao futuro com atrevimento. Evita esperar ter certeza dos resultados, a motivação há de te servir para aplacar as vozes da angústia que gritam não haver certeza alguma sobre o que virá. Elas estão certas, não há garantia de nada, portanto, de nada vale que acredites mais em que tudo vai dar errado, o que importa é que continues jogando e apostando com atrevimento.

Prestem atenção: Sabemos que na espécie humana o desenvolvimento do nosso psiquismo é essencialmente subjetivo. Assim como também são, muitos dos resultados que podemos alcançar com as conhecidas práticas de interiorização. Vejam este exemplo do consagrado historiador israelense Yuval Noah Harari, autor dos best-sellers Sapiens “Uma Breve História da Humanidade” e “Homo Deus”. Praticante da “Meditação Vipassana” há vinte anos (técnica que se baseia na percepção de que o fluxo da mente está ligado às nossas sensações corporais), respondeu ao ser perguntado sobre como ela lhe ajuda lidar com a sua vida de celebridade (mensagem 235):

– Entre mim e o mundo, há sempre sensações corporais: eu não reajo aos eventos do mundo exterior, reajo às sensações que eles provocam no meu corpo. Quando a sensação é desagradável, sinto aversão. Se é agradável, desejo mais. Mesmo quando penso que estou reagindo a uma memória antiga de infância ou ao que alguém escreveu sobre mim no jornal, a verdade é que tudo se dá no meu corpo. Vipassana me treina a me concentrar no que está acontecendo dentro de mim, e não no mundo exterior, revelando assim os padrões básicos da minha mente. O sofrimento não é uma condição objetiva no mundo exterior, é uma reação gerada pela nossa mente.

Como repetidas vezes tenho afirmado nesta jornada para o “autoconhecimento” (proposta de criação definida na mensagem 001), cada um de nós devemos exercitar um permanente “voltar-se para si mesmo” para, quando possível, conseguir “significar” as suas intuições, sensações, sentimentos e emoções. Acontece que nem sempre nós temos consciência da linguagem simbólica dos nossos estados emocionais. Explica o neurocientista António Damásio, no seu livro “O mistério da consciência – do corpo e das emoções ao conhecimento de si”, lançado no Brasil pela Editora Companhia Das Letras com tradução de Laura Teixeira Motta:

– Não precisamos ter consciência do indutor de uma emoção, com frequência não temos e somos incapazes de controlar intencionalmente as emoções. Você pode perceber-se num estado de tristeza ou de felicidade e ainda assim não ter nenhuma ideia dos motivos responsáveis por esse estado específico. Uma investigação cuidadosa pode revelar causas possíveis, e uma ou outra causa pode parecer mais provável, porém frequentemente você não consegue ter certeza. (…) Em outras palavras, não necessariamente prestamos atenção às representações que induzem emoções e que depois conduzem sentimentos, independentemente de elas significarem ou não algo externo ao organismo ou algo lembrado internamente. Representações do exterior ou do interior podem ocorrer independentemente de um exame consciente e ainda assim induzir reações emocionais. Emoções podem ser induzidas de maneira inconsciente e, assim, afigurar-se ao self consciente como aparentemente imotivadas.

Agora volte a sua atenção para o início desta mensagem e pense na recomendação de Quiroga, feita no sentido de projetar para um futuro desejado, a sua “mente” e “emoções”. Estas, na sua previsão astrológica, foram por mim entendidas como sendo “sentimentos emocionais”, assim nominados na linguagem da Psicologia e das neurociências.

Aproximando-se o Natal, renovo para você e seus familiares o meu “sentir” da mensagem 076.

Notas:
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2. Havendo neste espaço virtual qualquer citação que seja contrária à vontade dos seus autores, será imediatamente retirada após o recebimento de solicitação em “comentários”, no final desta mensagem ou para edsonbsb@uol.com.br .

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(327) Sentindo a necessidade de conhecer as nossas subjetivas interações emocionais (Parte Final da 326).

“SE AS EMOÇÕES NÃO EXISTISSEM, A VIDA SERIA UM TÉDIO PARA NOSSA HUMANIDADE, E UMA BOA PARTE DO ESTILO EXISTENCIAL QUE PREDOMINA DEIXARIA DE SER AUTOMATICAMENTE. TU NÃO PRECISAS FAZER ESFORÇO PARA TE EMOCIONAR, ISSO ACONTECE POR INÉRCIA, PORÉM, PARA PENSAR TU PRECISAS QUERER DECIFRAR A REALIDADE, QUERER ENCONTRAR A VERDADE POR TRÁS DELA.”

“TODAS AS PESSOAS TÊM INTERESSES ENVOLVIDOS COM EMOÇÕES E TAMBÉM DIFICULDADES PARA VIVER SATISFAZENDO SEUS DESEJOS E SUPRINDO AS NECESSIDADES. NINGUÉM ESTÁ LIVRE DESSA COMPLICAÇÃO. É NECESSÁRIO COLABORAR.”

São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, reproduzidas do seu horóscopo publicado nas edições dos dias 29/12/2020 e 05/04/2021 do jornal Correio Braziliense. A exemplo de muitas outras já citadas nesta jornada para o “autoconhecimento”, foram escolhidas principalmente pela instigante subjetividade de muitas das suas previsões astrológicas.

Perguntar como seria o mundo sem “emoções”, perguntar sobre os interesses que envolvem “emoções”, certamente as possíveis respostas ensejam indagações sobre nós mesmos e também podem motivar proveitosas experiências de interiorização. Assim entendo, porque não se deve individualizar, nem separar o homem das influências recebidas das suas realidades existenciais que, em suas essências, são representadas por significados de imagens simbólicas que são construídas e modeladas pelo psiquismo humano.

Para favorecer o despertar interior das nossas percepções sensoriais, peço a sua atenção para estas duas recomendações:
1. Conhecer os ensinamentos das neurociências (complementados pelos da Psicologia), principalmente sobre as nossas sensações, emoções, sentimentos, e intuições. São essas buscas que nos ajudam ser pessoas mais “introspectivas” e “subjetivas” em todas as nossas interações (sugestão de leitura complementar com ensinamentos do neurocientista António Damásio: mensagens 060, 073, 269, 309, 315 e 320).
2. Sempre que possível, com naturalidade, procure não fazer ilações precipitadas sobre as visões das nossas “realidades objetivas”. Para algumas pessoas, podem transmitir resultados enganosos. Faça o teste do final desta mensagem.

Com relação à contribuição da Psicologia, tem sido valiosa a ajuda sobre a nossa necessidade de “regulação emocional” (entenda-se como sendo a capacidade individual de “conhecer” e “aprender lidar” com as manifestações dos nossos estados emocionais). Explica a Psicóloga Luiza Elena L. Ribeiro do Valle, no seu artigo “Ferramentas de Aprendizagem” publicado em janeiro de 2017 na edição 133 da Revista PSIQUE, da Editora Escala:

– A regulação das emoções constitui uma habilidade fundamental para a interação social, influenciando diretamente na expressão de sentimentos e no comportamento de cada pessoa. A regulação das emoções tem sido definida como estratégia consciente ou inconsciente dirigida a manter, aumentar ou diminuir um ou mais componente dos comportamentos e respostas fisiológicas que constroem as emoções (Mauss; Evers; Wilhelm; Gross, 2006), em cada individuo.

Complemento com este entendimento do mestre em Ciência da Motricidade Humana, André Codea, sobre as nossas realidades (“Sentido e significado dirigem o cérebro”, artigo publicado em agosto de 2019 na edição 164 da Revista PSIQUE, da Editora Escala):

– A realidade que se apresenta aos nossos sentidos – e que damos significado – decorre do processamento neural que fazemos a partir dos estímulos ambientais. […] O que significa que dar sentido às experiências possui implicações que podem contribuir para um envolvimento maior das pessoas com aquilo com que estão lidando naquele dado momento.

TESTE – Para calcular mentalmente, com resposta no final das notas abaixo:

Se você tem 1000 e soma 40, depois acrescenta outros 1000 e soma mais 30. Aí, soma outros 1000 e, agora, mais 20. Por fim, soma outros 1000 e mais 10. Qual é o total?

NOTAS:
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3. Tendo interesse de ser com antecedência avisado sobre as postagem de novas mensagens, faça o seu pedido pelo e-mail acima indicado.
4. RESPOSTA DO TESTE: Muitos respondem 5000 mas está errado, porque em algumas pessoas a sequência decimal acaba confundido o cérebro. O resultado certo é 4.100.
Fonte: Esse teste foi publicado em 2014 na Revista “Segredo da Mente”, Ano 1, número 2, da Editora Alto Astral.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(327) Sentindo a necessidade de conhecer as nossas subjetivas interações emocionais (Parte II da 326).

“PERCEBER EQUIVALE SEMPRE A INTERPRETAR E, PORTANTO, A ATRIBUIR CARACTERÍSTICAS A SINAIS SENSORIAIS. AS PERCEPÇÕES SÃO SEMPRE CONSTRUÇÕES MENTAIS.”

“SEM A EXPERIÊNCIA SUBJETIVA QUE APREENDEMOS POR MEIO DA INTROSPECÇÃO, NÃO SE PODERIA FALAR DE CONSCIÊNCIA. NA VERDADE, NÃO PODERÍAMOS NEM FALAR DO QUE QUER QUE FOSSE.”

São palavras monge budista Matthieu Ricard, selecionadas do seu livro “Cérebro e Meditação – Diálogos entre o Budismo e a Neurociência”. Escrito em parceria com o neurobiologista Wolf Singer, foi publicado no Brasil pela Editora Alaúde com tradução de Fernando Santos. Foram escolhidas para iniciar este nosso encontro, porque todas “experiências subjetivas” são fontes de conhecimento e de aprendizados. Mas nessa imersão ao desconhecido da nossa “subjetividade interior”, reveste-se de importância quando temos “consciência” dos seus significados. Muitos deles, em nossas vidas, influenciados e modelados pela sensorial linguagem simbólica do nosso “inconsciente”. Sugestão de leitura (mensagem 268).

Sobre uma série de atividades integradas ao cérebro, gosto desta explicação da doutora Susan Greenfield, que é pesquisadora da Universidade de Oxford (Publicada na Edição 368, de novembro de 2016, da Revista Superinteressante, da Editora Abril):

– A consciência não é um lampejo, mas um contínuo de conexões dos seus neurônios, que vão ocorrendo do momento em que você nasce até o fim da sua vida. A cada nova experiência, seu cérebro faz uma representação mental que é armazenada em sua memória. Quanto mais o mundo passa a ter significado para você, mas conexões são feitas no cérebro.

Agora, prestem atenção: “Emoção” é experiência subjetiva. Naturalmente todos nós “sentimos” as manifestações dos nossos estados emocionais. Ensina o neurocientista António Damásio no seu mais recente livro, “A estranha ordem das coisas – as origens biológicas dos sentimentos e da cultura”, publicado no Brasil pela Editora Companhia das Letras com tradução de Laura Teixeira Motta (a seguir, com minha numeração):

1. A experiência sentida é um processo natural de avaliar a vida relativamente às suas perspectivas. 2. Em circunstâncias comuns, os sentimentos comunicam à mente, sem o uso de palavras, se a direção do processo da vida é boa ou má, em qualquer momento, no respectivo corpo. Ao fazerem isso, eles naturalmente qualificam o processo da vida como conducente ou não ao bem-estar e à prosperidade. 3. O desencadeamento de respostas emotivas ocorre de modo automático e não consciente, sem a intervenção da nossa vontade. Frequentemente, percebemos que uma emoção está acontecendo não por causa da situação que a desencadeia, mas porque o processamento da situação causa sentimentos, isto é, experiências mentais conscientes do evento emocional. Depois do sentimento, podemos entender (ou não) porque estamos nos sentindo de certo modo. 4. Qualquer imagem que entra na mente tem direito a uma resposta emotiva.

Sobre as nossas interações existenciais esclarece o médico e psicoterapeuta junguiano Carlos São Paulo, na sua análise literária do premiado livro “Extraordinário”, da autora americana R. J. Palacio, que conta a história de August Auggie, um menino de 10 anos que nasceu com o seu rosto sem harmonia facial (Revista PSIQUE, Edição n.143, publicação da Editora Escala):

– Na Psicologia de C. G. Jung, cada sujeito precisa se relacionar com o mundo externo e objetivo se adaptando a ele; mas também existe um mundo interno e subjetivo, repleto de experiências do ser humano e de nossas próprias vivências guardadas, com diversas tonalidades afetivas, que também exigem que possamos nos relacionar e nos adaptar a ele. Nesse modelo da Psicologia, a estrutura da relação com o mundo externo foi chamada de “Persona”, que é um modo de imaginarmos como somos vistos pelos outros. A imaginação de Auggie, sobre nos conhecer com máscaras e depois nos sentirmos em contato com a verdade, evitaria o preconceito, para permitir que pudéssemos ser conhecidos em nossa essência. […] Na Psicologia de Jung, a estrutura da relação para com o mundo mais profundo da nossa natureza, o mundo interior, foi chamada de “Alma”. E são esses conteúdos existentes na “Alma” que, ao se manifestarem, sofrem a ação da consciência, separando-os em opostos irreconciliáveis. Na “Alma” não há separação entre o perfeito e o imperfeito, existe o ser. É ao passar pela consciência que esse ser pode se transformar no belo, com as suas formas harmônicas e proporcionais, ou em sua oposição, a feiura. […] O sentimento de assombrar o outro, ser motivo de risos, acontece até essas pessoas encontrarem a capacidade de amar a si mesma, para ser possível serem vistas em sua essência.

Muito antes desta mensagem, fiquei convencido de que nós precisamos conhecer os “significados sensoriais” da linguagem simbólica das nossas “emoções” (se possível, através de um nosso “escutar silencioso” elaborado e construído pelas projeções interiores recebidas da nossa “Sensibilidade da Alma”). Também é assim que tudo se mostra para nós, com as composições das matizes sensoriais das imagens do nosso imaginário. Talvez tenha sido por isso que no seu livro acima citado, Matthieu conta esta história:

– Dois cegos queriam compreender o que são as cores. Para um deles disseram que a neve é branca. Quando ele pegou um punhado de neve, concluiu que o branco era frio. Para o outro cego, disseram que os cisnes eram brancos. Ele ouviu um cisne passando por cima da sua cabeça e deduziu que o branco era o som do barulho de asas no ar.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Notas:

(326) Sentindo a necessidade de conhecer as nossas subjetivas interações emocionais (Parte I).

“HÁ MOMENTOS DA VIDA QUE SÓ PODEM SER DECIFRADOS QUANDO VOCÊ SE DEDICA A OS VIVER, SEM NECESSIDADE DE DECIFRAR ABSOLUTAMENTE NADA. ENQUANTO TUDO ACONTECE, NÃO DÁ PARA SABER DIREITO SE É BOM OU PÉSSIMO. EM FRENTE.”

São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, em uma das previsões do seu horóscopo publicado na edição do dia 09 deste mês de outubro, do Jornal O Estado de São Paulo. Revelam, de acordo com o meu “sentir”, uma sugestiva “sabedoria de viver” para aqueles que ainda não sabem priorizar e valorar o seu “aprender” com as experiências significativas do nosso “existir”. Concordo com Quiroga, porque muitos dos nossos desejos de aprendizados são de necessidades personalíssimas, individualizadas. Para serem despertos em nós, dependem muito dos nossos favorecimentos de buscas interiores. Ensina Clarice Lispector (mensagens 038, 190 e 275):

DIZEM QUE A VIDA É PARA QUEM SABE VIVER, MAS NINGUÉM NASCE PRONTO.
A VIDA É PARA QUEM É CORAJOSO O SUFICIENTE PARA SE ARRISCAR E HUMILDE O BASTANTE PARA APRENDER.

Nesta dimensão de “vida” nós temos uma missão de melhorias e de crescimentos em todos os sentidos (material e espiritual). Há muito estou convencido de que os conhecimentos, sejam de que natureza forem, são fontes de transformação. Nós aprendemos com o nosso “fluir existencial”, com as nossas “escolhas”, com as nossas “incompletudes”, com o nosso “silêncio” e (muito) com as nossas buscas de “autoconhecimento”. Sobre essa “flexibilidade cognitiva”, peço a sua atenção para esta explicação de Michele Müller (pesquisadora especialista em Neurociências e Neuropsicologia Educacional), no seu bem fundamentado artigo publicado em julho de 2018, na edição 151 da Revista PSIQUE, da Editora Escala:

– O cérebro é projetado para aprender e mudar com a aprendizagem, mudar e aprender com a mudança. Sua complexidade nos possibilita desde mudanças rápidas de foco, quando recebemos estímulos diferentes, a transformações profundas na forma como agimos e pensamos, de acordo com a necessidade e o ambiente. Quanto mais nos permitimos conhecer o incerto, mais treinamos a capacidade de adaptar a forma de agir e de pensar de acordo com a necessidade que encontramos. A flexibilidade cognitiva depende das mudanças e ao mesmo tempo as torna possíveis.

No início desta mensagem Quiroga reconhece que na vida da gente existem momentos que devem ser vivenciados, mas sem a necessidade de também querer conhecer suas causas e significados. Nós sabemos que nas nossas interações, quando duas ou mais pessoas presenciam um mesmo evento, as suas reações são diferentes. Umas podem se emocionar, outras não. Todos nós temos as nossas subjetivas singularidades sensoriais que influenciam nossas ações e preferências de escolhas. Ensina Keitiline Viacava, doutora em Neurociência Cognitiva pela Universidade de Georgetown, em Washington (Revista Humanitas, n. 145, publicação da Editora Escala):

– A nossa capacidade de avaliar situações não é totalmente objetiva. Nós recorremos a associações, percepções e lembranças registradas na mente para reduzir esforços no mapeamento das incertezas e atribuir valor às nossas opções. Fazemos isso sem esforço, com apoio das emoções.

Pergunto:

– COMO DEVEMOS ENTENDER A LINGUAGEM SIMBÓLICA DAS NOSSAS SENSAÇÕES EMOCIONAIS?

Gosto desta explicação de Marta Relvas, que é membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento e docente da Universidade Estácio de Sá (por limitação de espaço, assim reproduzida com estas minhas palavras):

– Razão é a faculdade de julgar, raciocinar, compreender e ponderar. A emoção é uma experiência subjetiva. Biologicamente são dois sistemas cerebrais que estão intrinsecamente interligados. Por mais que uma pessoa pense que sua mente está sendo treinada para a racionalidade, esta jamais deixará de ser influenciada pela emoção. Para o neurocientista António Damásio, o erro de Descartes foi separar a emoção da razão. Ele
acreditava que o corpo era separado da mente. A mente só precisava do corpo para poder funcionar, fora disso não havia nenhuma conexão. Damásio acredita justamente no contrário, que o corpo e mente estão intimamente conectados: a mente comanda o corpo inteiro, mas são as sensações que o corpo manda para a mente que induzem a mente funcionar daquela maneira, contrapondo o dualismo cartesiano no qual a alma (razão pura) é independente do corpo e das emoções.

Espero você no nosso próximo encontro, com a continuação desta mensagem.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(325) Sentindo as matizes sensoriais e abstratas do “BELO”, na arte do nosso viver.

“SOCIALMENTE SOMOS ARTISTAS. E PRECISAMOS DA ARTE COMO ELEMENTO QUE AGUÇA A SENSIBILIDADE. SEM SENSIBILIDADE, NÃO HÁ COMO USUFRUIR DAS FUNÇÕES BÁSICAS DO NOSSO CORPO HUMANO, DA NOSSA MENTE HUMANA E DA NOSSA ALMA HUMANA. É PRECISO CULTUAR A SENSIBILIDADE.”

São palavras da atriz Dira Paes, comentando o filme documentário “Mise en Scène – A Artesania do Artista”, que foi exibido no Festival de Cinema Independente de Toronto. Dirigido por Manuh Fontes, em entrevista concedida à jornalista Mariane Morisawa, publicada na edição de 19 de setembro do jornal O estado de São Paulo, Dira Paes (que considera impossível um ser humano viver sem arte) manifestou este seu “sentir” sobre a arte na interpretação das nossas “vidas” e como possibilidade de nos fazer seres livres:

– Achei uma provocação maravilhosa. Eu vejo o filme como fragmentos dessa arte de interpretar, porque nós somos muito mutantes. É um filme-homenagem a essa disposição de ser o outro – de ser o outro e você também, essa quase esquizofrenia em que vivemos quando temos de dar vida a um personagem.

Para Dira Paes, existe arte em tudo. Ela explica: “Todos nós ouvimos o mantra das nossas necessidades básicas, e a arte estaria aí como um dos elementos essenciais. Não só para sobreviver, mas para ser feliz.”

Concordo com Dira Paes porque entendo que, em nós, as representações dos significados sensoriais das percepções do “BELO” fluem do abstrato de uma essência intuitiva e simbólica de todos os nossos envolvimentos com a “VIDA”. É quando, para todos, espelhamos a singularidade da nossa arte de sentir a ‘VIDA”, e como saber viver.

Apreciar e gostar de qualquer manifestação artística, é “VIDA”. Mas uma “VIDA” em sintonia de harmonização com um estado de estesia de leveza interior, modelado pelas nossas preferências estéticas de beleza. Também é prática de “autoconhecimento” porque o ser humano precisa conhecer seus sentimentos e emoções e, assim, melhorar a sua arte de viver.

Ao escolher as palavras de Dira Paes para iniciar esta mensagem, veio-me à mente esta parte do meu ensaio sobre “A Percepção da Arte”, publicado em 1999 na edição n. 30 da Revista VENTURA, da Editora Ventura Cultural:

– Toda obra de arte é sentimento, é emoção (do latim “emovere” – “o que move”). É o sentimento, a emoção presente na essência da obra de arte que “desencadeia o dinamismo criador do artista”, repercutindo no espectador “o movimento que provoca novas combinações significativas entre suas imagens internas”. Portanto, nós precisamos entender uma obra de arte através dos nossos sentidos e não como sendo o resultado de uma ideia de imagem pré-concebida do artista que a idealizou. O observador possui a capacidade psíquica de fracionar a abrangência da sua percepção visual. Assim, todos nós podemos nos deter apenas sobre determinado ângulo de uma escultura; sobre determinado elemento constitutivo de uma paisagem ou mesmo, em uma pintura abstrata, sobre determinada intensidade e presença de cores, manchas ou traços de retas. Esta interior preferência visual está diretamente relacionada com a essência da sensibilidade artística do observador de uma obra de arte. Toda obra de arte é sentimento, toda obra de arte deve ser concebida e materializada com o equilíbrio da estrutura de um “todo harmônico” que enseja o surgimento de um elo de ligação com a essência das matizes estéticas das nossas realidades interiores.

FAÇA DA SUA VIDA, UMA OBRA DE ARTE DO SEU VIVER!!!

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(324) Sentindo com o fluir da vida, o “escutar sensorial” do nosso existir emocional.

“A VIDA FLUI COMO UM RIO CAUDALOSO E O MELHOR A FAZER É TER UM PLANO DE NAVEGAÇÃO, PARA SABER LIDAR COM O REDEMOINHO E IMPREVISIBILIDA-
DE DA IMENSIDÃO COM QUE VOCÊ SE RELACIONA. OU SEJA, NÃO DÁ PARA CONTROLAR TUDO.”

“TENHA EM MENTE QUE TUDO SE MANIFESTA CICLICAMENTE E QUE, POR ISSO, NADA DE ERRADO QUE ESTEJA ACONTECENDO VEIO PARA SE INSTALAR PARA SEMPRE. PASSARÁ, COMO JÁ PASSARAM TANTAS OUTRAS COISAS DESINTERES-
SANTES NO PASSADO.”

São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, em duas previsões do seu horóscopo publicado nas edições dos dias 18 de março e 6 de agosto deste ano, do jornal Correio Braziliense.

Inicio esta mensagem pedindo a sua atenção para o chamado “Plano de Navegação” por ele sugerido nas nossas interações com imprevisibilidades (assim como estamos sujeitos a vivenciar nesta pandemia). Pergunto: O que podemos fazer diante das incertezas no nosso “viver”? Entendo que devemos “conhecer o nosso emocional” para, quando necessário, subjetivamente viabilizar “para nós mesmos” melhores condições de autocontrole e, até mesmo, de superação do “desconhecido”. Um dos caminhos para essa prática de “autoconhecimento” deverá ser buscado por um necessário “repensar nossas vidas” e, se possível, criando novos significados para o nosso “existir”. Reforço: Precisamos de condições para melhor enfrentar o “diferente”, o “desconhecido”, o “imprevisível”. Precisamos, se possível de modo natural e permanente, conhecer as nossas “emoções”.

Gosto desta explicação de Keitiline Viacava, doutora em Psicologia pela UFRGS, com pós-doutorado em Neurociência Cognitiva realizado na Universidade de Georgetown, em Washington, D.C., no seu artigo “Cognição adaptativa: mais essencial do que nunca”, publicado na Revista Humanitas, 137, da Editora Escala):

– Conhecer a maneira como a nossa mente funciona (ou seja, a forma como capturamos e processamos informações) e como ela é capaz de se adaptar às contingências do entorno permite a aplicação de estratégias pessoais diante de incertezas.
Do mesmo modo, ampliamos nossos pensamentos, melhoramos nossas escolhas e orientamos nossas ações a objetivos. Muitas vezes tomamos decisões cujos resultados vão de encontro aos nossos interesses, ou aos interesses das pessoas ou organizações que nos rodeiam. Isso não corre por falta de inteligência, mas por causa da maneira como o nosso cérebro funciona, orientado por vieses implícitos.
Portanto, é imprescindível desenvolver a nossa competência de cognição adaptativa o quanto antes, visando à resiliência necessária para priorizar, ponderar e adotar estratégias diferentes diante de situações desconhecidas. […] É assim que conseguiremos nos movimentar livremente neste mundo complexo e em constante transformação. Também é dessa forma que alcançaremos autonomia e protagonismo diante do vasto volume de interações a qual estamos expostos.

Por sua vez, no seu artigo “O papel das emoções nas escolhas” (publicado na edição 145 da revista acima citada), esclarece a doutora Keitiline:

– De que maneira buscamos atingir nossos objetivos de saúde, carreira, finanças e relacionamentos? Fazemos isso a partir da avaliação das opções, realizando escolhas. A tomada de decisão é a função cognitiva que permite essa ação. Ela envolve a seleção e a análise de informações sobre as alternativas na nossa mente, culminando na obtenção de um resultado que, na maioria das vezes, é incerto. Ao reconhecermos a tomada de decisão como um processo mental, precisamos considerar que ela não acontece sozinha, mas resulta de uma imbricada relação com outros processos psicológicos básicos, como atenção, memória, emoção, entre tantos outros.
Assim, a nossa capacidade de avaliar as situações não é totalmente objetiva. Recorremos a associações, percepções e lembranças registradas na nossa mente para reduzir esforços no mapeamento das incertezas e atribuir valor às opções. Fazemos isso sem esforço, com apoio das emoções.

Certo é que nem sempre “tudo” (por si só) se manifesta para nós com clareza. Somos nós que criamos e conceituamos as nossas realidades. Nessas inter-relações, a “linguagem do concreto” é definida pelos significados das nossas conhecidas percepções. Ao contrário, a “linguagem do abstrato” será resultado das nossas subjetivas percepções de representações sensoriais ou (até mesmo) imaginárias.

Motivado pela analogia da primeira previsão astrológica de Oscar Quiroga, termino este nosso encontro com estas considerações da doutora Michele Müller reproduzidas dos seus consistentes e bem fundamentados artigos sobre “Matéria-prima do pensamento” e “Construção Abstrata na Mente”. Sinto-me no dever de registrar que a doutora Michele possui especialização em Neurociências e Neuropsicologia Educacional, aplicada em estratégias para o desenvolvimento da linguagem (Seguem abaixo, com a minha numeração):

1. A utilização de metáforas e analogias no entendimento de conceitos abstratos, ao descrevê-los em termos mais concretos, está diretamente relacionada à forma como o cérebro processa a linguagem. Muito mais que um recurso poético ou literário, ensinado de forma isolada, é essencial para se compreender mensagens que dependem de relações com o mundo físico ou que, muitas vezes, estão inconscientemente relacionadas a diferentes sensações e emoções.
2. Conceitos abstratos são construídos por um conjunto de relações que só fazem sentido quando essa rede está bem traçada. Ela envolve uma série de elementos concretos.
3. A linguagem abstrata permite enxergarmos coisas que antes se encontravam em um ponto cego da percepção. Como se fossem lanternas da mente, as palavras expandem os limites do nosso mundo interno, como defendeu o filósofo alemão Wittgenstein. Um mundo que é inteiramente guiado pelas emoções e sentimentos – das grandes conquistas às piores decisões. Para conseguir identificá-los é necessário nomeá-los. Com a consciência dos ingredientes que os compõem, a partir da clareza trazida pelas palavras certas damos ao cérebro capacidade de categorizar, perceber e predizer as emoções – ferramentas fundamentais para que possam lidar melhor com eles e responder aos estímulos de forma mais flexível e funcional.

NOTAS:
1. A reprodução parcial ou total por qualquer forma, meio ou processo eletrônico dependerá de prévia e expressa autorização, com indicação dos créditos e links para os efeitos da Lei n. 9.610/98 que regulamenta
os direitos de autor e conexos.
2. Os artigos da doutora Michele Müller foram publicados nas edições 161 e 162 da Revista Psique, da Editora Escala
3. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande a sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br .

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(323) Sentindo os “mistérios da vida” e o nosso mundo maravilhoso.

“A PERCEPÇÃO DO DESCONHECIDO É A MAIS FASCINANTE DAS EXPERIÊNCIAS. O HOMEM QUE NÃO TEM OS OLHOS ABERTOS PARA O MISTÉRIO PASSARÁ PELA VIDA SEM VER NADA.”

São palavras de Albert Einstein (1879-1955). Para este nosso encontro, também selecionei este seu “sentir” – A IMAGINAÇÃO É MAIS IMPORTANTE QUE O CONHECIMENTO.

Mistério é o oculto, o desconhecido, o aparentemente inexplicável até ser para nós revelado. Antes, desafia a nossa imaginação. Quando descoberto, é conhecimento com seus significados definidos pela linguagem dos nossos sentimentos.

“Imaginação, Mistério e Conhecimento”. Que fantástica união em nossas vidas (!), que tem o poder de transformar o mundo “dentro de nós”. Mas essa transformação “sempre” e “necessariamente” deve começar pela nossa transformação interior, assim como foi cantada por Louis Armstrong. O nosso “mundo maravilhoso” (interno ou externo) é desperto em nós, matizado pelo esplendor do “BELO” espelhado sensorialmente pelas
nossas simbólicas representações emocionais. Explica o neurocientista António Damásio (“O mistério da consciência – do corpo e das emoções ao conhecimento de si”, Ed. Companhia Das Letras, com tradução de Laura Teixeira Motta):

– As imagens também nos permitem inventar novas ações a serem aplicadas a situações inéditas e fazer planos para ações futuras – a capacidade de transformar e combinar imagens de ações e cenários é a fonte da criatividade. (…) A consciência permite saber que as imagens existem dentro do indivíduo que as forma, situa as imagens na perspectiva do organismo, relacionando-as a uma representação integrada do organismo, e, com isso, permite a manipulação das imagens em favor dele. (…) A consciência começa como o sentimento do que acontece quando vemos, ouvimos ou tocamos. Em termos um tanto mais precisos, é um sentimento que acompanha a produção de qualquer tipo de imagem – visual, auditiva, tátil, visceral – dentro de nosso organismo vivo. Situado no contexto apropriado, o sentimento marca essas imagens como nossas e nos permite dizer, no sentido próprio dos termos, que vemos, ouvimos ou percebemos algo pelo tato.

Acrescento que as percepções das nossas imagens interiores e do nosso “mundo maravilhoso”, são emocionais e com “essência de espiritualidade superior. Sobre os “mistérios da vida”, peço sua atenção para este “sentir” do astrólogo Oscar Quiroga, nas previsões do seu horóscopo publicado nas edições dos dias 28 e 29 do mês passado, do jornal Correio Braziliense:

– NEM TUDO QUE ACONTECE PODE SER EXPLICADO RACIONALMENTE. VOCÊ PODE RASTREAR SEUS PASSOS PARA RECONHECER COMO CHEGOU ATÉ AQUI E AGORA, MAS VERÁ QUE, EM MUITOS MOMENTOS, PERDENDO O CONTROLE, O MISTÉRIO DA VIDA AJUDOU.
– O MISTÉRIO DA VIDA SURGE E INTERVÉM PARA QUE AS COISAS ADOTEM O RUMO QUE LHES SEJA INERENTE. É NESSE MOMENTO QUE SUA ALMA PERDE O CONTROLE, FICA NERVOSA, MAS DEPOIS PERCEBE QUE NADA MELHOR PODERIA TER ACONTECIDO.

Termino este nosso encontro com estas palavras do gênio da pintura Pablo Picasso (1881-1973), que ao ser preguntado sobre o seu dom de criatividade respondeu: “É uma necessidade de recorrer ao meu “EU ESPIRITUAL”, para construir a concepção estética da vida.”

Complemento:

– Com a pandemia da Covid-19, a humanidade está passando por uma profunda transformação no nosso “existir”. Como acredito, faz parte de um fluir de necessidades para o renascer de uma renovação interior com novos significados para as nossas “VIDAS”. Recomendem a leitura desta mensagem para seus amigos, para os seus familiares, e mostrem para eles as imagens do “mundo maravilhoso” de Louis Armstrong que por cada um de nós serão modeladas pelas matises do “BELO” da nossa “Sensibilidade da Alma”. Com certeza, nós vamos conhecer o esplendor do nosso “EU ESPIRITUAL” e a estética da perpetuação infinita de nossas “VIDAS”.

Espero você no nosso próximo encontro.

NOTAS:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(322) Sentindo as modelagens subjetivas de significados, das nossas realidades.

SÓ PODEMOS APREENDER O REAL POR MEIO DAS REPRESENTAÇÕES E INTEPRETAÇÕES. UMA REALIDADE HUMANIZADA: NÃO A CONHECEMOS DIRETAMENTE, MAS POR MEIO DO NOSSO ESPÍRITO HUMANO, TRADUZIDA/RECONSTRUÍDA NÃO SÓ PELAS NOSSAS PERCEPÇÕES, COMO TAMBÉM PELA NOSSA LINGUAGEM, NOSSAS TEORIAS OU FILOSOFIAS, NOSSAS CULTURAS E SOCIEDADES. NESSA ÓTICA, NOSSOS SENTIMENTOS VIVIDOS, SUBJETIVOS, NOS PARECEM MAIS REAIS QUE TUDO. PARA NÓS, HUMANOS, A AFETIVIDADE, QUE É A PRÓPRIA SUBJETIVIDADE, É O NÚCLEO DURO DA NOSSA REALIDADE.

São palavras do sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, reproduzidas do seu livro “Conhecimento, Ignorância e Mistério”, publicado pela Editora Bertrand Brasil com tradução de Clóvis Marques. Neste mês de julho Morin completou 100 anos de idade. Para quem ainda não conhece, selecionei desse seu livro, lançado no Brasil em 2020, esta síntese da sua profunda e consistente análise sobre a relação entre “diversidade e unidade”:

Nesta pandemia quando estou emocionalmente fragilizado, penso neste “sentir” de Edgar Morin:

– O DESTINO DA HUMANIDADE É DESCONHECIDO, MAS SABEMOS QUE O PROCESSO DE EXISTIR MODIFICA-SE.

Vejam que Morin está se referindo à duas abstrações distintas: a de “destino” e de “existência”. Mas com as palavras iniciais desta mensagem ele afirma, de modo conclusivo, que nós só podemos apreender o “real” por meio das nossas “representações” e “interpretações” (para mim, é o mostrar interior do “simbólico” em cada um de nós). logo em seguida, externa o seu entendimento no sentido de que a “realidade do mundo exterior” é uma “realidade humanizada”. Complemento: Para Georg Hegel (por muitos considerado o filósofo mais famoso da Alemanha, no início do século XIX), a realidade é como algo não material. É o que existe para nós, que se manifesta na nossa consciência. É o espírito, é tanto o pensamento, quanto tudo que é conhecido pelo pensamento, mas sendo sempre influenciado pelo nosso desenvolvimento histórico.

Pergunto:

– VOCÊ “ACREDITA” QUE PODEMOS CRIAR REALIDADES DE VIDA PARA, QUANDO DESEJADO, MODIFICAR O CURSO CONTÍNUO DO NOSSO EXISTIR?

Provavelmente a grande maioria responderá que depende apenas do nosso “querer”, do nosso “acreditar”. Acontece que não basta simplesmente “acreditar”. Também precisamos confiar nos resultados das nossas crenças. O filósofo americano William James (defensor do “acreditar” como sendo um “direito da pessoa”), sustentava este exemplo: quem está perdido em uma floresta, com muita fome, ao encontrar uma trilha pode “acreditar” que ela não o levará para nenhuma saída. Mas, ao contrário, poderá “acreditar” na possibilidade do encontro da saída desejada e não continuar perdido e nem morrer de fome. Para William James, o nosso “acreditar” pode se tornar “verdades”. Este foi o seu precioso ensinamento:

– AJA COMO SE O QUE VOCÊ FAZ FIZESSE DIFERENÇA.

Termino esta mensagem convidando você para pensar neste “sentir” do astrólogo Oscar Quiroga, por ele transmitido na introdução do seu horóscopo que, por coincidência, foi publicado hoje na edição do jornal Correio Braziliense:

– O real é a continuidade.
Começos, meios e fins, parece sensato afirmar que tudo é temporário, que nada permanece, porque a realidade se apresenta assim a nossa percepção, já que nós nascemos, existimos e falecemos, desaparecendo da vista dos outros. Porém, por trás dos bastidores dessa realidade aparente, o Universo trabalha com perpétua continuidade. Os átomos que constituem nossos corpos não são novos, foram emprestados de uma realidade anterior, que sempre esteve aí e que, quando falecemos, se reintegra ao depositório universal para ser reaproveitada. A eterna continuidade é a realidade que não percebemos de imediato, mas que nos instiga a que a busquemos, pois, se compreendêssemos a imortalidade, deixaríamos de existir em torno da mera sobrevivência, e passaríamos a aproveitar o tempo para desfrutar das experiências e sermos livres para criar.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, por qualquer forma, meio ou processo eletrônico dependerá de prévia e
expressa autorização, com indicação dos créditos e links, para os efeitos da Lei 9.610/98 que regulamenta os direitos de autor e conexos.
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

(321)Sentindo o eternizar interior dos significados do nosso viver.

“TUDO SE PERPETUA POR UM RENASCER DE NOVOS SIGNIFICADOS. MUITOS DELES SIMBÓLICOS. OUTROS, REMODELADOS PELA PASSAGEM ILUSÓRIA DO TEMPO EM NOSSAS VIDAS. SOMOS NÓS QUE ETERNIZAMOS A SINGULARIDADE EXISTENCIAL DO NOSSO “AGORA”. CRIAMOS REALIDADES, PELO MODO COMO RECEBEMOS E DEFINIMOS AS MATISES SUBJETIVAS DAS NOSSAS PERCEPÇÕES SENSORIAIS.”

Quando me foram intuídas essas palavras, veio-me à mente este precioso entendimento do filósofo estoico Epicteto, transmitido na sua obra The Enchiridion (um manual de conselhos éticos, organizado pelo seu aluno Arriano):

– NÓS NÃO SOMOS AFETADOS PELAS COISAS EM SI, MAS PELO MODO COMO PERCEBEMOS.

O que motivou esta mensagem foi a leitura desta previsão do astrólogo Oscar Quiroga, no seu horóscopo publicado na edição do dia 17/04/2021 do jornal Correio Braziliense:

– SEM AGORA NÃO PODE HAVER FUTURO. POR ISSO, MESMO QUE O FUTURO SEJA MAIS DESEJÁVEL E ATRAENTE DO QUE TUDO QUE VOCÊ PRECISA FAZER AGORA, É FUNDAMENTAL QUE SUA MENTE FOQUE NO QUE PRECISA SER COMPLETADO NESTE MOMENTO.

Que belo e proveitoso “sentir” de Quiroga!!! Não apenas por ser, no “agora” desta triste pandemia, sugestivo do conhecimento das nossas atuais necessidades e, também, um chamado para repensar no nosso existir e ressignificar o “sentido” que desejamos para o nosso viver.

Nesta jornada para o “autoconhecimento” (mensagem 001), já citei o bem fundamentado artigo “Sentido e Significado Dirigem o Cérebro”, de André Codea, que é mestre em Ciência da Motricidade Humana. Dele, selecionei para este nosso encontro estas suas considerações (por mim numeradas):
1. A realidade que se apresenta aos sentidos, e a que se dá significado, decorre do processamento neural que é feito desde estímulos ambientais e, com isso, o cérebro é capaz de capturar pedaços de informações para processar o mundo.
2. O nosso cérebro é dirigido pelo sentido que damos ao ambiente que nos cerca e pelo significado que os eventos têm para nós.
3. Sentido e significado não somente dirigem nosso cérebro como igualmente são essenciais para qualquer tipo de aprendizado que estejamos pretendendo realizar. E tudo isso ocorre porque nosso sistema nervoso se desenvolve e se organiza a partir da sua interação com o meio
4. Coletamos sensações, filtramos algumas na forma da percepção, processamos essas informações filtradas e emitimos respostas adequadas.
5. Fazer sentido é algo que relaciona o que estamos vivenciando e processando com nossas memórias, de forma a produzirmos um quadro coerente da realidade.

Pergunto:

– COMO O NOSSO CÉREBRO PRODUZ SIGNIFICADOS PARA AS NOSSAS EXPERIÊNCIAS DE VIDA?

Gosto desta explicação do neurocientista Miguel Nicolelis, no seu mais recente livro, “O Verdadeiro Criador de Tudo”, lançado no Brasil pela Editora CRÍTICA (a seguir, por mim numerado): 1. Nosso cérebro se modifica, tanto anatômica como funcionalmente, em resposta a tudo com que interagimos, quer durante o aprendizado de novas habilidades, quer quando modificações relevantes ocorrem no nosso corpo ou durante os nossos engajamentos sociais. Os neurocientistas chamam essa propriedade de “plasticidade neural”, e eu a considero um dos fatores mais importantes para desvendar os mistérios guardados a sete chaves pelo Verdadeiro Criador de Tudo. 2. O cérebro humano dedica a maior parte de sua existência construindo ou adaptando seus modelos neurais internos do mundo que nos cerca, definindo o que chamo de “ponto de vista do cérebro”. 3. Para perceber algo, a cada instante, o cérebro tem que confrontar o que o seu modelo interno do mundo prevê com o fluxo contínuo e multidimensional de múltiplos sinais sensoriais que, uma vez coletados na periferia do corpo por receptores especializados, são transmitidos para o sistema nervoso central, como forma de descrever o estado do mundo externo (e também as condições internas do corpo).

Termino esta mensagem com esta parte conclusiva da resposta do mestre e doutor em Filosofia, Tommy Akira Goto, ao ser perguntado “se tudo o que podemos saber a respeito do mundo resume-se aos objetos apreendidos intuitivamente e que só existem na mente” (Entrevista com o título “A fenomenologia é a ciência da totalidade do ser”, publicada na Edição 156 da Revista Filosofia, da Editora Escala):

Podemos dizer que não só o mundo se mostra, mas nós próprios, ou seja, podemos acessar o sentido do mundo, todavia podemos também acessar o sentido da existência, da minha ou da sua existência. Temos aqui novamente a questão da correlação.

Registro merecido: Dedico esta mensagem à minha seguidora do Rio de Janeiro, Poliana Dias Pereira, agradecendo seus comentários e palavras de incentivo para a continuidade da manutenção deste blog.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, por qualquer forma, meio ou processo eletrônico dependerá de prévia e expressa autorização, com indicação dos créditos e links, para os efeitos da Lei 9.610/98 que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2. O citado artigo de André Codea, está publicado na edição 164, de agosto de 2019, da Revista PSIQUE, da Editora Escala.
3.Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande a sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br .

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

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